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    Adoráveis Mulheres: 10 coisas que você provavelmente não sabe

    Adoráveis Mulheres, de Louisa May Alcott, é um dos romances mais amados, e agora – mais de 150 anos após sua publicação original – está capturando outra geração de leitores após ganhar uma recente adaptação para as telinhas e uma nova adaptação para as telonas nas mãos da diretora Greta Gerwig. Se você não leu, mas já assistiu alguma das outras 5 versões, e pretende assistir a versão adaptada dirigida por Gerwig, trazemos aqui 10 coisas que você talvez não saiba sobre a história clássica sobre família e amizade.

    CONTRA SUA VONTADE

    Louisa May Alcott estava escrevendo histórias de literatura no estilo pulp, que estava em voga na época em que Thomas Niles, o editor da Robert Brothers Publishing, se aproximou dela com a ideia sobre escrever um livro para meninas. Alcott disse que ela tentaria, mas não estava tão interessada, mais tarde chamou livros assim de “histórias de moral para os jovens”.

    Quando ficou claro que Louisa May Alcott estava protelando, Niles ofereceu um contrato de publicação para o pai da escritora, Bronson Alcott. Apesar de Bronson ser um dos pensadores mais conhecidos, que era amigo de Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau, seu trabalho nunca atingiu muito prestígio. Quando ficou claro que Bronson teria a oportunidade de lançar um novo livro se Louisa começasse sua “história de garotas”, ela cedeu à pressão do pai.

    TRABALHO DURO

    Alcott começou a escrever o livro em Maio de 1868. Ela trabalhou nele dia e noite; e ficou tão consumida com o trabalho que por vezes esqueceu de comer ou dormir. Em 15 de Julho, ela enviou todas as 402 páginas para seu editor. Em Setembro, apenas quatro mês após ter começado a escrever o livro, Adoráveis Mulheres foi publicado. O livro se tornou um best seller instantaneamente e transformou Louisa May Alcott em uma mulher rica e famosa.



    INSPIRADAS EM SUAS IRMÃS

    Adoráveis Mulheres

    Meg foi baseada na irmã de Louisa, Anna, que se apaixonou por seu marido John Bridge Pratt. A descrição do casamento de Meg no livro foi baseada no casamento real de Anna.

    Beth foi baseada em Lizzie, que contraiu escarlatina em 1856. Apesar de ter se recuperado, a doença a enfraqueceu permanentemente; Lizzie morreu, de atrofia muscular enquanto dormia, em 14 de Março de 1858 – pouco antes de seu aniversário de 23 anos. Como Beth, Lizzie contraiu a doença de uma família mais pobre a qual sua mãe ajudava.

    Amy foi baseada em May (Amy é um anagrama de May), uma artista que viveu na Europa e cujas pinturas eram exibidas em Paris.

    Jo, é claro, é baseada na própria Alcott.

    PUBLICAÇÃO DIVIDIDA

    A primeira metade foi publicada em 1868 como Adoráveis Mulheres: Meg, Jo, Beth, e Amy. A História de Suas Vidas. Um Livro de Meninas. Ele terminou com John Brooke pedindo a mão de Meg em casamento. Em 1869, Louisa May Alcott publicou o livro Good Wives (em tradução livre: Boas Esposas), a segunda metade do livro. Esse, ela também demorou apenas alguns meses para escrever.



    SEM FAN SERVICE

    Alcott, que nunca se casou, queria que Jo também continuasse solteira. Mas enquanto ela estava trabalhando na segunda metade de Adoráveis Mulheres, os fãs pediam que a personagem se casasse com o seu vizinho, Laurie.

    Louisa May Alcott escreveu em seu diário:

    As meninas escreviam para que as garotas se casassem, como se esse fosse o único objetivo na vida de uma mulher. Eu não vou casar Jo com Laurie para agradar ninguém.

    Como compromisso – ou para irritar os fãs – Alcott casou Jo com o pouco romântico Professor Bhaer. E Laurie terminou com Amy.

    TEORIAS

    As pessoas teorizavam acerca de quem Laurie era inspirado, desde Henry David Thoreau até o filho de Nathaniel Hawthorne, Julian, mas esse não parece ser o caso.

    Em 1865, enquanto estava na Europa, Louisa May Alcott conheceu um músico polonês chamado Ladislas Wisniewski, que apelidou de Laddie. O flerte entre Laddie e Alcott culminou nos dois passando duas semanas sozinhos em Paris. De acordo com seu biógrafo Harriet Reisen, Alcott mais tarde baseou Laurie em homenagem a Laddie.

    Quão longe o affair Alcott/Laddie foi? É difícil dizer, enquanto Alcott riscou uma seção em seu diário que se referia ao romance. Na margem da página, ela escreveu, “Não poderia ser“.



    PONTO TURÍSTICO

    Adoráveis Mulheres

    A Orchard House em Concord, Massachusetts era a casa da família Alcott. Em 1868, Louisa relutantemente deixou seu apartamento em Boston para escrever Adoráveis Mulheres lá.

    Hoje, você pode fazer uma visita guiada na casa, e pode ver desenhos nas paredes, assim como ver a pequena escrivaninha que Bronson construiu para que Louisa May Alcott usasse.

    ÉPOCA DAS “VACAS MAGRAS”

    Os ideais filosóficos de Bronson Alcott tornou difícil para ele encontrar emprego – por exemplo, como um socialista, ele não trabalharia por salários – então sua família sobreviveu por um tempo com doações de amigos e vizinhos. As vezes, durante a infância de Louisa, não havia nada para eles comerem além de pão, água ou ocasionalmente maçãs.

    Quando ela ficou mais velha, Alcott trabalhou como uma acompanhante e governanta, como Jo faz no romance, e vendeu histórias de “sensações” para ajudar a pagar as contas. Ela também aceitou trabalhos servis, trabalhando como costureira, lavadeira, e camareira. Mesmo quando ainda criança, Louisa May Alcott queria ajudar sua família a escapar da pobreza, algo que Adoráveis Mulheres tornou possível.



    MUITAS ADAPTAÇÕES

    Além da série de TV de 1958, várias peças da Broadway, um musical, um ballet, e uma ópera, Adoráveis Mulheres foi adaptada mais de 6 vezes para o cinema. A versão mais famosa é a de 1933 estrelada por Katharine Hepburn, a versão de 1949 estrelando June Allyson (com Elizabeth Taylor como Amy), e a versão de 1994 estrelada por Winona Ryder.

    O romance também foi adaptado para as telinhas algumas vezes, sendo a última em 2018. A indicada ao Oscar, Greta Gerwig, adaptou a história mais uma vez, que será estrelada por Saoirse Ronan como Jo e Thimothée Chalamet como Laurie.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Adoráveis Mulheres (2020, Greta Gerwig) 

    O novo longa chegará aos cinemas nesta quinta-feira, 09 de Janeiro.

    VERSÃO ANIME

    Em 1987, foi lançado no Japão uma versão em anime de Adoráveis Mulheres que contou com 48 episódios de meia hora cada.



    E aí, o que achou das curiosidades? Está animado para a mais nova adaptação cinematográfica? Deixe seus comentários e lembre-se de compartilhar com seus amigos.

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    CRÍTICA – Ford vs Ferrari (2019, James Mangold)

    O diretor nova-iorquino James Mangold tende a se destacar cada vez mais com projetos certeiros, responsável por filmes viscerais como Logan e Johnny & June, a sua última obra é chamativa e empolgante, escalando os titãs Christian Bale e Matt Damon para complementarem essa história automobilística no filme Ford vs Ferrari.

    Baseado em uma história real, em meados dos anos 60, tudo muda quando Henry Ford II (Tracy Letts), CEO da Ford Motor Company, decide entrar com tudo no mundo da alta velocidade, especialmente depois de ser usado e insultado por Enzo Ferrari (Remo Girone). Carroll Shelby (Matt Damon) é encarregado de montar um carro para vencer a imbatível Ferrari nas 24 Horas de Le Mans e escolhe Ken Miles (Christian Bale) para ser seu piloto.

    O roteiro é assinado pelos irmãos Butterworth em parceria com Jason Keller que juntos, constroem uma narrativa verossímil e autêntica, focando mais no ponto onde a Ford começa a se interessar em entrar no ramo da velocidade esportiva, com o relacionamento de Shelby e Miles já estabelecidos, e optando em iniciar a história apresentando personagens com ideais distintos mas em busca do mesmo propósito: a vitória.

    Sem dúvidas o grande chamariz do filme é a parceria Bale e Damon. Se Ken Miles é um impulsivo piloto de meia idade que está passando por problemas financeiros, Carroll Shelby é um ex-piloto que encontrou a solução vendendo carros esportivos. A genialidade bruta e inconsequente do primeiro é compensada pela calma estratégica e diplomática do segundo. Eles não apenas se entendem, mas se complementam em muitos aspectos.



    A narrativa se trata de um conflito de objetivos e prioridades diferentes do ponto de vista de cada personagem. Enquanto a Ford está mais interessada no marketing positivo pensando em uma vitória, Shelby e Miles estão mais interessados em superar a si próprios e em escrever seus nomes na História cruzando a linha de chegada juntos.

    Nas cenas de ação, os protagonistas são os carros. A dinâmica da movimentação da câmera com os cortes nos dá uma sensação de velocidade, de medo, de apreensão pelo o que pode acontecer, mas sem deixar a cena clichê. O som também é um recurso bem aplicado pelo filme e acrescenta na experiência do espectador com a corrida.

    A trilha sonora de Marco Beltrami dita bem o ritmo do filme, conversando com os personagens no momento certo. Ressaltando novamente a qualidade dos fatores técnicos relacionado aos movimentos das corridas, que possivelmente ganhará uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Mixagem/Edição de Som.

    A direção de arte comandada por Gustaf Aspegren é cuidada para reproduzir os anos 60 com os mínimos detalhes, utilizando as propagandas da época e as clássicas logomarcas dos patrocinadores que também foram recriadas para cooperar através de uma ambientação digna. Complementando a fotografia aos olhos de Phedon Papamichael, que recria uma climatização fazendo jus à época. O seu trabalho é reconhecido por elementos similares no qual já executou em Nebraska e Caçadores de Obras Primas.



    Com atuações memoráveis e uma incrível reconstrução de época, Ford vs Ferrari tem uma direção precisa graças à James Mangold com um roteiro notável, garantindo uma trama cativante que consegue conquistar o público e afirmando mais uma indicação ao Globo de Ouro para Christian Bale, e talvez um forte concorrente nas categorias técnicas para o Oscar 2020.

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Star Wars Jedi: Fallen Order (2019, Respawn Entertainment)

    Star Wars é apenas uma das maiores franquias de todos os tempos, que teve início com a saga dos Skywalker em 1977 e culminou com seu fim em 2019. A franquia se tornou um fenômeno multimídia ao longo dos anos, tendo ganhado espaço em livros, quadrinhos, especiais de natal, e até mesmo games. Os games e os livros têm sido as partes mais interessantes da franquia desde seu lançamento. Games adorados como Knights of the Old Republic e para esse que vos escreve, até mesmo o Star Wars: Episode I Racer, isso mesmo. Se você ficou por fora da geração do Nintendo 64, próximo do lançamento da segunda trilogia em 1999, a LucasArts lançou um game de corrida com pod racers ambientado em todo aquele mote de mostrar como a habilidade de pilotar caças e naves era algo natural para os Skywalker. Star Wars Jedi: Fallen Order nos apresenta uma trama inteiramente nova, ambientada após a Ordem 66.

    Um Padawan, Fallen Order uma história inteiramente nova

    Star Wars Jedi: Fallen Order é o mais novo game single-player da franquia. O primeiro game a ser desenvolvido pela Respawn Entertainment, desenvolvedora da EA responsável por um dos maiores sucessos atuais de Battle Royale, Apex Legends. O game nos coloca no controle do jovem Cal Kestis cerca de 5 anos após a ativação da Ordem 66, e o fim das Guerras Clônicas — caso você não esteja familiarizado, a Ordem 66 foi instituída pelo Imperador Palpatine, em que ordenava o extermínio completo da Ordem Jedi — no planeta-desmanche Bracca, enquanto ele trabalha atuando como um dos catadores e um dos principais mecânicos do lugar.

    Fallen Order
    Cal Kestis em disfarçado em Bracca, o planeta-desmanche

    Em um trabalho comum, Cal e seu melhor amigo Prauf se vêem envolvidos em um incidente, que faz com que Cal use a Força para salvar Prauf de uma queda para sua iminente morte que é o estopim para toda a história que se desenrolará ao longo de todo o game.

    Um rápido desenrolar e um grande aprendizado

    Em uma rápida sequência, precisamos fugir de Bracca, e de uma das Inquisidoras do Império, a Segunda Irmã, que tenta nos impedir. Como um jovem portador de sabre de luz ainda sem muita experiência, Cal se vê perdido, até que sermos apresentados à Cere e Greez, que nos auxiliam nos levando a um dos mais distante planetas da Orla Exterior, Bogano.

    Sem entrar muito na história para evitar qualquer maior spoiler que estrague sua experiência, Star Wars Jedi: Fallen Order é uma experiência obrigatória até mesmo se você não conhece muito da história da franquia — pode ter certeza que os acontecimentos do game te darão um ânimo maior para ir atrás do que você não conhece, a fim de ficar por dentro de todos os acontecimentos da história do jovem Cal Kestis.

    Com uma captura de movimento e dublagens dignas de games AAA, Cameron Monaghan se apresenta como um dos personagens mais cativantes da franquia, enquanto somos apresentados às aventuras ao lado do dróide BD-1. Ao ver o cuidado e esmero da equipe da Respawn, vemos que o game foi feito por uma equipe repleta de fãs da franquia. Desde pequenos itens, achados, linhas de diálogo e até mesmo o encontro com personagens icônicos assim como com diversos dos segredos mais bem guardados da galáxia.

    Star Wars Jedi: Fallen Order
    Cal Kestis luta contra um Scout Trooper

    O game pode ser descrito como um dungeon crawler/souls like, por contar com muito backtracking para acessar áreas até então bloqueadas por habilidades ainda não adquiridas. Ao conseguir habilidades até então guardadas pela memória do personagem que controlamos, somos capazes de enfrentar inimigos antes imparáveis.

    Vocês devem estar perguntando o que eu quis dizer quando citei o termo “souls like”. O game conta com fases e ações punitivas. Ao realizar parry, ao apertar o botão de defesa no momento correto, é possível contra-atacar, derrotando rapidamente até mesmo os inimigos mais difíceis.

    Star Wars Jedi: Fallen Order
    O encontro antes da batalha de Cal Kestis e a Segunda Irmã

    As marcantes trilhas da franquia Star Wars também têm presença garantida no game. Star Wars Jedi: Fallen Order se mostra como um dos games mais importantes na franquia, por introduzir e apresentar os primeiros usuários da Força não-Jedi de forma canônica, e até mesmo habilidades mostrada no tão controverso Star Wars: A Ascensão Skywalker, como o que conhecemos como “Ecos da Força”, um dom recém-desenvolvido por Rey do Episódio VIII para o IX.

    A Força nos é apresentada de maneira tão íntima, quanto grandiosa. Ao vermos que planetas importantes e imponentes Bogano, Kashyyk, Dathomir e Zeffo são ligados por segredos e por algo muito maior que o acaso. Star Wars Jedi: Fallen Order nos faz sentir como se não houvesse um desequilíbrio na Força. Apresentando de forma cuidadosa, porém única e inédita, a história de um jovem Padawan que precisa terminar sozinho seu treinamento, a fim de impedir o fim da próxima geração de Jedi.

    Star Wars Jedi: Fallen Order foi lançado no dia 15 de Novembro para PlayStation 4, Xbox One e PC. O game segundo muitos foi o “único Star Wars que conta realmente esse ano”, já que o último filme da Saga Skywalker se tornou tão divisivo.

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do game abaixo:

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    Drácula: Dissecando a criatura mais popular da cultura pop

    A minissérie foi ao ar nesta semana pela BBC One, recebendo elogios dos críticos; mas Drácula também será lançada na Netflix no sábado (04).

    Com produção executiva de Mark Gatiss, Steven Moffat, Sue Vertue e Ben Irving; o elenco principal é formado por John Heffernan, Dolly Wells, Joanna Scanlan, Sacha Dhawan, Jonathan Aris, Morfydd Clark, Nathan Stewart-Jarrett e Claes Bang como Conde Drácula.

    Em 2019 a figura do vampiro completou 200 anos, já o Drácula, personagem criado por Bram Stoker completou 122. E em homenagem ao “Lorde das Trevas” – não é o Voldemort – iremos destrinchar sua origem, suas referências e principais adaptações nas principais mídias e também conhecer o Drácula da vida real!

    ORIGEM DO DRÁCULA DA FICÇÃO

    Em 26 de Maio de 1897, o irlandês Bram Stoker lançou seu romance, porém seu sucesso começou nos palcos do teatro graças a uma treta sobre direitos autorais.

    Em 1922 foi lançado na Alemanha, o filme Nosferatu; que contava a história do Conde Orlok (vivido por Max Schrec), porém mesmo com o filme se passando em outra localidade e contando com outros personagens, a esposa do já finado Bram, Florence Balcombe, processou os responsáveis pela produção alemã por violação de direitos autorais. Trazendo então o Drácula de volta aos holofotes britânicos. Em 1924 surgiram as primeiras peças teatrais em Londres e três anos depois, estreou a primeira peça na Broadway, nos EUA.

    PUBLICAÇÕES RELACIONADAS:

    CRÍTICA – Drácula (2019, Editora pandorga)

    TBT #170 | Nosferatu (1922, Friedrich Wilhelm)

    Nosferatu: Conheça a origem do vampiro e suas principais adaptações

    QUADRINHOS

    Por incrível que pareça, o Drácula já figurou nas páginas da Marvel Comics. O personagem estreou em The Tomb of the Dracula #1 (1972). Onde o vampiro encarou os X-Men, o Homem-Aranha, Doutor Estranho e até mesmo o Apocalipse.

    E das páginas dessa série surgiu um personagem muito querido pelos fãs: o Blade. Que já tem confirmada a sua estreia no Universo Cinematográfico Marvel.

    GAMES

    Quem viveu a época do incrível PlayStation 1 certamente perdeu horas se divertindo ao jogar Castlevania Symphony of the Night e também é muito provável que se irritou muito com a pegadinha do final fake (eu fui um desses).

    Já na geração seguinte, tivemos para o PlayStation 3 Xbox 360 os Castlevania: Lords of Shadow 2, este último infelizmente não teve foi tão bem recebido quanto o primeiro.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Drácula: As mais marcantes adaptações nos games

    ANIMAÇÕES

    Também da Netflix temos a adaptação da franquia de games, Castlevania, que conta com duas excelentes temporadas e já tem a terceira confirmada.

    E para a molecada temos a franquia de animações para a tela grande, Hotel Transilvânia; que conta com três filmes.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Castlevania (4ª temporada, 2021, Netflix)

    CINEMA

    É aqui que o bicho pega!

    O Drácula já deu as caras em mais de 272 filmes e foi interpretado por mais de 40 atores; no Guiness Book – O Livro dos Recordes o personagem detêm dois importantes recordes:

    • Personagem Literário Mais Adaptado para o Cinema
    • Personagem de Horror Mais Adaptado para o Cinema

    Desses muitos filmes, alguns são de extrema importância; entre eles:

    Drácula (1931, Tod Browning)

    Foi a primeira adaptação cinematográfica oficial e trouxe o ator Bela Lugosi dos palcos da Broadway. O roteiro adaptou a peça de teatro homônima de Hamilton Deane e John L. Balderston que adaptava o livro de Bram Stoker.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA – TBT #178 | Drácula (1931, Tod Browning)

    O Vampiro da Noite (1958, Terence Fisher)

    Uma franquia com oito filmes, onde tivemos o querido Christopher Lee (o nosso eterno Saruman da trilogia O Senhor dos Anéis) que estrelou seis deles.

    Drácula de Bram Stoker (1992, Francis Ford Coppola)

    TBT #17 | Drácula de Bram Stoker (1992, Francis Ford Coppola)Considerado por muitos estudiosos de Drácula como a adaptação mais próxima dos romances de Bram (mesmo com algumas liberdades criativas), o longa de Coppola conta com grande elenco: Gary Oldman (Vlad Tepes/Drácula), Winona Ryder (Elisabetha/Mina Harker), Keanu Reeves (Jonathan Harker), Anthony Hopkins (Professor Abraham Van Helsing).

    Curiosidade: Anthony Hopkins atua como dois personagens diferentes, um religioso cristão que amaldiçoa Vlad nos minutos iniciais do filme e Van Helsing.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | TBT #17 – Drácula de Bram Stoker (1992, Francis Ford Coppola)

    Drácula: A História Nunca Contada (2014, Gary Shore)

    O longa de Gary Shore, assim como a maioria das últimas adaptações apresenta como Vlad Tepes se tornou o conde chupador de sangue mundialmente conhecido.

    Trata-se de um típico filme de origem com uma “pegada” super-heroica, mesmo que essa origem não seja a mais aceitável pelos “BramStokianos” e muito menos pelos romenos.

    O elenco conta com Luke Evans ‎como Vlad III/Drácula, ‎Dominic Copper (da série Preacher) como Mehmed II e Charles Dance (o mestre das filhadaputagens, Lorde Tywin Lannister na série Game of Thrones) como Mestre Vampiro.

    Curiosidade 1: O personagem Vampiro Mestre de Charles Dance é o lendário imperador romano Caio Júlio César (juro que também não entendi a referência kkkk). 

    Curiosidade 2: O filme apesar de não ser dos melhores e muito menos fiel, foi um sucesso de bilheteria. Tendo uma receita de US$ 215 milhões, sobre um orçamento de apenas US$ 70 milhões, foi o suficiente para que a Universal Pictures investisse em um Universo de Monstros Compartilhado, lançando então em 2017 o filme A Múmia, estrelado por Tom Cruise; que foi um fiasco de bilheteria e fez o estúdio engavetar a ideia do “UMC”.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA – Noites Sombrias #66 | Drácula: As mais marcantes adaptações no cinema

    O DRÁCULA DA VIDA REAL

    Vlad III, também conhecido em romeno como Vlad Tepes (Vlad – O Empalador, em português) viveu no século XV e gostava de ser conhecido como Vlad Draculea que significava “filho do dragão”, já que seu pai (Vlad II) se auto intitulou Vlad Dracul após ingressar na Ordem do Dragão – uma espécie de Templários – que era responsável por proteger a cristandade na Europa Oriental combatendo os turcos e a invasão do Império Otomano.

    Vlad Draculea era voivoda (príncipe) da Valáquia – atualmente território da Romênia – e junto com seu irmão mais novo, Radu, foram reféns do Império Otomano em 1442, como garantia a lealdade do pai ao sultão Murad II.

    Mesmo vivendo entre os turcos, Vlad nunca abandonou sua fé cristã e muito menos seu sonho de retornar à sua terra natal e libertá-la das garras do Império Otomano.

    Após a morte de Murad II, Vlad já estava de volta à Valáquia e reinava quando Maomé II, o mais novo sultão otomano (filho de Murad II), enviou seus mensageiros para lembrar Vlad de sua vassalagem para com o Império Otomano. E Vlad ao melhor estilo Rei Leônidas, Vlad gritou: “Isso aqui é Valáquia!” (me empolguei; essa parte é puro fan service kkkkk). Na verdade, Vlad empalou* todos.

    *Empalamento ou empalação é um método de tortura e execução que consistia na inserção de uma estaca que atravessasse o corpo do torturado; normalmente entrando pelo ânus até sair na clavícula, pescoço ou boca. A vítima, atravessada pela estaca, era deixada para morrer sentindo dores terríveis.

    Depois de muitos anos de seguidas guerras, pequenas vitórias, traições, muitas empalações e derrotas, Vlad III/Draculea/Tepes/Empalador se recolheu no Castelo Poenari, em Arges, na Romênia e não no Castelo de Bran, entre a Transilvânia e a Valáquia, que atualmente é um ponto turístico muito famoso por associar Vlad Tepes ao Drácula de Bram Stoker.

    Curiosidade 1: Dracul, em romeno, além de significar dragão, também podia significar diabo. E muito provavelmente a superstição da população da época somado aos métodos nada convencionais de tortura de Vlad Tepes contribuíram para a lenda de que ele era “filho do demônio”.

    Curiosidade 2: Mesmo com toda a crueldade em suas punições, Vlad III é considerado um herói romeno e diversas praças e museus do país exibem seu busto.

    Indicação: Se você curte leitura de ficção-histórica no melhor estilo Bernard Cornwell (O Último Reino) e Conn Iggulden (Os Portões de Roma), recomendo muito a leitura do livro Vlad: A Última Confissão, do autor britânico C.C. Humphreys.

    REFERÊNCIAS

    Como dito no início dessa publicação, o vampiro completou recentemente 200 anos e Bram Stoker teve muito material para utilizar como referência para a criação de seu Drácula. E não posso deixar de citar pelo menos três grandes influências que vieram da literatura britânica:

    The Vampyre: A Tale (1819, John William Polidori)

    Em tradução direta, O Vampiro: Um Conto, foi a primeira aparição do mítico personagem.

    Curiosidade: Durante uma noite de tempestade, quatro amigos decidiram ver quem contaria a história mais horripilante, entre eles estavam o médico John Polidori que apostou na brincadeira e lançou seu conto, como também Mary Shelley que veio a lançar outro icônico personagem: Frankenstein.

    Varney the Vampire or the Feast of Blood (1847, James Malcolm Rymer)

    Na metade do século XIX eram famosos os penny dreadfuls, que eram contos muito baratos voltados para as massas, principalmente a classe trabalhadora. E mesmo não sendo focado em cronologia e histórias sequenciais, em 1847 foi lançado um volume único com todos os contos de Varney, que conta com mais de 800 páginas e mais de 200 capítulos.

    Carmilla: A Vampira de Karnstein (1872, Joseph Sheridan Le Fanu)

    Já no final do século XIX tivemos a primeira vampira, Le Fanu também reconhecido como um gênio do horror e da literatura gótica, foi referência para autores como H. P. Lovecraft e fonte direta de Bram Stoker.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Carmilla (2022, Sheridan Le Fanu)

    Indicação: Em 2017 a Darkside Books lançou dois belíssimos exemplares de DráculaFirst Edition que recria a capa original do romance quando lançado em 1897 e o Dark Edition que simula uma capa de couro preto.

    Ambas as edições são de capa dura, a primeira com as bordas das páginas com um vermelho vivo, lembrando a cor de sangue. Já o segundo, com bordas de páginas douradas que contrastam muito bem com a capa “decrépita”. Porém além da obra de Bram Stoker o incrível trabalho de pesquisa ao final do romance é digno de colecionadores. Uma rica pesquisa que trás rascunhos, matérias de jornais da época do lançamento, cartas de pessoas próximas de Bram e muitas informações que tornam as edições um item extremamente especial.

    A minissérie Drácula estreou na BBC One em 1º de Janeiro e chegará à Netflix em 4 de Janeiro. A primeira temporada será composta por três episódios de 90 minutos cada.

    Assista ao trailer final:

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    Raising Dion: Série é renovada para 2ª temporada

    A série Raising Dion é estrelada por Alisha Wainright (Shadowhunters), como Nicole, uma mulher que precisa criar seu filho sozinha após a morte de seu marido Mark (Michael B. Jordan). Quando Dion (Ja’Siah Young) começa a exibir poderosas habilidades super-heroicas, Nicole precisa manter os poderes de seu filho em segredo com a ajuda do melhor amigo de seu marido, enquanto protege Dion de pessoas que querem explorar ele e seus poderes.

    Wainwright revelou em uma entrevista que se a série fosse renovada, ela gostaria de ver uma cena nos dias de hoje com Mark, Nicole e Dion, algo mostrado brevemente durante a primeira temporada.

    “Um dos meus aspectos favoritos da primeira temporada é ver como Dion vê seus pais. Eu amaria ser capaz de ter um desses momentos novamente, apenas para o bem de Dion, se e quando a segunda temporada vier.”

    A segunda temporada contará com oito episódios de uma hora, que é menor que a primeira temporada. A produção tem previsão de início em 2020, com a co-criadora Carol Barbee retornando como a showrunner da série. A renovação de Raising Dion vem apenas três meses após sua estreia em Outubro.



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    Diferenças criativas mudam Star Wars: A Ascensão Skywalker [RUMOR]

    Star Wars: A Ascensão Skywalker foi um filme controverso. Algumas escolhas não ajudaram o filme a deslanchar e o resultado disso foi uma recepção morna na crítica. De acordo com o Reddit, J.J. Abrams e Lucasfilm/Disney tiveram inúmeras diferenças criativas que resultaram em mudanças drásticas no Episódio IX. Abaixo, seguem alguns rumores do que havia sido cogitado e foi alterado.

    Lembrando que este texto contém spoilers!

    • Rian Johnson nunca havia sido cogitado para a realização de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o nome de J.J. Abrams sempre esteve na mesa, uma vez que a Disney o considera uma possível ameaça para a realização de filmes para a Warner/DC. O nome do diretor já foi ligado ao projeto de um novo Superman;

     

    • J.J. Abrams aceitou algumas alterações em Star Wars: O Despertar da Força, pois o estúdio havia lhe prometido que ele teria maior controle criativo do Episódio IX, o que de fato não aconteceu;

     

    • De acordo com a fonte do Reddit, a cena final de Rey contra Palpatine teria os Jedi mais importantes ao lado da heroína. Samuel L. Jackson, Hayden Christensen, Ewan McGregor, Mark Hammil e Liam Neeson apareceriam;

     

    • O corte original de J.J. Abrams teria 03h02min. O diretor queria terminar a saga em dois filmes e foi obrigado a fazer um com 02h22min de duração;

     

    • John Boyega foi uma insistência muito forte do diretor. Os acionistas da Disney não gostavam da ideia de ter uma mulher e um homem negro como protagonistas da saga. Além disso, Finn seria sensitivo a Força e moveria objetos com com seu poder no último ato do filme, assim como revelaria tal fato para Rey e Poe na cena da areia movediça, o que acabou não acontecendo e foi cortado bruscamente do filme. A cena na qual ele usaria seus poderes foi substituída por um BB-8 digitalizado sabotando a nave inimiga;



    • O casal Poe e Finn ia ser mostrado em Star Wars: A Ascensão Skywalker, mas os acionistas descartaram a ideia por considerarem muito arriscada. O filme foi duramente criticado por ser covarde e ser um fan service de duas horas. J.J. Abrams perdeu a queda de braço para o estúdio, sendo impossibilitado de inserir o casal homoafetivo na trama. O corte final incomodou bastante o diretor que considerava o Episódio IX o projeto de sua vida. Oscar Isaac já falou publicamente que a culpa de Poe e Finn não ficarem juntos foi da Disney. O elenco é muito amigo de Abrams e ficaram bem chateados com algumas escolhas;

     

    • Rose deveria ter um papel mais relevante e compartilhar algumas cenas com Rey, entretanto a rejeição dos fãs com a personagem fez com que a Lucasfilm tomasse providências para que ela fosse menos importante na trama;

     

    • O beijo entre Kylo Ren/Ben Solo e Rey não deveria acontecer. De fato Ben Solo morreria no final e haveria um diálogo maior. Foram cortadas diversas cenas de Kylo Ren e Rey nas quais eles se questionavam sobre suas convicções e incertezas; como por exemplo Rey ter poderes Sith e seu legado, assim como o remorso de Kylo Ren e suas dúvidas em relação ao lado sombrio. Adam Driver foi extremamente elogiado pela sua atuação apesar das escolhas equivocadas do estúdio, algo apontado por J.J. Abrams internamente;

     

    • O estúdio tinha muito medo que Babu Frik fosse um novo Jar Jar Binks, entretanto, o sucesso do personagem surpreendeu positivamente os executivos;

     

    • Algumas cenas foram introduzidas pelo estúdio sem o aval de Abrams. A da perseguição no deserto com stormtroopers voadores é um exemplo disso;

     

    • Existe um rumor que a versão de J.J. Abrams existe e está guardada a sete chaves. Provavelmente haverá a possibilidade desse filme aparecer uma hora ou outra, mas tudo não passa de especulação.



    Lembrando que todas as informações acima são, por enquanto, apenas rumores. Já assistiu Star Wars: A Ascensão Skywalker? Deixe seus comentários abaixo; e se você curte nosso trabalho; que tal nos ajudar a mantê-lo?

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