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    Homem-Hora: Conheça o líder da Sociedade da Justiça

    Homem-Hora é o líder da Sociedade da Justiça da América e recentemente foi noticiado que a DC Comics tem interesse em desenvolver um filme do personagem.

    Criado pelo editor Sheldon Mayer e pelo roteirista Gardner Fox, o personagem foi apresentado nos anos 40, no quadrinho All Star Comics.

    ORIGEM

    Rex Tyler é um cientista que inventou as Pílulas Miraclo. Ao ver que sua criação poderia fazer o bem, Rex decidiu se tornar o Homem-Hora, um super-herói que combate o crime.

    O manto do Homem-Hora já foi usado por Rex Tyler, Rick Tyler, filho de Rex e Matthew Tyler, um androide que faz parte do século 835 e é uma réplica do primeiro.

    O personagem nunca teve uma história solo, pois fazia parte de um projeto da DC Comics de super grupos, fazendo parte da Sociedade da Justiça da América.

    PODERES

    A Pílula Miraclo deixa o Homem-Hora com super força, velocidade acima da média, visão apurada e super pulo, embora seja apenas por uma hora de duração, o herói consegue fazer muitos estragos.

    AFILIAÇÕES

    O Homem-Hora já fez parte dos Combatentes da Liberdade, seu primeiro grupo de super-heróis. Além disso, foi membro do All-Star Squadron, da Liga da Justiça.

    Contudo, o personagem foi destaque na Sociedade da Justiça da América, uma vez que ele era o líder do grupo formado por Senhor Destino, Mulher Gavião, Gavião Negro, Lanterna Verde (Adam Scott), Flash (Jay Garrick), Stargirl, Átomo, Dr. Meia Noite, Pantera, Espectro e Senhor Incrível.

    APARIÇÕES

    O Homem-Hora apareceu em duas oportunidades em séries de TV. A primeira delas foi em Legends of Tomorrow, da emissora CW, sendo interpretado por Patrick J. Adams.

    A sua segunda aparição foi em Stargirl, série da DC Universe, sendo interpretado por dois atores, uma vez que tivemos Rex Tyler nos flashbacks e Rick Tyler no momento atual. Rex foi interpretado por Lou Ferrigno Jr. e Rick por Cameron Gellman.

    Sobre o filme, ainda não existem informações sobre elenco ou sobre o roteiro, pois o anúncio foi recente. Por enquanto tudo está guardado à sete chaves por parte da DC Comics e Warner Bros.

    E vocês, gostam do Homem-Hora? Comentem aqui!

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    CRÍTICA | Falcão e o Soldado Invernal: S1E1 – Uma Nova Ordem Mundial

    Falcão e o Soldado Invernal estreou hoje (19/03) no serviço de streaming Disney+. Confira nossa análise de Uma Nova Ordem Mundial.

    SINOPSE

    O mundo não tem mais a figura do Capitão América para se espelhar já que o herói voltou no tempo para viver sua vida ao lado de Peggy Carter (Hayley Atwell).

    Sam Wilson (Anthony Mckie), o Falcão recebeu o escudo do Sentinela da Liberdade, entretanto, abriu mão de seu legado para seguir em frente.

    Enquanto isso, Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Soldado Invernal, tenta viver no novo mundo do qual faz parte. Agora ele deve enfrentar seus traumas do passado e se ajustar ao presente, pois não consegue viver em paz consigo mesmo.

    ANÁLISE

    Falcão e o Soldado Invernal tem em seu primeiro episódio diversos elementos interessantes que formam uma boa carta de apresentação do seriado. 

    Já na primeira cena temos uma perseguição de tirar o fôlego protagonizada pelo Falcão, apresentando suas habilidades de voo e combate, por exemplo, mostrando o herói de uma forma que ainda não havíamos visto. Já nos primeiros dez minutos há muita qualidade no CGI e nas coreografias de luta, não deixando nada a desejar comparado com os melhores filmes do Capitão América no Universo Cinematográfico Marvel.

    A série nos ambienta quanto aos Vingadores e também à vida de Sam Wilson, visto que ainda não o conhecemos a fundo. O protagonista tem em seu passado problemas familiares que dão profundidade ao personagem, mostrando que há uma boa base de humanização e crescimento dele.

    Já Bucky tem em sua estrutura uma vida de sofrimento e busca de redenção, pois sua história foi apagada e recriada por vilões cruéis. O Soldado Invernal se mostra disposto a retribuir com ações todos os quais foram prejudicados por ele e pela Hydra

    O roteiro consegue amarrar algumas pontas soltas de Vingadores: Ultimato, mas sem ser muito profundo em questões maiores como os Heróis Mais Poderosos da Terra se encontram no momento. Mas tivemos uma visão de como será a retomada por parte dos protagonistas.

    A direção é bastante competente, apresentando uma paleta de cores que mistura o azul e o laranja, além de cortes bastante precisos e boas ideias nas cenas de ação.

    UM NOVO MUNDO EM FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL

    Vingadores: Ultimato trouxe consequências devastadoras para a Terra, pois o estalo de Thanos e o de Homem de Ferro trouxeram resultados aos que ficaram. 

    Um grupo terrorista denominado Apátridas foi criado com o intuito de unir fronteiras de maneira anárquica, algo bastante interessante no viés de trama de espionagem escolhido pela série.

    De forma bastante rápida, mas que desperta o nosso interesse, a nova gangue se mostra como uma grande ameaça. Ao apresentar um líder poderoso, podemos ter diversos embates, visto que os nossos heróis terão um grande desafio pela frente. A forma na qual eles foram apresentados mostra que o terrorismo será um tema recorrente na trama, algo que é uma excelente escolha dentro do cenário político cada vez mais polarizado em que vivemos.

    VEREDITO

    Tudo sobre Falcão e o Soldado Invernal, série original do Disney+

    Falcão e o Soldado Invernal mostrou a que veio em seu primeiro episódio. Com uma trama bem pé no chão e que fala sobre legado, o programa tem tudo para ser um grande sucesso se mantiver uma pegada de espionagem e heroísmo do eterno Steve Rogers do UCM.

    A série nos mostra que o mundo está menos esperançoso, pois as lutas com o Titã Louco deixaram cicatrizes que vão ficar para sempre. A Nova Ordem Mundial precisa de novos lastros de esperança e Falcão e o Soldado Invernal podem ser importantes nesse quesito.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer:

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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – Invincible (1ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

    A primeira temporada de Invincible chega na Amazon Prime Video em 26 de março. Nós tivemos a oportunidade de assistir aos primeiros três episódios da série animada, que é baseada na obra de Robert Kirkman (The Walking Dead).

    SINOPSE

    Invincible é uma série animada com conteúdo para adultos, baseada nas histórias em quadrinhos homônimas da Skybound / Image Comics, e conta a história de um adolescente cujo pai é o super-herói mais poderoso do planeta.

    ANÁLISE

    Invincible chega ao catálogo da Amazon Prime Video como mais uma produção que aproveita a hype dos super-heróis. Com séries originais como The Tick e The Boys, o streaming tem investido bastante nesse gênero, tendo um ótimo retorno em audiência.

    Baseada nas HQs homônimas, o seriado conta a história de Mark Grayson (Steven Yeun), um jovem descendente de Viltrumite que está descobrindo os seus poderes. Mark é filho de Nolan, o Omni-Man (J.K. Simmons), super-herói mais poderoso da terra. Conforme os episódios se desenvolvem, acompanhamos a rotina de Mark na escola, a relação com seu pai e até a escolha de seu traje heroico.

    Como tivemos acesso a apenas três episódios, é difícil dizer se o seriado é bem desenvolvido, ou que a temporada como um todo é boa. No entanto, podemos tirar algumas impressões interessantes do que nos foi apresentado nesse início.

    Os gráficos da animação lembram muitos os desenhos dos anos 2000, e há um apelo enorme para o gore nas cenas de luta. Os quadros são gráficos, com muito sangue e mortes assustadoras. É uma abordagem que se assemelha bastante com The Boys, mas que consegue ir um pouco além.

    Os personagens são claramente uma referência aos super-heróis mais famosos do mundo. Começando pelos Guardians of the Globe, que são bem semelhantes aos membros da Liga da Justiça, até à história de origem de Nolan que é um pouco parecida com a de Superman. Se você conseguir deixar de lado as comparações, é possível aproveitar o que está sendo exposto pela produção.

    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – Invincible (1ª Temporada, 2021, Amazon Prime Video)

    As dublagens são maravilhosas e combinam muito com os personagens. Há um elenco de peso envolvido nessa animação. Além dos maravilhosos Yeun e Simmons, podemos destacar os atores e atrizes: Sandra Oh, Zazie Beetz, Jason Mantzoukas, Gillian Jacobs, Mark Hamill e Zachary Quinto. Um elenco diverso e extremamente talentoso deve ser sempre elogiado.

    Com uma média de 40 minutos, os episódios são fluidos e bem roteirizados. A história se desenrola facilmente, dando grandes passos já nos três primeiros capítulos. O suspense em torno de certas situações mantém o interesse nos acontecimentos da trama, o que é positivo.

    VEREDITO

    Com um começo interessante, Invincible possui uma trama envolvente e ótimos personagens. O trabalho de dublagem é ótimo e agrega muito para a produção. As expectativas para os próximos episódios não poderiam ser melhores.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Liga da Justiça de Zack Snyder (2021, Zack Snyder)

    Liga da Justiça de Zack Snyder (Zack Snyder’s Justice League) ou como é popularmente conhecido: Snyder’s Cut, já está disponível para aluguel em diversas plataformas digitais pelo valor de R$ 49,90. O aclamado filme dirigido por Zack Snyder saiu do papel após quatro anos de espera dos fãs.

    SINOPSE

    Superman (Henry Cavill) foi morto em combate ao enfrentar Apocalipse. Embora sua morte tenha impactado Batman (Ben Affleck) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot), os dois não tem tempo a perder, pois o Lobo da Estepe quer trazer Darkseid (Ray Porter) para a Terra e conquistar o planeta.

    Agora o Homem-Morcego tem o dever de unir um time improvável de super seres capazes de derrotar essa ameaça mortal.

    ANÁLISE

    Yalan Gur

    O Snyder Cut é muito mais que um filme, pois é feito de um fã para os DCnautas, ou seja, há muita simbologia aqui. O polêmico longa de 2017 foi marcado por diversos problemas internos e que tiraram o brilho de uma obra tão aguardada pelos fãs da DC Comics.

    Entretanto, eis que depois de diversas tratativas, o corte de Zack Snyder veio para nossas casas e nos traz novamente esse brilho no olhar.

    Tecnicamente o novo longa é muito superior ao primeiro, uma vez que por ter quatro horas, o filme consegue desenvolver melhor seus personagens, além de acertar alguns erros de Joss Whedon

    A IDENTIDADE DE ZACK SNYDER

    Warner Bros veta a versão de Zack Snyder de Liga da Justiça

    A começar pelo Flash, personagem de Ezra Miller, que sofreu bastante com o roteiro fraco de Liga da Justiça de Whedon. O Velocista Escarlate é engraçado e bem humorado, contudo, sem parecer forçado como na versão anterior. Mesmo sendo o alívio cômico, sua importância aumentou na trama, visto que ele é crucial para que os heróis funcionem como equipe. No ato final ele nos entrega o melhor momento do Snyder Cut em uma cena de tirar o fôlego.

    Se o Flash foi prejudicado, Ciborgue, interpretado pelo novato Ray Fischer, foi praticamente limado do longa de 2017. Seu arco foi mais bem trabalhado por Snyder, uma vez que agora ele possui sua carga dramática e peso realmente importantes para a história. Todavia, as limitações de Fischer ainda não convencem de que Ciborgue seja um super ser marcante, pois falta ainda uma evolução do ator.

    Gal Gadot, Henry Cavill, Jason Momoa (Aquaman) e Ben Affleck continuam bem caracterizados como seus personagens, embora o Batman ainda fique um pouco distante dos quadrinhos e animações que estamos acostumados. O Homem-Morcego está mais sisudo como de costume, mas há uma leveza em sua personalidade, algo que pode incomodar os fãs mais ferrenhos.

    QUESTÕES TÉCNICAS DO SNYDER CUT

    Sobre as questões técnicas do Snyder Cut, há uma qualidade muito superior no quesito de CGI e trajes dos personagens, por exemplo. A estética do longa é mais sombria e mantém seu tom de maneira uniforme. As cenas de luta estão mais fluídas, uma vez que o diretor sabe aonde quer chegar e entrega lutas bem coreografadas que são épicas e grandiosas, uma marca de Snyder. 

    Contudo, outra marca do diretor são os excessos de câmera lenta, algo que incomoda muito, visto que se usado em demasia, nos deixa com desconforto de quebrar a velocidade dos acontecimentos.

    A paleta de cores estourada, com muito vermelho e azul em alguns momentos, e em outros com tons escuros, mesclando o cinza e preto nos dão alguma confusão, mas nada que atrapalhe a experiência.

    O roteiro por vezes deixa a desejar, principalmente quando se trata das falas de Gadot, visto que há diversas frases de impacto óbvias e soltas, entretanto, elas ficam perdidas dentro do longo tempo de duração da obra.

    VEREDITO DO SNYDER CUT

    Reboot de Liga da Justiça está nos planos da Warner Bros!

    Snyder Cut é um abraço caloroso nos fãs que ansiavam por uma reparação do longa de 2017. O fato de sermos ouvidos e que Zack Snyder teve sua redenção, mais do que merecida, nos emociona e nos diverte com o filme que a Liga realmente merece.

    Como disse anteriormente, é um filme de um fã feito com amor aos fãs dos maiores heróis de todos os tempos. Os fãs de quadrinhos podem ir de coração aberto e ter uma excelente experiência para aplaudir no final.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do Liga da Justiça de Zack Snyder:

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    Yalan Gur: Conheça o Lanterna Verde visto no Snyder’s Cut

    Yalan Gur foi criado por Gerard JonesMark Bright, Joe Staton e Martin Nodell; sendo apresentado em Green Lantern #19 – Vol.3, em dezembro de 1991, como um dos maiores oficiais da Tropa dos Lanternas Verdes, responsável pelo Setor 2814.

    ORIGEM

    Após uma experiência de quase morte contra uma besta da Tropa dos Lanternas Amarelos que forçou os Guardiões do Universo a remover o impureza amarela de seu anel. Isso deu a Gur todas as habilidades de um Lanterna Verde sem nenhuma das fraquezas, deixando-o inebriado com o novo poder. Com isso, ele passou a acreditar que deveria governar seu setor com punho de ferro, justificado por seu novo poder.

    ARTIGO RELACIONADO | Tropas dos Lanternas: Conheça suas histórias e mais

    Yalan Gur viu a raça humana em ascensão como uma ameaça e passou a abusar e persegui-los em seus vales ancestrais. Ele aterrorizou a China antiga, não querendo que os humanos se desenvolvessem em uma grande civilização. Os Guardiões perceberam isso e deram ao seu anel uma nova fraqueza (incomum): madeira; o que o tornou impotente contra as armas primitivas dos humanos.

    Depois de ser mortalmente ferido por uma estaca, a essência de Gur se juntou a sua bateria de energia, que também se fundiu com a magia antiga da Terra. Essa energia se tornou a Chama Verde da Vida (Starheart, no original) que deu poder ao anel do Lanterna Verde Alan Scott.

    PODERES E HABILIDADES

    Como todos os demais membros da Tropa dos Lanternas Verdes, Yalan Gur possuía um Anel de Poder dos Lanternas Verdes e uma Bateria Verde para recarregar seu anel quando necessário; com seu anel e sua força de vontade indomável conseguia voar, disparar rajadas de energia e criar qualquer coisa que sua imaginação permitisse.

    CURIOSIDADE

    Gur é apresentado como parte de um esforço da DC Comics para reconciliar a origem dos Lanternas Verde da Idade de Ouro com a introdução posterior da Tropa dos Lanternas Verdes.

    OUTRAS MÍDIAS

    Yalan Gur

    Yalan Gur não havia sido retirado das páginas dos quadrinhos da DC até o filme Liga da Justiça (2017), onde aparece brevemente em um flashback da primeira invasão de Lobo da Estepe a Terra; em 2021 o personagem mesmo em CGI, ganha um pouco mais de tempo de tela em Liga da Justiça de Zack Snyder, o popular Snyder’s Cut.

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    TBT #116 | Tudo Sobre Minha Mãe (1999, Pedro Almodóvar)

    Pedro Almodóvar é sinônimo de divergência de opiniões. Não porque seus filmes em si sejam o motivo principal de estranhamento do público não-simpatizante de seu estilo, mas a escolha de temas, por vezes “desconfortáveis” e a abordagem peculiar que o diretor exerce sobre eles acaba por gerar tantos fãs quantos críticos severos de sua obra. No entanto, até os que torcem o nariz diante dos filmes e roteiros do cineasta têm que admitir que seu nome já é um tópico da história do cinema, e Tudo Sobre Minha Mãe é, definitivamente, um exemplar notável de sua admirável filmografia.

    SINOPSE

    Esteban (Eloy Azorin) é um jovem de 17 anos que está escrevendo uma história chamada Tudo Sobre Minha Mãe. No dia do seu aniversário, sua mãe Manuela (Cecilia Roth) ia lhe contar tudo sobre seu pai, desconhecido para o menino. Mas um acidente impede que isso aconteça, e a mãe de Esteban decide partir atrás do pai de seu filho.

    ANÁLISE

    À medida que percebemos os estágios do luto e da aceitação de Manuela, conseguimos destrinchar a sua relação com o filho, e do quão a presença das outras mulheres pode “substituir” esse vazio depressivo. Aos poucos, a enfermeira reconhece pequenos detalhes de seus comportamentos nas características das companheiras de jornada, e esse entendimento fortalece cada vez mais profundamente a relação.

    Agrado (Antonia San Juan) e Rosa (Penélope Cruz), por exemplo, guardam memórias dolorosas de um passado não tão distante e se agarram à saudade como fio condutor de suas histórias, como se dependessem somente dessas sensações. Afinal, não é fácil se desprender de memórias e momentos quando tudo remete a esse dolorido sentimento.

    A atriz Antonia San Juan em seu monólogo como Agrado.

    Todas ali, sem exceção, têm uma função no enredo, independentemente do nível de relevância. Agrado é a responsável pela fala sobre a necessidade de ser autêntico em meio a tanta cópia. Discutindo fortemente temas sobre a sexualidade, o gênero e os estereótipos, a personagem carrega consigo um enorme desapego às cópias e um sentimento de liberdade para ser quem é, apesar das barreiras e dos julgamentos. Nesse sentido, aos poucos, se transforma na figura mais humanizada e complexa da narrativa, servindo como “ponte” entre os tipos que percorrem pela trama e seus devaneios. Mais do que isso, um exemplo vivo da filosofia existencialista, sempre se questionando sobre atitudes e as sensações que guarda na alma.

    Logo de cara, uma das características principais de Almodóvar se faz notar. Uma sinopse que possui todos os preceitos para ser desenvolvida como um verdadeiro drama é classificada de comédia. Não é erro. O diretor faz com que um roteiro potencialmente denso ganhe ares cômicos, como se desejasse mostrar que nada é tão grave assim.

    Dessa forma, se desenvolve mais uma vez nesse filme, assim como em inúmeros outros da carreira do diretor, uma trama envolvente, surpreendente e instigante. A impressão que o diretor deixa no espectador é que ele está no domínio total da obra, talvez justamente porque é ele a assinar também o roteiro. Almodóvar parece o único capaz de poder materializar as cenas que escreve com tanta maestria.

    Novamente se faz presente a figura feminina como centro de uma trama que envolve os já conhecidos elementos patológicos, por assim dizer, frequentemente escolhidos pelo diretor para habitar suas tramas.

    Esteban é um jovem que ganha como presente de aniversário uma ida ao teatro com sua mãe. Ao esperarem a atriz principal na saída para pedir um autógrafo, Esteban é atropelado e morre, justamente após sua mãe prometer que contaria a verdade sobre o pai que o jovem nunca chegou a conhecer. Após o acontecimento trágico, Manuela, a mãe do garoto, parte em busca de seu ex-marido, procurando uma espécie de catarse pela morte do filho ao mesmo tempo em que procura resolver pendências do passado.

    O filme está repleto de referências culturais que o colocam dentro da tradição do melodrama dos anos 50, elementos que são sutilmente entrelaçados na narrativa e nunca ameaçam diminuir a temperatura emocional.

    Os quesitos técnicos do longa merecem atenção. A já elogiada direção cuidadosa de Pedro Almodóvar eleva o nível do filme, permitindo uma conexão entre a ficção e a realidade e realizando enquadramentos que valorizam as expressões dos personagens, assim como a trilha sonora impecável.

    Do início ao fim, somos hipnotizados por esse universo, como se fizéssemos parte dele e conhecêssemos cada detalhe da trama, e pelas referências clássicas que o diretor promove, tal qual A Malvada (1950) e Uma Rua Chamada Pecado (1951), que engrandecem o enredo.

    Uma obra tão rica e complexa não poderia passar despercebida pelas premiações ao redor do mundo. Tudo Sobre Minha Mãe faturou diversos prêmios, entre eles o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, a Palma de Ouro de Direção para Almodóvar em Cannes e sete prêmios Goya, incluindo Melhor Filme e Diretor.

    VEREDITO 

    Há um verdadeiro mergulho de Pedro Almodóvar no destaque da mulher, com toda a delicadeza e fúria necessárias para tratar questões de gênero, entre outros assuntos.

    O filme é materno desde o seu título. A sensibilidade de Almodóvar sempre desarma. O afeto de criaturas calejadas, como Agrado, é um mistério e uma dádiva. Uma bela e bem construída ode à beleza, complexidade e mistério que desengendra da condição de ser mulher.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Tudo Sobre Minha Mãe está disponível nos serviços de streaming MUBI e Telecine.

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