A Universal Pictures é conhecida por ter criado alguns dos mais icônicos monstros do cinema de terror, e muitos deles já tiveram várias adaptações cinematográficas ao longo dos anos. No entanto, há alguns monstros que merecem uma nova chance de brilhar nas telas.
Aqui estão cinco monstros da Universal que merecem ganhar um novo filme:
O Homem Invisível
O personagem foi criado pelo escritor H.G. Wells em 1897, mas foi a adaptação cinematográfica da Universal em 1933 que o tornou um ícone do terror. Um cientista que descobre a fórmula da invisibilidade, mas acaba enlouquecendo, o Homem Invisível seria um personagem perfeito para um novo filme que explorasse questões atuais sobre a ética científica e as consequências da tecnologia avançada.
A companheira criada por Victor Frankenstein para o seu monstro foi apresentada pela primeira vez em 1935. A Noiva de Frankenstein é uma personagem intrigante, com um visual icônico e uma história que pode ser aprofundada em um novo filme que explore as consequências de criar vida artificial.
O Monstro do Pântano
Criado nos anos 70 pela DC Comics, o Monstro do Pântano foi adaptado para o cinema pela Universal em 1982. O personagem é um cientista que é transformado em um monstro por um acidente químico, e que luta para encontrar sua humanidade enquanto enfrenta outras ameaças sobrenaturais.
Um novo filme do Monstro do Pântano poderia explorar questões ambientais e sociais, além de oferecer um visual único e aterrorizante.
O Fantasma da Ópera
Criado por Gaston Leroux em 1910, o Fantasma da Ópera é um personagem icônico que já foi adaptado para o cinema várias vezes. No entanto, um novo filme poderia explorar aspectos mais sombrios da história, incluindo a obsessão do personagem pelo canto e pela música, bem como o impacto de suas ações sobre a vida dos outros personagens.
O Monstro da Lagoa Negra
Um dos personagens mais misteriosos da franquia original, o Monstro da Lagoa Negra teve seu primeiro filme solo em 1954, e foi um dos capítulos mais inovadores dos Monstros da Universal, já que foi o primeiro filme em 3D desse universo compartilhado. Mais do que isso, o longa impressionou por sua história e pelos efeitos práticos que deram vida à criatura.
Seria muito interessante ver uma versão atual dessa história, que explore ainda mais a exploração desenfreada da Amazônia e de locais protegidos, e ver o monstro como uma certa “resistência” a esse movimento colonialista.
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Rythm Sprout é um jogo rítmico, desenvolvido pela SURT. O game é o primeiro desenvolvido pelo estúdio norueguês e foi publicado pela tinyBuild, publisher responsável por games como Hello Neighbor, Tinykin e muitos outros. O game foi lançado em fevereiro de 2023 e trouxe consigo arcos desafiadores e por vezes, cansativos.
O game nos apresenta desafios consistentes com a história que o game parece querer contar, mas impede nosso progresso com essa enorme dificuldade.
SINOPSE
Rhythm Sprout é um game rítmico feito a mão com músicas inteiramente originais e um curioso modo história.
ANÁLISE
De alguma forma, mesmo com uma história curiosa e divertida, o game insiste em mostrar que seus jogadores não são rápidos o suficiente nos gatilhos.
No controle do Broto, uma cebola guerreira, precisamos resgatar a filha do Rei Texugo das garras de um grande vilão que pode colocar todo aquele mundo em perigo. Ainda que colorido e pareça ser voltado para as crianças, ele pode trazer frustração à seus jogadores mais velhos.
Com uma curva de aprendizagem que agrega pouquíssimo valor ao game, ele nos desafia sem qualquer tipo de progressão, e nos lança por uma série de fases que rapidamente causou ansiedade à esse que vos escreve. O que me faz chegar a conclusão de que: Rhythm Sprout não é para mim.
Mas ainda sim, o game parece saber inovar no que diz respeito à um jogo rítmico. Pois enquanto perdemos a cabeça tentando avançar sem errar – ou quem sabe apenas chegar ao final das fases -, vemos uma história se desenrolar no fundo.
Isso mesmo, Rhythm Sprout se mostra como um game rítmico de aventura curioso em tudo que se propõe, mas deixa a desejar nos alicerces nos quais o game é construído. Sem opção de mudar a dificuldade, preciso revelar que não consegui chegar ao fim do game e por esse motivo, esse tardio review é lançado.
Apesar de ser lançado nos dias de hoje, em que a ansiedade parece tomar a todos sem dó, nem piedade, o game consegue exacerbar ainda mais esse sentimento agoniante.
VEREDITO
Enquanto conta uma história divertida, em que os reino dos vegetais precisa derrotar os guerreiros invasores de açúcar, o game parece ser feito para crianças, mas não se engane. Nem mesmo um adulto é capaz o game e se sentir verdadeiramente satisfeito.
Nossa nota
1,5 / 5,0
Confira o trailer do game:
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A Jogada de Chang é estrelado por Bloom Li, o longa nos apresenta a história de um jovem que não se vê como bom o bastante para quase nada, não se destacando no ambiente escolar. Mas quando a oportunidade de um desafio o faz atingir o estrelato, sua vida muda para sempre. Ou é o que ele pensava.
Com um elenco quase que inteiramente composto por atores sino-americanos, o filme se destaca e se mostra como uma divertida produção que foca nas dificuldades que mesmo os nascidos americanos, possuem dificuldade para se encaixar e serem vistos como pertencentes à um lugar.
Um jovem sino-americano, fã de basquete quer apenas fazer uma enterrada e ficar com a garota bonita da escola. Mas durante essa jornada, ele descobre mais sobre si, sua família e seus melhores amigos.
ANÁLISE
O brilhantismo do cinema vem de testemunharmos o crescimento e desenvolvimento dos personagens em tela, vendo que eles não são ao fim os mesmos personagens do início. E isso nem sempre se concretiza. Quando roteiros fracos encontram atuações não tão poderosas, desenvolvimento é o último dos problemas. A Jogada de Chang vemos que o personagem que encontramos nos momentos iniciais do longa, não é o mesmo do fim. Daí vem seu mérito, mas não apenas daí.
Com atuações catárticas e divertidas, vemos como Chang quer mudar sua vida após a sentir estagnada ao começo de um novo ano letivo. E é quando resolve pôr em prática o plano de trazer à tona um Chang 2.0. Ao testemunhar no longa os mais diversos aspectos inerentes às vontades humanas de pertencimento, vemos que o simplista filme da Disney obtém sucesso.
Enquanto busca pertencimento, Chang busca incessantemente a aprovação dos alunos da escola. Com pouquíssimos amigos, ele vê no sonho de fazer parte do time de basquete uma chance de mudar sua vida e conquistar a mais nova aluna da escola. Como uma imponente viagem para fora e para dentro de si, A Jogada de Chang nos faz ver como um objetivo pode ser alcançado através do trabalho duro.
Com incríveis homenagens às lendas do basquete, as homenagens e frases de Kobe Bryant mostram a razão do atleta ser considerado até hoje como uma lenda e um símbolo de sucesso.
VEREDITO
A Jogada de Chang diverte, nos deixa angustiados e nos faz sorrir tranquilamente em sua resolução. Com uma trama simples, mas que conta com repercussões por todos os arcos desta história, vemos que o diretor Jingyi Shao sabe o faz ao retratar a vida de alguém que precisa batalhar 2 vezes mais a fim de receber reconhecimento por seu trabalho duro. Com atuações poderosas e 3 atos muito bem delineados, vemos o filme apenas crescer.
Fugindo da fórmula clássica da Disney, A Jogada de Chang conta uma história que precisa ser contada e vista por diferentes públicos.
Nossa nota
4,5 / 5,0
Confira o trailer:
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Na empolgação com Creed III, o TBT desta semana é sobre outro filme de boxe, de mesmo número, mas de alguns anos antes: Rocky III – O Desafio Supremo. Ao contrário do mais moderno que mal menciona o personagem de Carl Weathers, em Rocky III, o personagem de Apollo Creed é fundamental para a reestruturação do Garanhão Italiano.
É interessante observar a construção dos filmes de Sylvester Stallone, que ainda que carregados da masculinidade bruta, possuem momentos de redenção, filosofia e superação de barreiras psicológicas. Para a temática e para a época, Rocky III é um soco nos fãs que aspiravam curtir a glória do campeão, dando espaço para uma outra faceta do boxeador italiano.
SINOPSE
Após se sagrar campeão dos pesos pesados vencendo Apollo Creed, e defender seu título por dez vezes, Rocky Balboa (Stallone) decide largar sua carreira de pugilista, até ser desafiado e insultado por Clubber Lang (Mr. T), que era o primeiro do ranking e estava ansioso para enfrentar o campeão Rocky Balboa. No dia da luta, durante uma discussão entre Rocky e Clubber, o treinador Mickey sofre um ataque do coração e faz com que Rocky fique abalado e assim sofre uma derrota humilhante para o feroz desafiante Clubber Lang.
Depois da luta, Mickey morre e Rocky cai em profunda depressão. Porém, Apollo Creed, seu antigo rival, ao compadecer-se de Rocky e tomar certa antipatia por Clubber Lang, oferece-se para ajudar Rocky e o convence a treinar para juntos retomarem o título de campeão mundial.
ANÁLISE
Como disse anteriormente, Rocky III é um filme que foge um pouco do padrão de lutas frenéticas e mera superação física. Não que não tenha, afinal, abdicar desta fórmula seria jogar a toalha. Mas o terceiro longa do herói da Filadélfia é nevrálgico. Ataca os principais pontos fracos de Robert Balboa, o humano por baixo do cinturão. E os escancara paulatinamente, de maneira até arriscada para o gênero.
Não atoa Sylvester Stallone buscou uma canção temática forte para acompanhar a clássica Gonna Fly Now, de Bill Conti. Outro post nosso conta um pouco da história por trás da definição de Eye of the Tiger (da banda Survivor) como música tema de Rocky III – O Desafio Supremo.
Rocky neste longa é retratado como o campeão que deixou a fama subir à cabeça, que é também representado pela adição de Paulie à equipe, um fanfarrão deslumbrado e preconceituoso. Em contraponto à Mikey, o velho e sisudo treinador, o protagonista parece valorizar menos a vitória em relação à fama.
A morte de Mikey, a derrota para Clubber Lang e o reconhecimento de que o medo o domina fazem Rocky se reerguer das cinzas. Talvez por isso Stallone queria que Another One Bites The Dust, da Queen, fosse a principal música da trilha sonora deste filme. Mas eles souberam contornar o problema, marcando frequentemente (através de Apollo Creed) que o (ex)campeão precisava recuperar “o olho do tigre”.
A nova equipe vai até a antiga academia de Creed para aprender não só um pouco do estilo do antigo rival do Italian Stallion, mas para conviver com jovens aspirantes à lutadores que possuíam aquele brilho no olhar, que agora faltava ao protagonista. A redenção de Rocky é retratada, às vezes, de forma até caricata, mas entrega um bom entretenimento e uma boa mensagem de superação.
É incrível identificar tantos traços psicológicos em um filme que deveria ser apenas sobre troca de socos. O voo da Fênix de Rocky é concretizado no meio da luta final contra Clubber Lang. Ali, ainda que ele já tenha superado seus medos e buscado um aprimoramento físico com o treinamento de Creed, o personagem de Stallone percebe que apesar do medo e da superioridade física do adversário, Rocky recuperou sua confiança, seu brilho no olho – o seu “Eye of the Tiger”.
Com isto, ele se reestabelece psicologicamente e ganha a luta não literalmente, mas tecnicamente, porque descobre como suplantar mentalmente o brutamontes enraivecido, cansando-o pouco à pouco até conseguir acertar a sequência de golpes finais.
Assistir aos antigos filmes de Rocky para acompanhar o sucesso dos filmes de Adonis Creed é uma boa pedida para sorver a essência que serve como pano de fundo para o filmes de Michael B. Jordan.
Nossa nota
Nossa nota
4,0 / 5,0
Assista ao trailer legendado de Rocky III – O desafio supremo:
Você pode assistir Rocky III – O Desafio Supremo através do Amazon Prime Video.
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Kirby: Return to Dreamland Deluxe, lançado para o Nintendo Switch em 24 de fevereiro de 2023, é o remaster do game lançado para o Wii U em 2011. Ainda que o game não tenha envelhecido nada desde seu lançamento, ele se mostra como uma bela oportunidade de revisitar o lindo game de plataforma 3D. O mais novo game da adorada e fofinha criatura rosa que é uma das caras da Nintendo nos lança por uma desafiadora viagem.
Somos ambientados à história de Kirby, quando o mago Magolor e sua nave caem em sua realidade. Ao longo do game, precisamos encontrar os itens avariados da Astrovela, a nave de Magolor que caíram em diversos reinos. A diferença do game em relação ao seu lançamento anterior é que Kirby: Return to Dreamland Deluxe é completamente localizado em PT-BR, o que mostra o maior cuidado que a Nintendo vem tendo com os jogadores brasileiros.
SINOPSE
A poderosa bolinha rosa retorna ao planeta Pop com o objetivo de ajudar a reconstruir a nave do mago Magolor. Nessa nova aventura de plataforma multiplayer para até 4 jogadores, podemos contar com novas habilidades, como a maqui e a areia.
Lute e flutue com amigos no mesmo console, em que cada jogador pode controlar um Kirby diferente ou um de seus icônicos amigos, como o Rei Dedede, o Meta Knight e o Waddle Dee de bandana.
ANÁLISE
Kirby: Return to Dreamland Deluxe nos apresenta o planeta Pop de maneira única. Fazendo nossos olhos brilhar não apenas pelos desafios contidos no game, mas também pela forma do personagem avançar por entre os muitos reinos. Com cerca de 18 habilidades retornando e 2 inteiramente novas, o título nos apresenta desafios único para cada uma delas. Ao longo de suas pouco mais de 15 horas, o game nos emociona e nos desafia não apenas por meio de suas fases, mas também pelos minigames contidos no Parque Magolândia.
Com suporte para até 4 jogadores, podemos nos colocar não apenas no controle de Kirby, mas também do Rei Dedede, do Meta Knight e também do Waddle Dee de bandana.
A franquia Kirby surgiu no passado de maneira despretensiosa e rapidamente fez com que aquela bolinha rosa se tornasse uma das propriedades intelectuais mais rentáveis da Nintendo. O primeiro contato que tive com a franquia foi em Kirby’s Dreamland; o game lançado em 1992 e me levou por uma viagem completamente única e divertida.
O mais interessante de Return to Dreamland Deluxe são as possibilidades presentes no game. Mas não apenas isso.
Quando imersos no que o game pode ser de acordo com a nossa maneira de jogar, é possível entendermos algumas das camadas da gameplay, o que nos permite assim, tirar o máximo do que Kirby: Return to Dreamland Deluxe. O game ainda que desafiador nos níveis mais avançados, permite que os jogadores se divirtam e se encantem com tudo que o que Kirby faz. Desde acenar em direção a tela, ou então destruir os inimigos impiedosamente com nossas habilidades.
Um elemento interessante contido na gameplay, vem do fato de podemos desbloquear um epílogo, que nos coloca no controle de Magolor ao final do modo história. Junto dele, os modos Extra e Arena também são liberados.
HABILIDADES, GAMEPLAY E VISUAL
Os poderes de Kirby giram em torno de obter habilidades que podem ser roubadas ou absorvidas quando “engolimos” nossos inimigos. Algumas das minhas habilidades favoritas giram em torno de atacar tanto de perto, quanto de longe. Sendo uma delas a mais nova habilidade implementada no game, a Mecha. Que nos permite tanto planar, quanto atirar à longas distâncias e também lançar minas que explodem em raios de energia.
A gameplay de Kirby: Return to Dreamland Deluxe é tão ou mais fluída do que os games 2D da franquia. Algo que merece ser louvado, é como a Nintendo consegue criar habilidades únicas para cada uma das 20 habilidades que podemos obter. Funcionando quase que como mecânicas novas, podemos abordar diferentes desafios por meio de diferentes habilidades. O game usa e abusa dos aspectos 3D, seja ocultando elementos pelos níveis, como dificultando nossa obtenção dos núcleos de energia que Kirby precisa capturar a fim de reparar a nave de Magolor.
Kirby: Return to Dreamland Deluxe nos apresenta como um deleite visual. Nos reapresentando uma história divertida, desafiadora e acima de tudo, fofinha. Quando Kirby captura seus inimigos, somos lançados em uma aventura que parece nos fazer sentir que somos capazes de tudo, apenas controlando aquela fofa bolinha rosa.
VEREDITO
Muito distante de desanimar os jogadores da versão de Wii U, Kirby: Return to Dreamland Deluxe se apresenta como um brilhante mergulho ao planeta Pop, nos mostrando diferentes facetas de antigos personagens. Com suporte para até 4 jogadores e a localização em português do Brasil, o game ganha um novo respiro e uma nova vida no Nintendo Switch.
Ao longo de pouco mais de 15 horas, me vi vidrado pelo quão desafiador e dinâmico o game é, nos forçando por vezes rejogar as fases a fim de garantir que não deixamos nada passar. Esse é outro elemento que me surpreendeu positivamente. O fator de replay do game é absurdo, já que nos permite encarar fases já jogadas com diferentes habilidades, nos permitindo tanto brilhar, quando acessar áreas não disponíveis anteriormente.
Nossa nota
5,0 / 5,0
Kirby: Return to Dreamland Deluxe foi lançado no dia 24 de fevereiro para Nintendo Switch.
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No último mês, recebemos o incrível Coraline, uma das obras mais assustadoras deNeil Gaiman. A versão lançada pela Rocco, vem ao Brasil no formato quadrinho e com ilustrações maravilhosas de P. Craig Russel. A parceria vem de mais de 30 anos, com o ilustrador já tendo adaptado diversos livros do autor.
Coraline ganhou os holofotes quando foi adaptado para animação stop-motion em 2009. E desde então, Gaiman tem tido cada vez mais mais destaque, com suas obras ganhando cada vez mais versões live-action, como foi com Lucifer – uma adaptação livre do personagem criado por Gaiman -, Deuses Americanos, Good Omens e o incrível Sandman.
A edição lançada no Brasil pela Editora Rocco faz um trabalho brilhante ao colocar na trama elementos factíveis, e uma ilustração bem mais humana e real. Focando quase que inteiramente no horror que é, ver humanos como os conhecemos com olhos de botões.
Trazemos neste artigo alguns pontos que foram adaptados da obra original de Neil Gaiman, tendo muito ou quase nenhum impacto sobre a trama original.
A DIFERENÇA GRÁFICA ENTRE O QUADRINHO E A ANIMAÇÃO
O quadrinho da Editora Rocco traz uma ilustração muito mais pé no chão do que o que foi visto na animação. Com elementos estilizados e visuais espalhafatosos, Coraline de 2009 contou com um estilo gráfico único. A ilustração de Russell é tão real quanto assustadora. E daí, vem o mais pesado aspecto desta história: ver humanos se transformar em criaturas horrendas, com grandes dedos que lembram garras e enormes dentes com sorrisos maléficos. E os olhos de botão são apenas a cereja do bolo.
WYBIE NÃO EXISTE NO LIVRO
Caso você tenha assistido a animação antes de ler o quadrinho, não se assuste ao não encontrar um dos mais intrépidos personagens do filme de 2009. Wybie tem um papel importante no filme e serve por vezes como um “guia” de Coraline pelo que ele se refere como a “Casa Rosa”.
No livro, Coraline é sua própria guia e o fato de ser uma “exploradora”, dá ainda mais destaque à personagem e sua amizade com O Gato, seu fiel confidente e protetor.
CORALINE MORA ORIGINALMENTE NA INGLATERRA E NÃO NOS ESTADOS UNIDOS
Não que isso influencie muito a história, mas a mudança de um continente ao outro estão basicamente ligadas aos hábitos de consumo de Coraline e seus pais. O diretor Henry Selick optou por ambientar o filme no Oregon pois havia escalado em grande parte atores americanos para o filme. As únicas personagens que mantiveram sua nacionalidade inglesa, foram as vizinhas de Caroline, a Srta. Spink e a Srta. Forcible.
A PERSONALIDADE DE CORALINE MUDOU COMPLETAMENTE
No quadrinho, Coraline é vista como uma jovem paciente, curiosa e resiliente, passando por vezes por apuros para evitar maiores conflitos sem reagir. No filme, ela é colocada como uma personagem reativa e é quase sempre vista como uma garota mal-humorada e difícil de lidar.
A forma como Gaiman descreve a personagem no livro, a coloca como uma criança inteligente, observadora e quieta. Já a versão do filme a faz se apresentar como uma personagem independente, por vezes mais audaciosa e mais respondona.
O OUTRO MUNDO É COMPLETAMENTE DIFERENTE
Ainda que o outro mundo pelo qual Coraline adentra não engane nossa protagonista no livro, a sua contraparte do longa se vê capturada por características únicas daquele lugar. Como um mundo lúdico e “reativo”, o diretor cria no longa sequências super interessantes que prenderiam a atenção de qualquer criança, dando aquele lugar um tom mais alegre e mais animador do que o mundo real, no qual nossa personagem vive.
A BONECA DE PANO COM OLHOS DE BOTÃO
Mais um elemento interessante do longa está contido em sua sequência inicial. O filme de Henry Selick nos apresenta a ameaça que Coraline enfrentará desde seus primeiros momentos. Com mãos que lembram agulhas e alfinetes, vemos uma boneca de pano ser construída com partes de outras até ganhar a forma de Coraline.
O filme estabelece que essa é uma das táticas da outra mãe de atrair crianças para seu mundo. Wybie tem mais um papel no longa além de servir como um guia, ele entrega a boneca que parece ter surgido em sua vida à Coraline. A jovem a partir dali leva a boneca para todos os lados em suas aventuras e explorações.
A boneca não é um elemento narrativo da história original de Gaiman, tendo sido criada inteiramente pelo diretor para o filme.
O OUTRO MUNDO
Quando Coraline fica presa no outro mundo e tenta fugir pela porta da frente da Casa Rosa, ela percebe que uma forte névoa cerca o lugar. Quando o gato conta a ela que é impossível fugir dali, ela não desiste e caminha até os confins daquele lugar. Como uma espécie de reprodução do mundo real, a outra mãe parece ter copiado apenas o que mais lhe interessa para prender a jovem do outro mundo: a casa e o jardim da frente. Quanto mais Coraline adentra a névoa, menos ela vê, pois não há mais nada ali, a não ser a casa e o jardim da frente.
Enquanto tenta se encaminhar para o ponto mais equidistante em relação à casa, Coraline retorna ao ponto de partida. Mostrando que aquele universo não é infinito, como o nosso.
A diferença está aí. No filme, a outra mãe cria para Coraline em uma tentativa de fazê-la ficar, um jardim com o formato de seu rosto. Repleto de magia e mistério, o lugar é cenário de um importante conflito que se dará ao final da história.
A OUTRA MÃE É MAIS ASSUSTADORA NO LIVRO
Ainda que a outra mãe de Coraline se transforme em uma das criaturas que a protagonista mais tem medo – uma espécie de aranha gigantesca -, o que quadrinho acaba por causar aos seus leitores uma sensação de perigo muito maior. Seja por seu estilo gráfico mais realista, que aliado ao texto de Gaiman nos causam um maior incômodo, vemos a história se desenrolar sem saber a extensão do poder do inimigo que Coraline enfrenta, o que é diferente no filme.
Algumas linhas de diálogo inclusive servem para nos causar um incômodo singular, estabelecendo o que a outra mãe é capaz de toda e qualquer coisa para obter seu objetivo.
FINAIS DIFERENTES
Na versão do filme, Wybie auxilia Coraline a se livrar da mão. O que é anticlimático e coloca a personagem de natureza independente como dependente da ajuda de alguém para salvar sua própria vida e aquela realidade.
O final do livro é bem mais interessante do que a versão do filme, pois diferente do fato da personagem precisar da ajuda de alguém para vencer o mal que ela enfrenta, ela descobre tudo sozinha. Um dos elementos mais interessantes da história é que Coraline vê sua vida ter alguns dias de tranquilidade antes de retornar à ação. E após alguns dias de descanso, enquanto a outra mãe tentava cruzar para seu mundo, ela monta uma armadilha e prende a mão no fundo do poço.
O quadrinho da Editora Rocco nos lança pelos mais diversos mistérios, mas causa certos incômodos. Mais incômodos do que a animação de 2009. O quadrinho está disponível para venda.
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