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    CRÍTICA – Pumpkin Jack (2020, Nicolas Meyssonier)

    Imagine um mundo em que o Diabo entediado com o rumo pacífico que a vida na Terra tomava, resolveu lançar sua fúria sobre o pequeno planeta, invocando criaturas para lançar o caos e fazer o inferno na Terra. A última defesa da humanidade; é um Mago. Um mago tão poderoso, que seria capaz de colocar um fim às malvadezas do terrível demônio.

    Tão grande era a ameaça do mago, que o Diabo precisou escolher entre aqueles sentenciados ao inferno, para fazer frente àquela ameaça. O escolhido foi Jack, o homem que foi capaz de enganar o demônio não uma, ou duas, mas três vezes.

    E Pumpkin Jack não falha em contar uma história divertida e nos colocar no lugar daquele que deve impedir que o bem prevaleça.

    ANÁLISE

    Criado pelo desenvolvedor indie Nicolas Meyssonier – isso mesmo, o game foi desenvolvido por apenas uma pessoa -, Pumpkin Jack não esconde que se inspirou em MediEvil, omitindo apenas alguns detalhes para não ser de fato uma cópia, e se mostra como uma ótima diversão, caso você esteja na dúvida do que fazer.

    Sendo um game curto, ele cumpre de forma incrível quase tudo que se propõe, deixando a desejar em apenas alguns aspectos relacionados ao polimento do game, e uma maior variedade de inimigos.

    A diversidade de mapas muito bem modelados e o desafio de encontrar itens como a vitrola – item único em cada um dos seis diferentes mapas do game -, e os crânios de corvos, espalhados pelos mais diversos cantos de cada uma das fases são bem divertidos, e dão um maior aspecto de replay ao game.

    JOGABILIDADE

    Pumpkin Jack nos proporciona diversão das mais diversas formas, com diferentes armas. A variedade de movimentação de Jack e a incrível forma como a história é contada, nos faz querer continuar imersos na narrativa contada no game, e por vezes, nos faz esquecer que lutamos não pelo bem, mas pela verdadeira derrocada da Terra.

    A portabilidade do game da versão de PC, veio pelas mãos de Adrien Lucas, que fez o game ficar disponível também para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch; e isso foi feito de forma magistral.

    Os mais diversos inimigos, assim como quick time events, como descer em um carrinho de carga por uma antiga mina, velejar em um navio fantasma, ou “pilotar” uma gárgula, dão ao game alguns belos momentos de descontração, lembrando ao jogador a todo tempo, que o destino de todo o mundo está nas mãos de Jack, que deve impedir a todo o tempo que o bem prevaleça.

    VEREDITO

    Pumpkin Jack

    Por se tratar de uma narrativa que era muito mais comum de se ver em games dos anos 90 ou começo dos anos 2000, Pumpkin Jack apresenta elementos que já parecem ter sido vistos anteriormente, mas com um tom de refresco.

    A diversão do game está em questionar a todo momento a seriedade das ações de Jack, enquanto o personagem tenta impedir a todo custo que o bem prevaleça em relação ao mal, sendo necessário enfrentar as mais diversas ameaças no caminho para que o Paladino do Diabo obtenha êxito em sua cruzada.

    Com diálogos irônicos e engraçados, um amigo corvo e uma inteligente coruja, Pumpkin Jack se mostra como uma divertida aventura 3D, que apesar de colocar o destino da humanidade em suas mãos, o faz de forma extremamente divertida e leve, nos levando por um mundo destroçado pelos perigos que apenas o demônio é capaz de invocar.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

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    TBT #117 | King Kong vs Godzilla (1962, Ishiro Honda)

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    King Kong vs Godzilla de 1962 foi o primeiro filme que trouxe o conflito entre os dois ícones do cinema. Por isso, o TBT do Feededigno dessa semana é dedicado ao gorila porradeiro e ao lagarto radioativo. Ambos estarão de volta ainda em 2021 em Godzilla vs Kong, uma nova franquia lançada pela Legendary e Warner Bros. que já conta com três filmes desse universo.

    O diretor do longa é Ishiro Honda que anteriormente havia dirigido Godzilla (1954) e outros filmes do gênero kaiju – monstros gigantes tretando. Entre os roteiristas estão Willis H. O. Brien, animador de stop motion responsável pelo filme King Kong (1933) e quem deu a ideia de colocar Kong em confronto com outro monstro; e Jonh Beck, produtor que deu o projeto a Toho Studios adicionando Godzilla ao filme.

    SINOPSE

    Tako, presidente de uma grande empresa farmacêutica do Japão, teve uma ideia ousada para promover um de seus novos produtos que promete a cura de várias doenças: apresentar aos japoneses o King Kong, um gorila gigante que supostamente cresceu e ficou forte através da matéria-prima do produto. Mas, durante todo o processo, o gorila escapa enquanto o temido Godzilla também está solto.

    ANÁLISE

    Em 1962, o mundo assistia a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética ficarem cada vez maior. A chamada Guerra Fria teve ressonância não somente no Ocidente, mas também no Oriente. Dessa forma, o Japão que outrora tinha sido uma das potências envolvidas na Segunda Guerra Mundial, agora assistia dois super gigantes ameaçarem tanto o seu país, como o mundo.

    Há quem diga que o cinema bebe da história e por mais galhofa que King Kong vs Godzilla seja, não dá pra tirar os significados históricos e sociais que o longa apresenta. Dito isso, no longa, os monstros surgem como uma analogia para os EUA e a URSS que viviam em ameaças, mas nunca foram de fato ao confronto pessoalmente.

    Logo, King Kong vs Godzilla é o resultado imaginado pelo Japão se as duas superpotências mundiais da época entrassem em guerra. Quais seriam as consequências e o que o mundo poderia fazer frente a tamanha destruição. Essa pode ser uma das interpretações para o filme de Ishiro Honda, mas é fato que o longa tentou ao máximo fugir da visão de crítica social e buscar um público mais jovem.

    Por isso, na história, todos os personagens são em uma maioria caricatos e sem grandes interpretações. O filme apresenta uma narrativa mais leve – o oposto de Godzilla de 54 dirigido por Honda – com tons de humor e drama. Sendo assim, sobra para Kong e Godzilla trazerem o tom sombrio do filme.

    Uma empresa farmacêutica retira Kong de sua ilha para usá-lo como “garoto propaganda” de um dos seus produtos. Enquanto isso, um submarino americano colide com Godzilla que estava preso em um iceberg. A partir daí, ambos os monstros aterrorizam o Japão até finalmente se encontrarem.

    A batalha entre Kong e Godzilla pode parecer “tosca” e sem nenhum sentido, afinal eram apenas pessoas vestidas com uma fantasia. Porém, evoca todo o sentimento de “épico”, o qual estamos acostumados no atual cinema de super-heróis. Os dois seres surgem em tela trocando socos e cambalhotas em uma luta pelo domínio da humanidade.

    Consequentemente, quem leva a melhor é King Kong que ao ser atingido por um raio consegue derrotar Godzilla e seu hálito atômico. Contudo, ao final do filme se ouve o rugido de Godzilla, deixando claro que o lagarto não está morto. Dessa forma, a rixa entre ambos foi alimentada por anos sendo o que os torna tão icônicos para a cultura pop.

    Uma versão editada de King Kong vs Godzilla foi lançada em 1963 pela Universal nos Estados Unidos. O intuito era apresentar os personagens com uma história mais americanizada. Ainda assim, o filme não teve o mesmo impacto que o original, já que a estética kaiju é algo culturalmente japonês e dificilmente substituível.

    VEREDITO

    King Kong vs Godzilla de 1962 não é nenhuma obra-prima, mas é inteligentemente divertido e bizarro. O que colabora para a criação dos dois ícones do cinema e toda a fantasia em volta deles. É um filme que deve ser visto sem muitas expectativas, mas com grande entusiasmo.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Rugas (2021, Devir)

    Nesse mês de março a editora Devir está republicando o emocionante quadrinho Rugas, do quadrinista espanhol Paco Roca. Esse foi o primeiro trabalho do autor publicado no país.

    O quadrinho já se encontra em pré-venda e está com lançamento previsto para 12 de abril.

    SINOPSE

    Internado em um asilo para idosos porque sofre de Alzheimer, Emílio encara a vida comunitária como uma prova difícil de se vencer. Mas ele aceita rapidamente o seu novo ambiente e decide lutar para escapar da decadência que sua doença o levará.

    ANÁLISE

    A trama de Rugas se inicia com uma visão da juventude de Emílio, de quando era gerente de um banco, mas isso logo muda ao vermos nosso protagonista já na terceira idade vivendo na casa do filho; e sua família tendo dificuldades em estabilizar a vida profissional com os cuidados do Sr. Emílio que já apresenta sinais de Alzheimer.

    Com isso, a família toma a difícil decisão de deixar o Sr. Emílio em um asilo para idosos, a partir daqui acompanhamos a nova vida de Emilio na casa junto de seus habitantes que apresentam histórias de abandono e memorias da juventude.

    Os personagens de Rugas são inspirados em pessoas reais, pois o autor teve a preocupação de frequentar durante um tempo esses asilos para produzir uma trama o mais próximo possível da realidade dessas pessoas que vivem nesses locais.

    Além da maneira brilhante que Paco Roca escreve suas histórias, seu traço não fica atrás, pois apesar de ter um traço simples mais repleto de detalhes, o mesmo expressa o sentimento de cada personagem de uma forma muito linda. Em paralelo, sua colorização apresenta cores vibrantes que dão um tom maravilhoso para toda a obra.

    O destaque de Rugas vai para a maneira que Roca apresenta as consequências de uma pessoa que começa a ter o Alzheimer e que infelizmente não quer aceitar essa doença que destrói a memória e outras funções mentais.

    Em outras palavras, Rugas é um quadrinho formidável que toca em temas como velhice e Alzheimer de forma cômica, emocionante e dramática. Paco Roca tem uma magia especial em contar histórias humanas, repleta de personagens que parecem já ter participado de algum momento da nossa vida.

    VEREDITO

    Rugas é um quadrinho cheio de humor, mas que de repente vai te deixar com olhos marejados ao final de sua leitura.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Autor: Paco Roca

    Editora: Devir

    Páginas: 108

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    We Are Football: Jogo estilo Manager será lançado na Steam em junho

    Os fãs de jogos de futebol estilo Manager estão prestes a conhecer uma nova franquia. Desenvolvido pela Winning Streak Games e THQ Nordic, We Are Football será lançado para PC via Steam em 10 de junho de 2021.

    We Are Football permitirá que você gerencie seu time – papel do famoso cargo de Manager – ao mesmo tempo em que treina a equipe. Para não ficar no mais do mesmo, o novo game chegará ao mercado com um modo de jogo inédito: o futebol feminino.

    De acordo com os desenvolvedores, as funcionalidades entre futebol feminino e masculino são as mesmas, mas haverá “diversos elementos únicos”. Além do futebol feminino, os criadores de We Are Football afirmam que o game foi desenvolvido em conjunto com veteranos do esporte, entre eles Gerald Köhler, Rolf Langenberg e Dirk Winter.

    Desenvolvido pela Winning Streak Games e THQ Nordic, o manager We Are Football será lançado para PC via Steam em 10 de junho de 2021

    Na divulgação oficial na Steam fica nítido que os principais esforços da Winning Streak Games e da THQ Nordic para competir em um mercado com jogos consolidados, como Football Manager, será oferecer uma experiência que exija muita estratégia e tomada de decisão ágil.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Games clássicos: 5 jogos de futebol para PC que revolucionaram

    Inicialmente não há previsão de que o jogo esteja disponível em português.

    Características

    Veja algumas características de We Are Football destacadas pelos desenvolvedores:

    • Bastante intuitivo e sem longas introduções ou tutoriais ao iniciar. É fácil de aprender, mas difícil de dominar.
    • Selecione seu clube e o modo de carreira através de um pequeno questionário.
    • Gerencie vários aspectos do seu clube: finanças, patrocínios, RH, organização, apoio dos fãs, seguidores, IPO, venda de ações, investidores e mais.
    • Treinamentos modernos e planejamento realista.
    • Perfil psicológico completo para cada jogador. Cada tipo de time deve combinar perfeitamente para terem alguma chance de sucesso.
    • Estádios e clubes 3D expansíveis, além de um museu do clube para você visitar.
    • We Are Football é à prova do futuro: o ano inicial do jogo pode ser ajustado no editor.

    Desenvolvido pela Winning Streak Games e THQ Nordic, o manager We Are Football será lançado para PC via Steam em 10 de junho de 2021

    Requisitos para jogar We Are Football

    Requisitos mínimos:

    • Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
    • Sistema Operacional: 64-bit Windows 7 / 8 / 10
    • Processador: AMD / Intel 2.6 GHz ou superior
    • Memória: 4 GB de RAM
    • Placa de vídeo: AMD/NVIDIA com placa gráfica dedicada tendo pelo menos 1GB de VRAM dedicada
    • DirectX: Versão 11
    • Armazenamento: 2 GB de espaço disponível
    • Placa de som: Integrada ou dedicada DirectX 9 compatível com a placa de som

    Requisitos recomendados:

    • Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
    • Sistema Operacional: 64-bit Windows 10
    • Processador: AMD / Intel 3.3 GHz ou superior
    • Memória: 8 GB de RAM
    • Placa de vídeo: AMD/NVIDIA com placa gráfica dedicada tendo pelo menos 2GB de VRAM dedicada
    • DirectX: Versão 11
    • Armazenamento: 2 GB de espaço disponível
    • Placa de som: Integrada ou dedicada DirectX 9 compatível com a placa de som

    Assista ao trailer oficial:

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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – Dandy Ace (2021, Mad Mimic Interactive)

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    Recebemos recentemente o jogo Dandy Ace, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Mad Mimic Interactive. Tão logo o jogo foi baixado, já havia euforia para saber mais a respeito da mais nova criação nacional na indústria dos games.

    Antes de comentar sobre o jogo em si, vale lembrar que Dandy Ace tem sua data de lançamento marcada para o dia 25/03 e é distribuído pela NEOWIZ, também responsável por Skul, uma recente febre no Steam.

    Desde o início, é perceptível que o jogo bebe de muitas fontes. A animação inicial tem nítidos e propositais tons infantis, e esta dá o tom do desenrolar da história. Esta, é bem simples, mas não por isso pouco envolvente: Lele, frustrado com a habilidade e extravagância do mágico Dandy Ace, aprisiona ele e suas assistentes no Espelho Amaldiçoado. Toda essa pegada meio desenho infantil satirizado, somado aos chefões, e ao nível de dificuldade um pouco elevado lembram muito o famoso Cuphead.

    Porém, logo que iniciamos nossa gameplay, somos transportados para um mundo que muito lembra alguns títulos da Supergiant Games (como o recente Hades ou o aclamado Bastion). Um ambiente isométrico e bastante colorido. Ali, dentro do Espelho Amaldiçoado, começamos nossa jornada por este roguelike que, apesar de suas referências, se mostra bastante original.

    Para poder se livrar do aprisionamento no Espelho, Dandy precisará atravessar um labirinto gerado proceduralmente. Para isto, ele conta com suas cartas mágicas, as quais ele coleta ao longo do caminho, e com o apoio de suas assistentes Jenny Jenny e Jolly Jolly.

    A adição das cartas obviamente lembra os famosos cardgames, graças a possibilidade de combinar as cartas, utilizando suas qualidades ativas ou passivas para montar o set de ataques mais favorável. Existem mais de mil combinações possíveis, e assim como o mapa, as cartas também são aleatórias.

    Dandy Ace

    A dificuldade do jogo se dá por quatro fatores básicos: inimigos e ataques variados, ambientes complexos, velocidade de jogo e morte permanente. Calma. Não é permanente. Ou talvez, não tanto. O jogo se passa dentro do Espelho, então, sempre que morremos, retornamos ao início do labirinto, e este se reformula.

    Em outros games, esta espécie de reinício poderia ser um motivo pra frustração. Mas Dandy Ace é tão divertido e as possibilidades e novas combinações que surgem após cada derrota são tantas que é pouco provável que você realmente se frustre.

    Uma curiosidade bastante interessante é que o jogo, por ser brasileiro, tem dublagem em português.

    Nossa, sério? Calma!

    A equipe de dubladores conta com nomes como Gabriela “Gabi” Cattuzzo, “Maethe” Lima, Luis “LJoga” Gouveia, Eduardo “BRKsEdu” Benvenuti, João Paulo “Patife” Pereira, entre outros.

    Quem ficou curioso e quer ver mais sobre o game, hoje, 24/03, às 20h, faremos uma live na nossa Twitch curtindo esta aventura desde o início.

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – O Tigre Branco (2021, Ramin Bahrani)

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    O Tigre Branco é um longa da Netflix que está concorrendo ao Oscar de 2021 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

    SINOPSE

    Balram (Adarsh Gourav) é um jovem ambicioso que nasceu em condições precárias na Índia. Ao ver o sucesso da família de um magnata inescrupuloso, ele agora quer fazer parte desse império. Entretanto, ele terá que ir além de suas crenças e valores para chegar ao topo.

    ANÁLISE

    O Tigre Branco é um longa que veio com tudo para o Oscar, uma vez que tem diversas qualidades em sua estrutura. O fato de trazer personagens cinzas e cheios de camadas é um dos pontos cruciais para que o filme funcione.

    Com uma base forte pautada na religião, política, economia e corrupção, a obra nos faz pensar em diversos aspectos do nosso cotidiano. Por meio de diversas metáforas, O Tigre Branco nos dá um tapa na cara sobre nossas escolhas de vida. Mostrar que somos um monte de galinhas indo para o abate que, mesmo sabendo que vamos morrer, não fazemos nada a respeito. O fato de aceitarmos alguns trocados para sermos humilhados todos os dias e sermos obrigados a nos digladiar diariamente por um punhado de reais, dólares, rúpias, por exemplo, nos torna mesquinhos.

    O Tigre Branco tem excelentes atuações por parte de Adarsh Gourav, que dá muita veracidade ao seu protagonista que tem diversos momentos cruéis, mas completamente entendíveis da nossa parte. Pinky, vivida por Priyanka Chopra, é uma mistura do bem e do mal, pois em diversos momentos é justa, porém, em tantos outros é hipócrita. Fechando o arco de atuações, temos Rajkummar Rao, como Ashoka, que é o pior tipo de patrão, pois é aquele que nos abraça e nos apunhala.

    DIREÇÃO E ROTEIRO DE O TIGRE BRANCO 

    A direção e roteiro Ramin Bahrani são muito competentes, uma vez que nos fazem ter momentos grandes de reflexão. Ao mostrar a pobreza humana e a hipocrisia dos ricos, o cineasta consegue ir no cerne de uma questão extremamente relevante como a desigualdade social.

    O fato do capitalismo predatório e do comunismo hipócrita é muito bem apresentado, visto que o único objetivo de quem nos governa aqui é ter poder, que se ferre quem está na base para ser pisado.

    Contudo, o segundo ato é arrastado e possui algumas barrigas, uma vez que algumas cenas ficam sobrando no filme. O Tigre Branco poderia ter tranquilamente uns 20 minutos a menos em sua composição.

    VEREDITO

    O Tigre Branco é um longa que tem uma mensagem poderosa e uma trama surpreendente por sua verossimilhança com a nossa realidade, pois aborda a relação de suserania e vassalagem do cotidiano da sociedade.

    Por mais que o longa escorregue em alguns momentos, há também muita qualidade estética e de narrativa, pois o diretor sabe o que está fazendo.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer:

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