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    Noites Sombrias #87 | Lar dos Esquecidos (2022, Andy Fetscher)

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    Lar dos Esquecidos é um filme alemão original da Netflix e está no top 10 da plataforma de streaming. O longa é dirigido por Andy Fetscher e é o escolhido para o Noites Sombrias de hoje.

    SINOPSE DE LAR DOS ESQUECIDOS

    Um fenômeno causado por uma entidade deixa um grupo de idosos com sede de sangue, potencializando seus sentimentos negativos mais íntimos. Em uma cerimônia de casamento, onde o amor estava em alta, os convidados vão sofrer as consequências pelo desejo de vingança desses idosos esquecidos por todos.

    ANÁLISE

    lar dos esquecidos

    A Netflix é uma empresa bastante curiosa quando se trata na hora de criar seus produtos cinematográficos, uma vez que aposta em diversos segmentos e em assuntos bastante em voga como, por exemplo, o envelhecimento da população, visto que é comprovado que a taxa de idosos acelera muito mais rápido que a de nascimento de crianças por conta de uma ruptura da cultura gerada pelos millenials que cada vez menos querem ter filhos.

    Em Lar dos Esquecidos, temos duas discussões relevantes sobre o tema, pois com esse aumento de pessoas da terceira idade, a superlotação de asilos é uma realidade e com isso temos também o abandono dessa parte da população.

    Todavia, a curiosa escolha funciona? Sim e não, explico porquê…

    De positivo, temos um trabalho excelente de maquiagem e pelo número de ameaças, Lar dos Esquecidos consegue ser bem perturbador, já que o aspecto físico dos vilões lembra e muito os filmes de zumbi de George Romero. Além disso, por causa da entidade, os idosos tem força, mira e velocidade, o que gera um clima de urgência grande no espectador. A violência é um dos destaque também, mesmo que não tenhamos cenas de puro gore.

    De negativo, a premissa carece de muita paciência de quem assiste, uma vez que algumas armaduras de roteiro em certos personagens e decisões estapafúrdias nos deixam irritados, além de é claro a ideia de mostrar pessoas velhas como vilãs e assassinas sanguinárias pode ser um desrespeito para quem não possui uma mente mais aberta.

    A direção de Andy Fetscher não é boa, uma vez que muitas técnicas de filmagem estão aqui por mero capricho e não para apresentar uma experiência imersiva. O cineasta abusa de câmera tremida e do uso da grande angular, gerando cenas confusas e sem nexo por estética apenas. Falta objetividade para o diretor que possui um roteiro com boas ideias nas mãos, mas que sofre para executá-las.

    VEREDITO

    Lar dos Esquecidos chama a atenção pela curiosidade de sua proposta, mas que vai perdendo fôlego ao longo das quase duas horas. Vale a pena ser assistido por conta de bons momentos e entretenimento, mesmo que decisões equivocadas testem o sentimento de crença. Se você quer passar um domingo à tarde com um divertimento mais escapista, mas com alguma reflexão, o longa serve muito.

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Confira o trailer:

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    CRÍTICA – A Maldição de Bridge Hollow (2022, Jeff Wadlow)

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    A Maldição de Bridge Hollow é o mais novo filme da Netflix estrelado por Marlon Wayans. O filme é uma ótima comédia de terror e nos leva por uma viagem que nos remete à Abracadabra com algumas ligeiras alterações na trama e nos personagens, mas tão divertido quanto ou até mais.

    A Maldição de Bridge Hollow é um daqueles filmes que te fará rir em todas as curvas que tomar, seja pelo timing de comédia de Marlon Wayans, ou de Priah Ferguson.

    SINOPSE

    Em um dos feriados mais esperados do ano, o Halloween, uma adolescente desperta sem querer um espírito travesso na noite mais assustadora do ano. Se isso já não fosse ruim, a alma ainda faz com que as decorações ganhem vida, criando caos na cidade. Para evitar mais danos, ela terá que se juntar com a última pessoa que deseja para salvar a cidade e a festa.

    ANÁLISE

    A Maldição de Bridge Hollow

    A Maldição de Bridge Hollow é um daqueles filmes que tem início sem muita perspectiva de pegar os fãs enquanto sua trama se desenrola. Mas a familiaridade e o timing de comédia de seus atores no levam por um caminho que nos supreende e coloca no longa uma perspectiva de continuação, já que aquele mundo parece repleto de magia, esse pode ser apenas o primeiro longa dos irmãos Wayans ambientado naquele mundo.

    Priah Ferguson é um ponto que merece destaque. A jovem atriz, conhecida por Stranger Things ganha um enorme destaque como a independente Sydney Gordon, a recém-chegada à Bridge Hollow, que liberta um antigo mal na cidadezinha que é conhecida como a mais tranquila da região.

    Enquanto seu pai Howard Gordon (Marlon Wayans), um cético professor de ciências precisa aprender a navegar na nova cidade que ama o Halloween, os dois e Bridge Hollow enfrentarão ameaças que remetem à sua colonização, e à uma antiga lenda irlandesa.

    A Lenda de Bridge Hollow nos apresenta alguns aspectos das características cidades americanas que abraçam todo o misticismo nos quais suas fundações foram baseadas, e veem nos dias de hoje, nesses feriados, uma oportunidade de rentabilizar, ganhando assim um destaque e atraindo visitantes de outras cidades. Esse “abraçar” do misticismo, gera nos indivíduos do filme inclusive uma incredulidade quando encarados com os perigos que a maldição do vilão, Stingy Jack, que faz todos os enfeites da cidade ganharem vida.

    VEREDITO

    A Maldição de Bridge Hollow

    O filme estrelado por Marlon Wayans e Priah Ferguson nos leva para muitos lugares e parece ter o papel de nos fazer acreditar que tudo é possível – isso deve ser levado com uma pitada de ceticismo. O longa nos apresenta divertidas sequências, fazendo uso e dando liberdade aos atores principais, o que nos permite mergulhar por uma trama deliciosa, com muita diversão e risadas à todo momento.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    CRÍTICA – O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª temporada, 2022, Prime Video)

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    Após 8 anos desde a última adaptação da obra de J.R.R. Tolkien, foi lançada no dia 1º de setembro O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, a primeira série de TV baseada nos romances e manuscritos do autor britânico.

    Produzida e lançada exclusivamente no serviço de streaming Prime Video, a série com oito episódios teve sua primeira temporada concluída na última sexta-feira, 14 de outubro.

    Dirigida por Charlotte Brändström, Wayne Yip e J.A. Bayona, o elenco da produção conta com nomes como: Morfydd Clark, Robert Aramayo, Markella Kavenagh, Ismael Cruz Córdova, Charlie Vickers, Benjamin Walker, Charles Edwards, Daniel Weyman, entre muitos outros.

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    SINOPSE

    Tendo início em uma época de relativa paz, a série acompanha um grupo de personagens que enfrentam o ressurgimento do mal na Terra-Média. Das profundezas escuras das Montanhas de Névoa, das majestosas florestas de Lindon, do belíssimo reino da ilha de Númenor, até os confins do mapa, esses reinos e personagens criarão legados que permanecerão vivos muito além de suas partidas.

    ANÁLISE

    A Amazon fez uma escolha arriscada: lançar a série mais cara da história na mesma semana que a segunda série mais cara e que também é um spin-off da série mais premiada da atualidade seria lançada.

    Com um orçamento de US$ 715 milhões, a primeira temporada de O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder investiu um montante absurdamente maior que os US$ 60 milhões da primeira temporada de Game of Thrones e até mesmo que os US$ 200 milhões para A Casa do Dragão.

    Um deleite visual

    Todo esse “caminhão” de dinheiro pode ser visto em cada frame da temporada. A qualidade visual é inegavelmente o ponto alto da produção do Prime Video. Aqui, tudo é lindo! Desde uma flor desabrochando em uma árvore queimada até a explosão quase cataclísmica de um antigo vulcão adormecido.

    São tantos momentos belos que nos enchem os olhos que seria difícil listar aqui todos eles. Entretanto, é oportuno mencionar que não só de CGI a série é feita. Figurinos, cenários e armas são bem desenvolvidos e trazem ainda mais veracidade à Terra-Média criada pela Amazon.

    Representação

    Disa (Sophia Nomvete)

    Há tempos vivemos em uma sociedade plural e diversa; e a série abraça as mudanças importantes do mundo real ao apresentar pela primeira vez personagens inéditos na mitologia tolkiana. 

    Ao adaptar a Segunda Era de Arda (o mundo de Tolkien), a Amazon tem a oportunidade de explorar um período pouco abordado por seu criador e com isso vemos Arondir, um Elfo-Silvestre de pele negra, vivido porto-riquenho Ismael Cruz Córdova e a personagem Disa, esposa de Durin IV, a primeira Anã e também negra, vivida pela carismática Sophia Nomvete.

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    Ambos os personagens não são canônicos e assim como muitos outros foram criados exclusivamente para a série.

    Infelizmente, muitos fãs tóxicos e não abertos para mudanças criticaram duramente os personagens, a produção e até os atores. Entretanto, foi um bálsamo ver o elenco original da trilogia O Senhor dos Anéis fazendo a campanha de apoio à série ao postarem foto com camisas que dizia em élfico:

    Todos são bem-vindos aqui.

    Um mundo enorme e cheio de referências

    Em ambas as trilogias cinematográficas de Peter Jackson, seja O Senhor dos Anéis ou O Hobbit, vemos muito da Terra-Média; mas hoje, com O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder a impressão que fica é de que havíamos visto apenas uma fração do que é Arda.

    Aqui, conhecemos Valinor, Lindon, Eregion, Khazad-Dûm, Númenor e as Terras do Sul de forma tão ampla e imersiva, que mesmo muitos anos antes dos acontecimentos vividos por Bilbo e Frodo a sensação é de perplexidade e descobrimento.

    Ah, e as referências. Os easter-eggs já tornaram-se uma ferramenta obrigatória para qualquer produção, seja para interligar histórias ou apenas agradar fãs, mas na série do Prime Video essas referências são usadas discretamente, sem chamar atenção para si e fazendo perfeitamente sua dupla função: se conecta com o que já conhecemos e claro, isso nos agrada.

    Faltam palavras

    Elfos, Anões, Humanos, Númenorianos, Balrog, Magos, Pés-Peludos (ancestrais dos Hobbits), Orcs, Wargs, Trolls, são tantas criaturas… e Anéis, que é difícil fazer uma crítica sem spoilers.

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    VEREDITO

    Com um elenco gigantesco e extremamente capaz de entregar um trabalho à altura da produção, a série só “peca” em seu ritmo inicial lento; mas lembre-se que estamos falando de Tolkien e para os já familiarizados, sabem que era característico do velho autor protelar acontecimentos com introduções de personagens, descrição de cenários e conexão com seus muitos núcleos antes de um grande clímax.

    Resumidamente, o que a Amazon tem nas mãos é uma grande oportunidade de explorar e expandir o universo criado por J.R.R. Tolkien e sem dúvidas O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder é uma grande “colcha de retalhos” das obras e rascunhos do autor que o Prime Video costurou perfeitamente bem.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder está disponível no Prime Video.

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    Conheça William Taurens, o Homem-Touro

    William Taurens mais conhecido como Homem-Touro ou em outras versões como Homem Búfalo é um personagem da Marvel Comics que foi criado por Gene Colan e Gerry Conway; sua primeira aparição foi na HQ Demolidor #78, publicada em julho de 1971.

    ORIGEM

    William era um criminoso e começou nessa vida de crimes desde sua adolescência, foi preso pela primeira vez aos 13 anos de idade acusado de furto e ficou nessa rotina de saída e volta para a prisão.

    Mais tarde William Taurens e seus amigos foram recrutados por um cientista renegado chamado “O Professor“, eles seriam capangas e seu trabalho era sequestrar pessoas inocentes para um experimento de mutação. Na tentativa de sequestrar um jovem casal, o Demolidor interviu no sequestro e como eles não tinham nenhuma cobaia, Taurens aplicou a injeção nele mesmo. A injeção fez com que ele ficasse mais forte e mais veloz, porém, inesperadamente o dotou com características monstruosas de touro. 

    PODERES E HABILIDADES

    Agora como Homem-Touro, ele tinha várias habilidades superiores às de um humano normal e todas elas características de um touro.

    Ele tem força, vigor, durabilidade e velocidade sobre-humana bem parecidas como um touro mutante, possui chifres que são compostos de ossos e é capaz de quebrar paredes ao correr de encontro a elas.

    O soro usado para dar a William Taurens seus poderes sobre-humanos, resultou na mutação dele para uma forma fisicamente maior e mais bestial. Essa mutação é instável, pois ele volta à sua forma normal ou à sua forma mais bestial em intervalos aparentemente aleatórios.

    Embora William não tenha tido treinamento formal em combate corpo a corpo, seus poderes por si só o tornaram um combatente forte. Ele costuma usar técnicas de luta de rua que lhe permitem fazer pleno uso de sua força.

    EQUIPES

    Como tentativa de derrotar o Homem de Ferro, o Homem-Touro se aliou ao Chicote Negro e ao Derretedor mas eles não conseguiram atrair Stark para uma convenção e inesperadamente deram de cara com o Lama Negra que os derrotou facilmente.

    Como o Homem-Touro continuou a se deteriorar, ele foi recrutado pelo Mago para se juntar ao seu Quarteto Terrível ao lado de Ardiloso e Cavaleiro do Terror. Eles atacaram uma arena de rodeio em busca de um convidado especial na plateia que foi um dos maiores físicos do Canadá chamado Dr. Cargill e sua filha Joline.

    Homem-Touro mais tarde se juntou a Constritor, Lápide, Guerreiro Gavião e vários membros da S.H.I.E.L.D. para invadir uma instalação da I.M.A. que estava trabalhando em um androide nulo de tecnologia roubada de Reed Richards. Na ocasião, a S.H.I.E.L.D. precisava de ajuda e empregaria criminosos encarcerados em suas fileiras e lhes daria a oportunidade de reduzir sua sentença se fossem bem-sucedidos contra a I.M.A.

    CURIOSIDADES

    Em sua forma mais bestial, ele possui uma cauda semelhante a um touro, pelos cobrindo seu corpo, uma estrutura facial alterada semelhante à de um touro real. Às vezes, a pele e os pelos do corpo do Homem-Touro são acastanhados, às vezes são cinza-arroxeados. Isso parece depender da formulação exata de uma dose de soro.

    OUTRAS MÍDIAS

    O Homem-Touro teve a sua estreia no Universo Cinematográfico Marvel durante o episódio 7 de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis; o personagem é interpretado pelo ator Nathan Hurd; aqui William Taurens é arremessado em cima do carro de Jennifer Walters durante um desentendimento com El Aguila. Ambos estão hospedados no retiro de Emil Blonsky, e agora com o carro quebrado, Jen passa o episódio conhecendo o local.

    LEIA TAMBÉM:

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    CRÍTICA – Argentina, 1985 (2022, Santiago Mitre)

    Argentina, 1985 fez sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Veneza em setembro, e será lançado no Prime Video em 21 de outubro. O longa é a aposta da Argentina para o Oscar 2023.

    Estrelada por Ricardo Darín e Peter Lanzani, a produção remonta ao período em que o Poder Judiciário argentino executou o Julgamento das Juntas, processo contra os militares responsáveis pelos crimes da ditadura, tornando-se o único país a punir oficiais criminosos em processo civil.

    Confira abaixo a nossa crítica do filme.

    SINOPSE DE ARGENTINA,1985

    Argentina, 1985 é inspirado na história real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina.

    Sem se deixar intimidar pela influência ainda considerável dos militares em sua frágil nova democracia, Strassera e Moreno Ocampo reuniram uma jovem equipe jurídica de heróis improváveis para esta batalha de Davi contra Golias. Sob constante ameaça a si mesmos e a suas famílias, eles correram contra o tempo para trazer justiça às vítimas da ditadura militar.

    ANÁLISE

    Inspirado nos acontecimentos reais da história do país, Argentina, 1985 busca retratar com fidelidade a luta do povo contra a ditadura militar. Situado no período pós-ditadura, durante o governo do presidente Raúl Alfonsín, a trama acompanha os procuradores Julio Strassera (Ricardo Darín) e Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzani) em seu trabalho para provar os crimes cometidos pelos comandantes militares em um processo civil, instaurado fora do tribunal militar.

    O roteiro de Mariano Llinás e Santiago Mitre consegue construir a atmosfera necessária para entendermos o quão frágil estava a jovem democracia da Argentina na época, explicitando a urgência de uma ação do judiciário para que os culpados por tamanho genocídio fossem condenados à prisão.

    As ameaças feitas a Julio Strassera e sua família, a constante paranoia por serem monitorados e perseguidos, além do sentimento de que não se é possível confiar em ninguém. Todos esses conflitos são trabalhados em tela enquanto acompanhamos a corrida contra o tempo de Julio e Luis, que precisam montar uma equipe que os ajude no tribunal, mas que encontram resistência entre os mais velhos que comungam com os ideais fascistas.

    Como é característico do cinema argentino, mesmo se tratando de um tema tão triste e pesado, há espaço para pequenos alívios cômicos, momentos que são aproveitados por Ricardo Darín com maestria. O veterano e multipremiado ator consegue conduzir seus colegas de elenco, auxiliando na fluidez das cenas e do roteiro.

    CRÍTICA - Argentina, 1985 (2022, Santiago Mitre)

    Apesar de na metade da produção o roteiro desacelerar e não se aprofundar em alguns conflitos do personagem de Peter Lanzani, a maior parte da trama caminha em um bom ritmo, mantendo a audiência curiosa com o momento do grande julgamento final. O agravamento dos acontecimentos no tribunal, os atentados contra testemunhas e os depoimentos das vítimas tornam a trama intrigante, intensa e melancólica, criando um clímax emocionante em sua conclusão.

    A direção de Santiago Mitre é segura, principalmente nos momentos que se passam entre Julio e Luis. A química de Darín e Lanzani é ótima, rendendo boas cenas em tela. A montagem, em alguns momentos, acaba sendo um pouco abrupta, provavelmente pela quantidade de informações que precisavam contar na construção da história. Entretanto, nada que estrague a ótima experiência que é esse filme.

    Outro ponto é o design de produção. A produção acaba optando por filmagens em menor escala, com menor necessidade de customização de cenários e espaços abertos, muito provavelmente pela dificuldade de bancar uma recriação da Argentina da época. Desta forma, a equipe de figurino, cabelo e maquiagem acaba brilhando, pois é por meio desses detalhes que somos inseridos ao período da época.

    O exaltar da geração mais jovem, que muito colaborou para o sucesso do processo contra os militares, além das cenas que englobam a criação dos discursos em conjunto com pessoas comuns, são momentos ótimos do roteiro e que tornam toda a estratégia criada por Julio Strassera ainda mais impressionante.

    Além de ser muito bem executado, Argentina, 1985 possui um papel educador e de memória, pois não podemos esquecer um passado tão próximo, ocorrido em toda a América Latina, e que nos assombra desde então. Motivo de orgulho para o povo argentino, o julgamento civil desses criminosos serve de aviso para o futuro e é extremamente necessário no atual momento político e social que estamos vivendo.

    VEREDITO

    Argentina, 1985 é mais uma ótima produção argentina e que merece reconhecimento nas premiações. Com a excelente atuação de Ricardo Darín e um roteiro redondo, o filme se destaca entre as produções com chances de entrar no Oscar 2023.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – The Sound of 007 (2022, Mat Whitecross)

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    The Sound of 007 (A Música de 007, em português) é o novo documentário original do Prime Video lançado em 5 de outubro de 2022. A produção tem 1h28min de duração e é dirigida por Mat Whitecross, diretor especializado em documentários musicais.

    Confira nossa análise após a sinopse.

    SINOPSE DE THE SOUND OF 007

    A Música de 007, de Mat Whitecross, narra a história da música na franquia de James Bond, desde 007 Contra o Satânico Dr. No (1962) com seu tema icônico, até a canção vencedora do Oscar de Billie Eilish para 007: Sem Tempo Para Morrer (2021).

    ANÁLISE

    É inegável que a música tema de 007 é a mais conhecida do cinema. A icônica composição foi criada pelo compositor Monty Norman em 1962 para o filme de estreia, 007 Contra o Satânico Dr. No. Desde então, a música tema ficou eternizada na história do cinema, um importante legado deixado por Norman, que faleceu em 11 de julho deste ano.

    No dia 4 de outubro de 2022 a franquia completou 60 anos e, ao longo desses anos, os mais variados artistas foram convidados a compor músicas para as cenas de abertura dos 25 filmes até aqui. Assim como cada filme da franquia se encaixa com a década que o mundo estava passando, as músicas também sempre foram cruciais para o enredo da trama.

    Com isso, o documentário aborda a importância de cada música e a maneira inusitada que alguns artistas foram convidados para trabalhar com a franquia. Um fato bastante interessante foi que a banda Radiohead tinha uma música pronta para o filme 007 Contra Spectre (2015), mas que infelizmente foi negada porque a banda havia tocado ela em um festival. Por isso a trilha foi rejeitada, pois a música tinha que ser uma composição original para poder concorrer ao Oscar.

    Dessa forma a banda trabalhou em uma nova composição, mas já era tarde, pois o músico Sam Smith já havia sido escolhido e estava com a canção Writing’s on the Wall pronta.

    Em relação à parte técnica, o documentário tem uma excelente edição e faz uma linha cronológica de cada música. Além de trazer diversos recortes com atores, atrizes e diretores que trabalharam na franquia dando sua opinião sobre a importância da música para o mundo extravagante de 007.

    Também acompanhamos o processo de criação de Billie Eilish e a mixagem que Hans Zimmer realizou para 007: Sem Tempo Para Morrer.

    O único ponto que o documentário deixou a desejar foi não ter dado tanto foco à espetacular música Skyfall composta pela maravilhosa Adele para o filme 007 – Operação Skyfall (2012). Fora isso, o documentário trabalha de maneira crucial cada composição que passou ao longo desses 60 anos de franquia.

    VEREDITO

    Em suma, The Sound of 007 é um excelente documentário para ser apreciado pelos fãs da franquia que querem conhecer mais sobre o processo criativo de composição de um dos temas mais memoráveis da história do cinema.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer de The Sound of 007:

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