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    CRÍTICA | Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1 (2021, Chris Palmer)

    Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1 é o capítulo inicial do longa que será realizado em duas etapas. A primeira teve sua estreia no dia 22 de junho e a segunda será lançada digitalmente no dia 27 de julho.

    Dentre os destaques, temos Jensen Ackles (The Boys) dublando o Batman, um fato curioso, pois ele já dublou Jason Todd, o Robin/Capuz Vermelho em Batman Contra o Capuz Vermelho em 2010, além de o longa animado ser o último trabalho de Naya Rivera, falecida em 2020.

    SINOPSE

    Um assassino está atacando a família Maroni, um grupo de mafiosos de Gotham, em feriados do ano, deixando um rastro de morte para o Batman investigar.

    Agora o Homem-Morcego deve se juntar ao Comissário Gordon e Harvey Dent para tentar desvendar esse mistério e colocar o serial killer atrás das grades.

    ANÁLISE

    Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1 é uma adaptação muito fiel aos quadrinhos dos anos 90 que levaram os fãs do Cavaleiro das Trevas ao delírio com uma história de investigação sombria e cheia de reviravoltas mirabolantes.

    O texto e estrutura da hq é levada das páginas às telas, uma vez que a animação é muito fiel ao que vemos nos renomados quadrinhos.

    O longa é bastante imersivo e traz um mistério de difícil resolução para quem nunca leu a história. Além disso, apresenta algumas cenas novas de ação para que o enfoque da trama tenha algumas diversificações do que foi apresentado, e aí que os deslizes aparecem.

    As cenas de ação não são tão empolgantes como de costume, mas nada que nos deixe cansados ou entediados, contudo, a parte da investigação é a que realmente nos deixa vidrados em cada detalhe.

    O trabalho de dublagem é muito bom, pois os atores envolvidos estão dando tudo de si para deixar um legado interessante, principalmente Ackles que consegue ser um Bruce Wayne imponente em Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1.

    Os traços novos dessa fornada recente de animações da DC casou muito bem com estilo noir de Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1, sendo muito bem-vinda na estética do filme.

    VEREDITO

    Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1 é um deleite ao fãs do Homem-Morcego, uma vez que adapta fielmente tudo que há de melhor no quadrinho.

    Com uma trama envolvente, excelentes personagens e bons ganchos para a continuação, tem tudo para se tornar um dos filmes clássicos do amado herói dentro do mais que consolidado mundo das animações da DC Comics. Mais uma bola dentro da editora nessa linha de obras.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer de Batman: O Longo Dia das Bruxas – Parte 1:

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    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Durante o mês de junho é comemorado o orgulho LGBTQIA+ nas mais diferentes formas. Por isso, não é atoa que as produções audiovisuais fazem parte dessa celebração, já que são essenciais para trazer visibilidade a essa incrível comunidade. 

    Nós do Feededigno sabemos da importância da representatividade em tela e trabalhamos diariamente a favor da diversidade e pluralidade. Porque além de termos uma equipe diversificada, que acredita no respeito e no amor de todas formas, também acreditamos no poder da cultura pop/geek como meio de transformação. 

    Sendo assim, elaboramos uma lista com alguns dos melhores filmes e séries que realmente carregam o orgulho de ser quem se é. Cada produção foi pensada justamente para cada grupo da comunidade LGBTQIA+ e têm como intuito exaltar a diversidade.

    Boca a Boca (2020 – atualmente, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Boca a Boca é uma produção brasileira que aborda as descobertas sexuais na adolescência em suas diferentes formas. Na premissa, jovens de uma cidade do interior começam a transmitir uma doença misteriosa pelo beijo. 

    Essa é a alegoria principal da série para tratar de liberdade sexual através da adolescência. Fran (Iza Moreira), Alex (Caio Horowicz) e Chico (Michel Joelsas) estão dispostos a confrontar os dogmas tradicionais de seus pais e da cidade onde vivem. Tudo isso trazendo relacionamentos homoafetivos para o debate. 

    Ammonite (2020, Looke)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Ammonite foi um dos filmes esquecidos de 2020, porém traz uma bela história sobre o amor entre duas mulheres em uma época onde era inimaginável pela sociedade.

    O longa é baseado na história da paleontóloga Mary Anning (Kate Winslet) e seu romance com a geóloga Charlotte Murchiston (Saoirse Ronan). Na época Charlotte era casada, mas ainda assim viveu junto com Mary. 

    O filme constrói lentamente a relação entre as duas, de forma a criar espaço para que Kate Winslet e Saoirse Roman pudessem apresentar suas próprias interpretações das personagens. É um filme sensível que traz à tona que o amor lésbico sempre esteve presente em todas as épocas. 

    Special (2020 – atualmente, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Special é uma série original da Netflix inspirada no livro I’m Special: And Other Lies We Tell Ourselves (Eu sou Especial: e outras mentiras que dizemos para nós mesmos) que estreou em 12 de abril de 2019. A série conta com 2 temporadas e mostra a história de Ryan, um jovem gay com paralisia cerebral.

    Na primeira temporada conseguimos entender um pouco de sua história, a aceitação da sua mãe Karen (Jessica Hecht), a busca por sua nova identidade e independência.

    Ryan (Ryan O’Connell) é um jovem muito sincero e passa grande parte da série com a sua amiga Kim (Punam Patel). Toda essa honestidade continua na segunda temporada como forma de abordar assuntos sérios sobre a deficiência de Ryan e sobre a sua vivência na comunidade LGBTQIA+.

    Retrato de uma Jovem em Chamas (2020, Telecine)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Retrato de uma Jovem em Chamas foi amplamente elogiado no Festival de Cannes de 2019 por sua beleza ao retratar o amor e o desejo entre duas mulheres.

    O filme que é roteirizado e dirigido por Céline Sciamma e conta a história de Marianne (Noémie Merlant), uma jovem pintora que recebe a tarefa de produzir um retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento sem que ela saiba. 

    Assim como em Ammonite, Retrato de uma Jovem em Chamas evoca o protagonismo feminino em uma época conservadora. O filme é sensível e poético, mas também ardente à medida que as duas protagonistas se aproximam e constroem uma bela relação. É nitidamente um filme feito por mulheres para que mulheres lésbicas se sintam representadas. 

    Love, Victor (2020 – atualmente, Hulu)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Love, Victor é uma série da empresa de streaming Hulu que foi inspirada na obra literária Simon vs. A agenda dos Homo Sapiens. A série se passa no universo do filme Love, Simon e estreou em 17 de junho de 2020 e conta com 2 temporadas.

    Essa produção mostra a história do jovem Victor (Michael Cimino) enfrentando desafios em casa e lutando contra sua orientação sexual. Assim, ele procura Simon (Nick Robinson) para alguns conselhos, já que ele ficou muito conhecido na mesma escola que Victor agora estuda, tendo passado pelos mesmos conflitos.

    Integrando o elenco temos James Martinez (Armando Salazar), Ana Ortiz (Isabel Salazar) e Anthony Turpel (Félix).

    The Perfection (2019, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    The Perfection é um filme de terror psicológico original da Netflix. O filme foi dirigido por Richard Shepard e estreou na plataforma em maio de 2019. 

    Esse filme mostra a história de Charlotte Willmore (Allison Williams), uma talentosa violoncelista que foi forçada a deixar a prestigiada escola de música Bachoff para cuidar de sua mãe doente.

    Após dez anos de cuidados, a mãe de Charlotte morre, e a personagem principal decide retomar a sua vida. Ao entrar em contato com seu mentor Anton (Steven Weber) descobre que ele tem uma nova pupila, Elizabeth (Logan Browning), outra jovem violoncelista cuja carreira se encontra no auge.

    Logo no início do filme é visível os olhares das duas musicistas, gestos e toques sorrateiros que nos fazem criar um shipp entre as duas.

    She-Ra e as Princesas do Poder (2018 – 2020, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    She-Ra e as Princesas do Poder estreou na Netflix em Novembro de 2018 e conta com 5 temporadas. A série animada foi lançada por Noelle Stevenson e produzida pela DreamWorks Animation Television.

    Sendo um reboot da série da Filmation de 1985, She-Ra e as Princesas de Poder conta a história da rebelião da adolescente Adora contra Hordak e sua Horda.

    A representatividade já é vista na relação entre as princesas Netossa e Spinnerella, além dos pais do Arqueiro, que são gays. Na dublagem temos Aimee Carrero (Adora), Karen Fukuhara (Cintilante), Marcus Scribner (Arqueiro), Amanda Michalka (Felina) e Keston John (Hordak).

    Um garoto como Jake (2018, Telecine)

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    Um garoto como Jake foi criado pelo diretor Silas Howard e estreou aqui no Brasil em junho de 2019. O elenco conta com Jim Parsons, Clair Danes, Octavia Spencer e Leo James Davis.

    Jake (Leo James Davis) é um garoto de quatro anos que não se encaixa no padrão dos outros garotos de sua idade. Ao invés de bola e carrinho, o menino prefere brincar com bonecas, assistir filmes de princesas da Disney e se vestir como a Rapunzel.

    As coisas ficam complicadas quando os pais começam a perceber essa “diferença” e ficam preocupados sobre a relação do filho com outras crianças, fora que eles encontram uma grande dificuldade em discutir sobre o assunto.

    Ela Quer Tudo ( 2017 – 2019, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Ela Quer Tudo é inspirada no filme homônimo de 1986 de Spike Lee e acompanha a artista do Brooklyn Nola Darling (DeWanda Wise) em seus relacionamentos. A série explora o amor livre ao mesmo tempo que trás um personagem abertamente pansexual. 

    Em duas temporadas, a produção de Spike Lee aborda orientação sexual e relacionamentos livres de forma a naturalizar o poliamor. Nola é uma mulher negra que constantemente afirma sua posição tanto amorosamente quanto politicamente.

    Eu, Tu e Ela (2016 – 2020, Netflix)

    Séries e filmes para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

    Eu, Tu e Ela é considerada a primeira série de comédia que aborda o poliamor. Na história, Jack (Greg Poehler) e Emma (Rachel Blanchard) são um casal que sentem que falta algo na vida a dois até encontrarem Izzy (Priscilla Faia). 

    A trama gira em torno da vida a três, com todos os questionamentos e dúvidas que podem surgir, mas também com o prazer de assumir um relacionamento que desafia a sociedade. Além disso, a série também aborda a bissexualidade de forma leve e reflexiva.  

    Steven Universo (2013 – 2019, Cartoon Network)

    Steven Universo é um desenho animado da Cartoon Network que foi criado pela animadora Rebecca Sugar e estreou em abril de 2014.

    A série desenvolveu uma ampla base de fãs e é aclamada pela crítica por seu design, música, elenco de vozes, caracterização, a importância do gênero feminino, respeito com o público LGBTQIA+, construção de mundo de fantasia e ficção científica.

    Esse desenho mostra personagens adeptos do poliamor, não binários, intersexuais e lésbicas. Entre as vozes dos personagens temos dubladores e vozes conhecidas como: a cantora Estelle (Garnet), Patti LuPone (Diamante Amarelo), Zach Callison (Steven Universo) e Deedee Magno Hall (Pérola).

    Então, curtiu a nossa lista? Deixe no comentário qual produção LGBTQIA+, faltou ou qual é a sua favorita! 

    Por Matheus Inácio e Júlia Barth 

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    CRÍTICA – O Diretor Nu (2ª temporada, 2021, Netflix)

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    A temporada final de O Diretor Nu chegou ao catálogo da Netflix na última quinta-feira (24). Baseada na história real de Toru Muranishi, um inovador e polêmico diretor japonês vídeos adultos que ficou conhecido no Japão como o “Imperador da Pornografia”.

    O elenco conta com Takayuki Yamada, Shinnosuke Mitsushima, Tetsuji Tamayama, Sairi Ito, Tokio Emoto, Takenori Gotô e Misato Morita.

    SINOPSE

    O Diretor Nu conta a história de vida peculiar e dramática de Toru Muranishi (Takayuki Yamada), o ambicioso homem responsável por tentar sacudir a indústria pornográfica do Japão deixando-a de cabeça para baixo, causando grandes mudanças no segmento e gerando muitos problemas durante o processo ao ser consumido pela ambição desenfreada de fazer com que “caia pornô do céu”.

    ANÁLISE

    CRÍTICA - O Diretor Nu (2ª temporada, 2021, Netflix)Após sair da Crystal-Eizou (na série chama-se Sapphire Pictures) em setembro de 1988, Muranishi formou sua própria empresa, a Diamond Visual, que veio a se tornar uma gigante da indústria levando a pornografia a novos limites e muitas vezes além deles.

    Kaoru Kuroki estrela da Crystal-Eizou também trabalhou na Diamond Visual e em 1989, uma nova estrela, Kimiko Matsuzaka (na série ela chama-se Mariko Nogi), estreou na empresa. Apesar de sua popularidade, Diamond Visual faliu em 1992 com dívidas de 5 bilhões de ienes.

    VEREDITO

    Diferente de Elite, temos aqui uma série baseada na indústria pornô japonesa, logo, cenas de nudez e sexo, mesmo que não seja explícito, está implícito.

    Nesta segunda – e última – temporada de O Diretor Nu, temos mais uma vez uma montanha russa na vida do visionário diretor Toru Muranishi: Uma nova empresa, transmissão via satélite e claro problemas com a polícia e a Yakuza.

    Os 8 episódios seguem um bom ritmo, que somado ao carisma do elenco e um roteiro objetivo, colaboram para uma boa experiência tanto para os que curtem assistir séries maratonando ou episodicamente.

    Infelizmente o fechamento da série traz um final agridoce para alguns dos protagonistas e que por se tratar de uma obra semi-biográfica é difícil dizer quais personagens são baseados em pessoas reais e quais são fictícios.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado da 2ª temporada de O Diretor Nu:

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    CRÍTICA – X-Ray (1ª temporada, 2021, Netflix)

    X-Ray é a nova série indiana do catálogo da Netflix. Criado por Sayantan Mukherjee, o seriado antológico é composto de quatro episódios que adaptam contos do diretor e escritor Satyajit Ray. Com média de 50 minutos por episódio, a produção é uma mistura de sátira, drama e situações bizarras.

    SINOPSE

    De uma sátira a um suspense psicológico, quatro contos do célebre escritor Satyajit Ray são adaptados para as telas nesta série.

    ANÁLISE

    X-Ray certamente não é uma série que está no radar do grande público da Netflix. Ela é uma daquelas produções que fica escondida no meio da imensidão de conteúdos disponíveis na plataforma. Entretanto, sua premissa me chamou a atenção, principalmente por adaptar contos do famoso cineasta Satyajit Ray.

    As histórias de X-Ray ficam entre o drama, o suspense e o absurdo. Os episódios Bahrupiya e Forget Me Not se encaixam perfeitamente na definição de absurdo, pois as situações mesclam elementos de fantasia e horror em situações que seriam críveis. Se esses episódios estivessem ancorados em elementos tecnológicos, eles poderiam ser encaixados facilmente em alguma temporada de Black Mirror.

    O episódio Forget Me Not é certamente o pior e, infelizmente, a temporada inicia com ele. Com um suspense bem construído, a ideia do episódio é ótima. Um homem que nunca esquece nada passa a esquecer nomes, pessoas e lugares por onde esteve. O plot twist está no final da trama, quando descobrimos o que de fato está acontecendo com a vida de Ipsit Rama Nair (Ali Fazal).

    É exatamente no desfecho que se dá a derrocada do episódio. Com péssimas escolhas criativas – incluindo uma cena super machista -, a condução de Forget Me Not perde tudo em seus últimos minutos. Vale ressaltar que todas as representações femininas nos episódios de X-Ray são bem contestáveis, puxando sutilmente para uma perspectiva de vilanização da mulher.

    CRÍTICA - X-Ray (1ª temporada, 2021, Netflix)

    A história de Bahrupiya, por outro lado, é interessante e realmente prende a nossa atenção. Os conflitos do personagem Indrashish (Kay Kay Menon), que mais parece um incel de meia idade, tem um desfecho bem satisfatório. Apesar do design das caracterizações não ser muito bom, o roteiro consegue construir uma grande tensão, encontrando seu ponto alto nos últimos minutos de duração.

    Os outros dois episódios, Hungama Hai Kyon Barpa e Spotlight, são menos absurdos e focam bastante em temas existenciais. Não que Bahrupiya não tenha boas reflexões, mas sua veia para a bizarrice se sobressai.

    Hungama Hai Kyon Barpa é provavelmente o meu favorito da temporada. Baseado no conto Barin Bhowmick’s Ailment, o episódio conta a história de dois homens que dividem uma cabine no trem. Quando Musafir Ali (Manoj Bajpayee) percebe que já encontrou o seu colega de cabine em um outro momento de sua vida, a trama ganha tons dramáticos e divertidos. Contando com pouquíssimas locações, todo o entretenimento do episódio fica a cargo das atuações de Manoj Bajpayee e Gajraj Rao, e eles se saem muito bem.

    Para fechar, Spotlight conta a história de um jovem ator chamado Vikram “Vik” Arora (Harshvardhan Kapoor). Extremamente mimado e com síndrome de Deus na terra, o menino se recusa a dividir as atenções com uma figura religiosa local chamada Didi. Em meio à crise de ego de Vik, o episódio escalona sua tensão para um desfecho inacreditável.

    CRÍTICA - X-Ray (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Acredito que todas as histórias possuem uma mesma ótica, que é a análise do ser humano por meio de metáforas absurdas. Entretanto, nem todas as execuções possuem o mesmo impacto, mesmo que seu material base tenha um grande senso de unidade.

    As melhores execuções, a meu ver, estão nos contos Hungama Hai Kyon Barpa e Bahrupiya, pois além das histórias não terem pontas soltas, elas conseguem trabalhar bem seus elementos chave (humor e suspense, respectivamente), entregando uma boa “moral da história”.

    Vale ressaltar como ponto positivo a construção de cenários e sets da temporada. Cada capítulo possui uma estética única, trabalhando elementos distintos nas composições das empresas, prédios, hotéis e outros espaços retratados. Entretanto, toda essa beleza visual não é explorada da melhor forma, pois a edição das cenas não nos permite aproveitar por muito tempo essas locações.

    VEREDITO

    X-Ray é uma série antológica interessante e pode abrir caminho para a adaptação de outros contos de Satyajit Ray. O saldo dessa primeira temporada é mediano, com dois episódios bons e dois episódios abaixo do esperado.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Assista ao trailer:

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    Stanley Kubrick: Conheça o diretor e seus 10 melhores filmes

    Considerado por muitos como o maior gênio do cinema e um homem à frente do seu tempo, Stanley Kubrick foi um cineasta, roteirista, produtor e fotógrafo estadunidense nascido em 26 de julho de 1928 em Manhattan, Nova Iorque.

    Frequentemente apontado como um dos cineastas mais influentes do cinema, Kubrick foi eleito o sexto maior diretor de todos os tempos pelos cineastas pesquisados pelo British Film Institute e a revista Sight & Sound em 2002.

    UM HOBBY QUE MUDARIA A SUA VIDA 

    Extremamente inteligente, mas facilmente entediado, Stanley Kubrick não era um estudante exemplar. Seu pai, um médico, tentou de tudo para fazê-lo se interessar pela escola e chegou a enviá-lo à Califórnia para passar um tempo com um tio, na esperança de que a mudança de ares ajudasse. Como presente de aniversário de 13 anos, ganhou uma câmera fotográfica, que logo se transformou em um hobby.

    A fotografia sempre chamou atenção nos filmes do diretor, que sempre prezava pela simetria, profundidade e abusava da técnica do ponto de fuga. Dono de um preciosismo quase doentio, Kubrick começou sua carreira com 17 anos, como fotógrafo da Revista Look, onde começou a obter notoriedade.

    INÍCIO DE CARREIRA 

    Trabalhando na Look, ele passou a frequentar o circuito de artistas e fotojornalistas e se interessou especialmente pelos trabalhos de Orson Welles (diretor de Cidadão Kane) e Sergey Eisenstein (diretor de A Greve). Resolveu experimentar e fazer seu próprio documentário, O Dia da Luta (1951), sobre a rotina de um lutador de boxe. A partir daí, foi fisgado pelo cinema e saiu da revista para se tornar aluno ouvinte em aulas de filme na Universidade Columbia.

    E aos poucos de maneira experimental, Stanley Kubrick atribuiu um estilo próprio. Com o diretor, cada filme fala por si só, graças à apuração e maestria do seu trabalho, que desnudou características da sociedade moderna.

    OS 10 MELHORES FILMES DIRIGIDOS POR STANLEY KUBRICK

    O Dia da Luta (1951)

    Documentário baseado em um artigo para a Look Maganize, conta a história de um dia na vida de Walter Cartier, um boxeador famoso. Durante o dia ele se prepara para sua luta noturna, enquanto cumpre compromissos rotineiros. À noite, ele se transforma em uma máquina mortífera de luta, enfrentando adversário peso-médio Bobby James.

    Assim como Flying Padre (seu primeiro projeto), o objetivo de O Dia da Luta é simples: fazer uma espécie de documentário, em forma de curta-metragem, mostrando a realidade de alguém – aqui, o boxeador Walter Cartier. Mas diferente do anterior, esse já possui algumas características que já fogem ao documentário e acentuam a sagacidade de direção de Kubrick, como a trilha sonora bem elaborada e as tomadas e enquadramentos da câmera que, nos aproximam mais de Walter e fazem termos de empatia por ele.

    Glória Feita de Sangue (1957)

    Quando soldados franceses nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial recusam-se a continuar um ataque aparentemente impossível de se vencer, seus superiores resolvem levá-los à corte marcial, onde poderão ser julgados à morte.

    Aqui, Stanley Kubrick capta o espírito da guerra com refinado realismo. Kirk Douglas pontua pesadamente em sua compreensão de que sua batalha é perdida contra o sistema, e George Macready, como o general implacável, instilado na crença de que uma ordem é uma ordem, mesmo que signifique a morte de milhares de pessoas, duvida do que pode ser considerado seu mais papel efetivo até o momento.

    Inspirado por notícias reais de jornais, Glória Feita de Sangue, move-se rapidamente de um ataque mal concebido para a corte marcial que se segue. Enquanto a raiva ferve, a câmera de Kubrick permanece oculta, patrulhando as trincheiras, andando pelo tribunal. Pode ser conciso e implacável, mas o floreio final é talvez o grace note mais adequado.

    Certa vez, o grandioso Kirk Douglas disse que não precisava esperar 50 anos para saber que Glória Feita de Sangue “sempre seria bom”. E vamos combinar? Kirk estava certo.

    Spartacus (1960)

    Na trama, Spartacus, nascido e criado escravo, é vendido para um treinador de gladiadores para disputar duelos mortais. Rebelde, consegue formar um grupo e libertar-se, tornando-se líder dos escravos e trazendo problemas à Roma.

    Apesar das revelações do próprio diretor dizendo que não possuiu a liberdade criativa que precisava, Stanley Kubrick não deixa a desejar, o maestro sabe fazer um corte e como manipular o espectador a emoções daqueles que estão em cena.

    Um bom épico histórico, foi um gênero bastante diferente dos filmes do diretor. Mas, nas décadas de 50 e 60 ocorreram muitos épicos bíblicos e relatando o Império Romano. Spartacus é um deles, e tem o protagonismo do lendário Kirk Douglas, que também foi produtor do longa.

    Dr. Fantástico (1964)

    Nessa sátira ácida que foi lançada quando o mundo vivia a Guerra Fria, um general completamente insano, Jack Ripper (Sterling Hayden), ameaça, durante uma reunião entre nações, neutralizar a U.R.S.S. com bombas nucleares, o que poderia gerar um holocausto fulminante na Terra. Todos os outros membros fazem de tudo para evitar. Entre eles está o ator Peter Sellers, que retrata três das pessoas que podem impedir a tragédia: o Capitão britânico Mandrake, o presidente norte-americano Merkin Muffley e o alemão bêbado Dr. Fantástico.

    O filme consegue balancear bem as críticas e com isso satirizar igualmente os dois lados do conflito. Kubrick não poupa ninguém, políticos, religiosos e militares são igualmente ridicularizados. Aqui, o diretor usa muito os diálogos para apresentar críticas como o abuso de poder, a ambição desmedida e a falta de escrúpulos de homens que se julgam acima do bem e do mal, e que por isso, acham que podem fazer o que quiser. Esse é o clima: o verdadeiro caos generalizado.

    2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)

    Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monólito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada a Júpiter para investigar o enigmático monólito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000.

    Terminado um ano antes do primeiro pouso na Lua, a visão de Stanley Kubrick da era espacial ainda surpreende e convence incrivelmente. O filme se estrutura sem rigidez numa série de pontos de virada na evolução humana que se consolidou como um dos primeiros clássicos do gênero de ficção científica.

    Estranho, único e inesquecível, 2001: Uma Odisseia no Espaço nos transporta para um outro universo, um que precisamos desacelerar, diminuir nossa exigência por cortes a cada três segundos (ou menos) e por ação ininterrupta. É um universo em que devemos observar. Ir além da narrativa e verificar os detalhes. Apreciar como o design da produção dá soluções criativas para a falta de gravidade, como Kubrick usa – ou deixa de usar – o som, a música, para marcar os momentos.

    Laranja Mecânica (1973)

    O anti-herói do filme é Alex DeLarge (Malcolm McDowell), um jovem líder de uma gangue de delinquentes, amante de leite, drogas e música clássica. Tem por diversão bater, estuprar, matar. Enfim, cometer qualquer brutalidade que tenha vontade, não se importando com as leis ou o senso humanitário. Quando finalmente é pego pela polícia, sofre um tratamento duro de reabilitação. E no momento em que Alex volta às ruas, totalmente regenerado, passa a sofrer com aqueles que antes eram as vítimas.

    O filme é baseado do romance homônimo de Anthony Burgess, publicado em 1962. Explorando questões sociais e políticas intemporais, Laranja Mecânica reflete sobre temas como a delinquência juvenil, a psiquiatria, o livre arbítrio e a corrupção moral das autoridades. Perturbador e repleto de imagens cruas de violência, se tornou um filme cult, aclamado pelo público e a crítica, e apontado como uma das obras mais icônicas de Stanley Kubrick.

    Barry Lyndon (1975)

    TBT #90 | Barry Lyndon (1975, Stanley Kubrick)Vencedor de quatro Oscars em categorias técnicas, o filme conta as aventuras de um irlandês que, expulso de seu país, tem por objetivo alcançar a aristocracia e conquistar a felicidade, jogando, duelando e utilizando a arma da sedução.

    Barry Lyndon foi um fracasso de bilheteria em sua época, mas o longa ganhou ares de superprodução com o passar dos anos. Novamente, o olhar apurado de Kubrick retrata com exatidão outro momento importante da História: a falência social e moral da aristocracia europeia.

    Há aqui belas performances, bela cinematografia, e uma jornada única. Além de uma reflexão praticamente shakesperiana sobre o quão inútil é o que fazemos ou deixamos de fazer (em um contexto amplo, claro), quando no final tudo isso deixará de existir e será esquecido eventualmente por trás da cortina do tempo, que segue cruel e imperdoável.

    O Iluminado (1980)

    O Iluminado terá sessões nos cinemas brasileirosJack Torrance se torna caseiro de inverno do isolado Hotel Overlook, nas montanhas do Colorado, na esperança de curar seu bloqueio de escritor. Ele se instala com a esposa Wendy e o filho Danny, que é atormentando por premonições. Jack não consegue escrever e as visões de Danny se tornam mais perturbadoras. O contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso.

    Esse filme tem um favoritismo especial pela autora dessa matéria.

    Kubrick está tão vividamente em evidência quando ele usa uma câmera Steadicam para mover-se ao longo de vistas infinitas de corredores e quartos opulentos, onde por um lado temos Jack Nicholson que entrega uma atuação em enorme potencial de maneira incomparável, por outro temos a honrada Shelley Duvall onde pode nos conceder todas as suas expressões por exigências até exorbitantes pelo diretor, que preza pelo seu perfeccionismo intenso.

    O filme definitivamente não é um filme de terror convencional, isso é certo, e sua aceitação pública sofreu por esse motivo. Stanley Kubrick cortou vinte e cinco minutos em uma edição desesperada de última hora antes de sua estreia na Grã-Bretanha, em um esforço para fazer o filme parecer mais convencional. Se O Iluminado não é considerado trivial, certamente encoraja alguém a pensar que é.

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    Nascido Para Matar (1987)

    Um sargento interpretado pelo ator R. Lee Ermey treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra, e quando lá chegam, se deparam com seus horrores.

    A experiência transmite as facetas da Guerra do Vietnã, deixando de lado os momentos épicos para focar nas tragédias particulares. Com um enquadramento preciso, uma trilha sonora marcante e um roteiro assíduo, o penúltimo longa dirigido por Kubrick demonstra o quanto os homens sem propósito da metade pro final do século XX estão propensos a se autodestruírem quando colocados sob pressão e disciplina extrema. Em resumo, essa é uma obra indispensável para qualquer amante de cinema e do gênero de guerra.

    De Olhos Bem Fechados (1999)

    Bill Harford (Tom Cruise) é casado com a curadora de arte Alice (Nicole Kidman). Ambos vivem o casamento perfeito até que, logo após uma festa, Alice confessa que sentiu atração por outro homem no passado e que seria capaz de largar Bill e sua filha por ele. A confissão desnorteia o sujeito, que sai pelas ruas de Nova Iorque assombrado com a imagem da mulher nos braços de outro. Ele acaba descobrindo um grupo sexual secreto e comparece a um dos encontros, percebendo que se envolveu mais do que deveria.

    Intrigante, envolvente e com um leve toque de eroticidade. Stanley Kubrick cria uma atmosfera misteriosa maravilhosamente única, somos hipnotizados e atraídos da mesma maneira que Bill e questionamos a complexidade das intenções e relação como Alice. Poderosos diálogos e grandíssimo trabalho de direção.
    Filme de muitas camadas e leituras.

    De Olhos Bem Fechados foi o último filme produzido pelo diretor, com a incrível despedida de um espetacular mestre.

    BÔNUS: AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM FILME “KUBRICKIANO”

    PERSPECTIVA COMO UM PONTO DE FUGA

    Desenvolvida no Renascimento, a técnica possibilita que objetos tridimensionais sejam representados em planos bidimensionais que até hoje influencia as artes. Como se percebe nas projeções mapeadas com vários pontos de fuga, a perspectiva procura representar o mundo, a partir de um ponto de vista fixo, da forma espacial como percebemos na imagem acima.

    TRILHA SONORA MARCANTE 

    Kubrick entendeu como, além dos diálogos e ações dos personagens, a trilha sonora também é essencial para contar uma história. Fã de música clássica, abusou de Beethoven, Schubert e Bartók em seus filmes e acabou mudando a forma como as melodias eram percebidas no cinema.

    EDIÇÃO

    Stanley Kubrick participava de todo o processo, revendo cada tomada e pensando nas melhores soluções. Com isso, é conhecido por um dos match cut mais famoso do cinema em 2001 – Uma Odisseia no Espaço – quando o macaco arremessa o osso para cima e, por meio da edição, surge um satélite em órbita.

    A técnica é usada para unir duas cenas, juntando o final de uma com o começo da outra. Os elementos não necessitam estar exatamente na mesma posição, mas precisa haver semelhança para poder relacionar.

    OBSESSÃO PELO PERFECCIONISMO 

    O diretor carrega a fama de ser extremamente perfeccionista e querer controlar todos os aspectos em uma produção. Costumava pedir aos atores para refazer as cenas diversas vezes, chegando a, muitas vezes, causar um mal-estar no set.

    O nova-iorquino gostava de ver seus filmes tomando grandes proporções, e, com isso, a meticulosidade crescia também. Nunca considerava uma história finalizada, a ponto de mudar inúmeras vezes o roteiro de De Olhos Bem Fechados durante as filmagens.

    O que cabe a nós decidir se o olhar foi extremo demais ou se acabou tornando-se parte essencial do gênio responsável por mudar o modo de fazer cinema, Kubrick.

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    CRÍTICA – À Segunda Vista (2021, Kimmy Gatewood)

    À Segunda Vista é uma produção original da Netflix, dirigida pela estreante Kimmy Gatewood e conta com as comediantes Iliza Shlesinger (Pieces of Woman) e Margaret Cho (Sob Medida) no elenco.

    SINOPSE

    Andrea (Iliza Shlesinger) é uma comediante de sucesso que quer atuar como atriz em algum projeto de destaque e crescer mais. Entretanto, seu outro objetivo é sair da solteirice e ela acaba encontrando o seu “príncipe encantado”. Todavia, será que ele é tão perfeito assim?

    ANÁLISE

    À Segunda Vista é o tipo de comédia romântica diferentona que temos visto nos últimos anos, uma vez que sua estrutura é um pouco diferente por conta das quebras de expectativas apresentadas ao longo das 01h34min de filme.

    O seu formato se diferencia por apresentar flashes de um show de stand-up, algo que Shlesinger domina pro ser do ramo há muito tempo. 

    Como destaques, temos a dupla de amigas Andrea e  Margot, interpretadas por Iliza Shlesinger e Margaret Cho tem uma boa dinâmica e suas personagens são bastante divertidas, mesmo que Andrea passe do ponto na ingenuidade.

    Contudo, se as personagens funcionam muito bem, o roteiro é o grande vilão de À Segunda Vista, pois ele testa nossa paciência. A inocência da protagonista é tamanha que ficamos com raiva dela em alguns momentos, uma vez que o vilão deixa um caminho gigantesco de mentiras estapafúrdias em suas histórias.

    Entendemos que relacionamentos são complicados e que as mulheres tem muita dificuldade hoje em dia de achar um bom partido dentre os homens, mas aqui o absurdo é levado ao extremo, nos deixando muito incomodados com a tamanha falta de noção de Andrea.

    Além disso, por mais que a discussão seja válida e gostemos das caricaturas de homens “machos”, viris e que tentam se mostrar bons partidos, aqui o exagero prejudica bastante a trama.

    O personagem de Ryan Hanssen é um estereótipo ambulante e nos incomoda bastante em diversos aspectos, sendo mais irritante do que propositivo para a história.

    VEREDITO

    À Segunda Vista é um filme de comédia romântica que começa irreverente, mas que ao longo do tempo se torna irritante e cansativa. 

    Com uma boa protagonista, porém, um roteiro que fica andando em círculos, o longa infelizmente desperdiça um elenco afiado e que traz boas risadas, apesar do vários problemas. Tomara que tenhamos a oportunidade de ver os atores em projetos melhores para termos a certeza de que eles podem muito mais.

    Nossa nota

    2,3/5,0

    Confira o trailer de À Segunda Vista:

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