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    CRÍTICA – Re/Member (2022, Eiichiro Hasumi)

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    Re/Member é um longa japonês que nos apresenta um estilo de trama adorado por esse que vos escreve: histórias com time loop. Assim como em horrores como A Morte te Dá Parabéns, Triângulo do Medo, O Culto e até mesmo Feitiço do Tempo, o longa japonês tem uma trama que precisa ser solucionada a fim de quebrar esse loop temporal. Mas diferente destas tramas, nossa protagonista não está sozinha, e existe uma clara regra para quebrar essa maldição: os seis alunos presos neste looping, precisam encontrar o corpo da última vítima do fantasma que os prendeu.

    No longa, acompanhamos a jovem estudante Asuka Morisaki (Kanna Hashimoto), uma jovem excluída que após se ver envolvida em um loop temporal é transportada à noite para a escola, e assim, passa a se relacionar com outros 6 estudantes com quem não tinha contato a fim de dar fim ao looping temporal.

    SINOPSE

    Uma estudante do Ensino Médio e seus amigos ficam presos em um looping temporal por um fantasma e a única forma de escapar, é encontrando o corpo da vítima anterior deste fantasma.

    ANÁLISE

    Re/Member

    Quando ambientados ao longa, vemos que muito diferente do que sua família pensa, Asuka é uma jovem que não possui amigos e evita ser notada a fim de chegar ao fim do dia sem mais problemas. Quando ao fim de um dia aparentemente comum, ela se vê transportada para a escola em um jogo de “polícia e ladrão” mortal, ela e seus amigos são mortos um à um por um fantasma sádico.

    Como uma trama de terror, o longa nos lança por uma história cujo enredo é quase que inteiramente baseado no tradicional distanciamento japonês, em que os “párias” da sala de aula, são obrigados a se juntar aos descolados, reunindo alguns de seus melhores atributos para descobrir detalhes da história e onde cada um dos membros da última vítima está.

    Um elemento que se distancia do que vimos antes, é como um recém-formado vínculo é capaz de nascer entre pessoas que só querem se manter vivas. Com o looping temporal tendo início toda vez em que um dos nossos personagens morrem, vê-los bolar diferentes táticas e planos a fim de obter êxito e evitar que o fantasma tenha sucesso é um dos maiores destaques do filme.

    Outro destaque também, é a parte de exploração, em que nossos personagens, cientes do que acontece ao longo de seus dias, decidem partir para descobrir segredos que giram em torno da morte da vítima a qual eles precisam encontrar as partes do corpo.

    Com muito sangue e gore, Re/Member me lembrou muito algumas sequências da série sul-coreana All of Us Are Dead.

    VEREDITO

    Com sequências de tirar o fôlego e planos que vão além do que conseguimos imaginar, Re/Member se mostra como um longa de terror divertido, mas por vezes frustrante. Quando nossos personagens parecem obter êxito, são obrigados a dar alguns passos atrás e reavaliar o cenário a fim de prosseguir.

    Mas não apenas isso. Por se tratar de um longa com uma história honesta e curiosa, a Netflix parece ter comprado os direitos de exibição da produção a fim de garantir uma sequência, visto que ela deixa espaço para tal.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do longa:

    Re/Member está disponível na Netflix.

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    Noites Sombrias #104 | It – A Coisa: 7 grandes mudanças do livro para o filme

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    It – A Coisa (2017) tornou-se oficialmente o filme de terror com maior bilheteria, com US$ 228 milhões. O longa foi inspirado no livro A Coisa de Stephen King, publicado em 1986; e já tinha sido adaptado como uma minissérie de dois capítulos, A Coisa – Uma Obra Prima do Medo (1990). Trazendo monstros clássicos que brincam com a nossa imaginação – e com o nosso medo -, e uma atmosfera nostálgica dos anos 80, It – A Coisa, arrancou gritos e risos de todos que foram assistir a aventura do Clube dos Perdedores. 

    É comum que, ao se adaptar uma obra, alguns detalhes fiquem de fora, seja pelo bem do roteiro ou pensando no que o público quer ver. Pensando nisso, organizamos 7 fatos importantes que não foram incluídos ou sofreram modificações nesta adaptação do diretor argentino Andy Muschietti.

    Derry

    A cidade é retratada no livro como uma parte da Coisa, ela prospera ao mesmo tempo que o palhaço mantém seus cidadãos reféns. Todos os adultos lá são facilmente manipuláveis e tem uma grande facilidade de “olhar para o outro lado” quando algo estranho ou mal acontece. 

    No filme, quem descobre que Derry é assolada por tragédias e desaparecimentos a cada 27 anos é Ben (Jeremy Ray Taylor), que faz uma pesquisa na biblioteca. No entanto, no livro, quem faz a ligação dos fatos é Mike, ao ver o livro sobre Derry que seu pai, Will, produziu. O pai de Will tem uma estranha habilidade de perceber o mal na cidade, e no livro ele chega a ver o pássaro gigante que também é visto por seu filho anos mais tarde.

    Os monstros

    A Coisa pode aparecer de diversas maneiras. Quando há mais de uma criança por perto, ela assume uma forma igual para todos que estão presentes. Mas quando apenas uma criança a enxerga, Pennywise assume a forma que representa o pior medo da pessoa. Ao adaptar o livro, a forma como os personagens veem o palhaço sofre algumas alterações.

    No livro, Richie e Bill veem A Coisa como um lobisomem; e depois quando todas as crianças vão juntas, o veem assim quando entram na casa assombrada. Quando elas decidem ir sozinhas, Ben vê uma múmia, Mike é atacado por um pássaro gigante e Stan é perseguido por crianças com os corpos em decomposição. No filme, os monstros desses personagens foram alterados e somente a visão de Eddie, que vê um leproso, e Beverly, que vê o sangue saindo do ralo da pia do seu banheiro, foram mantidos.

    O embate com Henry

    Henry é um dos personagens que mais sofreu modificações do livro para o filme. Ele é definido como um garoto extremamente maldoso, algo que é consequência direta de seu pai, no livro, um ex-militar; no filme, um policial, que maltrata física e psicologicamente da mãe de Henry.

    Ele persegue constantemente Mike e, no passado, até mesmo matou seu cachorro, apenas para ver o garoto sofrer. O seu ódio por Mike vai além de racismo, ele também o inveja por ter uma família estável e feliz. No livro, Mike ainda tem ambos os pais. 

    A visita à casa assombrada

    Esse é o primeiro embate em que todas as crianças enfrentam Pennywise no livro. Eles decidem ir até a casa na rua Neilbolt que está caindo aos pedaços, com uma atiradeira – uma espécie de estilingue -, e balas de prata. A escolha das balas de prata foi porque Bill e Richie viram um lobisomem quando foram à casa e descobrem que balas de prata teoricamente matariam lobisomens. 

    A casa é, assim como Derry, uma parte da Coisa, apenas mais uma de suas formas. Ao entrarem lá, a casa fica constantemente tentando separá-los, ao fazer os corredores ficarem mais compridos e distraindo as crianças. É então que eles percebem que juntos são mais fortes e Beverly acerta uma bala de prata e machuca Pennywise. O que nos leva ao nosso próximo tópico.

    Como atingir Pennywise

    Como as crianças machucam Pennywise foi uma outra grande mudança do livro para o filme. Antes de saberem do Ritual de Chüd, eles descobrem que as coisas que traziam felicidade e que eles realmente acreditam são capazes de atingir a Coisa. É assim que Beverly consegue efetivamente machucar a Coisa com a bala de prata, Stan consegue fugir das crianças em decomposição ao recitar os nomes dos pássaros que ele amava estudar e a bombinha para asma de Eddie exala ácido quando atinge a Coisa. 

    A Tartaruga

    No livro, as crianças enfrentam Pennywise com a ajuda de uma importante entidade cósmica chamada Maturin, uma tartaruga que representa o Bem e a Criação, enquanto o palhaço é o Mal e a Destruição. A Tartaruga ensina Bill a utilizar o Ritual de Chüd, uma batalha psíquica que acaba sendo fatal para Maturin, mas permite que as crianças vençam Pennywise – pelo menos até os próximos 27 anos -. 

    Na adaptação, a Tartaruga foi referenciada duas vezes: quando as crianças estão nadando no rio e elas dizem ter visto uma tartaruga e quando Bill vai até o quarto de Georgie e pega uma tartaruga feita de peças de Lego.

    Perdidos no esgoto

    No livro, a ligação das crianças é constantemente lembrada. Eles só são fortes quando estão todos juntos e assim conseguem sentir esse poder. Ao vencer Pennywise no esgoto, eles ficam perdidos tentando encontrar a saída e, após muito tempo andando, Beverly sugere que eles achem um modo de reconquistar a conexão que tinham quando a Coisa estava atacando. 

    Por isso, eles decidem que todos devem fazer sexo com Beverly – um de cada vez -, e assim se manterem unidos para sempre. Após o ato, a conexão reaparece e eles conseguem achar o caminho para fora do esgoto. 


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    PRIMEIRA IMPRESSÕES – Raid on Taihoku (2023, Loftstar Entertainment Inc.)

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    Tivemos acesso antecipado à uma build básica do jogo 台北大空襲 Raid on Taihoku, baseado no jogo de tabuleiro homônimo lançado em 2017. O jogo, desenvolvido pelos estúdios Fun2Studio e Mizoriot Creative Company LTD, em parceria com a Loftstar Entertainment Inc. é uma obra histórica e um ensaio sobre a guerra.

    Este é um jogo de aventura narrativa 2.5D. Na cidade de Taihoku sob as regras coloniais japonesas, os jogadores devem escapar do ataque do B-24 Liberator da Força Aérea Americana e encarar as batalhas da humanidade através dos olhos dos personagens.

    SINOPSE

    Nas zonas seguras, você pode explorar o jogo livremente à sua vontade e seguir dicas para coletar itens misteriosos escondidos na cidade; em zonas de perigo, a ênfase é colocada na cooperação de vida ou morte entre os personagens, que precisam escapar de todos os tipos de perigos, incluindo ataques aéreos.

    ANÁLISE

    Raid on Taihoku

    A quase uma hora de conteúdo que a build de teste ofereceu, evidentemente, não dá o tom completo do jogo. Ainda assim, serve muito bem para ressaltar pontos que provavelmente serão desenvolvidos e bastante explorados ao desenrolar da experiência completa.

    Como dito anteriormente, Raid on Taihoku, ou Ataque em Taihoku em sua tradução direta, foi um jogo baseado em um board game de mesmo nome.

    O pano de fundo é a atual cidade de Taipei (Taiwan), na época, parte do Japão colonial. O jogo nos lança já no dia 31 de maio de 1945, durante o maior ataque aéreo dos Aliados à colônia japonesa, durante a Segunda Guerra Mundial.

    Na pele de Sayako, uma menina taiwanesa que perdeu sua memória, e com a ajuda do simpático cão Blacky, nossa missão é sobreviver aos horrores da guerra na pele daqueles que nada tem a ver com ela.

    A intenção do jogo é retratar a história por um ponto de vista não tão conhecido, e isto é algo que claramente os desenvolvedores se debruçaram. Existem várias inserções no jogo de notícias reais e fatos históricos para melhor desenhar o cenário de horror vivido por aquelas pessoas.

    IMPRESSÕES

    “Todas as guerras são travadas duas vezes, a primeira vez no campo de batalha, a segunda na memória.” – Viet Thanh Nguyen, romancista vietnamita.

    O jogo por vezes é muito duro, com trechos violentos e psicologicamente pesados, mas é fiel à memória daqueles que enfrentaram a guerra. Os jogadores devem experimentar a crueldade e a dureza da guerra, enquanto coletam informações para restaurar a memória da protagonista e manter viva a daqueles que se foram.

    A trilha sonora ainda dá um toque de melancolia e reflexão, intercalando com momentos de compaixão que emana da pureza da relação de mútuo cuidado entre protagonista e animal.O jogo teve seu lançamento no dia 15 de fevereiro de 2023 para PC e pode ser adquirido via Steam.

    Confira o trailer de Raid on Taihoku:

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    CRÍTICA – Você (4ª temporada – Parte 1, 2023, Netflix)

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    O assassino em série residente do streaming Netflix retorna para mais uma desventura recheada de mistério, romance, obsessão, loucura, livros e surpresas agora em um novo continente. Você teve sua primeira temporada em setembro de 2018, lança a sua mais recente temporada dividida em duas partes sendo seus primeiros cinco episódios disponibilizados em 9 de fevereiro e seus episódios finais em 09 de março.

    A história uma adaptação da série de livros escrita por Caroline Kepnes e seus livros Você, Corpos Ocultos, Você me Ama e o com previsão de lançamento para este ano For You and You Only que ainda não tem um título nacional. Penn Badgley retorna como o Joe Goldberg e Tati Gabrielle como Mariene. As novas caras do elenco ficam por conta de Ed Speelers, Lucas Gage, Eve Austin, Charlotte Ritchie e Tilly Keeper.

    SINOPSE

    Depois dos eventos da terceira temporada, Joe precisa superar sua paixão por Marianne e seguir em frente com sua nova vida em Londres assumindo a nova identidade como o professor Jonathan Moore. Mas mesmo tentando recomeçar sua vida, ele não consegue deixar pra trás seus impulsos assassinos.

    ANÁLISE

    Você

    A série consegue manter a sua qualidade de forma linear, algo elogiado desde o lançamento de sua primeira temporada, porém não apresenta neste novo ano novos elementos narrativos porém consegue os replicar com muita competência em um novo ambiente e contexto.

    Joe agora John frustrado por uma rejeição amorosa que surpreendentemente não tem um desfecho mórbido procura nova vida em Londres, cidade assim como em outras mudanças não é o que ele deseja mas é um novo recomeço.

    Badgley continua excelente em sua atuação como o assassino em série que sempre se considera uma grande vítima das circunstâncias, indo para uma cidade que não gosta e se envolvendo com pessoas que despreza o que claramente é o seu modus operandi. A grande novidade fica neste novo circulo social que o assassino entra sendo um grupo de pessoas muito mais elitizadas e tóxicas do que em sua temporada anterior, além de um passado muito mais obscuro que o protagonista.

    John chega a este grupo através de Malcom (Stephen Halgan), assim conhecendo a esposa Kate (Charlotte Ritchie) aonde se inicia o seu conhecido ritual de obsessão e voyeurismo com o subterfugio de apenas desejar o seu bem.

    Entre as amizades de Malcom e Kate os personagens mais interessantes são o casal Adam (Lucas Gage) e Phoebe (Tilly Keeper) além de Roald (Ben Wiggins) ganhando maior destaque nestes primeiros cinco episódios em um mistério que envolve um assassinato após uma noite regrada à álcool, drogas e John sendo o principal suspeito. Nesta temporada a existência de um admirador é o grande incomodo do assassino que, como sempre, reforça que apenas deseja uma vida tranquila, desta vez sem nenhuma confusão amorosa e sempre retornando aos seus velhos hábitos violentos.

    Você

    As reflexões do protagonista a respeito do seu ambiente, tanto o espacial quanto social, sempre são um excelente momento da série e vemos o retorno do uso das redes sociais como uma ferramenta para conhecer quem esta a sua volta e manipular de acordo com o que deseja.

    A respeito destas pessoas a superficialidade em torno de cada um não é algo novo, inclusive uma excelente crítica social a respeito da dualidade do que se vive virtualmente e a realidade. Mas os segredos obscuros, a arrogância e principalmente o desprezo e humilhação que cometem a pessoas de classe inferior mediante ao sentimento de impunidade de seus atos é uma melhora em uma fórmula conhecida da série.

    Ainda temos alguns momentos característicos de John como se misturar entre as pessoas para realizar os seus planos, invadir casas e até mesmo eliminar quem se torna um obstáculo em seus objetivos ainda permanece com cenas muito bem dirigidas. A temporada encerra com uma surpresa relacionada ao admirador de John, criando expectativa para algumas prováveis alianças que possam surgir no futuro e o desfecho da tensão entre Kate e o assassino mais conhecido da cultura pop atual.

    VEREDITO

    A quarta temporada de Você consegue manter a sua qualidade que a tornou um sucesso e um dos produtos mais elogiados do serviço de streaming Netflix, com uma narrativa conhecida porém melhorada, gerando uma alta expectativa para o que esperar de seu encerramento.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer da série:

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    TBT #216 | Tron: Uma Odisseia Eletrônica (1982, Steven Lisberger)

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    Tron: Uma Odisseia Eletrônica foi um dos primeiros filmes a utilizar computação gráfica. Lançado em 1982, o filme conta com Jeff Bridges e Bruce Boxleitner nos papéis principais, respectivamente Kevin Flynn e Alan Bradley, também conhecido como Tron. O filme é ambientado quase que inteiramente em uma imaginação de um mundo virtual, em que uma inteligência artificial consciente tem feito uso de técnicas obscuras para dominar outros sistemas.

    Ainda que não tenha sido um sucesso de crítica e de arrecadação, o longa cresceu como um clássico cult e ganhou uma continuação na forma de filme com Tron – O Legado (2010) e animação Tron – A Resistência (2012).

    SINOPSE

    Quando o talentoso engenheiro de computação Kevin Flynn descobre que Ed Dillinger, um executivo da sua empresa, está roubando seu projeto, tenta invadir o sistema. No entanto, Flynn é transportado para o mundo digital em um programa antagônico.

    ANÁLISE

    Tron

    Como um exercício de imaginação, o longa nos lança por uma viagem sobre o que viria a ser o mundo dos games, mas não apenas isso. Quando encaramos a história do filme, vemos aquele mundo como algo para além do que compreendemos hoje como um “universo eletrônico”. Com noções que temos hoje de inteligências que se rebelam, o filme nos apresenta os perigos que as integrações entre sistemas podem ser, mas não apenas isso.

    Tron nos apresenta uma trama concisa, e que parece saber onde quer chegar. Ele se distancia e muito dos visuais dos longas da época, talvez isso tenha causado o estranhamento por parte de seus espectadores.

    Com suas cores neons – pintadas à mão em cada um dos frames – dentro daquele mundo, vemos o brilhantismo da produção, que em algumas sequências usa cerca de 15 minutos de imagens contínuas geradas por computação gráfica.

    Tron

    Enquanto faz uma homenagem ao mundo dos games na época, o filme aborda temas como espionagem industrial, e mostra que para que Jogador Número Um pudesse correr, Tron precisou caminhar, galgando uma trilha e claramente inspirado Ernest Cline na composição de seu mundo.

    Tron pode nos causar um incômodo em alguns elementos, mas serve como objeto de estudo para mostrar tanto a progressão da história da computação gráfica no cinema, como também “adaptar” o mundo dos games para o grande público.

    VEREDITO

    Tron voltou à minha lista de filmes após uma nova continuação ser anunciada. Com Jared Leto no elenco, o filme continuará a trama que o filme de 2010 contou. Tron surpreende por suas linhas narrativas e seus paralelos com a nossa realidade, mostrando de maneira imaginativa um medo que a humanidade tem desde que começou a estudar inteligências artificiais: elas tomarem consciência.

    Com um Jeff Bridges muito mais novo, o longa nos mostra alguns aspectos inerentes à existência humana e antropomorfiza elementos como componentes eletrônicos e programas criados para funções específicas. Como quando um programa de contabilidade criado para prever o comportamento de compra de seus usuários, é tirado de sua principal função para ser lançado para dentro de uma competição de lightcycles.

    Tron: Uma Odisseia Eletrônica, Tron: O Legado e Tron: A Resistência estão disponíveis no Disney+.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    CRÍTICA – Meus Heróis Eram Todos Viciados (2021, Mino) 

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    Meus Heróis Eram Todos Viciados foi publicado originalmente 2018 e no Brasil veio ser publicado em 2021 pela Editora Mino.

    SINOPSE

    ​Ellie sempre teve ideias romantizadas sobre viciados em drogas. Almas trágicas atraídas pelas agulhas e pelos comprimidos têm sido sua obsessão desde a morte de sua mãe, que era uma dependente. Mas quando Ellie acaba em uma clínica de reabilitação de alta classe, onde nada é o que parece, ela vai encontrar um outro tipo de romance — dos mais
    perigosos.

    ANÁLISE

    Meus Heróis Eram Todos Viciados

    Quem acompanha o trabalho da dupla Ed Brubaker e Sean Phillips sabe que suas obras sempre apresentam personagens em que são atormentados pelo seu passado e que vem sempre à tona ao presente de maneira obscura.

    No entanto, esse fascínio da dupla por explorar personagens com passado obscuro é sempre explorado de formas diferentes e com situações que apresentam desfechos assustadores.

    Com isso, “Em Meus Heróis Eram Todos Viciados”, acompanhamos Ellie em uma clínica de reabilitação tentando deixar o mundo das drogas. Desse modo, ela conhece outro paciente chamado Skip e ambos começam a ter um caso, mas esse romance os levará a um caminho de êxtase e escuridão.

    O quadrinho é narrado em primeira pessoa por Ellie e isso faz com que o leitor tenha confiança no seu ponto de vista dos personagens em que são apresentados no enredo. No entanto, lembro que temos aqui uma história com viciados e em viciados não temos certeza se tudo que dizem é verdade. Além disso, temos breves flashbacks do passado de Ellie e com isso vamos entendendo mais sobre sua personalidade.

    O grande destaque da obra, vai para as referências a cultura pop visto que a personagem é fascinada por músicos transgressões e ao longo da história a mesma vai destacando grandes artistas e álbuns como David Bowie, Lou Reed, Keith Richards e Billie Holiday. Essas referências são bem legais. Outro ponto, é que no Spotfiy têm uma playlist com os artistas citados no quadrinho. Creio que seja legal ouvir a playlist enquanto estiver lendo para que assim sua leitura seja mais imersiva.

    Em relação ao roteiro aqui, Brubaker achei ele mais contido em contar uma história de viciados, mas que mesmo assim não deixa entregar uma ótima história com desfecho surpreendente e triste. Quanto a arte de Phillips segue fenomenal e com traço mais realista. Quanto à colorização temos algo que beira um sonho e é feito por Jacob Phillips, filho de Sean Phillips.

    VEREDITO

    Meus Heróis Eram Todos Viciados é um ótimo trabalho da dupla Ed Brubaker e Sean Phillips que consegue surpreender independente de onde suas histórias são contadas de maneira criativa e versátil.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Editora: Mino

    Autores: Ed Brubaker, Sean Phillips e Jacob Phillips

    Páginas: 72

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