CRÍTICA – Super Crooks (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Super Crooks adapta a HQ homônima de 2012, criada por Mark Millar e Leinil Yu. Ambientada no mundo de O Legado de Júpiter, a série faz parte do Millarworld, sendo a segunda série adaptada da obra de Millar a ser adaptada pela Netflix.

    Em uma mistura de X-Men e Onze Homens e um Segredo, a animação da Netflix conta a história de um grupo de vilões que precisa dar um golpe que mudará a vida deles para sempre.

    SINOPSE

    A história original de Super Crooks acompanha um assalto realizado por um grupo de super-vilões, recrutado pelo recém-libertado Johnny Bolt. O último crime da equipe acontece na Espanha, já que os Estados Unidos ficam saturados com uma presença constante de heróis e vilões.

    ANÁLISE

    Super Crooks

    Ainda que seja impossível não traçar um paralelo com outra adaptação animada, Super Crooks parece ter visto a liberdade e toda a brutalidade que Invencível se embebeu em sua primeira primeira temporada ao contar a história de origem do herói titular da série.

    Sendo chamada por muitos de “Invencível da Netflix”, a série vai além ao nos mostrar as mais diversas facetas de protagonistas vilões e obtém sucesso onde O Legado de Júpiter não foi capaz.

    Com 13 episódios em sua primeira temporada, a animação brilha ao ser adaptada em forma de anime, e nos lançar em um universo que tão misterioso, quanto familiar para os fãs de animes como Boku no Hero e One Punch Man.

    Enquanto desenvolve suas histórias em seus primeiros episódios, a animação já em seu primeiro episódio nos apresenta um desenvolvimento grotesco, brutal e nos faz pensar “Perai, eu já vi isso em outra plataforma”.

    Mas esse que vos escreve pode te garantir que Super Crooks se distancia de Invencível ao abordar histórias completamente diferentes, mas com profundidade e intensidade semelhantes. Com cuidado e as limitações de seus personagens, Super Crooks nos leva e nos permite que a história se enverede por um caminho tão sombrio desde seus primeiros episódios, assumindo uma faceta que Invencível tomou apenas com seu plot twist ao final de sua primeira temporada.

    VEREDITO

    Adaptado pela Studio Bones, estúdio japonês responsável por adaptações como o Fullmetal Alchemist original e Brotherhood, Boku no Hero, Soul Eater, Mob Psycho e muitos outros animes, a adaptação é feita com brilhantismo e ganha uma proporção imensa quando somos ambientados àquele mundo e vemos elementos de O Legado de Júpiter e vemos como a história e origem daquele mundo se deu.

    Quando contrastamos as ações dos personagens centrais da animação, os vilões, com as ações dos heróis, vemos que eles não são tão diferentes assim. Com o desenvolvimento e o crescimento dos personagens centrais e a “falta” de um senso moral, a animação escala por situações escabrosas enquanto nos faz levantar questões como as que Alan Moore levantou em Watchmen, “Quem vigia o vigia?” – cunhada originalmente pelo poeta romano Juvenal.

    Super Crooks

    Ao apontar noções fora da panelinha de super-heróis, vemos que os vilões no mundo criado por Millar são muito mais organizados e temidos do que os personagens criados por Robert Kirkman, cujas ações são capazes de dizimar planetas e raças inteiras apenas para provar um ponto.

    Super Crooks nos faz viajar por um mundo imensamente diferente do nosso, enquanto nos faz ver semelhanças na índole de quem se diz herói naquele mundo e nos permite traçar paralelos com o nosso mundo. Apontando mais uma vez a máxima, de que ninguém nunca se considera o vilão da sua própria história. Tirando os Super Crooks, é claro.

    Super Crooks está disponível na Netflix e sua primeira temporada foi lançado no dia 25/11.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer da animação:

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