The Wilds: Vidas Selvagens retorna ao Prime Video dois anos após o lançamento da primeira temporada. Nessa nova trama, a produção inicia seus acontecimentos a partir do gancho deixado na última temporada, introduzindo um novo grupo de adolescentes na história.
The Wilds é criada e produzida por Sarah Streicher ao lado da showrunner e produtora executiva Amy Harris. Nós tivemos a oportunidade de assistir aos oito episódios antecipadamente e trazemos nossa crítica sem spoilers sobre a produção. A segunda temporada estreia no dia 6 de maio.
SINOPSE DA SEGUNDA TEMPORADA
A sobrevivência está em jogo para um grupo de adolescentes presas em uma ilha deserta, após a descoberta explosiva de que o que está acontecendo com elas é um elaborado experimento social. A segunda temporada aumenta o drama e mantém você curioso, com a introdução de mais cobaias – uma nova ilha de adolescentes – que também devem lutar pela sobrevivência sob o olhar atento do mestre de marionetes do experimento.
ANÁLISE
The Wilds retorna em seu segundo ano com uma proposta mais ampla, abrangendo não só o grupo feminino de adolescentes (apresentado na primeira temporada) como, também, um grupo de meninos.
Kirin (Charles Alexander), Rafael (Zack Calderon), Josh (Nicholas Coombe), Seth (Alex Fitzalan), Ivan (Miles Gutierrez-Riley), Henry (Aidan Laprete), Bo (Tanner Rook) e Scotty (Reed Shannon) são os azarados que caem no experimento da ilha deserta. Assim como na primeira temporada, a trama cria seus ganchos para manter o espectador interessado no plot dramático ocorrido na ilha durante as semanas em que o grupo permanece no local.
Se no primeiro ano The Wilds tirou o tempo necessário para explorar e se aprofundar nos traumas de seu grupo principal, agora a produção peca pelo excesso. Ao manter mais de uma linha cronológica que desenvolve histórias paralelas de 15 personagens, o seriado se enrola em seus acontecimentos, perdendo a profundidade criada no ano um.
Na temporada inaugural, a estrutura de The Wilds era simples, mas eficaz: o público teve a oportunidade de conhecer cada personagem em um episódio específico, acompanhando paralelamente o que aconteceu na ilha e os depoimentos delas no tempo presente.
Nessa nova temporada, por outro lado, tudo é multiplicado. A trama precisa apresentar cada um dos oito novos personagens, desenvolver os acontecimentos em aberto da ilha das meninas, mostrar a situação da ilha dos meninos e apresentar os acontecimentos no tempo presente.
Nesse meio tempo, a série de Sarah Streicher ainda encontra espaço para explorar um pouco mais dos devaneios de Gretchen (Rachel Griffiths) e seus assistentes Daniel (David Sullivan) e Dean (Troy Winbush).
Os roteiros dos episódios, que possuem em seus créditos os nomes de Streicher, Harris, Leon Chills, A. Rey Pamatmat, Melissa Blake e Franklin Hardy, começam a acelerar os acontecimentos a partir do meio da temporada, tentando encaixar as diversas pontas soltas existentes. Todo esse esforço só entrega uma trama pouco inspirada e, de certa forma, vazia, mesmo com alguns momentos corajosos e desafiadores.
Confesso que a primeira temporada me surpreendeu positivamente, pois trouxe além do ímpeto pela sobrevivência, um estudo aprofundado de cada uma das personagens. Nesse ano, por outro lado, poucas são as histórias do grupo masculino que você consegue realmente se conectar. Destaco os personagens Kirin, Seth e Ivan como os que trouxeram debates interessantes e, por vezes, polêmicos. Foram também as atuações que mais me chamaram a atenção. Josh e Rafael também são bem relevantes, mas o restante acaba passando despercebido.
Os melhores momentos da segunda temporada são, de fato, quando a trama se volta para o núcleo feminino. Os arcos de Shelby (Mia Haley), Toni (Erana James) e Rachel (Reign Edwards) são os mais sentimentais e profundos deste ano.
Entretanto, assim como o grupo masculino sofreu com o restrito tempo de tela, Dot (Shannon Berry), Fatin (Sophia Ali) e Martha (Jenna Claue) também ficaram em segundo plano. Sarah Pigeon segue sendo o grande fio condutor de The Wilds, mantendo seu protagonismo intacto.
É fato que nos conectamos mais com essas personagens porque, além de conhecermos suas histórias e entendermos seus traumas e características, realmente nos importamos com o que irá acontecer a cada uma delas durante o experimento. Queremos saber se elas vão descobrir a verdade, se encontrarão suas famílias novamente e se conseguirão seguir em frente apesar de todo o terror da ilha.
De fato, é muito triste ver o declínio dessa narrativa, pois o seriado era realmente cativante e instigante. As personagens tinham motivações reais, a história fazia sentido e a season finale do primeiro ano trouxe momentos eletrizantes. É difícil encontrar séries adolescentes que sejam diferentes e consigam mesclar estilos e ideias realmente criativas, e The Wilds era realmente uma exceção nesse sentido.
VEREDITO
Com um início interessante, mas um desenrolar apressado, a segunda temporada de The Wilds deixa muito a desejar. Em comparação ao seu ano anterior, a produção criada por Sarah Streicher peca pelo excesso não só de personagens, mas de situações vazias.
Nossa nota
2,9/5,0
Assista ao trailer da segunda temporada de The Wilds:
O visionário cineasta Robert Eggers (O Farol) roteirizou e dirigiu um imersivo épico viking jamais visto no cinema.
O Homem do Norte estreia no dia 12 de maio.
NAVIOS
O designer de produção Craig Lathrop também supervisionou a produção de dois típicos navios vikings, bem como a grande variedade de armas que dá à O Homem do Norte elementos adicionais de autenticidade, terceirizando seus designs para artesãos do ramo.
Os navios, um dracar ou langskip, navio longo de guerra com uma vela alta, e um knörr, navio mercante mais pesado, foram construídos à mão na República Tcheca, no prédio de uma antiga escola. Em seguida, o departamento de produção teve que transportá-los, pela Europa, durante o bloqueio da pandemia de Covid-19.
Em consonância com o modo tradicional de trabalho de Robert Eggers e Lathrop, tudo nos navios tinha que ser autêntico. Os rebites foram aprovados por um estudioso viking.
O ator Alexander Skarsgård, comentou:
“Assistindo ao filme, você nunca saberá a diferença, mas Rob sabe. Basta olhar para A Bruxa ou O Farol, e você pode perceber isso. Ele quer que tudo dentro de um quadro seja autêntico, sem se importar se será uma tomada em primeiro plano ou em segundo plano com o fundo embaçado.”
Para as cenas marítimas adicionais, a produção utilizou navios de um museu na Irlanda, e vários outros do Museu de Construção Naval de Roskilde, na Dinamarca, embarcações construídas à mão com ferramentas típicas da Era Viking.
Ralph Ineson, que interpreta Volodymyr, o capitão que dirige o navio knörr para a Islândia, comentou:
“Como ator, o grau de autenticidade da construção naval nos ajuda muito mais do que podemos até imaginar. Sentir esse barco, a madeira maciça, as cordas, de uma forma tátil, colaboram muito para a qualidade do seu desempenho, mas também cria essa atmosfera assustadora – especialmente com Anya Taylor-Joy na frente do navio convocando os deuses do vento, como Olga.”
ARMAS
O mestre de armas Tommy Dunne, que também trabalhou em Game of Thrones, encontrou parte de seu trabalho já muito bem encaminhado quando passou a integrar a equipe de O Homem do Norte, já que Craig Lathrop e o departamento de arte tinham feito uma extensa pesquisa sobre armas vikings.
Todas as armas de O Homem do Norte foram feitas à mão, e Dunne confirmou com historiadores as armas específicas que cada personagem usaria e por quê. O trabalho de Tommy Dunne incluiu pesquisar as dimensões de espadas, escudos e machados, fornecer madeira para as alças das armas, e garantir que cada arma estivesse adequada à época. Usando ferreiros para executar os designs em sua própria fundição, em Dublin, Dunne garantiu que as armas fossem forjadas no estilo apropriado, eslavas ou islandesas. Eram réplicas dignas de figurar em museus.
As armas berserker, por exemplo, tinham que refletir a preferência dos guerreiros por combate corpo-a-corpo em pequenos cantos durante furtivos e rápidos ataques. Os vikings eslavos eram mais propensos a usar espadas e lanças de longa distância, para manter os inimigos o mais distante possível.
Tommy Dunne explica a diferença dos berserkers de um viking eslavo:
“Os berserkers tinham ombros grandes e menos amplitude de movimento com os braços, então eles usavam seaxes, semelhante a uma faca de lâmina longa, machados curtos e um escudo ocasional. Os berserkers gostavam de ser bárbaros, lançando-se em cima do inimigo, com mordidas, arranhões e até arrancando a sua pele; já os eslavos lutavam de longe.”
Em várias das cenas de luta, duplicatas de armas metálicas foram feitas de borracha ou bambu para garantir a segurança no set, mas um cuidadoso e detalhado trabalho de pintura fez com que as armas falsas parecessem reais. O coordenador de dublês C.C. Smiff (Game of Thrones) trabalhou com os atores, inclusive Alexander Skarsgård, na orquestração das cenas de batalha, mais uma vez com o foco na autenticidade dos movimentos e do manejo de espadas, escudos e machados durante as pesadas sequências de ação.
FIGURINOS
A figurinista Linda Muir foi encarregada de criar o guarda-roupa de três mundos cinematográficos distintos em O Homem do Norte, que representavam culturas e tradições diferentes, para o elenco principal e centenas de figurantes.
O filme também marcou a primeira experiência da figurinista com a criação de capacetes e armaduras.
A figurinista também fala sobre a quantidade de figurinos necessários para o longa:
“O volume de trajes foi um grande desafio. Nosso supervisor de figurinos compilou os números: 158 provas com as quais fizemos 918 trajes principais costurados à mão. Só a Rainha Gudrún usa 20 variações do mesmo design, cada uma servindo a propósitos diferentes.”
A exaustiva pesquisa da figurinista sobre a Era Viking começou com a leitura das Sagas dos Islandeses, uma coletânea da literatura medieval que retrata as vidas e os atos dos homens e mulheres nórdicos que se estabeleceram pela primeira vez na Islândia, por volta do ano 870. Mas as Sagas foram escritas 200 anos após o período do filme, o século X. Ou seja, os figurinos que ela queria pesquisar, simplesmente não existiam.
Depois de consultar livros sobre o corte e a estrutura de roupas medievais primitivas, Linda Muir vasculhou sites online que projetam e vendem roupas para performers ou eventos vikings. Através desta comunidade, ela encontrou tecelões de twill e lãs, com tecelagem simples, além de outros trajes e acessórios.
Para conferir mais modelos de inspiração medieval, visitou o Museu Britânico e, logo depois, lojas de aluguel de roupas em Londres, Roma e Madri, onde encontrou poucas peças que poderia usar na telona. Para O Homem do Norte, a figurinista teria mesmo que criar designs originais de tudo, incluindo armaduras.
Depois dessa extensa pesquisa, a figurinista criou 120 figurinos originais. Para a multidão de figurantes, desenhou cerca de 750 trajes masculinos e 430 roupas femininas para aldeões e aldeãs eslavos, escravos e escravas do Báltico, trabalhadores domésticos e homens e mulheres vikings de status alto e baixo.
A produção foi dividida em três mundos cinematográficos distintos, cada um com trajes variados segundo a riqueza, o status e a posição social do personagem.
O primeiro mundo, um reino insular, pedia roupas vikings sofisticadas, condizentes com a realeza, além dos trajes de menor status para o grupo de assassinos a cavalo. O segundo, um dos mais elaborados do filme sob a perspectiva dos figurinos, dada a variedade de trajes criados por Linda Muir, é a Terra de Rus, onde Amleth (Alexander Skarsgård) e seus berserkers invadem uma vila eslava durante o verão.
Essas cenas pediam designs influenciados pela Europa Oriental, incluindo túnicas de linho, trajes de batalha de pele, alguns até com cabeceiras de animais, vestidos bordados para as mulheres eslavas dos aldeões, e um figurino de tirar o fôlego para a misteriosa bruxa vidente, interpretada por Björk.
“O bordado era um ato espiritual neste tipo de aldeia e, também, um meio de comunicação. Assim, seu traje reflete seu status de comunicadora, tanto com os aldeões como com os deuses. Se cada mulher borda suas esperanças benevolentes para seus familiares em suas roupas, então a vidente escreve para toda a comunidade. Eu digo escreve porque, na época, aparentemente a palavra eslava para bordado é a mesma palavra que atualmente significa escrever.”
No filme, Björk veste a mesma roupa de linho que os aldeões eslavos, incluindo Olga, personagem de Anya Taylor-Joy, mas os acessórios que usa em sua breve aparição a elevam a um plano de outro mundo que exala poder e temor: seu longo vestido shift é todo coberto de motivos bordados; a saia dianteira aberta foi feita de cintos de tecidos costurados à mão verticalmente, e ornamentados com sinos feitos sob medida; as braçadeiras de casca de bétula são mantidas no lugar graças a engenhosas finas faixas de sustentação; e o cocar da personagem é a versão de um cocar de casamento ucraniano tradicional. Afinal, ela é “casada” com os deuses.
“Robert tinha uma imagem de Björk em um cocar feito de trigo, mas nós o fizemos de cevada com uma faixa de linho bordado na testa, na qual penduramos anéis do tempo dourados e fios de conchas que obscurecem seus olhos perdidos. Fizemos dezoito colares diferentes só para a Bruxa Eslava.”
Para as cabeceiras de animal, usadas durante o bestial ataque dos berserkers, a figurinista recorreu a uma famosa dupla italiana de design de criaturas, um escultor e um especialista em peles, que fizeram as cabeças de animais em Roma. No total, foram criadas treze peças de cabeça, lobos e ursos, e um cocar único feito para Skarsgård, porque seu espírito animal durante o ataque é um híbrido dos dois.
O terceiro mundo cinematográfico do filme é a fazenda da família de Fjölnir na Islândia. Para ele, Linda Muir criou os figurinos dos personagens de status elevado basicamente com tecidos de lã, mas sem grande ostentação, mesmo para os quatro principais membros da família. Foram confeccionados mantos de lã felpuda para Fjölnir, shifts longos para a Rainha Gudrún, e roupas de linho simples para seus dois filhos mais novos: cada um transmitindo um ar de prosperidade através de linhas claras e belas. Um mundo distante do mundo mágico dos eslavos.
Em parceria com o designer de armaduras Giampaolo Grassi, Linda Muir aprendeu a dominar os estilos de armadura para O Homem do Norte, recorrendo ao ilustrador da Era Viking, Andrew Cefalu para ajudá-la, por sua experiência com os vários estilos da época.
“Os exércitos vikings muitas vezes se vestiam de acordo com o status, então precisávamos ter uma variedade de trajes. O soldado de grau mais baixo pode ter proteção mínima de couro, enquanto os vikings de alto grau de status usavam elaboradas camisas de corrente e capacetes de metal.”
Eggers tinha solicitações muito específicas para os capacetes do filme O Homem do Norte, o que resultou em mais dedicação de Linda Muir e sua equipe.
“Ele queria um ajuste confortável, e para os capacetes com sobrancelhas de metal ou máscaras, as aberturas dos olhos e o comprimento do protetor do nariz tinham que ser precisos e exatos.”
TRILHA SONORA
Para dar vida sonora à Era Viking, Robert Eggers convidou Robin Carolan e Sebastian Gainsborough, baseados atualmente na Inglaterra, dedicados à música eletrônica, para embarcar na sua primeira composição para trilha sonora de cinema. O cineasta conheceu Carolan quando ambos moravam no Brooklyn, antes ainda de conquistar prestígio internacional com A Bruxa. Carolan conhecia Gainsborough por seu projeto musical Vessel, lançado pela gravadora cult de Carolan, Tri Angle. Muito familiarizado com o trabalho da dupla, Eggers sabia que eles topariam o desafio.
Carolan conhecia bem a natureza meticulosa do trabalho de Eggers, ele leu os roteiros de todos os seus filmes, incluindo O Farol, em várias fases da produção:
“Os roteiros anteriores eram peças de câmara, duas pessoas em uma sala dialogando uma com a outra. Já O Homem do Norte tinha uma enorme variedade de personagens em vários locais – a escala dele era intimidadora.”
Para a partitura, Eggers queria instrumentos da Era Viking – principalmente instrumentos de sopro e cordas, com algumas poucas concessões feitas para tambores, um ponto de discórdia entre historiadores que ainda debatem seu uso entre as culturas nórdicas na Era Viking.
Carolan e Gainsborough tiveram que conhecer instrumentos obscuros como o tagelharpa, uma lira com cordas feitas de pelos de cavalo, e o langspil, uma cítara islandesa, além de tubos de chifres de madeira, osso e chifre animal.
“Nunca usamos esses instrumentos antes e tínhamos que encontrar uma maneira de tirar o que precisávamos deles. Estilos hipotéticos de canto viking também foram integrados ao som, desde o canto da garganta até o canto inspirado em kulning, uma espécie de iodelei nórdico.”
Carolan e Gainsborough consultaram o musicólogo dinamarquês Poul Høxbro, especializado em tentar recriar a música da Era Viking – que apresentou os compositores a atores e cantores especialistas nessas tradições.
“Inicialmente, íamos evitar violinos e violoncelos – qualquer coisa usada nos últimos 500 anos. Com as texturas dissonantes e arcaicas de O Homem do Norte, não queríamos que nada soasse muito suave. Ficamos o mais perto possível, musicalmente, da Era Viking.”
No final, os instrumentos vikings foram acompanhados de cordas sinfônicas e coro. Carolan e Gainsborough criaram uma partitura hipnótica, elevada, sedutora e, muitas vezes, estrondosa.
FOTOGRAFIA
O Homem do Norte é o primeiro filme de ação de Robert Eggers, que em circunstâncias normais teria permitido que seu diretor de fotografia, Jarin Blaschke, expandisse o acesso a equipamentos de câmeras 35 mm, que possibilitam mais margem de movimento e de manobras no estilo da fotografia. Mas Eggers queria manter a filmagem de câmera única que a dupla vem desenvolvendo desde sua primeira colaboração, há 13 anos, no curta-metragem The Tell-Tale Heart, baseado no conto homônimo de Edgar Allan Poe.
“Estou acostumado a trabalhar com Robert nesse esquema muito contido de duas mãos e quatro mãos [referindo-se a produções de menor escala com o mínimo de personagens em locais e espaços mais contidos]. Nós não estávamos tentando fazer Birdman ou 1917 aqui. Tem mais a ver com reduzir os elementos ao essencial, o que pode ser enganoso, porque você tem que pensar sobre isso por um longo tempo. Como você compõe todas essas imagens com todos esses personagens e as ideias abstratas em fluxos de informação claros e agradáveis?“
Como O Homem do Norte é um filme de ação com sequências de luta meticulosamente coreografadas, elenco de centenas de figurantes, várias locações e aldeias representando diferentes países, culturas e regiões, a decisão de filmar em câmera única – resultando em menos cortes na sala de edição – foi controversa.
Robert Eggers explica:
“O tipo de cinema que Jarin e eu gostamos é feito por cineastas que contam histórias com simplicidade e franqueza, e que tentam encontrar imagens essenciais para contar suas histórias. Eu sei por que as pessoas fazem filmes como este com várias câmeras e muitas imagens adicionais, porque é difícil fazê-lo de outra maneira. A pressão de planejar tudo nos mínimos detalhes para filmar uma única câmera é frustrante, e certamente deixou o estúdio exaltado.”
O Farol tinha uma estética distinta, criada com uma fotografia primitiva, e A Bruxa usou pinturas da época como inspiração visual e tonal, mas apesar de um elaborado look-book (bíblia do visual) concebido por Eggers, e o bônus da pesquisa meticulosa do cineasta, Blaschke não tinha referências visuais específicas para O Homem do Norte:
O Homem do Norte possibilitou a Jarin Blaschke a utilização de novas ferramentas e técnicas, incluindo planos em movimento, câmeras em carros, guindastes e coordenadores de dublês e coreógrafos comprometidos a fazer com que as cenas de ação fluíssem suavemente, de modo a permitir que ele e Robert Eggers captassem todos os movimentos com uma única câmera.
Uma das cenas mais difíceis de filmar foi o ataque berserker, a segunda grande sequência de ação no filme, após a decapitação do Rei Aurvandil. O desafio para Blaschke era enquadrar não apenas o ataque, mas tudo o que estava acontecendo na periferia da cena:
“É simples assistir por 90 segundos na tela. Mas levamos quatro dias para filmar a cena – a abordagem de múltiplas câmeras teria sido um pesadelo. Acertar cenas como essa é muito difícil. Quando você assiste a grandes filmes de ação e aventura, ficamos tão acostumados com dezenas e dezenas de cortes, porque os cineastas usaram várias câmeras e captaram vários ângulos diferentes em cada cena. Espero que nosso filme seja diferente, se mova de forma diferente, porque não há tantos cortes. Espero que seja mais imersivo.”
O ataque berserker consiste em uma tomada longa, complicada e coreografada à exaustão com mais do que algumas peças em movimento, tornando-se uma das cenas mais emocionantes do filme.
Para Alexander Skarsgård, filmar as cenas de luta sob a estética de câmera única foi muito desafiador, porque exigia que os atores e dublês repetissem a mesma cena várias vezes:
“Filmar essas cenas foi mental e fisicamente desgastante, porque tivemos que fazer algumas delas 25 vezes. Se um único soco não sai como deveria, você tem que fazer tudo de novo. Espero que o público sinta algo diferente com a filmagem em câmera única, porque há mais fluidez nas cenas de luta, justamente porque há menos cortes. Parece mais imersivo e real, como se você estivesse dentro da cena.”
O mau tempo também se revelou um desafio para a equipe de filmagem, mas muitos dos atores o receberam bem.
Para diz Wilhem Dafoe:
“Nos filmes de Robert, o clima importa. Tempo bom é ruim para as filmagens. Queríamos tempo ruim e tivemos.”
O ator Claes Bang concorda:
“Filmamos em encostas na Irlanda do Norte com lama até os joelhos, era quase impossível até caminhar nas locações. Teve chuva, vento, tudo isso, mas tinha também aquela crueza que precisávamos para dar à história algo a mais. Trabalhar lá foi um desafio, com todas as tomadas individuais, sets grandiosos, cavalos, figurantes, lama.”
A atriz Anya Taylor-Joy se diverte lembrando:
“Não foi necessário imaginar nada para entrar no estado de espírito viking das filmagens na Irlanda do Norte, onde filmamos, Robert daria um grito, com um olhar frio e miserável, e você diria: ‘Eu estou com frio e me sentindo miserável’, sem precisar se preocupar com a atuação.”
Assista ao trailer legendado:
O Homem do Norte estreia no dia 12 de maio.
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Após a morte de Helen (Janet McTeer), os Byrdies agora são os donos de toda a operação do cartel Navarro, contando com a confiança completa do chefão do grupo, Omar Navarro (Felix Solis).
Entretanto, o sobrinho de Omar, Javi (Alfonso Herrera), não tem o mesmo olhar sobre Marty (Jason Bateman) e Wendy (Laura Linney), fazendo da vida deles um inferno.
ANÁLISE
Ozark é uma série que me surpreendeu por sua incrível qualidade e pouquíssimo hype por parte do público, uma vez que conta com um elenco espetacular e uma equipe técnica dedicada e que sabe exatamente o que está fazendo.
Temporadas finais costumam ser um tormento para showrunners, visto que muitas vezes não entregam o prometido ao público, o que felizmente não ocorre com Ozark, que tem em sua quarta e última temporada o melhor que o show tinha a apresentar.
Começando pelas atuações, o seriado da Netflix será extremamente injustiçado se não contar com diversas indicações nas premiações anuais. O trabalho magnífico de Laura Linney e Julia Garner é de fazer cair o queixo de qualquer espectador. A quarta temporada de Ozark contou com muitos momentos marcantes e as duas se consolidaram como duas das melhores personagens da história da TV.
Quanto ao roteiro e direção, tivemos muitos destaques aqui, principalmente nos episódios 7, 8 e 11, esse último dirigido por Laura Linney, que tem muito amor e técnica envolvidos. O enfoque na fisicalidade de Marty e principalmente, de Ruth (Julia Garner), além de decisões chocantes e que movimentaram a série sempre foram extremamente cruciais, além de unir muito bem as técnicas de filmagem com poucos cortes e uma trilha sonora que encaixava muito bem nas cenas.
Cada personagem teve um final perfeito, digno de um programa que soube parar quando era necessário e entregou tudo que os fãs queriam assistir. Ozark é obra-prima e deve ser lembrada como a melhor série do catálogo da Netflix.
VEREDITO
Com episódios de tirar o fôlego, excelentes personagem e uma luta incessante por poder, mostrando a corrupção do ser humano, Ozark se consolida como um dos melhores shows de todos os tempos na TV. Sua qualidade inegável mostra que Jason Bateman e companhia acertaram em cheio em criar um produto tão marcante que soube terminar de forma memorável. Que venham os prêmios!
Nossa nota
5,0/5,0
Confira o trailer de Ozark:
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Dois anos depois da estreia do seu primeiro longa, 365 Dias: Hoje chega ao catálogo da Netflix prometendo muitas cenas quentes e romance entre o casal Laura (Anna-Maria Sieklucka) e Massimo Torricelli (Michele Morrone).
O filme mal estreou e até o momento da publicação desta crítica, ocupa a posição de primeiro lugar do Top 10 da gigante de streaming com 0% de aprovação no Rotten Tomatoes e vira piada nas redes sociais. Mas ao que podemos perceber, popularidade não significa qualidade.
O segundo filme da franquia baseado na trilogia da obra de Blanka Lipińska, Este Dia, traz consigo problemas que a direção não se preocupou em resolver tanto quanto o romance disfarçado de abuso.
Laura e Massimo voltam em uma história mais quente do que nunca. Agora, as conexões da família de Massimo complicam a vida do casal, que ainda precisa lidar com um homem misterioso que entra na vida de Laura decidido a conquistar seu coração e confiança a qualquer custo.
ANÁLISE
Dirigido novamente por Barbara Bialowas, 365 Dias: Hoje não passa de um gênero pornográfico, abusivo e com um olhar veemente masculino. Se você é um cinéfilo, esse filme não é para você. O foco do filme como seu antecessor é apenas um: sexo. Descartando completamente um roteiro inteligente, Bialowas não se preocupou em desenvolver um gancho com o primeiro longa, com as polêmicas repercutidas pela problematização de 365 Dias tanto quanto a tentativa de devolver a personagem Laura o que faltava: o poder sobre si mesma com um novo título de esposa do mafioso.
No entanto, logo as temáticas de dominação masculina vem à tona no pós casamento e a ficha de Laura começa a cair. Massimo continua controlando sua rotina, impondo limites e alterando sua voz.
A primeira impressão que eu tive foi que, já nos 25 minutos iniciais de filme eu estava assistindo um filme pornô; já no segundo ato assistia uma novela mexicana com roteiro de um triângulo amoroso e no final preferia que esse filme não tivesse existido.
Embora encontremos todos os problemas do primeiro filme presentes na sequência, o que podemos notar é que os atores Anna-Maria Sieklucka e Michele Morrone estão mais confortáveis em suas atuações e que técnicas cinematográficas de fotografia, maquiagem, figurino e enquadramento de luz estão bem bonitas e cumprem o papel.
VEREDITO
Na insistência de romantizar uma produção pornô, infelizmente 365 Dias: Hoje nos traz mais do mesmo: uma trama confusa sem pé nem cabeça, personagens e arcos completamente aleatórios, um produto erótico do ponto de vista masculino trazendo Laura como um objeto pura e exclusivamente para dar prazer ao homem desnaturalizando o prazer feminino.
O fato é que ainda veremos muitas polêmicas acerca do longa, tão desnecessário quanto o primeir.
Nossa nota
0,5 / 5,0
Assista ao trailer legendado:
365 Dias: Hoje está disponível na Netflix.
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Maio reserva bons eventos da Hora do Holofote (Spotlight Hour) para quem quer montar equipes competitivas para o PvP do Pokémon GO. Também será um bom mês para colecionadores de Pokémon brilhantes (shinies).
Isso porque três Pokémon em destaque são bem úteis em diferentes modalidades da Liga de Batalha GO. Também são três os monstrinhos que poderão ser encontrados em suas formas brilhantes.
Também conhecido como Hora do Pokémon em Destaque, a Hora do Holofote acontece todas as terças-feiras, das 18h às 19h no horário local. Durante o período, um Pokémon aparece com mais frequência na natureza e um bônus especial é oferecido.
A Hora do Holofote é sempre uma boa oportunidade para quem está juntando doces do Pokémon em destaque, poeira estelar ou em busca de um monstrinho com IV ideal para criar boas equipes para a Liga de Batalha GO. Além disso, os dias com XP em dobro também são ótimos para subir de nível rapidamente enquanto farma!
Agora que você já sabe o básico da Spotlight Hour, veja a seguir os Pokémon em destaque e os bônus durante cada Hora do Holofote em maio.
Calendário da Hora do Holofote em maio
03/05: Wingull (água / voador) com o dobro de doces ao capturar qualquer Pokémon. Pode ser encontrado como shiny.
Dica: Foque em capturar vários Wingull e o evolua para Pelipper. Esse é um Pokémon muito útil para o PvP, em especial para Grande Liga, Copa Voadora e Copa Retrô.
10/05: Numel (fogo / terra) com o dobro de doces ao transferir qualquer Pokémon.
17/05: Magikarp (água) com o dobro de XP ao evoluir qualquer Pokémon. Pode ser encontrado como shiny.
Dica: Aqui o jeito é se esforçar muito para farmar Magikarp e conseguir os 400 doces para evolui-la. Isso porque o Gyarados é um Pokémon generalista para a Liga de Batalha GO, sendo uma ótima opção para modalidades com diferentes limites de CP.
24/05: Seel (água) com o dobro de poeira estelar ao capturar qualquer Pokémon. Pode ser encontrado como shiny.
Dica: Seel é um ótimo Pokémon para modalidades do PvP com limite de até 500 CP. Entre elas: Copinha e Copa Elemental. Sua evolução, Dewgong, também é uma boa opção na Liga de Batalha GO, em torneios como a Grande Liga e a Copa Kanto.
31/05: Pikipek (normal / voador) com o dobro de XP ao capturar qualquer Pokémon.
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Um dos personagens mais incríveis e psicodélicos no Universo Marvel certamente é o Dr. Estranho. Desde que foi criado em 1963 por Stan Lee e Steve Ditko, o Mago Supremo ajudou a defender toda a realidade por mais de 50 anos. Atualmente, ele se tornou uma figura bem mais famosa com sua estreia no Universo Cinematográfico da Marvel com seu filem solo em 2016.
A sequência Doutor Estranho no Multiverso da Loucura tem estreia nos cinemas brasileiros marcada para 5 de maio e o longa promete lidar com o conceito de multiverso e as consequências dos eventos do último lançamento da Marvel, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021).
Muito aguardado por fãs de todo o mundo, a trama deve aprofundar-se na história do Vingador e no desenvolvimento de suas habilidades. Então, para você chegar pronto para identificar (quase) todas as referências do filme, fizemos um breve guia de quadrinhos das melhores histórias que fizeram Stephen Strange se tornar o implacável Mago Supremo que conhecemos hoje.
Como quase sempre acontece nas histórias em quadrinhos, é preciso uma grande ameaça para que diferentes super-heróis juntem suas forças. Não poderia ser diferente com OsDefensores.
Visando impedir que entidades demoníacas extras-dimensionais chamadas Os Imortais invadissem a Terra, Doutor Estranho manipula Namor, o príncipe submarino, para que o ajudasse e se alia ao gigante esmeralda, Hulk. Juntos eles impedem os demônios e também o cientista alienígena Yandroth, que estava ameaçando o planeta com o dispositivo Omegatron.
As HQs d’Os Defensores saíram na Coleção Histórica Marvel em 4 volumes. Além disso, uma história extra da equipe foi publicada na coleção Salvat de capa vermelha com o nome de Os Defensores: Indefensáveis, onde o grupo enfrenta Dormammu e o feiticeiro multidimensional Umar.
O JURAMENTO
Na história, Stephen Strange embarca na investigação paranormal mais importante de sua carreira, ao tentar solucionar uma tentativa de homicídio – a dele mesmo! E com seu amigo mais confiável, Wong, também às portas da morte, Strange se volta para um canto inesperado do Universo Marvel para recrutar um novo e improvável aliado.
O premiado roteirista Brian K. Vaughan e o espetacular artista Marcos Martin unem forças para uma aventura que levará o Mago Supremo do submundo da cidade de Nova Iorque até às dimensões mais mortais da realidade. A HQ é considerada uma das melhores histórias do personagem, isso porque, aqui o Doutor Estranho tem um olhar mais humanizado, mas também mostrando todo o seu potencial como mago.
TRIUNFO E TORMENTO
No sulfuroso e sombrio reino do demoníaco Mefisto, a alma atormentada de uma mulher clama por sua libertação. Somente um homem possui a vontade e a coragem para resgatá-la das hordas do Hades. Esse homem é seu abjeto filho, o infame déspota da Latvéria conhecido pelo mundo como… Doutor Destino. Com o auxílio místico do mestre em magia da Terra, o Doutor Stephen Strange, Victor von Doom embarca numa jornada aos domínios do mal absoluto.
Apesar de ser um arco relativamente curto, a história é muito bem desenvolvida para ambos personagens. É uma ótima oportunidade para conhecer melhor Doom e Strange que não têm muitas histórias publicadas no Brasil.
Em 1983, os volumes são assinados por Roger Stern, autor responsável por trazer um dos arcos mais sombrios para a editora e eternizado por seu trabalho insubstituível na trajetória do personagem. Conhecida como Doutor Estranho Contra Drácula: A Fórmula Montesi, a história é centrada na batalha épica contra o vilão Drácula, com a ajuda de outros personagens da Marvel, como Blade e Hannibal King.
A saga contra a “entidade cósmica” Shuma-Gorath vai além dos monstros normais: há toda uma atmosfera que lembra bastante os contos de H. P. Lovecraft, com uma misteriosa criatura de outra dimensão chegando aos poucos na Terra – uma cidade inteira já se rendeu a ela, e há mais por aí. O horror é crescente, e Shuma-Gorath só aparece no sétimo e último capítulo da saga. Esta história também marca morte do Ancião, que nos últimos nove anos foi o mentor de Strange para sua passagem de bastão: agora, de fato, o Doutor Estranho vira o maior feiticeiro da Terra.
A história saiu em Marvel Premiere, da edição #4 à #10.
Na história, Dr. Estranho retorna ao lar do Ancião, no Himalaia, para prestar homenagem ao seu mestre, e descobre que seu antigo mentor lhe deixou um último – e extremamente desafiador – presente. Uma dádiva que coloca o Mago Supremo numa jornada de autoconhecimento e que pode significar o início de uma nova Era Dourada para toda a humanidade. Uma jornada pelos locais mais sagrados do planeta e pelos recônditos de sua própria alma.
Não espere lutas grandiosas e sim questionamentos profundos. Essa jornada de autodescoberta do personagem é essencial para os interessados pela história do personagem ou fãs, mas que de nada adiantaria se a proposta não fosse executada de forma competente.
O roteiro de J.M. DeMatteis e a arte fenomenal de Dan Green complementam um ao outro com um equilíbrio de sintonia.
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