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    CRÍTICA – Em um Bairro de Nova York (2021, Jon M. Chu)

    O prestigiado e maravilhoso musical de Lin Manuel Miranda chega aos cinemas. Em um Bairro de Nova York é uma adaptação para as telas do musical In The Heights, que estreou em 2005, mas esteve na Broadway de 2008 a 2011.

    A história foi escrita pela dramaturga Quiara Alegría Hudes, com letra e música de Miranda, que também atua na produção. Após dez anos de seu encerramento nos palcos, In the Heights mostra que sua história é atemporal.

    Na direção do longa está o talentoso Jon M.Chu (Podres de Rico) e alguns nomes como, Anthony Ramos (Hamilton), Stephanie Beatriz (Brooklyn Nine Nine) e Corey Hawkins (Esquadrão).

    SINOPSE

    Em um Bairro de Nova York é a adaptação da peça homônima. O longa acompanha alguns dias de uma comunidade latina na periferia de Nova York. A partir do protagonista Usnavi (Anthony Ramos), dono de uma mercearia local, a história retrata um grupo em busca de seus sonhos.

    ANÁLISE

    Se for preciso resumir Em um Bairro de Nova York em uma só palavra seria “sonhos”. Algo tão simples, mas também tão fantástico capaz de mover montanhas e mares. Washington Heights, que é realmente um bairro de Nova York sabe disso. Uma comunidade formada por imigrantes latinos que cresceu e prosperou sobre as adversidades da vida.

    Dessa forma, o musical criado e produzido por Lin Manuel Miranda evoca toda a representatividade, força e alegria da comunidade latino-americana em Nova York. Logo, o que poderia somente ser sobre uma cidade americana ganha tamanho significado que sai das telas. Em Um Bairro de Nova York atinge todo e qualquer latino americano e gera um calor no coração ao enfatizar que somos parte de uma grande família nesse mundo. As bandeiras estão lá para afirmar isso, inclusive a bandeira do Brasil.

    Em um Bairro de Nova York

    Por isso, é tão simples se identificar com o longa. Todo o seu brilhantismo e otimismo revelam um sentimento de pertencimento e acolhimento que os latinos tanto buscam quando se espalham pelo mundo. Consequentemente, Em Um Bairro de Nova York consegue ser leve e singelo, ao mesmo tempo que toca o mais fundo possível nossos corações.

    No longa,  Usnavi (Anthony Ramos) é um rapaz que sonha voltar para seu país, a República Dominicana no Caribe. Ele é dono de uma mercearia e trabalha junto com o seu primo, Sony (Gregory Díaz IV). Além de ser um incrível cantor com uma carreira em ascensão, Ramos tem o time perfeito para sua interpretação como Usnavi, é divertido e simpático na medida certa.

    Além disso, outros personagens se somam a Ramos tanto em voz, como atuação. A destemida Vanessa (Melissa Barrera) que busca ser uma grande estilista, a estudiosa Nina (Leslie Grade) que volta para casa após o primeiro semestre na faculdade e precisa lidar com as expectativas da comunidade e do pai, o Sr. Rosário (Jimmy Smits).  E é claro, o dedicado Benny (Corey Hawkins) e a doce Abuela Claudia (Olga Merediz).

    Todos, sem exceção, desempenham ótimas performances que enchem os olhos dos espectadores, são atuações significativas que não passam batidas e são multicoloridas. Na mesma forma, são as vozes dos atores que acertam o tom de seus personagens dando originalidade a cada um.

    Mas, engana-se quem acha que o filme não trata dos preconceitos e da invisibilidade sofrida pela comunidade. O discurso despretensioso surge também como uma identificação, já que o longa toca em temas como a imigração nos Estados Unidos, o subemprego, gentrificação, processo de legalização e outros. São situações vividas e contadas que provocam os personagens a se questionarem sobre suas escolhas e vida em Washington Heights.

    Desse mesmo modo, o longa consegue surpreender ao ter um olhar extremamente positivo em tempos onde o preconceito deixou de ser mascarado. É como se aquela comunidade estivesse tão blindada pela sua força interna que nada que vem de fora têm tamanho impacto. Nesse mesmo sentido, Em Um Bairro de Nova York é um filme vibrante e contagiante.

    DIREÇÃO E MÚSICAS

    Ainda que muitas pessoas não gostem de musicais no cinema, não tem como negar que o gênero ganhou espaço e está fazendo sucesso. Seguido por obras recentes, como La La Land (2017) e Os Miseráveis (2015) que estiveram nas premiações do Oscar, é sem provável que Em Um Bairro de Nova York também ganhe destaque nas premiações.

    Isso porque, além de um roteiro que entrega, o filme tem um repertório de músicas maravilhosas. O que mais uma vez deve-se agradecer a Lin Manuel Miranda e seu tom para criar letras tão impactantes. Todas as músicas contam histórias, que nem sempre vemos em tela, mas está ali na aura de Washington Heights.

    Além disso, a mistura de ritmos caribenhos, rap e hip hop vibram a cultura latina e se misturam a outros elementos culturais, como a comida e roupas. As performances são um show à parte que transformam cada ato musical em um pequeno vídeo clipe. São inúmeros dançarinos que enchem as ruas do bairro e que juntos com uma edição divertida e engenhosa dão um tom dinâmico ao filme.

    Já a direção de Jon M.Chu combina perfeitamente com a proposta do filme, o diretor que vem de uma incrível produção como Podres de Rico mostra que consegue carregar um filme tão complexo. Ele realmente brinca com a câmera dando, por vezes, um olhar fantasioso as cenas. O que faz total sentido com a paleta de cores fortes do filme, sempre referenciando o calor de 40 graus de Nova York.

    Logo, Washington Heights ganha forma, cor, cheiro e até gosto (Lin Manuel Miranda faz umas pontinhas como um vendedor de raspadinhas) que fazem o espectador querer ver sempre mais.

    Consequentemente, se é necessário apontar críticas ao filme seria a ausência de sensação de continuidade em alguns atos. Como já se sabe, a adaptação de uma peça musical é sempre carregada por algumas falhas e Em Um Bairro de Nova York não seria diferente. Porém, a interferência é mínima e pode ser ignorada se o objetivo é aproveitar um longa que traz o melhor da cultura latina americana.

    VEREDITO

    Com músicas marcantes, uma direção de tirar o fôlego e ótimas atuações, Em Um Bairro de Nova York é inesquecível. Um musical para os amantes do gênero e também um filme para se identificar a cada cena. Paciência Y Fé.

    5,0/5,0

    Confira o trailer legendado:

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    Call of Duty: Warzone | Onde ficam as portas vermelhas e para onde elas levam

    Com a quarta temporada de Call of Duty, um novo sistema de transporte foi inserido em Verdansk por meio das portas vermelhas que estão espalhadas por todo o mapa. A nova temporada trouxe desafios, novos modos de jogo, novas armas e até mesmo modificações em Verdansk.

    Caso você não tenha jogado o modo campanha do Call of Duty: Black Ops Cold War, as portas vermelhas eram usadas no game como mecânicas de transporte para levar jogadores à lugares completamente diferentes.

    Originalmente, foi pensado que as portas vermelhas substituiriam o sistema de transporte de metrô que foi adicionada à Verdansk moderna, mas as portas vermelhas funcionam de forma bem diferente. As portas vermelhas podem spawnar em terminadas áreas, mas elas não aparecerão em todas as partidas.

    Usar as portas vermelhas pode ser bem simples, tudo que você precisa é destrancar a porta e atravessar ela. O problema é que você não necessariamente conseguirá encontrar uma porta vermelha, mesmo se souber onde elas ficam.

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    Aqui está tudo que você precisa saber sobre as portas vermelhas, incluindo onde encontrá-las e onde elas podem te levar.

    LOCALIZAÇÃO DAS PORTAS VERMELHAS EM VERDANSK

    O número correto de portas vermelhas que spawnam em Verdansk ao mesmo tempo é incerto, mas segundo algumas fontes apontam, a cada partida, apenas 3 portas aparecem ao mesmo tempo.

    Abaixo está a localização de todas as portas vermelhas que foram encontradas em Warzone até o momento:

    Portas Vermelhas
    Clique na imagem para ver em HD.
    • Entre no prédio localizado em Summit próximo ao veículo. A porta está localizada ao centro do prédio, como pode ser visto acima.
    • Dentro da mina antiga está localizado o segundo lugar de spawn da porta vermelha. A sudoeste do Summit.
    • A noroeste da Mina de Sal, no prédio mais ao norte, no segundo andar.
    • A sudoeste da Mina de Sal, dentro de um enorme prédio.
    • Dentro da Factory, localizada dentro do avião já construído.
    • Abaixo do avião meio construído na Factory.
    • No lado oeste de Stadium, na placa de pontuação.
    • No lado sul do estádio, abaixo da sala do comentarista.
    • Dentro do Nakatomi Plaza no Segundo Andar.

    Uma porta vermelha pode ser usada por qualquer um uma vez que estiver aberta, permitindo que você e seu squad passe por ela. Após um curto período de tempo, a porta vermelha se fecha impedindo que qualquer um passe por ela.

    PARA ONDE AS PORTAS TE LEVAM?

    Há 12 destinos confirmados em Verdansk até o momento, apesar da localização final ainda não ter sido determinada.

    Abaixo estão as áreas para onde as portas vermelhas te levam:

    Clique na imagem para ver em HD.
    • Base Militar
    • Abaixo do Bunker 0
    • Norte da ATC
    • Mina de Sal
    • Lumber
    • Factory
    • Promenade East
    • School
    • Farmland
    • Storage
    • Block 18
    • Junkyard

    Não é certo que as portas te levem à locais diferentes cada uma das vezes. Por exemplo, se você entrar no portal Summit, não é certo que você vá parar em Farmland. Se você entrar em uma porta, você sair em qualquer uma das 12 localizações. Ao entrar na porta vermelha, você será sempre levado a uma sala com diversas caixas laranjas com loots grandes. As caixas dessas áreas te darão fichas de especialista, armas poderosas e muito dinheiro.

    Se algum amigo estiver com problemas para achar as portas, o que acha de mandar nosso guia para ele? Principalmente se ele for seu parceiro de squad.

    A quarta temporada de Call of Duty: Black Ops Cold War e Warzone estreou no dia 17 de Junho. Call of Duty: Warzone está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

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    CRÍTICA – Rogai Por Nós (2021, Evan Spiliotopoulos)

    Rogai Por Nós é um filme de terror dirigido e roteirizado por Evan Spiliotopoulos e tem Jeffrey Dean Morgan (Sobrenatural e The Walking Dead) como protagonista.

    SINOPSE

    Um jornalista desacreditado consegue a sua matéria da carreira ao presenciar milagres realizados por Alice (Cricket Brown), que acredita estar sendo um instrumento de Maria, mãe de Jesus. Entretanto, as coisas não são bem assim, e uma presença maligna paira sobre esses milagres.

    ANÁLISE

    Rogai Por Nós traz uma premissa que já foi trabalhada em diversos filmes, mas que é sempre um destaque por se tratar um tema ligado a fé e religião.

    Contudo, assim como a maioria dos filmes do gênero, ele possui uma estrutura enlatada e genérica, sendo uma obra bastante problemática.

    As atuações são sofríveis, pois conta apenas com dois atores de fato interessados no projeto. Cricket Brown e Diogo Morgado são competentes em suas propostas, pois conseguem se interessar por seus papéis. Jeffrey Dean Morgan, o protagonista, está no piloto automático, pois está mais pensando no cachê do que em fazer um papel memorável.

    O longa possui um bom desenvolvimento em seu primeiro ato, entretanto, o segundo e terceiro são acelerados, descompassando o restante do longa. O CGI é sofrível e entrega cenas constrangedoramente engraçadas, por exemplo.

    ROGAI POR NÓS NO FINAL

    Rogai Por Nós é um filme básico, visto que sofre na mão de uma direção e roteiro ruins. Com atuações problemáticas e uma estrutura bagunçada, por exemplo, a obra é só mais um dentro do gênero de terror de assombrações.

    2,0/5,0

    Confira o trailer de Rogai Por Nós:

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    CRÍTICA | Loki – S1E2: A Variante

    O segundo episódio de Loki, A Variante, já está disponível no catálogo da Disney+ e faz importante revelação quanto ao antagonista da série até o momento.

    SINOPSE

    Um grupo de elite da AVT é atacado e sua comandante é capturada pela versão misteriosa de Loki (Tom Hiddleston). 

    Agora, Mobius (Owen Wilson) vai ter que confiar no Deus da Trapaça para resgatar a membro da agência, entretanto, será que Loki é confiável?

    ANÁLISE

    O segundo episódio de Loki, A Variante, traz aspectos interessantes para o desenvolvimento dessa versão do Deus da Trapaça que está inserido na série.

    Os momentos solo ou com interações de Tom Hiddleston com os demais atores do elenco entrega que de fato, o protagonista possui um amplo domínio pelo seu personagem, uma vez que entrega uma nova faceta do anti-herói da Marvel.

    Mesmo que o roteiro seja bastante limitado e explicativo demais em alguns momentos, há um certo brilhantismo por parte de Hiddleston, que possui um charme e carisma exímios.

    Por mais que o roteiro por vezes seja fraco, há uma cena específica em que Mobius e Loki discutem sobre propósito e sobre o “sentido da vida”, algo que arrancou palmas aqui em casa.

    VEREDITO

    A Variante, segundo episódio de Loki, nos entrega bons e maus momentos. Todavia, há alguns momentos brilhantes e uma boa cadência de eventos que vai abrindo um leque interessante de opções para o futuro do MCU em sua nova fase.

    4,0/5,0

    Confira o trailer do segundo episódio:

    A nova série da Marvel Studios vai ao ar todas as quartas-feiras na Disney+.

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    Call of Duty: Warzone | Como liberar a Pistola de Pregos

    A quarta temporada de Call of Duty finalmente está entre nós. E durante a temporada, uma incrível adição está deixando os fãs loucos muito mesmo antes da temporada ser lançada, que é o retorno de uma arma que foi lançada em Call of Duty: Black Ops III, a Pistola de Pregos.

    Com o roadmap da temporada 4 revelado, Warzone e Black Ops Cold War ganhará muito conteúdo novo, inclusive novas armas, novos personagens e novos modos de jogo. E o Passe de Batalha te garantirá algumas armas como a MG 82 e o Rifle de Assalto C58.

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    COMO LIBERAR A PISTOLA DE PREGOS EM WARZONE E COLD WAR

    Os jogadores de Warzone e Black Ops Cold War podem liberar a Pistola de Pregos de duas maneiras distintas durante a Temporada 4. A arma é perfeita para confrontos de curta-média distância e agora, no começo da temporada, ela está sendo altamente efetiva na trocação.

    A Pistola de Pregos atualmente conta com TTK de 350 milissegundos e provavelmente já está no meta da primeira metade da quarta temporada.

    Abaixo, você verá como conseguir a Pistola de Pregos sem muitos problemas. Apesar de levar um certo tempo e paciência, depois de completar os desafios, você poderá  completando um desafio que pode ser visto abaixo:

    • No Multiplayer do Black Ops Cold War e no Warzone: Obtenha 5 Eliminações com Armas Especiais em 15 partidas diferentes. Vale lembrar que você precisa completar as 15 partidas.
    • Black Ops Cold War Modo Zombies: No modo Outbreak, consiga 25 mortes com armas especiais em 12 regiões diferentes.

    Tenha em mente que as armas especiais citadas acima para completar o desafio, são a Faca Balística, o Lançador de Granadas M79 e a R1 Shadowhunter.

    A forma paga de obter a arma é comprar o pacote na Loja do game. Comprando o pacote no Warzone, a arma estará disponível no Black Ops Cold War.

    • Outra forma de obter a Pistola de Pregos é comprar o pacote na loja por 1500 COD Points.

    Você já conseguiu liberar a Pistola de Pregos no Warzone? Conta pra gente o que você espera da 4ª Temporada de Warzone e Black Ops Cold War.

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    TBT #129 | Chinatown (1974, Roman Polanski)

    O TBT dessa semana traz um dos filmes mais conceituados no cinema Hollywoodiano, seja pelo roteiro intenso de Robert Towne ou pela direção pragmática de Roman Polanski. Dessa forma, não tem como negar que Chinatown é um clássico que evoca discussões tanto dentro, como fora no cinema.

    Nesse mesmo sentido, é quase impossível desassociar Chinatown de Polanski e suas acusações de assédio sexual, pelas quais o diretor é foragido nos Estados Unidos. Sempre lembrando que não existem dúvidas sobre as acusações. Por isso, é necessário reconhecer a importância do longa como um clássico e analisá-lo em seus diferentes contextos.

    Indicado a 11 Oscars em 1974, incluindo Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz, o longa recebeu apenas um prêmio, o de melhor roteiro original para Robert Towne. Chinatown está disponível no streaming Paramount+ que chegou em março ao Brasil com todos os seus grandes sucessos.

    SINOPSE

    Chinatown

    Los Angeles, 1937. O detetive particular Jake Gittes (Jack Nicholson) recebe a visita de uma mulher que acredita que seu marido, engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia, tem uma amante. Gittes logo descobre que a mulher era uma farsante e encontra a verdadeira Evelyn Mulwray (Faye Dunaway), filha de Noah Cross (John Huston), um dos homens mais poderosos da cidade. O engenheiro aparece morto e Gittes, envolvido com Evelyn, se vê no meio de um perigoso jogo de poder, com muitos segredos e mistérios.

    ANÁLISE

    Não existe forma melhor de começar a falar de Chinatown que não seja pelo seu final estarrecedor. A icônica frase “esqueça, Jake. É Chinatown”, ainda reverterá após os créditos finais do longa, exemplificando que um roteiro bem escrito não precisa de explicações. Ainda que, ao longo do filme inteiro, muitas respostas tenham sido dadas.

    Dessa forma, Chinatown se configura como um daqueles filmes que deixam sua marca no espectador. Na história, Jake Gittes é um detetive com um passado sombrio no bairro de Chinatown. Logo, ele se muda para a Costa Leste de Los Angeles a fim de trocar de vida. Se torna detetive e parte do seu trabalho é fazer revelações que irão acabar com casamentos.

    Até aqui, nada demais. Apesar da atuação impecável de Jack Nicholson, o longa segue com seu estilo meio noir e meio setentista. Em boa parte, aposta na trama policial cercada de mistérios, mas também busca subverter as expectativas e mostrar uma realidade nua e crua.

    Logo, é quando Gittes é enganado e se envolve em uma perigosa história familiar que Chinatown exibe seu verdadeiro potencial. Visto que, é quase impossível ver longas que tratam sobre assuntos tão burocráticos e até mesmo desinteressantes como o Departamento de Águas de uma cidade. Em Chinatown, isso se torna o fio condutor que dá a história um tom adverso, como se nada fosse realmente o que parece ser.

    O que não se aplica somente a trama do filme. Os próprios personagens carregam ambiguidades muito além do que é esperado, seja no personagem de  Nicholson; Gittes tem um ar de espertão, mas esconde grandes traumas. Seja na “mocinha” do filme, Evelyn Mulwray, interpretada por Faye Dunaway, entregando uma atuação que ao mesmo tempo é fria, também é enigmática.

    Logo, Chinatown deve ser apreciado em seus mínimos detalhes. A luta por agua e terras mostra que os ricos sempre querem mais, assim como, a falta de empatia que o longa transmite evidencia uma época que estava desacredita da existência do bem da humanidade.  Até mesmo, alguns pontos da história que em um primeiro olhar parecem confusos são amarrados perfeitamente para combinar em sua proposta de ser ousado.

    Ousado, porque, o filme assume suas características niilistas. O abuso de Evelyn pelo pai que acabou gerando uma filha/irmã, o assassinato do marido também pelo pai e mais tarde, seu próprio fim trágico dão ao filme um tom amargo. Mas também autêntico, na medida que se entende que até mesmo o cinema sofre com os paradigmas da moralidade.

    Por isso, se nem mesmo Everyn ou Gittes são poupados ou tem uma redenção, quem dirá a humanidade? Afinal, seria o mundo  um bairro chinês, onde os acontecimentos mais tenebrosos não tem a mínima importância frente a uma eternidade de sofrimentos? É, no mínimo, amedrontador querer a resposta. Assim como, é fatídico compreender que Chinatown será sempre Chinatown.

    VEREDITO

    Chinatown é um clássico do cinema e necessita ser julgado como tal. Ainda que, por vezes, o nome de Polanski seja o que se destaque no longa, sua direção é sucinta e não evoca nada de novo. Logo, o que leva Chinatown a seu verdadeiro estopim é sem dúvidas, o roteiro e atuações formidáveis.

    4,5 / 5,0

    Assista o trailer do filme:

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