CRÍTICA – Manifest (4ª temporada, Parte 1, 2022, Netflix)

    Manifest é uma das séries mais promissoras que caiu em um dos mais clássicos erros de narrativos: lançar seu holofote em temas que tornavam a série interessante e nunca os resolveu, ouso traçar um paralelo com a brilhante Lost, que acabou se perdendo no meio do caminho.

    Com um plot simples de entender, mas com consequências difíceis de prever, Manifest tornou sua trama tão complicada ao ponto dos roteiristas nem saberem como a resolver. Após seu cancelamento por parte da NBC, a Netflix comprou os direitos de produção da série e garantiu mais duas temporadas a fim de finalizar a história e isso não poderia ser melhor ou mais confuso.

    ESTE TEXTO POSSUI SPOILERS DE TODAS AS TEMPORADAS DE MANIFEST

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    SINOPSE

    Começamos a próxima temporada dois anos de onde paramos na terceira temporada. Então avançamos no tempo. Ben Stone (Josh Dallas) é um personagem interessante e complicado. Ele é muito singular na forma como pensa. Tudo o que ele faz é absolutamente para sua família, e pelo amor de sua família, e para proteger sua família. Mas por causa dessa maneira singular de pensar que ele tem, às vezes pode começar a alienar as pessoas mais próximas a ele.

    ANÁLISE

    Manifest

    Ambientada dois anos após o fim da 3ª temporada, testemunhamos o desenvolvimento da trama que cujo fim levou à morte de Grace Stone (Athena Karkanis) e o retorno de um Cal Stone mais velho vivido por Ty Doran, mas não apenas isso. A urgência da trama se debruça na personagem mais odiosa da quarta temporada. E enquanto mistérios a respeito do voo 828 são revelados, vemos o futuro da série se tornar cada vez mais frustrantes.

    Enquanto lança seus personagens em tramas que não parecem ter qualquer urgência, o roteiro coloca toda a força da história em um arco desinteressante que nos leva e dá voltas enquanto revisita antigos personagens e parece dar a eles “fins dignos”, quando na verdade a série parece apenas estar perdida.

    Não apenas relacionando as minhas impressões aos personagens, a série volta à conceitos anteriormente descartados pelos personagens que veem em certos elementos uma forma de evitar o “Dia da Morte”, e os reaproveita, o que demonstra mais preguiça do roteiro do quarto ano da série.

    Manifest

    A falta de Grace Stone é sentida o tempo todo na trama, mas não apenas ela. Alguns personagens dão voltas de 180º e mudam completamente seu status quo, os estabelecendo como algo inesperado, o que parece ser apenas algo para incitar os fãs a esperarem algo inteiramente novo, mas falhando.

    O desenvolvimento de Ben Stone é algo que deve ser abordado. Enquanto o personagem muda completamente após dois anos da morte de sua esposa, ele parece precisar mudar sua forma de agir a fim de impedir que o “bote salva-vidas” não afunde.

    Enquanto nessa temporada tudo parece mudar, inclusive a forma daquele mundo lidar com os sobreviventes do voo 828, os sobreviventes não parecem ligar para o Dia da Morte e parecem viver um dia após o outro, tentando evitar que suas mortes sejam ocasionadas por eventos adversos.

    VEREDITO

    Ao longo dos 9 episódios da 1ª parte da 4ª temporada, Manifest não surpreende, mas deixa um gosto ruim na boca. Algo que parece ter sido apressado e jogado, apenas para dar fim à uma série tão promissora em seu início. Enquanto novas revelações surgem – como fruto de reaproveitamento de roteiros -, nossos personagens parecem precisar regredir a fim de chegar ao fim de seus arcos. A energia de Michaela Stone (Melissa Roxburgh), Zeke Landon (Matt Long) e Angelina Meyer (Holly Taylor), rendem à série péssimas interações e atuações como da última da personagem citada.

    Dando a essa temporada um tom de encerramento, a 1ª parte da 4ª temporada nos apresenta o tempo todo flashbacks dos eventos que se desenrolam ao longo desses 2 anos desde a 3ª temporada. O que é triste, é o fato da série precisar restaurar nos personagens papéis que os pertenciam lá atrás, ao longo da 1ª temporada, falhando em dar à eles uma história e o desenvolvimento justo que eles mereciam.

    Deixando muito em aberto, a 1ª parte da 4ª temporada deixou mais dúvidas do que respostas, nos proporcionando ganchos para um futuro duvidoso e um encerramento mais ainda para uma série que podia brilhar como uma das mais brilhantes ficções-científicas de nosso tempo.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Confira o trailer da 1ª parte da 4ª temporada de Manifest:

    A 1ª parte da 4ª temporada de Manifest chega à Netflix no dia 4 de novembro.

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