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    Noites Sombrias #92 | Terrifier (2016, Damien Leone)

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    Terrifier ou Aterrorizante no Brasil é um longa dirigido por Damien Leone que conta a história de Art, o Palhaço e sua sede de sangue.

    SINOPSE DE TERRIFIER

    Tara (Jenna Kannel) e Dawn (Catherine Corcoran) querem curtir sua noite de Halloween em uma balada e bebendo em lugares diferentes. Entretanto, Art, o Palhaço (David Howard Thorton) pretende estragar os planos da dupla com uma série de assassinatos aterrorizantes.

    ANÁLISE

    Terrifier é um longa que possui muitas valências por conta do baixíssimo investimento para a execução do longa. Ao todo, foram gastos míseros 6 mil dólares, não sendo nem troco para balas quando se trata de filmes.

    O trabalho de Damien Leone na direção é espetacular com tão poucos recursos. Toda a magia da obra está em sua extrema violência, com efeitos práticos de cair o queixo, apresentando um gore dos mais viscerais que embrulham o estômago de quem está acostumado com o terror de shopping center.

    O cineasta sabe chocar e estica as cenas propositalmente para que o horror esteja no máximo. Normalmente em slashers usuais, os diretores costumam mostrar o assassino dando um golpe brutal que acaba com a vítima, apresentado o corpo sem vida no corte seguinte com os ferimentos. Alguns ainda fazer uma morte um pouco mais violenta para marcar a obra.

    Já em Terrifier, Leone faz o seguinte: mostra Art atacando sua presa, temos um take para outra cena e em seguida o cineasta volta de onde parou, mostrando o palhaço assassino destruindo o pobre corpo que sofre até as últimas com suas atrocidades. Há um assassinato especifico que gera muita agonia por conta da tamanha violência.

    Um dos destaques é justamente o nosso serial killer que dá um show aqui. Sem dizer uma palavra sequer, David Howard Thorton consegue esbanjar carisma e uma atuação macabra com seus sorrisos esquisitos e sua fisicalidade absurda baseada na mímica. A maquiagem e traje de Art tem tudo para ser um fenômeno no próximo Halloween por conta de Terrifier 2.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Noites Sombrias #12 | Os 10 serial killers mais icônicos do cinema

    De negativo, as atuações toscas e um filme um pouco esticado, mesmo que tenha apenas em torno de 01h30min, ele é longo demais por não ter muito a dizer. O roteiro apenas dá o mínimo para que o antagonista empilhe corpos pela cidade, o que pode ser bom para quem curte o sangue jorrando na tela, mas quem busca algo com o mínimo de complexidade, talvez Terrifier não seja para você.

    VEREDITO

    Com o orçamento de centavos, mas com muito coração e tripas, Terrifier é um divertimento puro para os fãs de horror mais hardcore que não tem estômago sensível. Com a trama de uma linha, todavia, com muita sanguinolência, assista para ver um trash divertido e sem compromisso com nada.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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    Um de Nós Está Mentindo: Resumo da 1ª temporada

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    Um de Nós Está Mentindo é a adaptação do livro homônimo de Karen McManus. A segunda temporada da série chegou à Netflix e junto dela, trazemos um resumo da primeira temporada da história que parece misturar a trama de diversas franquias de terror, com um mote de whodunit.

    Enquanto a primeira temporada se baseava quase que inteiramente na morte de um dos personagens em seu primeiro episódio, e em nos fazer descobrir quem chantageava os principais suspeitos da trama, segredos de todo colégio Bayview eram revelados.

    ESTE POST CONTÉM SPOILERS DA PRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE

    RESUMO DA 1ª TEMPORADA DE UM DE NÓS ESTÁ MENTINDO

    primeira temporada

    O roteiro da série brinca com a clássica brincadeira americana “Simon says“, ou aportuguesando “Seu mestre mandou”.

    • Simon Kelleher (Mark McKenna) é conhecido por saber os podres de todos da escola e da cidade de Bayview. Em seus comunicados semanais, ele revela detalhes da intimidade de diversos personagens, e isso volta para assombrá-lo;
    • Em um dia, quando Addy Prentiss (Annalisa Cochrane), Bronwyn Rojas (Marianly Tejada), Nate Macauley (Cooper van Grootel) e Cooper Clay (Chibuikem Uche), – um grupo completamente improvável – é enviado para a detenção, algo completamente inesperado acontece, a pessoa mais odiada da escola, Simon Kelleher, morre após uma crise alérgica e nenhum remédio foi encontrado na escola;
    • Após a morte de Simon, Addy, Bronwyn, Nate e Cooper passam a receber ameaças acerca de segredos seus, os obrigando à realizar coisas controversas, e segredos de outros alunos, e até mesmo da diretora da escola são revelados. Tudo isso, enquanto os 4 passam a ser vistos como os principais culpados pela morte de Simon não apenas pelos alunos da escola, mas passam também a ser investigados pela polícia;
    • Enquanto muitos segredos são revelados, descobrimos os mistérios por trás da morte de Simon. A partir daí, revivemos os acontecimentos que giraram em torno da traição de Addy – que traiu seu namorado Jake com um amigo dele. A partir daí, entendemos que o personagem que anteriormente parecia calmo e pacífico, se viu possesso e combinou com Simon realizar uma “brincadeira” nada inocente;
    • Nessa “brincadeira”, Jake era o responsável por buscar o medicamento que salvaria a vida de Simon. Entretanto, em um último momento, Jake decidiu não ajudar Simon, e apagou qualquer tipo de envolvimento seu com Simon e culpou Nate, que chegou a ficar preso. Neste ponto, Janae (Jessica McLeod) uma das únicas amigas de Simon se une ao “Clube do Assassinato” para descobrir quem assassinou seu amigo. E busca vingança;
    • Quando o chamado o grupo confronta Jake na festa de Halloween, ele pega a arma para proteger o segredo do assassinato de Simon. Mas durante uma briga acalorada, a arma de Jake dispara, acertando-o no processo;
    • A primeira temporada da série chega ao fim, revelando que as chantagens continuam, mesmo após a morte de Jake. Mostrando que mais alguém sabe dos segredos daquele grupo.

    Um elemento presente na trama de Um de Nós Está Mentindo, é que todos possuem segredos, alguns mais sombrios do que outros. Mas que qualquer um fará o possível e o impossível para mostrar que seus segredos não sejam expostos e analisados sob um microscópio por todos da escola e da cidade.

    Um de Nós Está Mentindo ganhou uma segunda temporada, que foi lançada no dia 15 de novembro na Netflix.

    Confira o trailer da série:

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    CRÍTICA – Desencantada (2022, Adam Shankman)

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    Desencantada é uma sequência de Encantada, filme de 2007 que trouxe a Princesa Giselle, interpretada por Amy Adams às telas dos cinemas. O longa de 2022 traz a atriz novamente no papel principal e é dirigido por Adam Shankman.

    SINOPSE DE DESENCANTADA

    A Princesa Giselle (Amy Adams) sonha em viver seu conto de fadas após chegar ao nosso mundo, mas depois de viver um grande amor em 2007, ela agora tem uma rotina pacata e bem longe do que esperava. Após a visita de velhos conhecidos, a protagonista consegue mudar sua história com um toque de mágica, entretanto, as coisas dão errado e se não conseguir reverter o feitiço, Giselle se tornará uma vilã.

    ANÁLISE

    Encantada foi um filme disruptivo e que quebrou bastante o conceito dos contos de fada, caminhando para outras obras como Frozen poderem correr. O longa de 2007 mostrava uma princesa de um mundo fantástico vivendo o nosso dia a dia estressante e com momentos de felicidade a conta gotas que se misturam em uma rotina normal e cheia de vícios.

    Já Desencantada vai no caminho inverso, mostrando como a “realidade” nos torna chatos, vazios e problemáticos, ainda mais em uma geração que parece ter saído das letras de Kurt Cobain ou da banda My Chemical Romance. A obra agora quer mudar o conceito de “felizes para sempre”, já que mostra que tanto Giselle quanto todos que a rodeiam não são plenamente alegres, mas sim, em busca de seu lugar ao Sol, assim como todos nós.

    Como destaques nós temos os números musicais que são afiados. Em dado momento, Amy Adams e a excelente Maya Rudolph fazem um duelo em uma canção sobre vilãs que é super maneiro, criando o melhor momento do filme. As atuações de Adams, Rudolph e Idina Menzel são as mais interessantes aqui, mesmo que o roteiro não seja caprichado e entregue muitos clichês de comédias românticas besteirol.

    Como pontos negativos, a trama é completamente batida, o que demonstra que Desencantada é um erro de percurso para lucrar com uma obra que já havia sido esquecida. Por mais que seja interessante mostrar o depois de Giselle e sua família, o longa não traz muito mais do que momentos sem inspiração, com uma trama de madrasta má contra um a pobre jovem que quer ir ao baile. A escolha aqui é apresentar as dificuldades da maternidade, principalmente quando se tem um relacionamento com uma pessoa que já tem filhos. Patrick Dempsey está completamente no automático, o que é péssimo para um ator mediano como ele.

    Atualizar a história, trazendo ainda uma rivalidade que até funciona, mas muito mais pelo carisma das atrizes do que pelo texto em si só nos deixa com a sensação que Desencatada tinha potencial para ser muito melhor. Como já fora produzido, que tivesse então mais capricho e que se seguisse uma linha de trama voltada para as dificuldades de se adaptar em um mundo tão competitivo, cruel e cheio de frustrações, sem a saída infantil que o longa decidiu ter, colocando todos em uma fantasia paralela que tem o objetivo de encher os olhos e usar uma nova estética, abordando temas complexos de forma leve demais. Não precisava ser um drama denso, mas poderia ser divertido e tratar a temática de forma mais bem ajustada.

    VEREDITO

    Desencantada é um filme que deveria ser muito mais e que tem em seus pilares de sustentação algumas cenas interessantes musicais e em sua protagonista Amy Adams, assim como em sua vilã, Maya Rudolph, que carregam o peso nas costas. De fato, o potencial foi jogado no lixo mas, pelo menos, deve ser apreciado por quem gosta de nostalgia e é fã da franquia.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Confira o trailer:

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    CRÍTICA – Racionais MC’s: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo (2022, Juliana Vicente)

    Os Racionais MC’s são de forma incontestável o melhor grupo de rap na história do gênero musical. Um som forte, letras marcantes, uma mensagem social que movimenta a cultura negra até os dias atuais e uma jornada de luta tanto nos palcos quanto na vida de quatro jovens negros que vieram da periferia e ganharam o mundo.

    O grupo formado por Mano Brown, Ice BrownEdi Rock e KL Jay deu seus primeiros passos no final dos anos oitenta chegando na década seguinte com os EP’s “Holocausto Urbano” e “Siga Seu Caminho” até o seu primeiro álbum Raio X Brasil.

    Já o álbum Sobrevivendo no Inferno se tornou um marco musical tanto para o grupo, quanto o cenário do rap nacional e social; além de um livro que se tornou leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp.

    A discografia do lendário grupo de rap também tem os álbuns Nada Como Um Dia Atrás do Outro e Cores e Valores, lançados em 2002 e 2014 respectivamente; e agora a jornada dos quatros rappers da periferia chegou ao catálogo da Netflix.

    O filme biográfico Racionais MC’s: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo foi lançado no dia 16 de novembro de 2022 no pela gigante do streaming, porém foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, na Cinemateca Brasileira em outubro deste ano.

    Dirigido por Juliana Vicente o documentário é uma rememoração a jornada do grupo de rap desde a sua origem, ao lado de seus quatro integrantes e seus pensamentos a respeito de diversas passagens de uma trajetória de sucesso, polêmica e luta.

    SINOPSE

    O influente grupo de hip-hop Racionais MC’s usou a sua música com mensagem e a poesia de rua para originar um poderoso movimento que ultrapassou as fronteiras do Brasil.

    ANÁLISE

    Do ponto de vista de uma pessoa cujo o rap não é um dos gêneros musicais favoritos, o documentário é uma combinação de homenagem ao lendário grupo musical além de um testamento sobre a luta das pessoas negras contra o racismo.

    Os Racionais MC’s e o relato de seus integrantes pode ser entendido como uma forma verídica de conhecer o retrato do verdadeiro paulistano, que vive na periferia, em sua maioria pessoas negras e que convive com a luta do dia a dia.

    Impossível eu, como uma pessoa negra, não ter tido em algum momento durante os 116min ter tido o pensamento “p#%@ isso já aconteceu comigo” pois alguns momentos mostram a real experiência de uma pessoa negra que mora em uma região não favorecida na cidade, podendo se estender este sentimento para outras regiões do país.

    A narração dos fatos conta a jornada dos Racionais MC’s desde os seus primeiros passos até o auge e o seu merecido status como lendas no cenário do rap nacional, além da percepção de seus quatro membros do cenário que foi se construindo e a revolução que se iniciou através da sua expressão musical.

    Interessante conhecer a perspectiva dos rappers sobre a noção de sua importância pois, como é mostrado no documentário, a música era uma expressão de sua realidade e o componente social, a identidade não só com os fãs do gênero mas com a realidade de uma pessoa negra periférica.

    As reflexões sobre o caminho que tomam, as decisões criativas a respeito das músicas, o caminho a seguir e, o que considero o mais importante, a mensagem que querem dar e o conhecimento da importância da força político/social do grupo são emocionantes e inspiradoras.

    São relembrados diversos momentos polêmicos como problemas que aconteciam nos shows a medida que a fama do grupo aumentava, a reação de instituições como a polícia e o incidente da virada cultural de 2007 e a opinião do grupo a respeito mostrando a característica marcante do grupo em sempre se posicionar sobre estas situações.

    A evolução musical e o aprendizado de todos neste aspecto mostra as mudanças do grupo a cada álbum, a maturidade em cada passo da carreira e a capacidade de se reinventar tornando a sua sonoridade e a mensagem sempre uma reflexão moderna a respeito da comunidade negra e periférica.

    O teor político e social também não é deixado de lado no documentário, trazendo uma reflexão a respeito do crescimento da luta contra o racismo estrutural, mostrando como a caminhada dos Racionais MC’s converge com estas e a música é uma ferramenta poderosa para a conscientização e transformação.

    VEREDITO

    Com a mesma mentalidade forte, proativa e um discurso realista visto nos palcos, Racionais MC’s: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo é um dos melhores documentários lançados neste ano, mostrando uma jornada de luta contra um sistema e uma escalada ao sucesso sem precedentes do maior grupo de rap que já existiu no Brasil.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    Cinema Nacional: 5 bons filmes sobre músicos para assistir em casa

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    CRÍTICA – Sonic Frontiers (2022, SEGA)

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    Sonic Frontiers é o primeiro jogo de zonas abertas em 31 anos de história do ouriço azul mais famoso do mundo. O novo título da SEGA foi lançado em 8 de novembro de 2022 para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S.

    A inédita aventura traz Sonic, Tails, Knuckles, Amy, Dr. Eggman e muitas surpresas nas Starfall Islands, em um constante ir e vir pelo ciberespaço.

    Confira o review sem spoilers de Sonic Frontiers para Nintendo Switch logo após a sinopse oficial.

    SINOPSE

    Mundos entram em rota de colisão na nova aventura em alta velocidade de Sonic the Hedgehog!

    Em meio à busca por Esmeraldas Chaos, Sonic fica à deriva em uma ilha antiga, repleta de criaturas exóticas. Enfrente hordas de poderosos inimigos ao explorar um empolgante mundo de ação, aventura e mistério.

    Acelere rumo a novos horizontes e vivencie a emoção da alta velocidade em plataformas de zonas abertas ao percorrer as cinco enormes Starfall Islands. Mergulhe na aventura, use o poder dos Anciões e lute para deter os novos e misteriosos inimigos.

    ANÁLISE DE SONIC FRONTIERS

    Sonic Frontiers iniciou sua ampla divulgação em junho deste ano com uma parceria com a IGN, que divulgou com exclusividade diversos vídeos sobre o grande lançamento da SEGA em 2022 durante o mês.

    De início, boa parte da comunidade demonstrou preocupação e fez críticas compreensíveis. A própria IGN destacou alguns problemas da versão jogada por eles em maio para fazer a série especial de conteúdos. Aos poucos, Sonic Frontiers ganhou tração e apresentou mais do que a experiência poderia entregar, e as opiniões começaram a mudar.

    Um dos grandes debates de 2022 é, portanto, este: Sonic Frontiers é bom e vale a pena?

    Sim, é bom e vale a pena. Inclusive no Nintendo Switch. Continue lendo e entenda por que Sonic Frontiers é um jogo que merece ser jogado.

    Após as cutscenes iniciais, o jogo coloca Sonic em seu lugar tradicional: uma fase plataforma no estilo clássico que vem desde os tempos de Mega Drive.

    Minha primeira impressão jogando em live na Twitch foi de que o ouriço estava rápido demais a ponto de ser ruim de controlá-lo. Felizmente, resolvi facilmente reduzindo a sensibilidade de 50 (padrão) para 40, e ficou ideal para o meu estilo de jogo. Então, se você passar por esse problema, experimente fazer o mesmo.

    Após terminar a fase, que contém os primeiros tutoriais básicos e rápidos, Sonic Frontiers começa a apresentar toda a sua inovação ao colocar o protagonista na primeira zona aberta. As zonas abertas estão repletas de atividades, entre elas:

    • Totens que transportam Sonic ao ciberespaço, onde jogamos as tradicionais fases plataforma;
    • Enfrentamento de adversários de diferentes portes, sendo os Guardiões os maiores e mais desafiadores;
    • Grinds e círculos para se transportar por toda a zona;
    • Encontros com personagens-chave para o avanço da história;
    • Desafios para liberar a visualização de novas áreas no mapa;
    • Coleta de Esmeraldas Chaos em cada ilha;
    • Pesca em pontos específicos com Big the Cat;
    • Busca por Kocos, personagens carismáticos que devem ser encontrados pelas vastas zonas e entregues aos Koco Ancestral e Koco Eremita de cada ilha, para aumentar habilidades de Sonic. A mecânica lembra o que é feito com Hestu e a necessidade de entregar a ele Korok Seeds, em The Legend of Zelda: Breath of the Wild (2017).

    Sonic Frontiers consegue inovar a gameplay com qualidade?

    O novo jogo do Sonic acerta em todas as inovações que se propõe. Primeiro, obviamente, pelas zonas abertas que são vastas e cheias de atividades. Depois, porque elas oferecem desafios muito diferentes entre si, de modo que o jogo nunca se torna monótono. Ao contrário: Andar por aí em cada ambiente é um verdadeiro prazer.

    Um dos pontos mais fortes de Sonic Frontiers é a boa diversidade de inimigos e como a progressão de habilidades de Sonic se conecta com os adversários apresentados ao longo da aventura. Os minions menores não impõem sérios riscos e, felizmente, eles são pontuais a cada zona.

    E para melhorar, você não precisa enfrentar os inimigos menores, pois a subida de nível dos atributos e das habilidades de Sonic ocorrem por meio da entrega dos Kocos. Ou seja: Você pode escolher quando deseja batalhar apenas para ganhar alguns itens e testar suas habilidades, e quando não estiver a fim pode simplesmente ignorá-los.

    Outro aspecto positivo de Sonic Frontiers são as fases plataforma. Elas são variadas entre si, sendo que algumas valorizam os primeiros jogos do ouriço ao oferecer uma experiência mais focada na tradicional rolagem horizontal 2D.

    O novo jogo do Sonic inova a franquia a acerta em dosar corretamente as fases plataformas em um jogo de zonas abertas
    Imagem conceitual de Sonic em fase plataforma. Créditos: SEGA / Divulgação

    Por falar em plataforma, é incrível como fluem bem os momentos de integração com o gênero durante as zonas abertas. Então além das várias atividades para se fazer nas ilhas, a naturalidade como ocorre a transição entre exploração e plataforma é outro motivo pelo qual você pode querer correr por aí mais um pouco antes de voltar aos trilhos da missão principal.

    SEGA e Sonic Team acertaram em não se apegar ao passado e dosar na medida certa as fases plataformas do ciberespaço. Isso mostra que não faltou coragem ao inovar, pois acertadamente escolheram que o novo título seja reconhecido como um jogo de zonas abertas, e não pelo que Sonic tradicionalmente foi conhecido até aqui.

    Os gráficos de Sonic Frontiers são bons?

    A qualidade gráfica de Sonic Frontiers é boa, mas poderia ser melhor. Claro, o jogo para Nintendo Switch exibe problemas mais nítidos do que se comparados aos consoles mais potentes como PlayStation 5 e Xbox Series X | S. No entanto, são problemas que a comunidade já está acostumada a ver na maioria dos títulos para o videogame híbrido da Nintendo.

    Na versão disponibilizada já no lançamento, não há nenhum problema grave em relação aos gráficos. O que se tem bastante são uso de blur em detalhes e texturas em baixa qualidade, para que o processamento não seja prejudicado. Algo que não há nas versões dos consoles mais potentes.

    A performance também não é comprometida. O que acontece com frequência é a renderização de elementos como plantas no chão enquanto você avança, mas nada que prejudique a gameplay. Eventualmente esse render atrasado também acontece em cutscenes.

    Esses problemas se acentuam levemente quando jogado no modo portátil do Nintendo Switch, mas no geral não atrapalham. O que notei que eventualmente dificulta no portátil é que a câmera costuma se perder quando você está muito rápido, fazendo com que Sonic entre em lugares que dificilmente entraria, sendo essa a grande diferença entre os modos TV e portátil.

    Para um jogo com muita exigência por conta da alta velocidade de Sonic e dos combates, é seguro dizer que a performance é satisfatória.

    Os pontos negativos

    Além das ressalvas sobre os gráficos, é importante destacar que o jogo não é 100% à prova de problemas. Os combates com alguns Guardiões, especialmente os mais altos como Asura, e os Titãs são o principal ponto fraco do jogo.

    No caso do Asura, a mecânica desse adversário não foi bem desenvolvida. Esse guardião possui três longos braços e, ao tentar destruir o terceiro, o adversário emite mais círculos vermelhos (que te impedem de avançar) entre os azuis (que dão impulso para que você suba ao topo do braço). Por serem vários em um combate que exige agilidade, a experiência por vezes é truncada porque a câmera se perde. Não recomendo que esse adversário seja enfrentado no modo portátil do Nintendo Switch, pois os problemas são mais intensos.

    Lançado em 8 de novembro, Sonic Frontiers inova a franquia ao oferecer o primeiro jogo em zonas abertas de Sonic. Leia o review sem spoilers
    Imagem conceitual de Sonic contra Asura. Créditos: SEGA / Divulgação

    Por sua vez, no enfrentamento contra os Titãs é quando usamos o Super Sonic, após pegar as esmeraldas de cada ilha. Embora não apresente problemas técnicos como o citado acima, considero que esse combate épico é pouco empolgante e destoa da rapidez do restante do jogo.

    A experiência contra os Titãs poderia ser muito mais fluida, de modo que respeitasse o fato de que Super Sonic é um personagem poderoso e pequeno. Faltaram elementos mais próximos do hack ‘n’ slash nesses combates para que fosse mais dinâmico.

    Trilha sonora de Sonic Frontiers

    Por fim, mas não menos importante, é preciso enaltecer a excelente trilha sonora de Sonic Frontiers.

    A SEGA acertou em cheio ao escalar artistas como Merry Kirk-Holmes (da banda de metal To Octavia), Kellin Quinn (vocalista do post-hardcore Sleeping With Sirens) e o grupo de rock japonês One OK Rock, mesclando músicas pesadas com trilhas eletrônicas rápidas e sons tranquilos que constroem toda a atmosfera de solidão que permeia o jogo.

    É realmente lamentável que a trilha sonora de Sonic Frontiers não tenha sido indicada ao The Game Awards 2022.

    VEREDITO

    Sonic Frontiers é um passo consistente da SEGA rumo aos seus ousados planos de manter o ouriço relevante para o mundo por pelo menos mais 30 anos. O novo jogo encontrou a medida certa entre exploração em zonas abertas e manutenção da essência que fez Sonic ser tão popular desde a sua criação em 1991.

    A meu ver, Sonic Frontiers vive uma situação muito parecida com a de Pokémon Legends: Arceus (2022). Ambos acertaram na inovação a que se propuseram, mas apresentaram gráficos que mereciam ser melhores e alguns problemas que podem ser facilmente resolvidos. Não foram os jogos definitivos em zonas abertas, mas pavimentaram muito bem o caminho para que no futuro um jogo no mesmo estilo, ou até mesmo em mundo aberto, possa ser considerado como o supra sumo do que as franquias têm potencial para oferecer.

    Nossa nota

    4,2 / 5,0

    Assista ao trailer de Sonic Frontiers:

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    CRÍTICA – Os Odiados do Casamento (2022, Claire Scanlon)

    Baseado no livro escrito por Grant Ginder, Os Odiados do Casamento (The People We Hate At The Wedding) é dirigido por Claire Scanlon e traz em seu elenco principal Kristen Bell, Allison Janney, Cynthia Addai-Robinson e Ben Platt.

    O longa original do Prime Video estreia no dia 18 de novembro. Confira abaixo nossa crítica.

    SINOPSE DE OS ODIADOS DO CASAMENTO

    O filme segue os irmãos americanos Alice (Kristen Bell) e Paul (Ben Platt), que relutantemente concordam em comparecer ao casamento de sua meia-irmã rica e distante Eloise (Cynthia Addai-Robinson) no interior da Inglaterra ao lado de sua mãe, Donna (Allison Janey).

    ANÁLISE

    Os Odiados do Casamento é uma comédia que mostra os altos e baixos de uma família metade americana, metade britânica. Donna era casada com Henrique (Isaach De Bankolé), pai de Eloise. Entretanto, após o marido a abandonar, ela inicia um novo casamento com Bill (Andy Daly), tendo outros dois filhos: Alice e Paul.

    Após os filhos crescerem, Donna vê sua família cada vez mais afastada. A situação muda após Eloise convidá-los para seu luxuoso casamento em Londres, obrigando toda a turma a se encontrar e colocar o assunto em dia.

    Com roteiro escrito por Lizzie Molyneux-Logelin e Wendy Molyneux, Os Odiados do Casamento tenta adaptar o arco dos quatro personagens principais separadamente, explicando seus temperamentos e traumas. Alice e Paul, interpretados por Kristen Bell e Ben Platt, são os que mais possuem desenvolvimento. Donna e Eloise acabam ficando com o restante que sobra.

    Por Kristen e Ben terem mais tempo de tela, suas tramas conseguem ter início, meio e fim, mesmo que isso seja construído com diversas situações estapafúrdias e pouco inspiradas. Allison Janney é uma ótima atriz e acredito que sua personagem teria potencial para ser melhor explorada do que o que aparece no longa. Por fim, Eloise mal tem tempo para que a audiência consiga criar empatia por ela, o que é uma pena.

    Roteiros com inúmeros personagens envolvidos acabam se tornando algo complexo, principalmente quando a duração do filme é tão curta. Os Odiados do Casamento possui apenas 99 minutos para explicar o passado da família, apresentar os contextos atuais, desenrolar os traumas e criar as confusões esperadas de uma comédia desse estilo.

    A edição do filme consegue costurar os milhares de acontecimentos em um resultado regular, mas longe do ideal. A direção de Claire Scanlon funciona melhor quando os atores estão separados, mas falta algum fator para que as cenas em família realmente causem comoção.

    Para um filme com nomes tão conhecidos, Os Odiados do Casamento não consegue alcançar o resultado esperado, desperdiçando o carisma dos atores em um roteiro simples e vazio.

    VEREDITO

    Para um filme de comédia que se passa durante um casamento, Os Odiados do Casamento não consegue se igualar a outros ótimos clássicos do mesmo segmento. Sem nunca alcançar a emoção ou a graça esperada, a produção peca em sua construção e não entrega um resultado satisfatório.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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