A 2ª temporada de Um de Nós Está Mentindo nos apresenta as consequências do fim da primeira temporada. Enquanto o “Clube do Assassinato” continua recebendo mensagens do aplicativo Simon Mandou, mesmo após a morte de Jake, o grupo se envolve em mistérios que vão além de sua compreensão e suas tramas se misturam com as de diversos personagens do Colégio Bayview.
Ao longo do segundo ano da série, testemunhamos a vida de Addy, Bronwyn, Nate, Cooper e Janae mudar completamente. Com um acontecimento que parece ser algo que os definirá pelo resto de suas vidas, a morte de Jake. Para relembrar os acontecimentos da primeira temporada, clique aqui.
SINOPSE
Uma nova pessoa se junta ao Quinteto de Bayview, e o grupo se vê ameaçado por Simon Mandou: uma figura misteriosa que sabe exatamente o que eles fizeram.
ANÁLISE
Ainda que o primeiro ano da série seja muito mais chocante que o segundo, entendemos aqui, que o sarrafo precisa ser colocado mais acima do que no ano interior, pois as ameaças se apresentam mais violentas e isso não é feito de maneira tão clara. O inimigo agora, parece “brincar” com suas vítimas de maneiras muito mais sádicas do que no passado, quase que os torturando aos poucos.
Quando o verdadeiro inimigo se revela, o que é visto na série é triste e anticlimático, de modo que a ameaça se apresenta como uma surpresa tirada dos dois últimos episódios da temporada, não havendo qualquer construção ao longo de toda a temporada. Por mais anticlimático que seja, as relações são colocadas a prova e os perigos que se apresentam para futuras temporadas se desenrolam sem que perigos passados tenham sido resolvidos.
Diferente da primeira temporada da série, um elemento que me tirou por diversas vezes da experiência, foi realizar que os atores que dão vida à personagens adolescentes tem facilmente mais de 30 anos, e faz da série ser uma espécie de Malhação permeada por mistérios.
Um de Nós está Mentindo falha miseravelmente em prender seus espectadores em seu segundo ano.
VEREDITO
A série da Netflix falha miseravelmente em contar uma trama concisa e enrola por 8 episódios enquanto a série poderia ter facilmente apenas 5. Quando personagens secundários ganham um episódio inteiro para contar seu lado e investigar todos os mistérios, é o ponto mais baixo que a série consegue alcançar. Em um segundo ano fraco, Um de Nós Está Mentindo se faz mais do mesmo enquanto tenta aumentar o perigo de sua trama apenas por fazê-lo escalar.
Desvirtude é o curta-metragem dirigido pela brasileira Gautier Lee, que foi ganhador de vários prêmios no Festival de Gramado. O curta é inspirado na música “En Tu Mora” de Baco Exu do Blues.
O curta encontra-se disponível no MUBI.
SINOPSE
Kenia, uma menina negra estudante de Jornalismo é agredida durante uma atividade na universidade e tem de lidar com repercussões e retaliações de seu caso.
ANÁLISE
Desvirtude é um curta-metragem que traz em sua mensagem o combate ao racismo nas universidades brasileiras. De forma sucinta, o enredo constrói uma mensagem impactante e necessária de como é estar na pele de uma jovem preta sendo vítima de racismo diariamente por seus professores.
A forma que o curta transmite essa mensagem é poderosa e única, servindo também de alerta para os jovens que sentem na pele o racismo; que infelizmente ainda está enraizado em nossa sociedade.
Além disso, o curta faz diversos easter egg a livros, HQs e música relacionadas à cultura negra. Esses detalhes são imprescindíveis para que o espectador possa ir em busca dessas obras para conhecer mais a fundo a extrema importância da cultura negra.
Em relação ao aspecto técnico, a produção tem uma excelente fotografia e conta com uma ótima trilha sonora. No entanto, o elenco, por serem iniciantes ainda não apresentam uma atuação tão natural e acabam sendo “mecânicos” em alguns momentos. Creio que com um pouco mais de tempo de preparação da equipe esse problema poderia ter sido resolvido.
É perceptível que esse curta é só a ponta do iceberg de uma carreira notável que está por vir para a Gautier Lee que faz um trabalho impecável e mostra que a luta contra o racismo deve ser realizada diariamente.
VEREDITO
Desvirtude, é um ótimo trabalho que coloca Gautier Lee no radar para ficarmos de olho, pois a diretora terá uma carreira muito promissora no cinema brasileiro.
Departamento de Conspirações ou Inside Job entrou em sua segunda temporada e adicionou ao elenco de voz o ator Adam Scott (Ruptura) como um coadjuvante.
SINOPSE DE DEPARTAMENTO DE CONSPIRAÇÕES
Depois da virada de mesa de Rand (Christian Slater), Reagan (Lizzy Caplan) e seus amigos agora devem lidar com o novo comando enquanto a cientista busca vingança contra o seu pai. As coisas mudam quando ela conhece Ron Stadler (Adam Scott), um homem que trabalha para Os Illuminati, rivais da Cognito.
ANÁLISE
Departamento de Conspirações foi uma grata surpresa dentro do catálogo da Netflix por conta de seu texto bastante ácido que faz troça com todos os doidos que vivem em um mundo paralelo, principalmente os extremistas, sobrando até para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Se no primeiro ano testemunhamos uma realidade completamente diferente e complexa com as confirmações de tais sandices, com um personagem orelha na figura de Brett (Clark Duke), agora a série animada aprofunda as relações, mantendo em alta toda a loucura da atualidade.
Se aproveitando de diversas pautas políticas e de temas bastante atuais, Departamento de Conspirações vai profundamente nas inseguranças de cada um de seus principais personagens. Reagan tem muito medo de não ser amada e respeitada, Brett precisa ser aceito a qualquer custo e os outros precisam se afirmar à sua maneira, o que é muito bem colocado no texto.
Visualmente não há um capricho estético, o que é ótimo, pois dá a liberdade criativa da Netflix levar ao máximo a ridicularização das caricaturas apresentadas. O roteiro soube aproveitar vários memes e situações grotescas que passamos para constranger e levar os protagonistas para as situações mais absurdas como, por exemplo, insinuar que alguns homens de Hollywood não se relacionam com mulheres mais velhas porque sugam sua energia vital pelo sangue, se mantendo jovens para sempre e dando chá de sumiço em suas cônjuges que tem idade acima dos 27 anos ou criando um político fake que se contradiz o tempo todo e angaria um monte de fanáticos prontos para matar se for necessário, algo bastante real.
VEREDITO
Departamento de Conspirações chega ainda mais afiada em sua segunda parte, abordando de forma extremamente sarcástica assuntos diversos e ainda construindo uma trama envolvente dentro de sua história. Por mais que a bola pareça cair em um episódio ou outro, todos possuem grandes momentos, sendo divertida e inteligente o bastante para nos cativar.
A cultura do fisiculturismo traz a busca de esculpir o corpo perfeito, fazendo com que cada fibra do corpo se torne fisiologicamente ideal seja em tamanho ou definição e, em alguns casos, se torna uma obsessão saindo do universo do esporte.
O concurso mais conhecido do fisiculturismo é o Mr. Olimpia, que iniciou-se nos anos 60 e algumas celebridades da cultura pop participaram da disputa como Arnold Schwarzenegger e Lou Ferrigno sendo o primeiro vencedor de algumas edições.
Nos anos 90 surge Ray McNeil, um fisiculturista promissor que começa a se destacar no meio e cinco anos depois é assassinato por sua esposa no dia de São Valentim (Dia dos Namorados na cultura americana).
O documentário dividido em três partes Sally: Fisiculturismo e Assassinato, foi lançado no ultimo dia 2 de novembro no serviço de streaming Netflix, dirigido por Nanette Burstein e recorda todos os detalhes da vida do casal Ray e Sally McNeil desde a sua relação até o dia do assassinato.
SINOPSE DE SALLY: FISICULTURISMO E ASSASSINATO
Amigos, familiares e a própria fisiculturista Sally McNeil relembram o caso do chocante assassinato de Ray McNeil, que ocorreu no Dia dos Namorados em 1995, cometido pela própria Sally que atirou contra Ray. Um caso complexo que envolvia fama, família e violência doméstica.
ANÁLISE
Dividido em três episódios o documentário aborda da forma mais neutra possível todos os acontecimentos que circundam o assassinato de Ray e o processo Sally como a responsável pelo o que ocorreu.
Como um registro que busca a neutralidade as entrevistas com pessoas próximas ao casal, os filhos e a própria Sally McNeil trazem diversas reflexões a respeito de assuntos que na década de noventa eram tratados sem a devida atenção.
Além da rotina de ambos a produção procura pelas pessoas que fizeram parte do julgamento como o promotor Dan Goldstein o advogado de defesa e a própria cobertura dos meios de comunicação a respeito de Sally e como idealizaram a acusada.
O documentário é muito relevante para diversas discussões sociais como relacionamentos tóxicos, violência doméstica, o uso de anabolizantes feito pelos praticantes do fisiculturismo e como um ambiente tão hostil se torna um trauma geracional para os filhos.
A condução das entrevistas expõe todos os detalhes a respeito da versão de Sally, que claramente entende como uma oportunidade que não lhe foi dada e fala de forma detalhada a sua perspectiva, revelando a complexidade entorno do caso que erroneamente não foi compreendida no período.
Acredito que a mensagem mais importante esta em torno da violência contra a mulher, a dificuldade em falar sobre este tema como vivência, relembrar coisas dolorosas e as consequências em torno de um relacionamento tóxico.
Também podemos pensar sobre como este documentário também aborda a cultura de violência que existe na sociedade norte americana, a desvalorização da figura feminina e a como os meios de comunicação retrataram esta mulher em escuta da sua narrativa.
Interessante que mostrando o lado de Sally se pode compreender que ela não é uma mulher inocente, como em muitos documentários procura passar a impressão, mas uma mulher que tinha defeitos, virtudes e uma história de vida muito problemática.
A direção de Burnstein além de abordar o caso mostra o desfechos das figuras centrais apresentadas que são Sally e os seus filhos, criados por seus avós durante o cumprimento de sua pena, mostrando a herança maldita do trauma geracional e o estágio mais recente desta relação familiar.
VEREDITO
Com um material polêmico, reflexivo e aborda questões atuais que devem sempre ser discutidas Sally: Fisiculturismo e Assassinato é um documentário que aborda de forma mais ampla um dos assassinatos mais chocantes da década de noventa.
Beacon Pines é um jogo desenvolvido pela Hiding Spot Games e distribuído pela Fellow Traveller. O game está disponível para PC, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.
Confira abaixo a nossa crítica de Beacon Pines para Nintendo Switch.
SINOPSE
Tem algo estranho acontecendo no antigo armazém, e Luka e seus amigos parecem ser os únicos que perceberam. Saia de fininho à noite, faça novas amizades, descubra verdades secretas e colete palavras que mudarão o destino!
USE AMULETOS PARA REESCREVER EVENTOS
Ao ajudar Luka a investigar os eventos estranhos em Beacon Pines, você coletará amuletos dourados especiais com palavras gravadas. Eles podem ser usados em momentos decisivos da história para preencher o espaço de uma palavra e mudar tudo o que virá depois.
DESCUBRA NOVOS CAMINHOS
Como leitor do livro, você explorará os momentos decisivos da história usando A Crônica: uma história interativa com ramificações que se expandem com as suas escolhas. Ao explorar um grupo de eventos, você poderá desbloquear novos amuletos para usar em outra ramificação, permitindo que você alterne entre diversas versões da história para desvendar os mistérios de Beacon Pines.
ANÁLISE DE BEACON PINES
Beacon Pines é uma daquelas joias escondidas em um catálogo enorme de games disponíveis no Nintendo Switch. Lançado em setembro de 2022, o jogo da Hiding Spot Games é uma viagem eletrizante e imersiva que surpreende a cada novo desdobramento.
O enredo se passa em um livro que está incompleto. Você, como leitor, terá que completar as partes faltantes, levando a história de Luka e seus amigos para diferentes caminhos. Beacon Pines está longe de ser uma experiência feliz, pois apesar dos gráficos belíssimos e dos personagens fofos, sua história é sombria e triste.
Durante a trama você viverá o personagem Luka, uma criança que já sofreu muito em pouco tempo de vida. Luka possui um grande amigo, Rolo, e é por meio da habilidade dos dois de se meter em confusão que boa parte das situações macabras se desenrolam.
A cada nova palavra que você descobre, aqui chamadas de charm, é possível testar o curso da narrativa e encontrar um novo final para essa grande odisseia. As combinações são múltiplas e cada uma delas traz explicações importantes sobre os acontecimentos em Beacon Pines. Portanto, apesar dos diversos becos sem saída, não há aquela sensação de ter perdido tempo quando um final não termina da forma que você gostaria.
Créditos: Divulgação / Fellow Traveller
Além do ótimo material gráfico e do roteiro fantástico, Beacon Pines possui um trabalho de narração incrível e uma trilha sonora que combina muito bem com os acontecimentos. Por mais que você não faça grandes movimentos de ação com os personagens, é possível explorar bastante a cidade, e a história faz valer a pena cada reviravolta encontrada no meio do caminho.
O principal fator que faz Beacon Pines um jogo tão bacana é a emoção. É impossível não se sentir envolvido pela história de Luka e seus amigos, e a cada final você se sente ainda mais conectado com a trama. A forma como você se apega aos personagens é genuína, e os diversos finais conseguem emocionar bastante e deixar o coração quentinho.
Todos os personagens retratados na história principal possuem desenvolvimento, explorando não só seus medos, mas suas aspirações para o futuro. Por muitos serem crianças, a inocência também está presente, tornando tudo ainda mais melancólico e devastador.
Créditos: Divulgação / Fellow Traveller
Infelizmente, o jogo não possui localização em português, o que é algo restritivo, pois diálogos e explicações são o fio condutor do game. Acredito que é uma grande pena não termos o jogo localizado, pois certamente faria com que mais pessoas tivessem interesse no título da Hiding Spot Games e poderia trazer grande notoriedade.
Por fim, Beacon Pines é uma experiência narrativa belíssima e extremamente recompensadora. Com personagens carismáticos, uma história envolvente e conteúdo imersivo, é difícil não sentir saudade de toda a experiência quando ela acaba. O desfecho oficial é simplesmente perfeito e vale toda jornada percorrida ao chegar até ele.
VEREDITO
Beacon Pines é um excelente jogo de narrativa desenvolvido pela Hiding Spot Games. Com aspectos técnicos perfeitos e um conteúdo realmente envolvente, é um dos jogos indie para Nintendo Switch que você precisa conhecer.
Nossa nota
5,0 / 5,0
Assista ao trailer de Beacon Pines:
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Wandinha é a nova série original do catálogo da Netflix. Criada por Alfred Gough e Miles Millar, a produção conta com episódios dirigidos por Tim Burton, James Marshall e Gandja Monteiro.
Fazem parte do elenco principal os atores Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán e Christina Ricci. O seriado estará disponível na Netflix no dia 23 de novembro.
Confira abaixo nossa crítica sem spoilers da produção.
SINOPSE DE WANDINHA
Inteligente, sarcástica e apática, Wandinha Addams (Jenna Ortega) pode estar meio morta por dentro, mas na Escola Nunca Mais ela vai fazer amigos, inimigos e investigar assassinatos.
ANÁLISE
A Família Addams é uma franquia muito conhecida e adorada no mundo todo. Desde o seu surgimento, o grupo familiar gótico e sombrio dominou a cultura pop, sendo uma marca forte e lembrada até os dias atuais. Seja por meio dos quadrinhos, das adaptações live-action para o cinema e TV, ou dos jogos de videogame, a família se saiu muito bem em diversos formatos, angariando fãs de diversas gerações.
Dentre os personagens mais carismáticos da família está Wandinha, uma pequena garota com ar apático, mas que possui muita empolgação para assuntos macabros. Para o novo mundo da Geração Z, talvez Wandinha seja a personagem ideal para exemplificar a fadiga social que toma conta do contexto pós-pandêmico: uma jovem fiel à sua originalidade e que simplesmente tem aversão à opinião alheia.
Portanto, adaptar a personagem para uma série solo foi uma ótima sacada dos criadores Alfred Gough e Miles Millar. Mesmo que a produção já tenha ganhado o status de “série do Tim Burton”, o famoso diretor só participa de alguns episódios e, mesmo sendo produtor executivo, o seriado está longe de imprimir suas marcas registradas na história – principalmente quando falamos de visuais.
Trazer a personagem para o século XXI, como feito com outros personagens clássicos em produções recentes, é uma atitude ousada e que, de certa forma, tira um pouco o charme da história. Porém, quando bem adaptado, pode ser um grande acerto. Entretanto, Wandinha possui diversos deslizes em sua história, o que torna o resultado um pouco decepcionante.
Em Wandinha, a personagem principal já foi expulsa de diversas escolas comuns ao longo dos anos. Se vingando dos colegas (com requintes de crueldade), Wandinha cria grandes problemas para a sua família, que acaba decidindo matricular a menina naEscola Nunca Mais para Excluídos.
Com uma pegada Hogwarts macabra, a Escola Nunca Mais abriga diversos tipos de criaturas. Lobisomens, Sereias, e outros tantos “monstros” que conhecemos na cultura folclórica. Mortícia (Catherine Zeta-Jones) e Gomez (Luis Guzmán) também fizeram parte da escola em sua época de juventude, e entendem que esse seja o caminho ideal para Wandinha encontrar satisfação via sofrimento.
A série, portanto, se passa boa parte na escola e também na cidade de Jericho, município que se mantém às custas do dinheiro provido pela escola. Jericho é um município fundado por peregrinos e historicamente existe um desdém da população com os Excluídos, tornando esse impasse uma tensão entre moradores e alunos.
Com 8 episódios, Wandinha avança lentamente em sua história, criando uma possível ameaça para a personagem principal com uma trama adolescente de suspense. Verdade seja dita, não fosse pelo nome Wandinha, a série poderia se encaixar como qualquer outra trama juvenil de suspense da Netflix.
Visualmente, o seriado também não se diferencia dos demais. Por se tratar de uma série com uma personagem de A Família Addams, eu esperava que os visuais fossem melhor aproveitados, criando uma atmosfera mais parecida com o que vemos nas mídias da franquia. Entretanto, tirando a ótima Jenna Ortega como Wandinha, todo o restante parece… comum.
Apesar do roteiro não ter uma ótima história para a Wandinha, a direção é muito bem executada. Não só os episódios dirigidos por Burton como, também os encabeçados por James Marshall e Gandja Monteiro. O recurso de utilizar Mãozinha em momentos que valorizam a história, acabam nos lembrando do charme que a franquia possui e quebram um pouco o ritmo de drama infantil do roteiro.
Dentre Harry Potter e A Família Addams, Wandinha vai mais para a primeira opção, mas infelizmente há diversos dramas desnecessários envolvendo outros personagens que acabam atrasando a trama e deixam os episódios do meio da temporada um tanto quanto morosos.
Apesar da consistente season finale, o melhor episódio da temporada é o número 5. Com ótimas atuações e uma subtrama interessante, o capítulo dá uma pequena amostra do que a série poderia ser se mantivesse um pouco mais fiel às suas raízes.
Quanto ao elenco, todos funcionam muito bem em cena. Apesar de alguns atores não parecerem adolescentes, como é o caso de Hunter Doohan que dá vida ao personagem Tyler Galpin, o elenco possui uma boa química. Além de Jenna Ortega, Christina Ricci, Emma Myers e Gwendoline Christie também estão ótimas em seus papéis, e é bem legal ver Ricci – a Wandinha das produções clássicas – e Ortega atuando juntas.
A primeira temporada de Wandinha é, portanto, uma produção interessante, mas longe de alcançar as expectativas criadas para a personagem e para o elenco envolvido. Se houver a possibilidade de uma segunda temporada, é torcer que haja espaço para a trama investir em um suspense mais complexo e interessante, deixando as amarras dos clichês adolescentes um pouco de lado.
VEREDITO
Com bom humor e um ótimo elenco, Wandinha é um entretenimento regular, mas que provavelmente fará bastante sucesso devido à personagem principal. Os personagens são cativantes e, apesar das derrapadas de roteiro e ritmo, a série é muito bem dirigida.
Com potencial para alcançar o Top 10 da Netflix e se tornar muito popular no TikTok e Twitter, talvez Wandinha possa ser renovada para um novo e trazer uma trama mais coesa e interessante, à altura da perspicácia da filha exemplar dos Addams.