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    TBT #146 | Halloween: A Noite do Terror (1978, John Carpenter)

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    John Carpenter criou um clássico do horror, idealizando um personagem icônico que é tão popular quanto Jason Voorhees ou Ghostface. Junto de Debra Hill, a roteirista, Carpenter explora um mundo onde um homem é apenas mal, e não parece possuir motivos para matar. Veja nossa indicação de TBT: Halloween: A Noite do Terror.

    SINOPSE

    Michael Myers (Nick Castle), é um psicopata que vive em uma instituição há 15 anos, desde quando matou sua própria irmã. Porém, ele consegue fugir de seu cativeiro e retorna à sua cidade natal, para continuar seus crimes na localidade que, aterrorizada, ainda se lembra dele.

    ANÁLISE

    O diretor John Carpenter inovou o gênero do terror por seguir na contramão de outros filmes genéricos do gênero, ele soube trabalhar bem a atmosfera, tensão e mistério em torno do Michael Myers e vemos isso logo na cena inicial, com Michael ainda criança matando sua irmã e a sua fuga do hospício. Depois começamos a acompanhar a jovem Laurie (Jamie Lee Curtis), ao mesmo tempo em que constantemente o Michael a persegue.

    Ciente de toda essa simbologia por trás da simples figura de um assassino em um filme de terror adolescente, Carpenter entra em cena com sua técnica indefectível e faz de seu vilão um verdadeiro tormento psicológico – e tudo isso sem precisar usá-lo o tempo todo. Sua ideia é equivaler a presença de Myers com a escuridão da fotografia e dos ambientes do filme, de forma que quanto mais a iluminação vai enfraquecendo, mais cresce o suspense em volta de sua posição.

    Com orçamento limitado, é divertido para aspirantes a cineastas ver como a limitação financeira pode ser um incentivo a criatividade: a icônica máscara de Michael Myers, por exemplo, foi uma máscara do Capitão Kirk de William Shatner comprada por menos de 2 dólares em uma loja de fantasia, ao passo em que a equipe minúscula dividia tarefas e funções – com o próprio Carpenter sendo responsável pela trilha sonora.

    Em parceria com essa opção de fotografia escura há o jogo de câmeras subjetivas usado por John Carpenter. Logo nos momentos inicias ela é usada na pessoa do assassino, ainda criança, em seu primeiro assassinato. Depois temos uma câmera ainda trepidante, mas não há certeza de que se trata do olhar de Myers, brincando com a percepção do espectador, que nunca pode ter certeza se está diante de um enquadramento corriqueiro ou se está compartilhando da visão do próprio assassino.

    Há momentos em que pode haver a certeza de que estamos ao lado dele, mas de repente o flagramos percorrendo furtivamente o fundo daquele enquadramento escurecido e perdemos a referência visual, aterrorizados diante da incerteza de sua exata localização. Aliadas essas duas técnicas temos um vilão onipresente, embora poucas vezes materializado nitidamente na tela, de modo que o horror de toda a brincadeira se encontra não no filme especificamente, e sim em nossa própria cabeça.

    Todos os modernos psicopatas do cinema têm suas próprias características. Assim como Jason usa uma máscara de jogador de hóquei, Freddy Krueger tem o rosto deformado por queimaduras, utilizando uma camisa listrada e uma mortal luva de facas em uma das mãos, e Leatherface utiliza uma máscara de pele humana e uma motosserra para dilacerar suas vítimas, Michael Myers também veste uma máscara para cobrir seu rosto e prefere uma enorme faca de cozinha para retalhar seus inimigos. Em Halloween percebemos também sua respiração ofegante durante todo os momentos em que aparece, mostrando talvez uma dificuldade em respirar sob a máscara.

    LEIA TAMBÉM:

    Noites Sombrias #12 | Os 10 serial killers mais icônicos do cinema

    VEREDITO

    Diante de todos esses fatores, Halloween: A Noite do Terror se consolida como um dos melhores filmes de horror já produzidos. Além de ser uma verdadeira aula no manuseio de câmera e na composição visual dos enquadramentos, é um dos poucos filmes de terror que sabe explorar a fundo a sugestão do medo como algo muito mais climático, intenso e eficiente do que a materialização deste.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    Pokémon GO: 15 melhores Pokémon para a Copa de Dia das Bruxas

    Um dos melhores eventos (senão o melhor) está chegando: o Halloween do Pokémon GO! Essa época do ano sempre é recheada de atrações. Claro que a Liga de Batalha GO não ficará de fora, pois contará com a Copa de Dia das Bruxas (Halloween Cup) para divertir a comunidade.

    A Copa de Dia das Bruxas segue o limite da Grande Liga – ou seja, permite Pokémon com no máximo 1.500 CP. Somente podem ser usados monstrinhos dos tipos Venenoso, Inseto, Fantasma, Sombrio e Fada. A Halloween Cup estará disponível entre 15 de outubro e 02 de novembro, começando e terminando às 17h (horário de Brasília).

    Antes de avançar para a lista com os 15 melhores Pokémon para a Copa de Dia das Bruxas, leia as dicas de como montar boas equipes para vencer na Liga de Batalha GO.

    Como montar equipes para o PvP do Pokémon GO

    Especialistas na Liga de Batalha GO, como o YouTuber Zyonik, indicam que você monte equipes seguindo esta fórmula: líder (lead), uma cobertura ao líder (closer), e uma substituição segura (safe switch).

    Veja um exemplo considerando os Pokémon que estão entre os melhores da Copa de Dia das Bruxas.

    Jellicent + Mandibuzz + Nidoqueen

    Jellicent é o líder nessa equipe. Caso enfrente um Pokémon com ataques de planta, poderá ser substituído pelo Mandibuzz, que terá resistência contra o adversário. A função do Mandibuzz é, portanto, cobrir o líder.

    O time ainda tem Nidoqueen, um Pokémon do tipo Venenoso que leva vantagem principalmente contra adversários Inseto ou Fada. Também é um monstrinho com certa robustez, o que o torna uma ótima substituição segura na Copa de Dia das Bruxas.

    Com esse exemplo, você pode perceber que a lógica da montagem da equipe minimiza os riscos na batalha. Esse é um time bem consistente e seguro. Isso porque possui 585 como score de ameaça, um nível considerado muito baixo.

    Temos um vídeo em nosso canal no YouTube explicando mais sobre montagem de equipes. Assista depois de ler este texto!

    15 melhores Pokémon e ataques ideais para a Copa de Dia das Bruxas

    Boa parte dos Pokémon que estão nesta lista dos 15 melhores para a Halloween Cup são bastante comuns na modalidade tradicional da Grande Liga. Isso é ótimo, pois se você costuma jogar as modalidades com limite de até 1.500 CP já deve ter vários à disposição para a nova copa.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Pokémon GO: Os melhores Pokémon Anti-Meta na Grande Liga [2021]

    Veja a seguir os melhores Pokémon para a Copa de Dia das Bruxas, separados em liderança, cobertura e substituição segura.

    Melhores Pokémon para lead na Copa de Dia das Bruxas

    Jellicent

    Listamos os 15 melhores Pokémon para vencer no Remix da Ultra Liga que acontece na 9ª temporada da Liga de Batalha GO.

    Tipos: Água / Fantasma

    Ataque rápido:

    Feitiço (Hex – Fantasma)

    Ataques carregados:

    Jato de Bolhas (Bubblebeam – Água)
    Bola Sombria (Shadow Ball – Fantasma)

    Marowak (Forma de Alola)

    Tipos: Fogo / Fantasma

    Ataque rápido:

    Chama Furacão (Fire Spin – Fogo)

    Ataques carregados:

    Osso Sombrio* (Shadow Bone – Fantasma)
    Bastão de Osso (Bone Club – Terrestre)

    *Obs: Ataque de legado exclusivo do evento de Halloween 2020. Obtível via MT Carregado de Elite.

    Ninetales (Forma de Alola)

    Confira os Pokémon Meta e seus respectivos counters Anti-Meta na Grande Liga no PVP do Pokémon GO. Conteúdo atualizado em 2021.

    Tipos: Gelo / Fada

    Ataque rápido:

    Neve em Pó (Powder Snow – Gelo)

    Ataques carregados:

    Esfera Climática (Weather Ball – Gelo)
    Clarão Deslumbrante (Dazzling Gleam – Fada)

    Wigglytuff

    Wigglytuff é um Pokémon versátil para a Kanto Cup

    Tipos: Normal / Fada

    Ataque rápido:

    Encantar (Charm – Fada)

    Ataques carregados:

    Raio Congelante (Ice Beam – Gelo)
    Jogo Duro (Play Rough – Fada)

    Mawile (sombroso ou não)

    Tipos: Aço / Fada

    Ataque rápido:

    Presa de Fogo (Fire Fang – Fogo)

    Ataques carregados:

    Soco Empoderador (Power-Up Punch – Lutador)
    Jogo Duro (Play Rough – Fada)

    Melhores Pokémon para cobertura na Halloween Cup

    Azumarill (XL ou não)

    Tipo: Água / Fada

    Ataque rápido:

    Bolha (Bubble – Água)

    Ataques carregados:

    Jogo Duro (Play Rough – Fada)
    Raio de Gelo (Ice Beam – Gelo)

    Froslass

    Listamos os 15 melhores Pokémon com os melhores ataques para você se dar bem na Holiday Cup da Liga de Batalha GO no Pokémon GO

    Tipos: Gelo / Fantasma

    Ataque rápido:

    Neve em Pó (Powder Snow – Gelo)

    Ataques carregados:

    Avalanche (Avalanche – Gelo)
    Bola Sombria (Shadow Ball – Fantasma)

    Mandibuzz

    Tipos: Sombrio / Voador

    Ataque rápido:

    Golpe de Ar (Air Slash – Voador)

    Ataques carregados:

    Ás dos Ares (Aerial Ace – Voador)
    Jogo Sujo (Foul Play – Sombrio)

    Umbreon

    Tipo: Sombrio

    Ataque rápido:

    Rosnado (Snarl – Sombrio)

    Ataques carregados:

    Último Recurso* (Last Resort – Normal)
    Jogo Sujo (Foul Play – Sombrio)

    *Obs: Ataque exclusivo do Dia da Comunidade. Obtível via MT Carregado de Elite.

    Beedrill (sombroso ou não)

    O Dia da Comunidade sempre libera um ataque exclusivo para o Pokémon em destaque. Conheça os melhores ataques de Dia da Comunidade para o PVP

    Tipos: Inseto / Venenoso

    Ataque rápido:

    Golpe Envenenado (Poison Jab – Venenoso)

    Ataques carregados:

    Furação* (Drill Run – Terrestre)
    Tesoura-X (X-Scissor – Inseto)

    *Obs: Ataque exclusivo do Dia da Comunidade. Obtível via MT Carregado de Elite.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Pokémon GO: Como conseguir Mega Energia para fazer Mega Evolução

    Melhores Pokémon para substituição segura

    Nidoqueen (sombroso ou não)

    Nidoqueen é a melhor opção para substituição segura na Copa de Dia das Bruxas

    Tipos: Venenoso / Terrestre

    Ataque rápido:

    Golpe Envenenado (Poison Jab – Venenoso)

    Ataques carregados:

    Presa Venenosa (Poison Fang – Venenoso)
    Poder da Terra (Earth Power – Terrestre)

    Golbat (sombroso ou não)

    Listamos os melhores Pokémon para vencer na Copinha Selvagem (Little Jungle Cup) do PVP do Pokémon GO

    Tipos: Venenoso / Voador

    Ataque rápido:

    Ataque de Asa (Wing Attack – Voador)

    Ataques carregados:

    Presa Venenosa (Poison Fang – Venenoso)
    Bola Sombria (Shadow Ball – Fantasma)

    Skuntank (sombroso ou não)

    Skuntank é um dos melhores Pokémon venenosos para competições de até 1.500 CP como a Copa de Dia das Bruxas

    Tipos: Venenoso / Sombrio

    Ataque rápido:

    Golpe Envenenado (Poison Jab – Venenoso)

    Ataques carregados:

    Mastigada (Crunch – Sombrio)
    Lança-Chamas (Flamethrower – Fogo)

    Crustle

    Tipos: Inseto / Pedra

    Ataque rápido:

    Derrubada (Smack Down – Pedra)

    Ataques carregados:

    Tesoura-X (X-Scissor – Inseto)
    Deslize de Pedras (Rock Slide – Pedra)

    Sableye (purificado*, XL)

    Confira os Meta e seus respectivos counters Anti-Meta na Grande Liga no PVP do Pokémon GO. Conteúdo atualizado em 2021.

    Tipos: Sombrio / Fantasma

    Ataque rápido:

    Garra Sombria (Shadow Claw – Fantasma)

    Ataques carregados:

    Jogo Sujo (Foul Play – Sombrio)
    Retorno* (Return – Normal)

    *Obs: Pokémon purificados possuem mais status de defesa e são os únicos que podem obter o ataque Retorno.

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    CRÍTICA – No Táxi do Jack (2021, Susana Nobre)

    No Táxi do Jack (Jack’s Ride) faz parte da categoria Perspectiva Internacional na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento acontece entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro e conta com 264 filmes vindos de mais de 50 países.

    Dirigido por Susana Nobre, No Táxi do Jack é um filme que mistura elementos de documentário e ficção, enquanto narra a vida do personagem principal Joaquim.

    SINOPSE

    Com 63 anos e próximo da aposentadoria, Joaquim precisa preencher os requisitos exigidos pelo centro de emprego para usufruir de seus direitos trabalhistas. Apesar de saber que não voltará à vida ativa, ele visita inúmeras empresas para pedir atestados que provem sua procura por trabalho.

    Nessas viagens, Joaquim relembra a vida de imigrante nos Estados Unidos, onde trabalhou como taxista em Nova York.

    ANÁLISE

    No Táxi de Jack começa ao mesmo tempo em que a primeira câmera de Susana Nobre é ligada. Ao conhecer Joaquim, Susana percebeu que ele seria a figura perfeita para essa produção que é parte documental, parte simulada.

    Joaquim retornou para Portugal há um tempo e quer se aposentar. Para isso, ele precisa demonstrar que está procurando emprego e provar essa busca, visitando diversos estabelecimentos que possam fornecer a documentação.

    Ao acompanharmos a jornada do personagem em busca dos “selos” exigidos pelo centro de emprego, conhecemos as histórias de cada local e revivemos lembranças de Joaquim, tanto do seu tempo nos Estados Unidos, como dos anos difíceis de crise que viveu em Portugal. Quando jovem, ele imigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou como motorista de táxi e limusine durante a década de 1980.

    Portugal é, portanto, um personagem vivo e peça fundamental para o desenvolvimento do filme de Susana. É por meio das andanças de Joaquim em solo português que o roteiro se desenrola, dando espaço para que o personagem compartilhe com a audiência diversas de suas experiências.

    É preciso dizer que Joaquim, por si só, é uma figura digna de um filme. Com seu cabelo estilo Elvis Presley e suas roupas joviais, mas pertencentes à outra época, Joaquim é um achado e sua história é repleta de aprendizados. É quase impossível não se preocupar com seu destino e torcer para que ele consiga, enfim, se aposentar.

    Os personagens secundários, que aparecem em momentos distintos da história, não possuem grande aprofundamento. Por vezes fiquei um pouco confusa sobre quem eram e porque eram importantes naquele contexto. Entretanto, com o desenrolar da história, você acaba entendendo melhor essas adições, que servem para reforçar a narrativa em torno das desventuras de Joaquim.

    No Táxi do Jack consegue traçar bons argumentos sobre o sistema desigual em que vivemos, a falta de oportunidades, a solidão dos imigrantes e o abandono dos idosos. Todos esses pontos são capturados nos diversos monólogos e nas vivências de Joaquim.

    Outro ótimo ponto é como a diretora conseguiu unir tanto as experiências de Joaquim nos Estados Unidos, quanto suas memórias antigas em Portugal, sem que as mudanças de tempo se tornassem em algo confuso. O presente de Joaquim está totalmente entrelaçado com seu passado e sofre consequências dessas escolhas.

    Apesar da ótima condução de Susana, é difícil não estranhar algumas cenas que requerem uma certa atuação do personagem principal. Por não se tratar puramente de um documentário, há alguns momentos que Joaquim precisa mostrar sua desenvoltura em frente às câmeras, o que acaba parecendo um pouco deslocado.

    VEREDITO

    No Táxi do Jack é uma proposta interessante de Susana Nobre. Com um ótimo personagem para estudo de caso, o longa percorre diversos momentos da vida de Joaquim, expondo o descaso e a burocracia do sistema para com seus cidadãos.

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Lidando com a Morte (2020, Paul Sin Nam Rigter)

    Lidando com a Morte (Dealing with Death) faz parte da Competição Novos Diretores na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento, que acontece entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro, conta com 264 filmes vindos de mais de 50 países.

    Vencedor do prêmio de melhor documentário holandês no IDFA, Lidando com a Morte é dirigido e roteirizado por Paul Sin Nam Rigter.

    SINOPSE DE LIDANDO COM A MORTE

    Em Bijlmer, bairro multiétnico de Amsterdã, cada cultura tem seus próprios rituais relacionados à morte. Anita gerencia uma agência funerária e precisa garantir que essas práticas e cerimônias sejam respeitadas. No entanto, quanto mais se aprofunda nesse universo, mais ela percebe o quão pouco sabe sobre as diferentes culturas locais.

    Anita, então, passa a se questionar se a casa funerária, que reúne essa diversidade cultural sob o mesmo teto, atende às necessidades do bairro ou é apenas um empreendimento que espera conquistar espaço nesse mercado.

    ANÁLISE

    A empresa funerária Yarden, por meio do trabalho da gerente Anita, quer criar um espaço onde pessoas de diversas culturas possam se sentir contempladas durante um dos momentos mais difíceis de todos: o luto.

    O documentarista Paul Sin Nam Rigter, durante cinco anos, acompanhou todos os passos da concepção do empreendimento, coletando informações do planejamento base e filmando as reuniões da gerente com diversas comunidades em Amsterdã.

    Anita possui uma motivação muito grande para colocar esse projeto em ação. Porém, quanto mais ela conversa com as pessoas, mais ela entende as particularidades das diferentes culturas presentes na cidade.

    Por outro lado, a empresa que ela representa tem apenas uma motivação, e não tem nada a ver com o bem-estar social ou tentativa de acolhimento dessas comunidades. Esse contraste é perceptível ao longo de todo o filme, principalmente quando o assunto orçamento é abordado.

    Para que haja um produto é necessário que haja demanda. Ao longo dos 74 minutos de Lidando com a Morte, é perceptível que aquele empreendimento não era nada do que as comunidades precisavam, tampouco viria para sanar qualquer dificuldade.

    É evidenciando o outro lado da história que o documentário ganha peso e se torna atrativo. A produção demonstra sua real força ao mostrar como diversos imigrantes encontraram meios de criar espaços próprios, de manter as tradições de suas terras vivas e, principalmente, de se manterem fortes e unidos.

    Sendo um projeto que durou tanto tempo, o trabalho de montar uma narrativa coesa e que leve a um resultado concreto é algo complicado. Entretanto, Lidando com a Morte consegue traçar um caminho consistente, construindo paralelos entre o empreendimento e cenas de diversos rituais fúnebres.

    Os depoimentos dos grupos são bem inseridos na narrativa, bem como as reviravoltas na vida pessoal de Anita. Ao longo de cinco anos muita coisa pode se modificar, e Lidando com a Morte realmente consegue retratar essas mudanças.

    VEREDITO

    Lidando com a Morte é um bom documentário. Com o objetivo de acompanhar uma empreitada que, desde o início, tinha tudo para dar errado, a produção se sobressai principalmente nos momentos em que foca na diversidade de culturas em Amsterdam.

    Nossa nota

    3,0/5,0

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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

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    Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado é um dos maiores clássicos do cinema slasher dos anos 90, sendo um dos grandes títulos para os mais nostálgicos. 

    A Amazon Prime Video fez uma adaptação mais fiel à obra original escrita por Louis Duncan em 1973, ou seja, teremos muito mais suspense do que o terror apresentado no longa de 1997.

    SINOPSE

    Alisson (Madison Iseman), sua irmã gêmea Lennon e os amigos dela estão curtindo muito numa festa. 

    Todavia, após alguns desentendimentos entre o grupo, as coisas ficam complicadas quando eles atropelam e matam uma pessoa e as consequências desse ato começam a vir um ano depois com um rastro de mortes violentas cometidas por um serial killer.

    ANÁLISE

    Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado

    Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado fez muito sucesso na onda de obras do gênero junto com Pânico e tantos outros, por exemplo.

    Ao longo dos anos, a obra foi caindo no esquecimento até que a Amazon a trouxe de volta em formato de série, algo bastante curioso, pois a trama é bem simples e mesmo que se tenha a possibilidade de fazer um thriller investigativo, é bem complicado de sair muito do que foi feito no filme de 97.

    Entretanto, a série consegue e muito fugir do formato estabelecido no longa e vai além, com uma tentativa de desenvolvimento de personagens.

    Contudo, a falta de conteúdo para a história prejudica bastante o formato, uma vez que não há muito o que dizer. Por mais que o elenco se esforce e entregue boas atuações, a direção deixa bastante a desejar, assim como o roteiro que força situações artificiais com os atores da trama agindo de forma burra e inesperada. 

    Além disso, por mais que as mortes sejam bastante inventivas nos quatro primeiros episódios, falta impacto pois apenas uma das vítimas de fato é relevante para o andamento da história. A demora dos acontecimentos também é um fardo, visto que parece que o texto dá várias voltas para tentar enrolar os quase 50 minutos de cada episódio, tendo algo de relevante apenas no final de cada um.

    VEREDITO

    Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado

    Por enquanto, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado é uma série enfadonha, mas que tem muito potencial de crescimento, pois tem bastante violência gráfica e atores que tem talento. Todavia, a trama precisa ser acelerada e ser mais assertiva em sua proposta, visto que pode cair num marasmo que vai afugentar o público.

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado estreia no dia 15/10 com seus quatro primeiros episódios. A cada sexta será lançado um novo capítulo da série.

    Confira o trailer de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado:

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    CRÍTICA – Higiene Social (2021, Denis Côté)

    Higiene Social (Social Hygiene), novo filme do diretor Denis Côté, faz parte da programação da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo que acontece entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro.

    Parte da categoria Perspectiva Internacional, o longa nada convencional de Côté apresenta uma história repleta de diálogos e câmeras fixas.

    SINOPSE DE HIGIENE SOCIAL

    Antonin (Maxim Gaudette) é uma espécie de dândi. Seu talento com as palavras poderia ter feito dele um escritor famoso, mas, ao invés disso, ele se vale de sua habilidade para livrar-se de problemas.

    Dividido entre a angústia de fazer parte da sociedade, ao mesmo tempo em que pretende escapar dela, seu charme e sua inteligência serão desafiados por cinco mulheres que estão prestes a perder a paciência com sua maneira de lidar com a vida: sua irmã, sua esposa, a mulher que ele deseja, uma coletora de impostos e uma vítima de suas atitudes.

    ANÁLISE

    Higiene Social é um projeto um tanto peculiar. Filmado em espaços abertos, mantendo a câmera sempre no mesmo lugar e posicionando os atores a mais de dois metros de distância uns dos outros, Côté cria uma dinâmica de teatro para sua nova produção.

    O espectador acompanha a história de longe, como parte de uma plateia, e tenta o tempo todo entender o contexto dos acontecimentos em cena. Os personagens usam roupas antigas, mas suas referências são atuais. As ideias debatidas são modernas, mas o linguajar é rebuscado.

    É como se você estivesse nos bastidores de uma filmagem. Você vê a cena de longe, sem enxergar propriamente as reações dos artistas, tampouco consegue analisar a imagem vinda das câmeras. É uma dinâmica pouco comum.

    Muitos podem pensar que Higiene Social é feito desta forma por causa da pandemia do Covid-19. Mantendo o distanciamento social e gravando em locações abertas, a estrutura poderia ser uma alusão ao atual período em que vivemos. Porém, de acordo com o diretor, o roteiro já existia desde 2015, bem como a ideia desse experimento audiovisual.

    CRÍTICA - Higiene Social (2021, Denis Côté)

    Seja como for, o longa de Côté perpassa vários temas interessantes, sem se aprofundar em nenhum, durante os inacabáveis monólogos de Antonin. Sendo constantemente corrigido e desafiado pelas mulheres em sua vida, o personagem vive a tragicomédia do homem privilegiado que tem tudo, mas nunca está satisfeito com nada.

    Composto de pequenas esquetes, cada ato representa um momento da vida de Antonin, e se passam em períodos de tempo que não conseguimos entender perfeitamente. Em meio à selva composta pelo diretor, é difícil não se perder não apenas nos pensamentos de Antonin, como também na distração dos próprios atores com a paisagem ao redor.

    Acho que “incomum” talvez seja a melhor palavra para representar essa produção. Ao fugir do que entendemos como modelo de audiovisual, Côté abandona os espaços fechados e mantém seus personagens presos ao chão em um campo aberto, utilizando apenas os diálogos para conduzir a narrativa.

    Em sua conclusão, Higiene Social não faz muito sentido, tampouco cria uma narrativa estruturada para os personagens. Acredito que seja correto dizer que não há nenhuma grande lição a ser tirada das frustrações do personagem principal, tampouco das mulheres envolvidas na história do ladrão. Tudo parece uma grande brincadeira, e talvez a intenção seja essa mesmo.

    VEREDITO

    Com uma proposta pouco usual, Higiene Social utiliza a força de seus diálogos para criar uma comédia absurda e irônica. Mesmo não sendo o melhor trabalho de Denis Côté, é ainda uma produção que desafia o comum.

    Nossa nota

    2,5/5,0

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