Início Site Página 543

    TBT #89 | Todo Mundo Quase Morto (2004, Edgar Wright)

    0

    Todo Mundo Quase Morto é uma comédia/terror do subgênero de mortos-vivos estrelada por Simon Pegg (The Boys) e Nick Frost (Chumbo Grosso).

    SINOPSE

    Shaun (Simon Pegg) é um homem comum que está tendo uma crise em relacionamento por conta de Ed (Nick Frost), pois seu amigo folgado o atrapalha.

    Ao mesmo tempo que isso acontece, um vírus acomete Londres, deixando uma horda de zumbis pelo caminho, tornando as coisas ainda mais complicadas.

    ANÁLISE

    Edgar Wright (Scott Pilgrim Contra o Mundo) é um diretor com sacadas rápidas e técnicas muito precisas, pois alia o timing cômico à sua técnica.

    Em Todo Mundo Quase Morto nós temos a união de um roteiro sagaz e uma direção extremamente competente, visto que há diversas pistas do que está acontecendo ao longo dos bons minutos de filme. Os cortes rápidos, diálogos corriqueiros e um bom pano de fundo nos fazem ter diversos momentos icônicos.

    Ao mostrar que as pessoas ao redor de Shaun agem de forma meio morta nos dão um panorama do nosso dia a dia.

    A premissa inteligente que apresenta o protagonista como um homem completamente alheio ao mundo é uma das coisas mais incríveis do longa, gerando cenas hilárias como a da compra do Cornetto, por exemplo.

    O personagem perambula com todos os seus conhecidos em forma de zumbis, entretanto, ele não nota nada, achando que tudo está em seu lugar, algo que fazemos com frequência em nossa rotina.

    Vivemos muitas vezes no automático, muitas vezes apenas existindo e Wright nos mostra isso com maestria e de forma muito inteligente.

    Uma das cenas mais memoráveis ocorre no bar com um zumbi velho. Temos os nossos heróis com tacos de sinuca batendo no zumbi ao som de Don’t Stop Me Now e cada pancada está de acordo com o ritmo da música, sacada genial que exemplifica o método de Edgar Wright.

    VEREDITO

    Todo Mundo Quase Morto é uma obra-prima no gênero “terrormédia”, uma vez que consegue entregar um filme divertido e com texto rápido.

    Com atuações interessantes e um diretor que sabe conduzir muito bem a trama, o longa é memorável para quem gosta de um bom entretenimento.

    Nossa nota

    Confira o trailer dublado do longa:

    E vocês, gosta de Todo Mundo Quase Morto? Comente e deixe sua nota!

    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    CRÍTICA – Away (1ª temporada, 2020, Netflix)

    0

    Away é uma série de drama Criada por Andrew Hinderaker, estrelada por Hilary Swank (Menina de Ouro) e estreou na Netflix dia 4 de Setembro de 2020.

    SINOPSE

    Emma Green (Hilary Swank) é uma astronauta americana que recebe um convite para comandar uma expedição internacional rumo à Marte. Mas, para embarcar nessa perigosa missão de quase três anos, ela vai precisar deixar seu marido e sua filha adolescente para trás.

    ANÁLISE

    Da esquerda para a direita: Lu, Misha, Emma, Ram e Kwesi.

    Com 10 episódios, Away é mais uma produção cinematográfica que busca retratar a corrida espacial à Marte, o Planeta Vermelho; entretanto, durante a primeira temporada embarcamos na jornada de uma pequena equipe internacional na incerta e inédita jornada tripulada até o inóspito planeta.

    Com tantas obras nos situando em Marte ou retratando marcianos – Robinson Crusoe em Marte (1964), Marte Ataca! (1996), Planeta Vermelho (2000), Doom: A Porta do Inferno (2006), John Carter: Entre Dois Mundos (2012), Perdido em Marte (2015), Vida (2017), entre tantos outros – a nova série da gigante do streaming tem a difícil tarefa de conquistar público com um tema já saturado do gênero sci-fi.

    A série tem sua trama dividida em dois núcleos:

    1. A equipe do Atlas 1 formada pela comandante americana Emma Green (Hilary Swank), o engenheiro russo Misha Popov (Mark Ivanir), a química chinesa Wang Lu (Vivian Wu), o indiano co-piloto e médico Ram Arya (Ray Panthaki) e o botânico anglo-ganense Kwesi Weisberg-Abban (Ato Essandoh);
    2. As pessoas na Terra: Matt (Josh Charles), Alexis (Thalita Bateman) como marido e filha de Emma.

    Muito provavelmente os fãs mais fervorosos de sci-fi prefiram uma série com aliens, muitas mortes, cenas no espaço e acidentes terríveis que colocariam em extremo perigo a missão espacial.

    VEREDITO

    Obviamente, a grande maioria do público que der o play no primeiro episódio da série muito provavelmente desistirá ao perceber que se trata de uma viagem à Marte; justamente por achar que verá ali mais do mesmo. Mas, se você der a chance de assistir ao episódio piloto de Away, perceberá que ali pode haver algo inexplorado.

    Com uma jornada prevista de 3 anos, a missão principal da Iniciativa Conjunta Marte é levar a primeira nave tripulada até Marte e trazê-los de volta. E com isso a primeira temporada da série da Netflix foca na interação humana e na falta dela.

    A convivência por meses com uma equipe internacional abordo de uma nave e não-convivência gradual com os entes queridos que ficaram na Terra possui carga dramática suficiente para não precisarmos dos aliens e das mortes típicas de filmes no espaço.

    Com episódios bem cadenciados, o ritmo da série é agradável; permitindo assim uma completa apresentação de cada membro da tripulação e seus respectivos arcos: passado, traumas e anseios para o futuro.

    Além do carismático e bem entrosado elenco – com nossos 5 astronautas de personalidades distintas que precisam deixar as diferenças de lado para alcançarem o sucesso em sua missão -, a trilha sonora anda de mãos dadas com o roteiro; fazendo com que a carga emocional de alguns episódios sejam ainda maiores. Para o espectador mais sensível: prepare-se para aquele nó na garganta e olhos marejados.

    Away não é perfeita, claro. Possui seus clichês como todo filme de espaço, além do “bom e velho” roteiro óbvio em alguns momentos. Mas, ainda assim, é um bom drama sci-fi com direito a excelentes efeitos visuais.

    Ah! Você COM CERTEZA irá desejar a conexão de internet que o povo da série possui.

    Nossa nota

    Assista abaixo o trailer legendado:

    Away está disponível na Netflix e está no Top10 em sua semana de estreia.

    Já assistiu a série? Deixe seus comentários e sua avaliação!




    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    CRÍTICA – Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 (2020, Activision)

    Os games da franquia Tony Hawk’s Pro Skater costumam estrelar entre os games mais queridos de quase todos os jogadores de PlayStation 1, lançados no final dos anos 90 e começo de 2000. O game ganhou um remake intitulado Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, nos fazendo estranhar os lançamentos de suas continuações.

    Pode parecer saudosismo, mas os games que serviram como continuação dos dois originais, ou pecaram ao tentar inovar demais, se distanciando imensamente da diversão que eles proporcionavam, ou mudaram completamente o que prendia os jogadores.

    Tony Hawk's Pro Skater 1+2

    O que a Vicarious Visions fez com o Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, foi trazer de volta as incríveis trilhas sonoras, aliadas a hora de “binge gaming“, que por meio de diversos objetivos específicos, reforçavam o replay do game e suas diversas fases.

    Como fez com Crash Team Racing, a Activision soube cooptar os jogadores pela nostalgia, fazendo do remake um sucesso. No entanto, a desenvolvedora conseguiu fazê-los permanecer jogando muito também graças à sua qualidade de gameplay.

    Tony Hawk's Pro Skater 1+2

    Por meio de suas horas e horas de jogabilidade, pude notar alguns aspectos que tornam o game tão incrível quanto querido, e com certeza conquista gamers da atual geração de consoles, ou seja, um público que não teve a chance de jogar o original, ou não teve acesso aos games originais.

    O REMAKE/REMASTER

    O que a Vicarious Vision faz, é te levar em uma viagem no tempo, te dando opção de reviver momentos da sua infância controlando Tony Hawk, Bob Burnquist e diversos outros skatistas da atual geração, enquanto faz manobras; e ouve Superman da banda Goldfinger. E se em algum momento o game “cai, ele levanta” e parece pavimentar o caminho para o futuro da franquia, abrindo as portas para um possível cenário competitivo que foge de esportes convencionais como futebol com FIFA e PES.

    Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 nos leva longe, e aumenta as horas de gameplay quando nos oferece a opção de desbloqueio de itens para criação de seu próprio skate, ou até mesmo o desbloqueio de novos skatistas com habilidades únicas.

    Ao adicionar elementos ao game que vão além dos originais, como manobras e até mesmo “especiais”, Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 nos apresenta uma vasta gama de possibilidades.

    Tony Hawk's Pro Skater 1+2

    Uma das mudanças em relação ao primeiro game, foi a distribuição de pontos de seu personagem, conforme a progressão e a coleta dos pontos de habilidades distribuídos pelo mapa.

    O game, que assim como o Tony Hawk’s Pro Skater 4 que nos oferecia a possibilidade de redistribuir certos pontos de habilidade, nos proporciona mudar quase que completamente a possibilidade de mudar a jogabilidade de personagens já estabelecidos, ou criando personagens do zero.

    VEREDITO

    Se fazendo extremamente divertido, o game se mostra como a razão pela qual a Activision tem brilhado nos remakes/remasters da vida, Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 nos mostra que não há tempo a perder quando se cai em meio a um desafio. Ainda que na vida real não exista um efeito “glitch” para nos fazer levantar rapidamente, como no game, precisamos levantar sabendo que existe a possibilidade de cair de novo.

    Alguns dias antes do lançamento do game, o público brasileiro foi agraciado com uma música de um dos maiores fãs da franquia Tony Hawk, Chorão, que era um defensor ferrenho do skate como um estilo de vida.

    Apesar de o músico não ter visto seu trabalho em um dos games da franquia, a novidade foi extremamente bem recebida pelo público brasileiro e rapidamente se tornou trending topics.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 ganha clipe de Confisco, do Charlie Brown Jr.

    Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 se apresenta como uma surpresa, se mostrando mais divertido para quem o joga, do que para quem o assiste. Ainda assim, isso não o impede de ser um sucesso de espectadores na Twitch, ou outras plataformas. O game se faz presente no mercado em uma época em que battle royales reinam quase que supremos, e se mostra tão efetivo em relação ao trazer de volta antigos jogadores, como ao cooptar novos gamers.

    Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 foi lançado no dia 4 de Setembro de 2020 para PlayStation 4, Xbox One e PC.

    Nossa nota

    Assista ao trailer oficial:

    E você, já está se divertindo com Tony Hawk’s Pro Skater 1+2? Deixe sua avaliação e seus comentários!



    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    CRÍTICA – Mulan (2020, Niki Caro) | Feededigno

    Criada pela Disney e lançada em 1998, a animação que adaptava a lenda da personagem Mulan logo passou a permear e acompanhar a infância de muitas crianças ao redor do mundo.

    Encantando tanto a meninos e meninas, Mulan serviu para nos apresentar um diferente enredo e uma cultura extremamente rica, fugindo assim do eurocentrismo que muitas das histórias cismavam em nos enfiar goela abaixo, como se a cultura europeia fosse a única, mais importante, ou absoluta.

    Mulan

    Uma versão em live action de Mulan foi anunciada em 2015 pela Disney, com Niki Caro na direção. Uma grande preocupação tomou o público, pois por ser tão aclamado, o original poderia perder todos os brilhantes detalhes que o tornam atemporal.

    Baseado na balada chinesa chamada “A Balada de Mulan“, famosa desde a Dinastia Tang (618-907), historiadores chineses afirmam que a balada foi criada perto do fim da Dinastia Wei (386-534), época em que a China era frequentemente invadida por sua fronteira Norte, e uma jovem guerreira se infiltrou no exército chinês a fim de poupar a vida de seu pai já idoso.

    Hua Mulan, é vivida por Liu Yifei, uma jovem com espírito guerreiro que foi treinada por seu pai desde muito pequena; por demonstrar grande habilidade tanto em luta, quanto em estratégia.

    O longa de Niki Caro se mostra extremamente brilhante no que se propõe, fazendo frente aos clássicos chineses como O Clã das Adagas Voadoras, O Tigre e o Dragão, O Mestre das Armas e figura entre um dos melhores live action da Disney – se não o melhor.

    O arco de Mulan é bem definido, a mostrando como uma personagem brilhante ainda que falha. Se mostrando extremamente talentosa nas mais diversas artes que envolvem o combate, a protagonista se vê envolvida em acontecimentos que mudarão sua vida para sempre.

    Mulan

    Assim como na animação, uma invasão dos inimigos do Norte, coloca o enorme e vasto Império Chinês em perigo, quando um exército de “bárbaros” invade seu reino com a ajuda de uma “bruxa”.

    VEREDITO DE MULAN

    Mulan

    Algumas diferenças de enredo, ou a presença de alguns personagens na versão live action são sentidas quando colocamos o filme em perspectiva com o original. A substituição de Mushu por outro espírito protetor é compreensível e dá um tom mais sério e até mesmo mais fantástico ao filme.

    Mulan se mostra extremamente cativante, mostrando ter se embebido nos clichês do cinema chinês, como os efeitos práticos pouco críveis, e algumas sequências extremamente divertidas.

    A presença de Jet Li e outros atores de renome como Donnie Yen, Tzi Ma e Ming-Na Wen nos chegam como surpresas, e mostra o quão poderosa uma história pode ser, podendo ir além, ao nos cativar ao mostrar que mesmo quando fazemos o que é certo, podemos sentir medo. E vai além, ao nos apresentar uma Mulan carismática, divertida e extremamente bem desenvolvida.

    Nossa nota

    Assista o trailer legendado:

    Mulan seria lançado nos cinemas de todo o mundo, mas após um longo atraso em seu lançamento, o filme foi lançado no Disney+, o serviço de streaming da Disney.



    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Chegamos ao 4º episódio de Lovecraft Country intitulado A History of Violence. Nesse novo capítulo, Tic (Jonathan Majors), Leti (Jurnee Smollett) e Montrose (Michael Kenneth Williams) se envolvem em uma nova aventura com os melhores elementos de Indiana Jones!

    Essa análise terá spoilers do 4º episódio do seriado. Sendo assim, leia por sua conta e risco.

    SINOPSE

    Após Christina (Abbey Lee) aparecer misteriosamente em sua porta, Leti confronta Tic sobre seu plano de voltar para a Flórida. Mais tarde, em uma aventura em busca das páginas escondidas de Titus Braithwhite, Leti, Tic e Montrose seguem para Boston com Hippolyta (Aunjanue Ellis) e Diana (Jada Harris) para um passeio em um museu.

    Paralelamente, William (Jordan Patrick Smith) resolve ter um encontro com Ruby (Wunmi Mosaku) após os Braithwhite não conseguirem entrar na casa de Winthrop.

    LEIA TAMBÉM:

    Lovecraft Country: Episódio 1 – Sundown | Análise e referências

    Lovecraft Country: Episódio 2 – Whitey’s on the Moon | Análise e referências

    Lovecraft Country: Episódio 3 – Holy Ghost | Análise e referências

    ANÁLISE

    A History of Violence é, provavelmente, o melhor episódio desde Sundown. Com uma mistura de terror e aventura, o capítulo traz elementos de caça ao tesouro, em uma clara referência aos clássicos do gênero. Indiana Jones, Goonies e o próprio Viagem ao Centro da Terra, referenciado durante o episódio, são alguns nomes que podemos lembrar logo no início da nossa jornada.

    Nesse novo capítulo, Tic quer encontrar as páginas do Livro dos Nomes roubadas por Titus. A informação foi repassada a ele por Christina no episódio Holy Ghost, onde ela explicitou que a casa de Horacio Winthrop seria peça-chave nessa busca.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Falando em Christina, ela apareceu na porta da casa de Leti e foi barrada pelo ritual feito no episódio anterior. Ela não consegue entrar na casa de Winthrop, então precisa encontrar outra forma de fazê-lo. Durante sua conversa com Leti, ela menciona o planetário de ouro escondido dentro da mansão – que, a essa altura, está na casa de Hippolyta ao sul de Chicago.

    Unindo todos os pontos, Leti vai atrás de Tic e descobre que ele tem investigado sobre as páginas de Titus Braithwhite e que pensa em ingressar nessa caça ao tesouro. Sabendo que Montrose já havia percorrido toda essa investigação anteriormente, Leti fala com o seu futuro sogro pedindo ajuda para encontrar a caixa forte onde as folhas estão escondidas.

    Montrose, na verdade, desempenha um grande papel nesse episódio. Logo no início vemos cenas de seu apartamento revirado com fotos de Dora (Erica Tazel), George (Courtney B. Vance) e Tic.

    Em um breve momento ouvimos uma voz masculina (provavelmente seu pai), dizendo para ele “parar de se emperequetar”, o que nos abre algumas discussões sobre tudo o que ele passou todos esses anos e que ele provavelmente é homo ou bissexual.

    Durante essa passagem ele queima o livro da Ordem dos Filhos de Adão, entregue a ele por George antes de falecer. Há algo naquele livro que Montrose não quer que ninguém tenha acesso e que pode ser a chave para a sobrevivência ou derrocada do grupo.

    Leti e Tic convencem Montrose a irem a Boston, já que Montrose acredita que a caixa forte possa estar em um museu da cidade – reformado por Titus quando ele fez parte do conselho. Hippolyta e Diana se convidam para a viagem e Tree (Deron J. Powell) também pega uma carona com eles.

    Ao chegarem em Boston, o grupo se divide no museu. Tic, Leti e Montrose esperam até o anoitecer para começarem suas buscas com a assistência de um amigo de Montrose (que é segurança do local). Esse amigo, aliás, acaba sendo uma dica de Tree para Tic: ele acredita que Montrose e Sammy (Jon Hudson Odom), dono do bar que Montrose frequenta, tem um affair.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    A partir daqui, a história toma realmente os ares de uma aventura de caça ao tesouro. Utilizando a luz da lua para iluminar um monumento dedicado a Titus – em uma ala do museu com diversos apetrechos roubados de outras civilizações pelo homem branco – a entrada para o cofre logo é revelada.

    Abaixo do museu existem três túneis. Eles precisam chegar até a caixa forte antes da lua desaparecer e da maré subir, para não morrerem afogados. Essa missão requer um trabalho em equipe, pois eles precisam decidir juntos qual túnel é o correto. Com a sabedoria e o feeling de uma vencedora, Leti usa a informação sobre a última viagem de Titus (para o Caribe) como fonte para decidirem qual lado deveriam seguir.

    O túnel termina em uma cena muito similar a Indiana Jones e a Última Cruzada, com direito a uma prancha de madeira ligando dois lados de construção e um precipício enorme embaixo. A prancha começa a desaparecer após Leti começar o seu caminho, obrigando Montrose e Tic a trabalharem juntos para chegarem ao outro lado.

    Já próximos a cair no penhasco, o grupo chega até a porta do outro lado da prancha, sendo necessário empurrar partes da porta – como em um código – para que ela se abra. Montrose relembra o poema nas primeiras páginas do livro da Ordem que falam sobre Deus, Eva, Adão e os Monstros, conseguindo solucionar o código e salvar à todos.

    Nesse momento começam as desconfianças dentro do próprio grupo. Como Montrose sabe tanto sobre a Ordem? Há quanto tempo ele vem investigando essas pistas?

    O roteiro de A History of Violence é extremamente inteligente em nos conduzir para o caminho da dúvida e das teorias. Há algo de errado com Montrose, e isso vem sendo construído desde que ele retorna de Ardham. Resta saber o quê.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Paralelamente à aventura dos heróis, nós vemos Christina encontrar o “chefe” de outra hospedaria. Ao longo do episódio descobrimos que não existe apenas uma, mas 34 hospedarias relacionadas a Ordem dos Filhos de Adão. Aliás, quem mencionou esse número foi o próprio Montrose mais cedo no episódio.

    Christina desafia Seamus Lancaster (Mac Brandt), um dos membros da Ordem e policial daquela região de Chicago. De acordo com ela, o planetário de ouro é chave para a máquina do tempo criada por Hiram, o médico louco que fazia experimentos na mansão.

    Não gostando da atitude de Christina, Lancaster manda capangas perseguirem a moça até sua residência, e é nessa hora que temos a confirmação de uma teoria que já vem rolando há muito tempo: Christina é William! Conforme Christina entra na casa, William sai e golpeia os capangas de Lancaster.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Após esse acontecimento, Christina (disfarçada de William) vai ao encontro de Ruby, irmã de Leti. Ela pretende seduzi-la e – provavelmente – conseguir uma forma de ser convidada a entrar na casa Winthrop.

    Com o cair da noite, Hippolyta e Diana estão retornando para Chicago após perderem Leti, Tic e Montrose – que não retornaram ao local de encontro no museu. Frustrada, Hippolyta vê o desenho de uma morte no mapa de George – especificamente no Condado de Ardham. Frustrada com todos os acontecimentos recentes, ela resolve procurar por respostas, abrindo ganchos para os acontecimentos da próxima semana.

    Conforme segue pelo túnel, o grupo percebe que a maré começa a subir intensamente. No fim das contas se descobre que aquele túnel dá direto no elevador da casa de Leti, sendo o caminho que vimos no final do episódio Holy Ghost.

    Ao final do caminho, há uma porta que só pode ser aberta por alguém que possua o sangue da linhagem de Titus. Tic, então, coloca o braço na fechadura e um alçapão se abre. Lá encontramos um sótão repleto de cadáveres, sendo que um deles está segurando os pergaminhos de Titus.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Quando tentam pegar o pergaminho, o cadáver se regenera, apresentando uma nova personagem: Yahima Maraokoti (Monique Candalaria), uma mulher indígena de dois espíritos que Titus conheceu e sequestrou em sua jornada para à Guiana. Falando o idioma Arawak, que Tic consegue compreender, a mulher explica que foi aprisionada por Titus após ajudá-lo a decifrar algumas partes do Livro dos Nomes.

    Como já foi enganada uma vez, Yahima se recusa a ajudar o grupo. Montrose em um ato calculado de extrema irresponsabilidade, arranca o pergaminho da mesa, fazendo com que o local seja inundado. Todos saem nadando até o elevador e Montrose deixa pra trás o pergaminho.

    Em um ato de coragem, Leti novamente salva todo mundo, buscando o pergaminho e nadando de volta para o elevador. Quando eles estão salvos, Yahima dá um grito de sereia, revelando que Titus havia colocado uma maldição nela: fora da sala onde estava aprisionada, ela não teria voz e não poderia contar nada para ninguém.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    No maior cliffhanger do seriado até então, Montrose assassina Yahima na casa Winthrop – enquanto Tic e Leti estão dormindo – em um plot twist até então inesperado. Em algum momento da trama, Montrose foi comprometido e está trabalhando para atrasar Leti e Tic.

    Esse final revela dezenas de possibilidades: será que Montrose matou George? Será que ele realmente foi raptado ou fazia parte do plano dos Braithwhite? O que ele leu no livro da Ordem para ter tanto medo do que Tic pode descobrir? Ele estaria trabalhando com alguma outra hospedaria? Suas motivações em relação ao filho são realmente sinceras?

    A atitude de Montrose de matar Yahima traz nuances completamente novas para a série.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Não só os Braithwhite são os vilões, como também um integrante dentro do próprio grupo está agindo para atrasar Tic e Leti. Se Montrose descobrir que Hippolyta está com o planetário, será ela a sua próxima vítima?

    Literalmente, ninguém está seguro no roteiro de Misha Green.

    Toda a situação da máquina do tempo também abre precedentes interessantes para a trama. É curioso você ter um ator como Courtney B. Vance no elenco e utilizá-lo apenas em 2 episódios. Por isso, a máquina do tempo pode ser a forma de Hippolyta salvar o seu marido e trazê-lo de volta para trama.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Assim como nos outros episódios, A History of Violence também toma o seu tempo para desenvolver os personagens entre uma aventura e outra. Neste capítulo, conseguimos visualizar alguns pontos que assombram Montrose e o fazem beber compulsivamente. Há muito rancor e frustração nessa equação, o que acaba o guiando sempre para o caminho errado.

    Leti mais uma vez é o destaque do episódio. Jurnee está incrível a cada novo capítulo e crava cada vez o seu caminho a uma indicação ao Emmy de 2021. Jonathan Majors também tem entregue uma ótima atuação, mas é indiscutível o quanto Jurnee rouba a cena.



    REFERÊNCIAS

    A maior referência desse episódio é o livro Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Durante a cena da biblioteca, vemos uma criança lendo-o.

    Lançada em 1864, a obra é um clássico da literatura fantástica e já foi adaptado para o cinema algumas vezes. No enredo, Otto Lidenbrock encontra um manuscrito escrito em código único pelo antigo alquimista Arne Saknussemm. Ao decifrá-lo, ele descobre que quem desce a cratera do vulcão Sneffels antes do início de Julho, consegue chegar ao centro da Terra.

    Em A History of Violence, o grupo realmente encontra um manuscrito com uma escrita única – que apenas Yahima e sua família poderiam transcrever. Alguns caracteres do idioma estavam escritos nas cavernas de Alomun Kundi, local conhecido por Yahima. E, bom, Titus não era um alquimista, mas era um bruxo de primeira.

    Em um dado momento do episódio, Hippolyta conta à filha Diana que ela participou de uma competição nacional para nomear uma constelação e venceu, dando o nome de Carruagem de Hera.

    Porém, a comissão que escolheu o vencedor não gostaria de associar o nome da constelação a uma criança negra, atribuindo como vencedora uma jovem sueca chamada Nancy Studebaker.

    Na história original do livro de Matt Ruff, em que a série se baseia, Hippolyta havia nomeado o planeta Plutão e não uma constelação. A premissa é a mesma: ela venceu o concurso, mas teve seu feito roubado e atribuído a uma jovem – Venetia Burney.

    Entretanto, provavelmente para não gerar problemas futuros ou boicote – já que Venetia Burney realmente existiu e deu nome ao planeta – a produção adaptou a história, criando essa ramificação.



    VEREDITO

    A History of Violence conseguiu brincar com a nossa nostalgia trazendo um episódio com cara – e qualidade – dos antigos filmes de Indiana Jones. É o tipo de aventura que não vemos mais nos dias atuais em grandes produções e que mexe fundo com nossos sentimentos, pois representou uma parte muito importante na história do cinema.

    A habilidade de Misha Green em adaptar a história do livro com tanta versatilidade (indo do terror psicológico à aventura infanto-juvenil) é algo incrível e mantém as pessoas interessadas para o formato do episódio seguinte.

    Os ganchos propositais deixados de um episódio para o outro também são interessantes, mesmo que eu acredite que essa série seria mais prazerosa de assistir maratonando e não com um episódio por semana. São plot twists que deixam a condução da série imprevisível.

    É claro que todos esses elementos trazidos para a série podem se tornar um problema futuramente para a trama – caso ela não seja conduzida com qualidade. Se absolutamente tudo for possível nesse universo – desde bruxos e monstros até máquinas do tempo -, o roteiro começa a se tornar um pouco conveniente. Entretanto, tenho grandes expectativas que a série se manterá com um pé na realidade e o outro no mundo fantástico.

    A History of Violence é mais um grande episódio e, junto com Sundown, se torna um dos melhores já lançados até o momento.

    Nossa nota

    Deixe a sua avaliação e seus comentários!



    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    The Promised Neverland: 3 motivos para assistir ao anime

    Nessa semana chegou na Netflix um dos animes mais comentados de 2019. The Promised Neverland foi exibido pelo Crunchyroll no ano passado e garantiu um bom público.

    Logo, o anime foi chamado de uma mistura de Chiquititas com A Fuga das Galinhas. Na trama, crianças órfãs de até 12 anos vivem em um orfanato e na medida que novas crianças entram na casa, outras são adotadas.

    Até aí, tudo bem, uma história totalmente normal. Mas, o que pegou muitos otakus de surpresa é o fato de The Promised Neverland não ter nada de ingênuo.

    A medida que acompanhamos os episódios descobrimos junto com os três protagonistas que:

    1. Não é um orfanato, mas uma fazenda;
    2. As crianças não são adotadas, elas são mandadas para um abatedouro como gado e;
    3. O local é gerenciado por demônios. Logo, as crianças começam a traçar um plano de fuga para sobreviverem.

    Com certeza, você já deve estar dando play para ver o anime. Mas antes, confira esses três pontos para apreciar a história por completo:

    O que torna a história de The Promised Neverland tão cativante

    Guarde isso na memória: Nada no anime é por acaso. Cada detalhe e conversa em The Promised Neverland é super importante para a trama. Dessa forma, acompanharmos os três protagonistas – Emma, Norman e Ray – que são considerados acima da média em inteligência entre as crianças do orfanato. 

    O trio tem personalidades totalmente diferentes, mas juntos funcionam de forma orgânica e carismática. Além disso, o anime conta com outros personagens interessantes. Algumas crianças do orfanato têm atitudes e momentos que elevam o anime além do trio principal. 

    Nesse sentido, até a antagonista, a mulher que cuida das crianças e do local tem uma personalidade complexa.

    Mama, como é chamada, é uma personagem de várias nuances que contribui para que o suspense do anime funcione. Dessa forma, deixando o terror para os demônios e a luta pela sobrevivência para as crianças. 

    A animação é um dos pontos altos do anime 

    Poucos animes misturam 2D e 3D, menos ainda conseguem a proeza de misturar as duas técnicas tão bem como The Promised Neverland. Isso porque, o anime em sua maioria carrega os traços de 2D, deixando apenas algumas cenas para o 3D dar a sensação de movimento.

    Logo, basta olhar as cenas dentro da mansão do orfanato. A Grace Field House tem uma animação totalmente em 3D. Portanto, as sombras e as texturas da casa simulam um enorme realismo dando a sensação que estamos de fato lá dentro. 

    Na mesma medida, os personagens muitas vezes em 2D interagem com um cenário em 3D, o que cria cenas visualmente sensacionais.

    O primeiro episódio é um show de direção e construção de roteiro levando o clímax para um final arrepiante. Sendo assim, a animação contribui para a atmosfera sinistra e de constante perigo da trama.

    The Promised Neverland não se trata apenas da fuga da orfanato

    O anime é uma adaptação do mangá escrito por Kaiu Shirai e desenhado por Posuka Demizu. Sua história saiu em capítulos semanais desde Agosto de 2016 à Junho de 2020, quando foi finalizado.

    Ao todo foram 20 volumes encadernados que se tornaram um sucesso no Japão e no mundo. Isso porque, a premissa é do tipo de historia que favorece o combate mental entre os personagens.

    A própria relação entre os personagens, com Emma buscando de todas as formas levar a maioria das crianças com ela, denota o quão fundo a história vai em conceitos como amizade e trabalho em equipe.

    É óbvio que suspense e o terror são os fatores principais do anime, mas acompanhar personagens tão altruístas e corajosos é sempre bem vindo. 

    A segunda temporada do anime de The Promised Neverland, que estava programada para Outubro de 2020, foi adiada devido á pandemia e chegará somente em 2021.




    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.