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    CRÍTICA – Verão de 85 (2020, François Ozon)

    Verão de 85, longa de François Ozon, chegará aos cinemas do Brasil no dia 3 de junho. Baseado na obra de Aidan Chambers e protagonizado por Félix Lefebvre e Benjamin Voisin, o filme conta a história de um casal apaixonado e o desenrolar de sua relação.

    SINOPSE

    O que você sonha quando tem 16 anos em um resort à beira-mar na Normandia na década de 1980? Um melhor amigo? Um pacto adolescente ao longo da vida? Sair em aventuras em um barco ou moto? Viver a vida a uma velocidade vertiginosa? Não. Você sonha com a morte. Porque você não pode dar um chute maior do que morrer. E é por isso que você o salva até o fim. As férias de verão estão apenas começando, e essa história relata como Alexis (Félix Lefebvre) cresceu em si mesmo.

    ANÁLISE

    François Ozon possui uma vasta carreira no cinema. Responsável por longas como 8 Mulheres e Dentro de Casa, Ozon é considerado por muitos um diretor ousado e corajoso, sempre recebendo algum reconhecimento por seu trabalho nas grandes premiações internacionais. Verão de 85, seu filme mais recente, concorreu a diversas categorias no Cesar Awards de 2021, incluindo melhor direção e melhor ator.

    Contando a história de um casal adolescente que se apaixona em uma paisagem lindíssima da Normandia, Verão de 85 é o típico filme coming age que explora as angústias e dúvidas dos jovens protagonistas com os desafios da vida adulta. Entre as milhares de dúvidas sobre seu futuro, Alexis – ou Alex, como ele prefere ser chamado – conhece David (Benjamin Voisin), um garoto rebelde e livre.

    Em um passeio de barco, David salva a vida de Alex e, a partir deste ponto, acompanhamos as investidas de David para ganhar o coração de Alex. O relacionamento dos dois se desenvolve tão rapidamente que, obviamente, se desencadeia em uma série de eventos inesperados.

    Verão de 85 possui um bom ritmo durante seus primeiros 40 minutos, mas começa a se perder na recapitulação de acontecimentos após um certo evento específico da trama. A força do relacionamento juvenil fica de lado, e os voiceovers de Alex, usados para contextualizar diversos acontecimentos da trama, acabam tomando conta de todo o restante do tempo.

    Verão de 85 (2020, François Ozon)

    Apesar de ter apenas 90 minutos de duração, o longa de Ozon parece se arrastar para finalizar a história do casal principal, prolongando o suspense e encontrando espaço até para criar um plot entre Alex e Kate (Philippine Velge), fato que fica completamente deslocado.

    Entretanto, mesmo com o desenrolar lento, a trama consegue captar bem o romance entre Alex e David, e os atores possuem uma ótima química. Benjamin e Félix entregam ótimas atuações, transitando entre a montanha-russa de emoções que é a adolescência. Destaque também para Valeria Bruni Tedeschi, que interpreta a Sra. Gorman. Mesmo com pouco tempo de tela, a atriz consegue esbanjar simpatia com uma personagem um tanto quanto excêntrica.

    A jornada dos protagonistas é interessante e divertida, além da direção de Ozon ser precisa, tirando o melhor dos momentos de silêncio e reflexão deixados para os atores em cena. A ausência de diálogos é sentida inúmeras vezes, sendo preenchida pela boa atuação do elenco principal.

    Vale destacar também a ótima fotografia de Hichame Alaouie, além do ótimo trabalho de edição do longa. É notório que Verão de 85 foi gravado em poucas locações, mas suas cenas possuem uma identidade estética poderosa, trabalhando muito bem os detalhes de roupas, cabelos, maquiagens e músicas típicas dos anos 1980.

    VEREDITO

    Verão de 85 não é o verão memorável que eu esperava. Entretanto, é um bom filme.

    3,5/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Aqueles Que Me Desejam a Morte (2021, Taylor Sheridan)

    Aqueles Que Me Desejam a Morte é o novo longa de Taylor Sheridan e está disponível nos cinemas brasileiros.

    SINOPSE

    Connor (Finn Little) presencia o assassinato do seu pai nas mãos de dois assassinos de aluguel. Agora ele deve fugir das garras deles e sobreviver a esse terrível pesadelo.

    ANÁLISE

    Aqueles Que Me Desejam a Morte é um filme extremamente confuso, pois temos algumas lacunas graves em seu roteiro. A primeira delas é a falta de conexão da protagonista, Hannah (Angelina Jolie) com o arco principal, visto que ela cai de paraquedas na trama de Connor. O segundo grande furo está na motivação dos vilões, pois sabemos que eles tem que matar o garoto e seu pai, mas em nenhum momento é explicado o porquê disso.

    Em diversos momentos temos a sensação de que falta algo no filme, pois temos poucas informações e o roteiro em nenhum momento quer nos explicar o que está acontecendo. Além disso, existem diversos diálogos expositivos sobre os traumas da personagem de Angelina Jolie, além dos excessivos clichês e sacadas batidas que deixam a trama rasa e previsível.

    As atuações são ok, sem nenhum destaque aparente, uma pena, pois o elenco possui qualidade. Nomes como Aidan Gillen, Nicolas Hoult e Jon Bernthal são desperdiçados completamente.

    VEREDITO

    Aqueles Que Me Desejam a Morte é um filme confuso e esquecível, mas que até entrega alguma diversão. Sua estrutura genérica com um roteiro fraco deixam o potencial do filme lá embaixo, todavia, nada muito diferente do que esperávamos no início de tudo.

    2,0/5,0

    Confira o trailer de Aqueles Que Me Desejam a Morte:

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    CRÍTICA | The Boys – Vol. 12: Metendo o Pé na Porta (2020, Devir)

    The Boys: Volume 12 ou The Boys: Metendo o Pé na Porta é a edição final das hqs de Garth Ennis e Dareck Robertson. A distribuição no Brasil é realizada pela editora Devir.

    SINOPSE

    Após vencerem de vez Os Sete, os Rapazes agora tentam viver uma vida mais “normal”. Entretanto, um aliado agora está os caçando e as coisas não são mais como eles imaginavam e eles correm um grande perigo. Será que eles vão sobreviver?

    ANÁLISE

    Em 2006, a primeira hq de The Boys trazia um grupo totalmente doido e brutal, uma vez que seu principal objetivo era aniquilar super-heróis de todas as formas possíveis. Eis que 14 anos depois essa página se fecha, de uma forma bem polêmica, assim como lá no início.

    Os fãs podem ficar perplexos com tudo que foi apresentado ao longo dos anos, pois, de fato, houve uma subversão. Todavia, esse fechamento com um jogo de gato e rato nada usual é algo que faz muito sentido na trama.

    The Boys

    Mais uma vez a brutalidade de Billy Butcher é mostrada de forma bem visceral. Seu caráter canalha é apresentado no ápice no décimo segundo volume da hq. Os dois últimos volumes de The Boys são bastante sangrentos, pois trazem batalhas épicas que colocam o máximo da violência para fora. 

    As reviravoltas mirabolantes do texto trazem um sentimento de satisfação, contudo, um sabor agridoce fica no ar, pois nossos heróis vão encontrando finais não tão satisfatórios para quem os acompanhou por tanto tempo.

    VEREDITO

    The Boys: Volume 12 é um final sangrento, polêmico, mas com tudo a ver ao que foi apresentado ao longo de 14 anos.

    Com uma trama violenta, complexa e que une muito bem o sadismo de seus atores com uma trama política complexa que nos deixa com um sorriso de satisfação no rosto em seu encerramento.

    4,5/5,0

    Editora: Devir

    Autores: Darick Robertson e Garth Ennis

    Páginas: 192

    E você, gosta de The Boys? Deixe sua opinião!

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    CRÍTICA – EncrenCão (2021, Kevin Johnson)

    As animações são apaixonantes, não é mesmo? Ciente disso a Netflix colocou uma nova produção original em seu catálogo. Dessa vez, denominada de O EncrenCão, como o título já denuncia, o filme tem foco em um ponto extremamente fofo: cachorros animados.

    SINOPSE

    No EncrenCão, acompanhamos a vida de um cachorrinho que possui uma vida bem confortável e de luxo, porém, tudo vira de ponta a cabeça, e ele precisa a sobreviver nas ruas de uma cidade grande.

    ANÁLISE

    O filme é dirigido por Kevin Johnson que possui um histórico em filmes de animação, porém, na parte visual, sendo o EncrenCão sua primeira experiência com direção, o que explica a obra seguir com um molde mais tradicional e comum desse gênero.

    Pois, conta a típica jornada de herói em que o personagem principal segue com sua vida pacata até que alguém aparece para retirá-lo de sua zona de conforto. Ou seja, não há grande surpresas e inovações.

    Mesmo assim, consegue entregar algo relativamente bom, onde mostra referências do mundo pop com pitadas moderadas de música, esse último ponto foi bem estruturado porque não houve exagero.

    Em sua dublagem conta com algumas vozes que podem ser facilmente reconhecidas, como a da Lucy Hale (Pretty Little Liars, Ilha da Fantasia) e do Snoop Dog, aliás, toda parte de dublagem mostrou um trabalho brilhante, isso é justificável quando conseguimos fechar os olhos e reconhecer as diferenças entre as vozes e os tons.

    A parte visual é a mais atrativa, há diversidade de cores vibrantes acompanhadas de um ritmo agitado de movimentos principalmente quando se trata dos cachorros, que traz uma sensação incontrolável de fofura.

    VEREDITO

    Se você está esperando uma animação com uma narrativa mais adulta, o EncrenCão vai te decepcionar, porque seu conteúdo é voltado para o público infantil, sendo ideal para que assista com seus filhos, sobrinhos, cachorro, etc.

    O filme tem um molde bem tradicional sem inovações, mas, traz uma linda mensagem sobre a importância da adoção e claro, cenas fooooooooofas de cachorrinhos.

    A animação está disponível na Netflix. Clique aqui para assistir.

    3,0 / 5,0

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    CRÍTICA – Sem Maturidade Para Isso (2ª temporada, 2021, Netflix)

    Sem Maturidade Para Isso ou Close Enough, é uma criação de J.G. Quintel, que também é responsável por Apenas Um Show e está com as duas temporadas completas na Netflix.

    SINOPSE

    Josh e Emilly são um jovem casal na casa dos 30 anos que tem sua filhinha Candice para cuidar. Os dois tem que viver as agruras da vida adulta, pois já não são mais tão jovens e descolados como antigamente.

    ANÁLISE

    Sem Maturidade Para Isso é o tipo de animação para quem é millenial, pois nos atinge em cheio com a nossa mudança de vida.

    No seu primeiro ano, a animação foi pé no chão ao seu modo, uma vez que sua estrutura de non sense é muito parecida com Apenas Um Show, mas que ainda tinha um quê de realidade.

    Sem Maturidade Para Isso

    Entretanto, na segunda temporada, Sem Maturidade Para Isso faz o mais e maior, visto que trabalha melhor seus personagens secundários e aumenta sua fantasia, deixando a série ainda mais engraçada. 

    Os episódios foram muito bem divididos, pois agora temos ainda mais apego por Candice, Pearle, Alex e tantos outros personagens divertidos e com muita personalidade.

    As sacadas com assuntos como tecnologia e suas consequências como solidão e distanciamento social, capitalismo e suas consequências e direitos da mulheres, a série evolui e muito, trazendo novas perspectivas da vida adulta de forma muito engraçada e cada vez melhor. 

    VEREDITO

    Com uma evolução no aspecto de humor e novas investidas em bons personagens, Sem Maturidade Para Isso traz ainda mais divertimento em seu segundo ano.

    As abordagens de assuntos atuais com um sarcasmo e timing perfeitos apresenta uma série cada vez melhor no que se propõe, que venham os novos episódios!

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer de Sem Maturidade Para Isso:

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    CRÍTICA – Cruella (2021, Craig Gillespie)

    Cruella estreou no Premier Access do Disney+ no dia 28 de maio. Custando um adicional de R$ 69,90 para ser assistida antecipadamente, a produção estará disponível para todos os assinantes a partir do dia 16 de julho.

    SINOPSE

    Inteligente, criativa e determinada, Estella (Emma Stone) quer fazer um nome para si através de seus designs e acaba chamando a atenção da Baronesa Von Hellman (Emma Thompson). Entretanto, o relacionamento delas desencadeia um curso de eventos e revelações que fazem com que Estella abrace seu lado rebelde e se torne a Cruella, uma pessoa má, elegante e voltada para a vingança.

    ANÁLISE

    Uma das vilãs mais amadas da Disney, Cruella possui uma trajetória sólida nos cinemas e uma grande fã-base. Um novo live-action da personagem poderia ser visto com desconfiança, já que Glenn Close causou um impacto muito forte em 1996. Entretanto, a escalação de Emma Stone afastou qualquer dúvida sobre esta nova produção, garantindo um hype enorme entre os fãs da franquia 101 Dálmatas.

    Servindo como um filme de origem, o longa de Craig Gillespie nos apresenta Cruella desde criancinha, recebendo o nome de Estella. A atriz Tipper Seifert-Cleveland dá vida a uma Estella ousada e genial desde a sua infância, pavimentando o caminho para o desenvolvimento da personagem em sua fase adulta.

    A história acompanha Estella e seu sonho de ser uma grande fashionista. Contratada por uma das maiores referências na área, a Baronesa Von Hellman, Estella vê a oportunidade como uma chance de honrar sua mãe e ser uma pessoa melhor. Entretanto, estamos falando de uma vilã que, historicamente, mata cachorrinhos, então sua trajetória acaba se desvencilhando do lado bonzinho e embarcando em uma série de vinganças e golpes.

    O que mais chama atenção em Cruella é certamente o trabalho de figurinos, penteados e maquiagem. O design encabeçado por Jenny Beavan é impecável, trazendo modernidade e rebeldia para as criações da personagem principal. Transitando entre a inovação e o luxo, as peças usadas no longa causam o impacto visual necessário para a trama. Afinal, uma Cruella com elementos de punk e rock era tudo o que nós queríamos ver.

    A química entre Emma Thompson e Emma Stone é ótima e as cenas entre as duas funcionam muito bem. As interações do elenco secundário, que conta com Mark Strong, Paul Walter Hauser e Joel Fry, também são muito bem amarradas e rendem momentos bem divertidos. Além disso, os cachorrinhos roubam a cena em diversos momentos, sendo parte crucial para o desenvolvimento da trama.

    O roteiro de Dana Fox e Tony McNamara encontra espaço para prestar homenagens ao livro clássico e a animação, utilizando diversas referências durante toda a história. Entretanto, o roteiro não se mantém preso ao que foi criado no livro, encontrando espaço para trazer a sua própria leitura sobre a vilã. Uma identidade própria que faz toda a diferença nesse novo contexto.

    Outro ponto a ser destacado é a ótima trilha sonora original composta por Nicholas Britell. Mesmo não sendo tão marcante quanto em seus trabalhos anteriores, a trilha original é envolvente e muito criativa, principalmente durante as aparições de Cruella nos desfiles da Baronesa. Britell é um grande nome na área e trabalhou recentemente na trilha sonora de The Underground Railroad.

    CRÍTICA – Cruella (2021, Craig Gillespie)

    Não podemos deixar de ressaltar também o ótimo trabalho de Emma Stone, que entrega uma excelente atuação como Cruella. A atriz oscarizada consegue transitar facilmente entre as duas personalidades, mostrando sua grande versatilidade e talento.

    Apesar dos pontos positivos, é impossível não comentar sobre os efeitos especiais. Para um longa com grande investimento como este, o CGI envolvendo os cachorros, e algumas cenas específicas, são bem desanimadores. Para um estúdio como a Disney, que está acostumado a investir pesado em seus blockbusters, é muito difícil acreditar nos efeitos utilizados aqui.

    VEREDITO

    Divertido, sagaz e extravagante, Cruella é um filme à altura de sua personagem principal. Dentre toda a safra de live-actions produzidas pela Disney até aqui, esse é provavelmente um dos melhores.

    3,5/5,0

    Assista ao trailer:

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