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    TBT #124 | Controle Absoluto (2008, D. J. Caruso)

    Controle Absoluto é um filme estrelado por Shia LaBeouf e Michelle Monaghan lançado em 2008. Muito diferente do filme contar uma “cautionary tale“, ele se mostra uma amálgama de clichês e ação, retirados do que parece ter sido um algoritmo e parece ter sido feito meramente como uma forma de diversão. E ele faz isso de forma brilhante.

    SINOPSE

    Jerry Shaw (Shia LaBeoulf) e Rachel Holloman (Michelle Monaghan) não se conhecem, mas um telefonema feito por uma mulher desconhecida muda suas vidas completamente. Ameaçando a vida de ambos e de suas famílias, a voz utiliza uma moderna tecnologia para rastrear e controlar todos os seus movimentos. Logo eles se tornam os fugitivos mais procurados do país, precisando se unir para descobrir o que realmente está ocorrendo.

    ANÁLISE

    Com clichês que nos remetem a filmes futuristas, ou até mesmo distópicos, Controle Absoluto se mostra um bom divertimento para um fim de noite. Shia LaBeouf que interpreta Jerry Shaw, um jovem com grande potencial, que decidiu apenas seguir sua vida de forma modesta. E em uma determinada noite, ao chegar em casa, se depara com armamentos militares, produtos para fabricação de bombas, que o mesmo nunca havia visto. Enquanto isso, do outro lado da cidade, a jovem mãe Rachel Holloman (Michelle Monaghan) embarca seu filho em um trem para longe da cidade. O que os dois tem em comum? Quase nada. Mas suas vidas mudarão completamente a partir daquele momento.

    O filme nos remete aos grandes clássicos como 1984 e até mesmo Exterminador do Futuro, em que uma “entidade” controla todos os movimentos dos personagens, ou pelo menos o vigia o tempo todo e sabe de todo e qualquer passo dele. Controle Absoluta vai além, fazendo tanto Shaw, quanto Holloman suas marionetes e levam os personagens por caminhos inesperados e surpreendentes.

    VEREDITO

    Controle Absoluto

    Ainda que o filme nos leve por lugares inesperados e tente se levar a sério, grande parte do nosso desconforto ao testemunhar os eventos que se desenrolam na tela, vêm da relação de codependência que temos hoje com aparelhos eletrônicos.

    O filme se mostra divertido, mas infelizmente se debruça mais uma vez na tentativa de mostrar que o inimigo nunca é o Estados Unidos em si, e reforça uma propaganda de que o inimigo continua vindo de fora. Mais especificamente, o Oriente Médio.

    Como uma narrativa de abstração, Controle Absoluto se faz divertido e desperta em nós a vontade de elucubrar sobre o possível futuro em que viveremos.

    Controle Absoluto está disponível na Netflix. Clique aqui para assistir.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Resident Evil Village (2021, Capcom)

    Resident Evil Village é um dos lançamentos mais aguardados do ano. Grande parte da devoção dos fãs da franquia vem do fato do game ter sempre se reinventado a cada nova edição.

    Por contar com uma vasta galeria de personagens, que sempre tiveram em seu cerne elementos altruístas, o jogo desperta até nas pessoas mais amorais um sentimento de justiça, além de gerar uma curiosidade pelo gore que a franquia fez questão de tornar cada vez mais visível na última década.

    Com 25 anos de existência recém completados, o novo jogo da Capcom nos leva a uma jornada na vida de Ethan Winters, o personagem recém chegado à franquia. Após suas desventuras na Louisiana com a terrível e assoladora infecção chamada de Mofo, sua viagem abrupta ao Leste Europeu nos levará por caminhos que ficarão para sempre gravados nas nossas mentes.

    Como fã de Resident Evil por pelo menos 20 anos, as mais diversas e familiares emoções surgiram enquanto eu testemunhava o desenrolar da pacata fuga que agora é a vida dos Winters.

    Em uma sequência inicial de tirar o fôlego, somos retirados da tranquilidade por meio de tiros, que nos lançam em uma das mais obscuras introduções da história da franquia.

    SINOPSE

    Resident Evil Village

    Ambientado anos depois dos eventos terríveis do aclamado Resident Evil 7 Biohazard, a nova história começa com Ethan Winters e sua esposa, Mia, vivendo pacificamente em um novo lugar, livres do pesadelo do passado. Mas quando estavam começando a construir uma nova vida, ocorre novamente uma tragédia.

    ANÁLISE

    Resident Evil Village

    Esse que vos escreve não entende o que faz tantos jogadores da franquia clássica ficarem descontentes com o rumo dos jogos, quando na verdade só era necessária uma nova roupagem para a franquia se manter relevante no atual cenário do desenvolvimento de games.

    Adaptar narrativas de jogos para o cinema tem sido um grande problema desde sempre. Desde o célebre e infeliz caso do filme Super Mario Bros., até mesmo as tentativas de adaptarem Resident Evil para as telonas, com Milla Jovovich no papel de uma personagem que nunca realmente existiu no material fonte. Portanto, se manter apenas nos games pode ser a decisão mais acertada da franquia e da Capcom.

    Resident Evil Village vai muito além do tímido Resident Evil 7, mas ambos se complementam. Village aprofunda suas raízes na lore da franquia, revelando elementos que nunca haviam sido abordados até então. O brilhantismo vem não apenas de seus novos e carismáticos personagens/ameaças/vilões, mas de toda sua concepção.

    Se você vinha esperando esse game como eu, você deve se lembrar que grande parte da publicidade foi feita ao redor da gigante Sra. Dimitrescu, que no alto de seus quase 3 metros de altura, foi capaz de sustentar não apenas o interesse, como também a curiosidade de muitos dos jogadores em potencial.

    Como Horácio Machado, do DDG, pontuou:

    “A duologia RE7-REVillage é simplesmente uma das melhores obras da história dos videogames e da franquia como um todo.”

    A grandiosidade da lore de Resident Evil é incrível e extremamente importante para que o game se mantenha relevante. O maior acerto da Capcom foi ouvir grande parte dos fãs, que têm como um dos games favoritos o Resident Evil 4, material que Resident Evil Village parece ter se inspirado firmemente.

    Segundo algumas fontes revelavam, a Capcom optou por diminuir o terror do game após um feedback negativo do 7, mas quando encaramos o jogo, isso não se mostra tão verdade assim.

    A vida de Ethan Winters é colocada em risco a todo o tempo, e muito diferente de Resident Evil 7, a Capcom mostrou outras facetas do personagem em Village.

    Ainda que impotente diante de poderosas ameaças que colocam não apenas em risco a vida do protagonista, mas também a de sua filha Rose, Village nos mostra que Ethan apesar de sentir medo, irá até as últimas consequências para lutar contra os 4 lordes da pitoresca vila da Romênia.

    VEREDITO

    Ao se deparar com o fim repentino de uma vida pacata, somos surpreendidos com a ambição e o tamanho que a história de Ethan ganha.

    Muito diferente do que foi visto na primeira parte da duologia, Village nos leva por lugares assombrosos e antigos, e apesar de parecer que já vimos alguns elementos, como a Lady Dimitrescu nos perseguindo por seu castelo – fazendo uma clara referência ao Mr. X em Resident Evil 2 -, nos surpreende por cada curva que a história toma.

    Nos levando à cenários cada vez mais megalomaníacos, e enfrentando criaturas cada vez mais assustadoras, Village nos apresenta licanos, “vampiros” e o retorno do terror presente em pequenas porções da franquia.

    O game é a prova definitiva de que a Capcom sabe no que acertou ao longo de sua história e coloca em cima desses elementos melhorias para que o game se mantenha relevante nos dias atuais.

    A história de Ethan em Village é uma verdadeira aula de construção de personagem, mantendo grande parte dos traumas que o personagem adquiriu quando visitou a casa dos Bakers na Louisiana e o levando por novos caminhos.

    O 8º game da franquia aumenta o nível das ameaças enfrentadas pelo personagem e dá um buff em seus adversários. A experiência nos faz questionar por vezes o quão poderoso alguém como Ethan pode ser diante de inimigos como Alcina Dimitrescu, Karl Heisenberg, Salvatore Moreau e Donna Beneviento, colocando-o entre alguns dos mais relevantes protagonistas da franquia, estrelando em uma galeria que conta com Leon Kennedy e até mesmo Chris Redfield.

    Resident Evil Village brilha em tudo que se propõe fazer nos surpreendendo em relação à história de Ethan e, muito diferente do que testemunhamos no sétimo game, mostra o quão megalomaníaca a Capcom pode ser.

    Com uma riqueza de detalhes ímpar que só a Capcom é capaz de nos proporcionar no PlayStation 4 base – console no qual esse que vos escreve jogou -, presenciamos desde a ótima modelagem da vila, até o tratamento dos mais diversos cenários que se complementam de uma forma que nos remete muito ao leste europeu.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Confira a primeira parte da nossa gameplay:

    Assista o trailer de Resident Evil Village:

    Resident Evil Village foi lançado no dia 7 de maio de 2021 e está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X e PC.

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    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Uma Mulher no Limite (A Good Woman Is Hard to Find), thriller dirigido por Abner Pastoll, estreou nas plataformas digitais no dia 7 de maio. Protagonizado por Sarah Bolger, o longa apresenta a história de uma jovem mãe que tenta retomar sua vida após o assassinato de seu marido.

    SINOPSE

    Após o assassinato de seu marido, uma mulher busca por respostas. Cansada de sofrer na mão dos homens ao seu redor, ela resolve tomar as rédeas da própria vida e planejar sua vingança.

    ANÁLISE

    Uma Mulher no Limite é um longa diferenciado que consegue surpreender em vários momentos de sua trama. Um dos seus grandes trunfos é a ótima atuação de Sarah Bolger que consegue se adaptar muito bem ao desenvolvimento de sua personagem, também chamada Sarah.

    No roteiro de Ronan Blaney, Sarah é uma mulher vulnerável que se encontra em uma situação difícil após o assassinato de seu marido. Com o aparente descaso da polícia local sobre o caso, Sarah tenta buscar justiça ao mesmo tempo em que precisa cuidar de suas duas crianças pequenas.

    Sem renda, morando em um bairro perigoso e sendo constantemente assediada pelos homens à sua volta, é quase impossível não sentir raiva ou angústia ao assistir todos os desafios que a personagem precisa superar ao longo dos 97 minutos de filme.

    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Em meio a todo esse contexto, Sarah acaba se envolvendo – de modo inusitado – em uma rede de crimes executados pelas gangues locais. E é nesse momento que a personagem deixa de ser vulnerável e assume o controle de sua própria vida.

    A construção do suspense é gradual e bem conduzida, criando espaço para o grande clímax final. Matthew Pusti fez um ótimo trabalho de trilha sonora para Uma Mulher no Limite. Suas composições criam momentos tensos e instigantes, principalmente quando temos Sarah e Leo Miller (Edward Hogg) em cena.

    O longa possui boas doses de humor, sem que isso quebre os momentos de ação e suspense. Algumas cenas pitorescas, como as que envolvem o vibrador rosa de Sarah, são divertidas, mas também encontram espaço para tecer algumas críticas.

    Mesmo que no trailer passe a impressão de que se trata de um grande filme de vingança, com muitas cenas de ação e violência, Uma Mulher no Limite está mais para uma ideia similar à Bela Vingança. Por mais que haja, obviamente, cenas de violência, não há uma visão masculinizada da personagem principal como uma grande justiceira.

    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Por se tratar de um filme independente, as locações são pequenas e, da mesma forma, são as cenas de ação. Não há grandes efeitos especiais envolvidos na história e claramente o orçamento foi usado em cenas muito específicas envolvendo próteses e sangue. Entretanto, o que poderia “faltar” em grandes cenas de ação é compensado em todo o restante. É uma produção pequena, mas bem executada.

    VEREDITO

    Uma Mulher no Limite me surpreendeu positivamente. Um filme que possui a dose certa de ação, suspense e humor, entregando uma produção com grande qualidade técnica.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Uma Mulher no Limite está disponível na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, Google Play, YouTube Filmes e iTunes/Apple TV para compra e aluguel.

    Assista ao trailer

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    CRÍTICA – Castlevania (4ª temporada, 2021, Netflix)

    Castlevania é uma animação da Netflix baseada na franquia de jogos da Konami. Neste dia 12 de maio, a quarta e última temporada chega ao serviço de streaming. Com isso em mente, farei uma breve análise dessa última temporada sem spoilers.

    SINOPSE

    A influência de Drácula cresce à medida que Belmont e Sypha investigam os planos para ressuscitar o famoso vampiro. Alucard tem dificuldades para abraçar seu lado humano.

    ANÁLISE

    Nessa última temporada temos a solução de diversas pontas soltas dos anos anteriores. A produção segue com um bom ritmo e não perde seu brilho ao longo de todo a história, sendo uma excelente adaptação da famosa franquia da Konami.

    Ao longo dos 10 episódios dessa temporada temos a apresentação de novos personagens que tem seu background explicados por flashback. A maneira que essa narrativa é introduzida na animação é bem lenta e acaba se alongando, utilizando a metade de um episódio para explicar as reais intenções desses personagens.

    No entanto, esse recurso narrativo acaba sendo bastante exaustivo, pois acredito que daria para ser explicado em poucas cenas e não se expandindo tanto. Apesar disso, o enredo principal segue bem desenvolvido e caminhado para um final épico.

    Além disso, eu senti que a trama demorou cerca de três episódios para realmente engatar. No entanto, seu desenrolar desencadeia  nos eventos do enredo principal, que tem a ver com a tentativa de trazer Drácula de volta.

    CRÍTICA – Castlevania (4ª Temporada, 2021, Netflix)

    A partir desse ponto, seguimos Belmont e Sypha em sua investigação sobre os novos personagens da história. Os desfechos que temos para Belmont e Sypha são realmente satisfatório, bem como o desfecho de Alucard, que certamente vai agradar os fãs.

    Em relação a animação, o anime continua sensacional e apresenta excelentes cenas com batalhas épicas que são realmente de tirar o folego. No entanto, em alguns momentos a animação tem uma leve queda de qualidade, principalmente quando existem muitos personagens em uma mesma cena, mas nada que seja tão gritante.

    Apesar do final satisfatório, acredito que futuramente exista a possibilidade de criarem spin-off com outros personagens da série. Pois, temos um leque de possibilidades para contar outras histórias dentro de universo.

    VEREDITO

    Por fim, essa última temporada de Castlevania entrega um final excepcional com uma trama bem desenvolvida e que com certeza trará novos fãs para franquia de jogos da Konami – que infelizmente encontra-se esquecida. Mas a série é uma ótima porta de entrada para conhecer esse universo sombrio de Castlevania.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é mais uma produção original da Netflix focada em investigação criminal que busca trazer à tona fatos desconhecidos, ou que a polícia e o Poder Judiciário deliberadamente escolheram não olhar.

    Dirigida por Joshua Zeman (Montanha Mortal), essa minissérie documental conta a história da investigação obsessiva feita pelo jornalista Maury Terry a respeito de um serial killer que assassinou diversas pessoas nos Estados Unidos, na década de 1970.

    David Berkowitz, o “Filho de Sam”, é réu confesso nesse caso que chocou o mundo e foi condenado à prisão perpétua. Apesar da confissão, Terry dedicou sua vida para comprovar que mais pessoas participaram dos assassinatos em série.

    SINOPSE DE OS FILHOS DE SAM

    O caso Filho de Sam se tornou uma obsessão para o jornalista Maury Terry, para quem os assassinatos estavam associados a uma seita satânica.

    ANÁLISE

    A minissérie documental é mais uma tentativa de Maury Terry ser ouvido. O jornalista faleceu em 2015, mas deixou sua última cartada: Joshua Zeman recebeu caixas com materiais da sua investigação sobre o envolvimento de Berkowitz com uma seita satânica e a participação de mais pessoas nos assassinatos em Nova Iorque, entre 1976 e 1977.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração inicia contextualizando bem o cenário caótico que Nova Iorque vivia no período: criminalidade, desemprego e insalubridade em alta. Além de assaltos fazerem parte da rotina, prostituição e tráfico de drogas ocorriam com naturalidade aos olhos da população em plena luz do dia.

    Conhecer o contexto sociopolítico da cidade é fundamental para entender as possíveis motivações da polícia local (NYPD) e do prefeito, Abraham Beame, desde o começo dos assassinatos. As investigações policiais sempre optaram por trabalhar com a hipótese de que se tratava de um único assassino.

    O motivo para essa única linha de investigação é que o serial killer adotava o mesmo modus operandi a cada crime, sempre usando um revólver calibre .44. Isso o tornou conhecido como o Assassino do Calibre .44.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração conta a história de um jornalista obcecado por um caso que chocou o mundo na década de 1970

    No entanto, o jornalista Maury Terry identificou diversas falhas logo cedo. A postura errática e intransigente da NYPD o motivaram a deixar seu emprego na IBM para atuar como jornalista investigativo independente.

    O fio condutor do documentário é o caso do Assassino do Calibre .44, posteriormente conhecido como Filho de Sam. Mas a verdade é que a produção da Netflix é biográfica, e trata sobre a vida de Terry após a investigação se tornar uma verdadeira obsessão.

    Espaço para versões distintas

    Um dos grandes acertos de Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é dar espaço para versões distintas dos fatos.

    Além do rico acervo histórico e dos materiais organizados por Maury Terry, a minissérie da Netflix conta com vários entrevistados de diferentes fases da vida do jornalista e da investigação do caso.

    Isso inclui até quem discorde das teorias estudadas por Terry. No entanto, em muitos momentos os fatos apresentados pelo documentário deixam nítido que o contraponto não se sustenta.

    A montagem é bem feita e garante uma boa fluência à narrativa. Apesar disso, há algumas imagens de arquivo que se repetem sem necessidade, além de uma transição genérica (também repetitiva) que pouco acrescenta.

    Terry está certo?

    É seguro afirmar que a obsessiva investigação de Maury Terry rendeu registros que comprovam que existiu (ou existe) uma seita satânica influente nos Estados Unidos. Os argumentos do jornalista e de fontes entrevistadas (inclusive um sobrevivente do serial killer) reforçam que a NYPD errou ao não considerar a possibilidade de mais de um assassino no caso.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração conta a história de um jornalista obcecado por um caso que chocou o mundo na década de 1970

    Cabe à audiência definir se toda a investigação de Terry foi correta e seus argumentos se sustentam. Apesar disso, também não é exagero dizer que a minissérie vai agradar quem ama produções sobre crimes reais (true crime) e teorias da conspiração.

    Não é de se duvidar que Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração faça barulho, reabra a investigação e dê um novo desfecho ao caso. A própria Netflix já produziu séries que apresentaram versões alternativas às condenações do Judiciário (e da imprensa), como Olhos que Condenam e Making a Murderer – essa última chegou a motivar a reabertura do caso.

    Uma coisa é certa: quem se frustrou com a falta de resolução dos casos apresentados em Mistérios Sem Solução (também da Netflix) certamente já começa gostando de Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração. Afinal, o caso aqui está oficialmente resolvido. Resta saber se em definitivo…

    VEREDITO DE OS FILHOS DE SAM

    Com apenas 4 episódios, Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é uma minissérie documental bem editada e que consegue situar a audiência em todos os pontos da obsessiva investigação de Maury Terry.

    A produção da Netflix também acerta por dar espaço a contrapontos, mesmo que a intenção do documentário seja explícita em apresentar diversos argumentos consistentes encontrados por Terry ao longo dos anos.

    Esse documentário biográfico é mais um trunfo da Netflix com potencial de prender a atenção dos fãs de true crime e teorias da conspiração.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Oxigênio (2021, Alexandre Aja)

    Oxigênio é a nova produção francesa da Netflix que estreia no dia 12 de maio. O longa tem direção de Alexandre Aja (Predadores Assassinos) e roteiro de Christie LeBlanc. No elenco estão Mélanie Laurent (Esquadrão 6) e Mathieu Amalric.

    SINOPSE

    Em Oxigênio, presa dentro de uma câmara criogênica, uma mulher deve agir com precisão e calma para conseguir escapar. Quanto mais o tempo passa, mais desaparece o oxigênio e mais diminuem suas chances de sair dali com vida.

    ANÁLISE

    Um filme que brinca entre o sci-fi e o suspense, mas também flerta com o gênero de terror. A nova produção local da Netflix chamada Oxigênio vem da França e não se esforça para chamar a atenção. É fato que para uma história de suspense prender o espectador são necessárias várias revelações ao longo do filme que não deturpe sua conjuntura total.

    Logo, o filme de Alexandre Aja não só consegue ser íntegro em cada reviravolta de roteiro, como utiliza de suas limitações para criar uma narrativa focada em um único objetivo: descobrir a verdade.

    Mélanie Laurent interpreta uma mulher que acorda dentro de uma câmara criogênica, desorientada e sem saber sua própria identidade.  Logo, ela percebe que seu oxigênio está acabando e uma corrida contra o tempo começa, com a ajuda da inteligência artificial, Milo (Mathieu Amalric).

    O resto da história, com certeza, seria entregar demais o que Oxigênio promete. O diretor Alexandre Aja, já conhecido do cinema de terror com filmes como Piranha 3D (2010) e Amaldiçoado (2013), constrói um cenário perfeito para seu filme. A partir da câmara criogênica, o espectador embarca na história daquela mulher misteriosa, sentindo todos os desconfortos vividos pela personagem.

    CRÍTICA - Oxigênio (2021, Alexandre Aja)

    Essa imersão se dá, em parte, pela ótima atuação de Mélanie Laurent que, com poucos recursos para sua atuação, utiliza suas expressões para mostrar o desespero da personagem. Outra ressalva do filme está na relação que a mulher, identificada como biomassa-267, desenvolve com a inteligência artificial. Suas frustrações, pequenas alegrias e tristezas se propagam através de sua voz a partir de conversas com Milo.

    Ainda assim, Oxigênio demora para engatar, visto que sua narrativa lenta no primeiro ato busca preparar o espectador para uma onda de plot twists. Contudo, é a partir do segundo ato que o filme se torna realmente interessante e faz crescer aquela curiosidade e temor pelo personagem. Isso porque o longa se preocupa muito mais em apresentar questões para a personagem resolver.

    Sendo assim, Oxigênio é similar a um quebra-cabeça, onde a última peça nem sempre monta aquilo que esperávamos. Já que, seus minutos finais vacilam em alguns clichês. Dessa forma, o filme não reinventa a premissa de “lugares claustrofóbicos” e nem se apoia tanto em seu sci-fi para explicar o roteiro.

    Essas características colocam Oxigênio no meio termo entre um ótimo filme para passar o tempo e um péssimo filme para ter grandes expectativas.

    VEREDITO

    Oxigênio de Alexandre Aja, se consagrada pela ótima atuação de Mélanie Laurent, mas demora para mostrar sua verdadeira força. Por isso, o meio do filme é mais interessante que seu início e consequentemente, seu final.

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Assista ao trailer:

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