Cidade Invisível é uma série de TV brasileira de fantasia urbana criada por Carlos Saldanha (franquias A Era do Gelo e Rio) e estreou em fevereiro de 2021, na Netflix. Ao apresentar uma trama envolvente e misteriosa, cheia de elementos folclóricos brasileiros, tornou-se rapidamente um sucesso de público.
O elenco da 2ª temporada conta com Marco Pigossi, Alessandra Negrini, Manu Dieguez e as adições de Letícia Spiller, Tomás de França, Mestre Sebá, Zahy Tentehar, Simone Spoladore e muitos outros.
O novo ano da produção recém chegou ao catálogo da gigante do streaming segue no Top 10 da Netflix Brasil. Veja o que achamos!
SINOPSE
Após dois anos ausente, Eric (Marco Pigossi) aparece em um santuário natural, protegido por indígenas e procurado por garimpeiros ilegais, perto de Belém do Pará. Ele descobre que Luna (Manu Dieguez) e a Cuca (Alessandra Negrini) estavam morando nas proximidades com o objetivo de trazê-lo de volta à vida. Embora queira retornar imediatamente para o Rio de Janeiro com sua filha, suas habilidades sobrenaturais recém-adquiridas o tornam necessário para proteger Luna e o santuário, que descobre estarem intimamente ligados.
ANÁLISE
Cidade Invisível é uma série que se destaca por sua trama original e por explorar as riquezas do folclore brasileiro de uma maneira moderna e interessante. Sua primeira temporada foi extremamente bem recebida e elogiada; por isso, seu segundo ano era altamente aguardado pelos fãs que tinham suas expectativas altas.
Para nossa felicidade, a produção comandada por Carlos Saldanha não nos decepciona – apesar dos poucos episódios.
Diferente da trama policial de sua estreia, aqui mergulhamos ainda mais fundo no cerne da série: a rica mitologia folclórica de nosso país. Ao descobrirmos um estreitamento das vidas dos protagonistas com esse “mundo sobrenatural”, expandimos nossos conhecimentos para novas criaturas, tradições e mitos que nos acompanham desde os povos originários.
Apesar de agora a série sair do Rio de Janeiro e se ambientar em Belém do Pará e arredores, ao dar ainda mais espaço para a cultura indígena, que havia sido brevemente “pincelada” na temporada anterior, Cidade Invisível prova que nosso Brasil é realmente gigante, rico, belo e vai muito além do eixo RJ-SP que a TV nos apresenta.
VEREDITO
Com dois episódios a menos (5) que a primeira temporada (7), o novo ano da série consegue o inimaginável: superar sua excelente temporada antecessora em termos de narrativa, profundidade dos protagonistas e ainda expandir o conhecimento do público sobre as criaturas do folclore brasileiro.
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Os personagens icônicos do Super Mario Bros. da Nintendo têm cativado jogadores e fãs por décadas, por isso é apropriado que a empresa traga esses personagens para a Illumination, o estúdio de animação responsável por criar alguns dos filmes de animação mais queridos da última década, incluindo Sing (2016) e os filmes de Pets – A Vida Secreta dos Bichos (2016) e a franquia Meu Malvado Favorito e Minions, a franquia animada de maior sucesso da história.
O filme chega aos cinemas no dia 5 de abril.
O elenco conta com nomes importantes de Hollywood como Chis Prat, Charlie Day, Charlie Day, Keegan-Michael Key, Anya Taylor-Joy, Jack Black, Seth Rogen e muitos outros.
Conheça os principais personagem da animação!
MARIO (Chris Prat)
Mario é um cara do Brooklyn com grandes sonhos. Ele é o clássico ‘irmão mais velho’ cheio de charme e confiança. Nós alcançamos Mario no momento em que seu recém-lançado negócio de encanamento saiu dos trilhos. Quando as coisas não podiam piorar, ele é involuntariamente transportado para o Reino Cogumelo e separado de Luigi.
Aqui, e com a ajuda da Princesa Peach, cabe a Mario salvar seu irmão e descobrir sua coragem, determinação e perseverança. Mario é dublado por Chris Pratt, que é fã dos jogos Super Mario Bros. desde criança.
“Quando tive a oportunidade de emprestar minha voz a um personagem tão icônico, foi muito emocionante e não pude deixar passar essa chance. O que mais me interessou foi a oportunidade de ajudar a desenvolver o personagem além do que vemos nos jogos. De certa forma, o personagem principal nos jogos Super Mario Bros. é quem está por trás do controle. Mario é apenas um avatar quebrando tijolos. Não sabemos muito sobre ele além de ser um pequeno encanador italiano de bigode que diz ‘Woohoo!’ e ‘Vamos lá!’ Então, para criar uma narrativa convincente e identificável – uma com coração, humor, aventura e tudo mais que se espera de um filme da Illumination – tivemos que nos aprofundar e descobrir o personagem além do que os jogos nos mostraram. Sua insegurança, sua ambição, sua persistência.”
Os diretores do filme, Aaron Horvath e Michael Jelenic acharam que Pratt era perfeito para o papel por causa de sua habilidade de interpretar perfeitamente o herói cotidiano.
Jelenic comentou:
“Você tem que acreditar que o personagem é um homem comum, mas no momento seguinte, ele vai salvar a todos e derrotar uma tartaruga gigante do mal. E ainda por cima, ele também tem que ser engraçado e transmitir emoções. Essas são coisas difíceis de fazer, e Chris foi capaz de fazer todas elas com facilidade. Ele tinha entusiasmo e energia sem fim, e era importante para ele acertar seu personagem.”
LUIGI (Charlie Day)
Luigi, dublado por Charlie Day, é o dedicado (e ansioso!) irmão caçula e parceiro de negócios de Mario. Enquanto Mario é calmo e confiante, Luigi é… bem, vocês sabem. Depois que os irmãos caem no Reino Cogumelo, Luigi é capturado por Bowser. Quando o mundo está em perigo, Luigi deve enfrentar seus medos de frente e encontrar coragem para finalmente sair da sombra de seu irmão mais velho.
O ator comentou:
“Lembro-me de quando a Nintendo foi apresentada ao mundo. O meu console veio com Super Mario Bros., então foi o primeiro jogo da Nintendo que vi. Para qualquer criança naquela época, parecia uma mudança de vida para nós! Lembro que minha irmã mais velha era melhor nisso do que eu! Engraçado, as coisas que você lembra. Mas também me lembro que, por ela ser mais velha, muitas vezes eu tinha que jogar como player 2. Portanto, eu geralmente interpretava Luigi.”
Os diretores sentiram que Day era uma escolha natural para dar voz a Luigi.
“A energia cômica de Charlie era identificável para nós”. Sentimos um vínculo com sua comédia e sua personalidade, o que o tornou o ajuste perfeito para Luigi. Interpretar um personagem nervoso e assustado como Luigi é difícil porque nas mãos erradas, ele pode se tornar um pouco irritante. Mas nas mãos de Charlie Day, ele injetou muito caráter e personalidade na performance, criando um personagem completo de Luigi.”
TOAD (Keegan-Michael Key)
Toad é um cidadão adorável e alegre do Reino Cogumelo que está desesperado para partir em sua primeira aventura de verdade. Toad é o primeiro personagem que Mario encontra neste novo mundo, e imediatamente se oferece para ajudar Mario a salvar Luigi de Bowser.
Apesar de seu comportamento alegre, Toad também pode ter um humor mordaz e não tem medo de ir para a batalha para defender as pessoas de quem gosta. O papel é dublado por Keegan-Michael Key, que comentou:
“Há algo realmente divertido em mergulhar neste mundo incrível e no personagem adorável e otimista de Toad, e me jogar em seu personagem de alta energia, onde cada frase dita pode ser abordada como se fosse a coisa mais importante de todas. Eu queria encontrar uma maneira única de capturar seu entusiasmo e toda a empolgação por quem ele é, de onde ele é, e como ele lida com as opções ilimitadas à sua frente.”
PRINCESA PEACH (Anya Taylor-Joy)
Princesa Peach, dublada por Anya Taylor-Joy, é a líder competente do Reino Cogumelo, protetora juramentada dos Toads e mestre dos Power-Ups mágicos. Juntos, Peach e Mario embarcam em uma aventura para deter Bowser e resgatar Luigi.
Quando Bowser ameaça seu reino, Peach fará de tudo para defendê-lo e a seus cidadãos.
Taylor-Joy conhecida por papéis marcantes comenta sobre a experiência:
“Fiquei emocionada por ter a oportunidade de interpretar um personagem que é amada por tantas pessoas, mas também por ter a chance de dar corpo a ela e deixá-la ser a heroína de sua própria história. A princesa Peach redefine o que significa ser uma princesa porque ela é dona de seu próprio destino. Ela não é fraca ou indefesa e não é uma donzela em perigo. Ela não está procurando ninguém para salvá-la. Ela é uma líder incrivelmente motivada, ela é destemida, determinada, capaz e tem muito coração. Ela está muito preocupada com o bem-estar do Reino Cogumelo – ela quer que todos sejam bem cuidados e vivam em paz. Depois de assistir ao filme, fui inspirado por ela e pensei: ‘Quero ser mais como ela.’“
O diretor Aaron Horvath afirma que a abordagem deles à Princesa Peach foi uma evolução da personagem dos jogos.
“Neste filme, Peach não está lá para ser capturada e resgatada mais tarde. Era importante para nós fazer da Princesa Peach uma personagem forte com sua própria essência. E sendo o guia da jornada do herói, ela serve à nossa história de uma forma realmente crucial. Ela governa o Reino Cogumelo, que está sempre em conflito com Bowser, e alguém com essa posição, é claro, precisa ser muito forte e capaz.”
BOWSER (Jack Black)
Bowser é o vilão supremo e sedento de poder. Uma tartaruga gigante e feroz e Rei dos Koopas, Bowser governa as Terras Sombrias. O mundo inteiro fica em perigo quando Bowser rouba a poderosa Super Estrela e tenta tomar o Reino Cogumelo e governá-lo de uma vez por todas.
O personagem é dublado por Jack Black, que ficou emocionado ao interpretar o lendário arqui-inimigo de Mario.
“Bowser é um dos vilões mais icônicos de toda a história dos videogames! Quem não aproveitaria a chance de trazê-lo para a telona?! Ele é aterrorizante… poderoso… e cheio de inseguranças… um ótimo personagem para explorar. Eu vivi o início dos videogames da Nintendo. Eu amei Donkey Kong crescendo na década de 1980. Nós nos divertimos muito e estou ansioso para que o público experimente esse novo lado do personagem!“
KAMEK (Kevin Michael Richardson)
Kamek é o capanga mais leal de Bowser. Um Koopa com habilidades sobrenaturais, ele atua como um conselheiro bajulador e informante de Bowser. Infelizmente, ele também lida com o peso da ira de Bowser quando as coisas não saem como planejado.
O personagem é dublado por Kevin Michael Richardson, que apareceu no filme mais recente da Illumination, Minions 2: A Origem de Gru (2022):
“Tenho boas lembranças de jogar Super Mario Bros. com minha sobrinha nos anos 80. Não me lembro tanto de Kamek quanto de Bowser, mas adorei jogar. Mesmo que eu nunca tenha terminado, foi muito divertido de jogar. Já em relação ao processo de gravação, foi simplesmente divertido, pois os diretores me deixaram brincar com o personagem durante as sessões.”
DONKEY KONG (Seth Rogen)
Donkey Kong é filho e herdeiro de Cranky Kong, o líder do Reino da Selva e do Exército de Kong. Donkey Kong é um guerreiro extremamente poderoso – mas também um pouco infantil. Ele não está exatamente ansioso para ajudar quando Mario pede sua ajuda para proteger o Reino Cogumelo.
O personagem é dublado por Seth Rogen, que sempre foi fã do jogo.
“Lembro-me de ter o Super Mario Bros. original e lembro-me vividamente de meu pai trazendo para casa o primeiro Nintendo Entertainment System (NES). Foi uma parte fundamental da minha infância. O papel de Donkey Kong no filme foi engraçado, e pude viver muitos dos meus sonhos de infância.”
CRANKY KONG (Fred Armisen)
Cranky Kong, dublado por Fred Armisen, é o Rei do Reino da Selva e pai de Donkey Kong. Peach e Mario, buscando a ajuda de Cranky Kong para proteger o Reino Cogumelo, devem primeiro provar seu valor a Cranky Kong, que é conhecido por sua franqueza e sua recusa em fazer alianças.
“Parecia um papel divertido de interpretar porque eu nunca havia interpretado alguém que fosse mal-humorado e barulhento assim antes; por isso tentei fazer minha voz parecer mais velha e áspera. Os diretores queriam que eu pressionasse ainda mais, então eles realmente ajudaram a fazer o personagem soar mais assim. Pensei em Mel Brooks interpretando um personagem. Eles realmente se importaram com o tom e continuamos tentando torná-lo mais nítido o tempo todo. Além disso, eles estavam trabalhando em Paris, e me senti glamoroso gravando via Paris, mesmo que remotamente.“
Assista ao trailer dublado:
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Gal Guardians: Demon Purge foi lançado no dia 6 de fevereiro de 2023 para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC. Por meio de um pixel art charmoso – mas problemático -, acompanhamos a história das irmãs Kamizono, Shinobu e Maya. Enquanto tentam conciliar suas duas vidas como caçadoras de demônios e estudantes.
Mas quando sua realidade normal se funde com o mundo demoníaco, as irmãs não tem outra alternativa, a não ser lutar a fim de dar um fim a isso. Enquanto Shinobu ataca à distância com sua metralhadora, Maya faz uso de ataques melees.
SINOPSE
Nesta aventura de ação 2D, sua escola se transforma em um castelo demoníaco enorme e, para salvá-la, duas irmãs caçadoras de demônios abrem o caminho com espadas e disparos.
ANÁLISE
Como um metroidvania, o game se apresenta desafiador, mas conta com alguns problemas no que diz respeito à alguns elementos. Servindo como um belo exemplo do gênero, ele conta com alguns erros e acertos que metroidvanias precisam evitar a fim de se tornarem longevos, desafiadores e inesquecíveis.
Ignorando completamente o que foi feito no passado com games como Bloodstained: Ritual of the Night, Blasphemous, Hollow Knight – e até mesmo nos games que deram nome ao gênero como Metroid e Castlevania -, Gal Guardians opta por deixar de lado os erros e acertos do passado, e coloca na mesa elementos que tentam servir como uma revolução ao gênero, mas falha.
Elementos como a mudança de habilidades necessárias para atravessar algumas das fases, tornam a gameplay trabalhosa, ao invés de fazê-la ser fluída. A forma como o game opta por nos lançar na aventura, funciona tanto como uma visual novel, como também uma aventura curiosa.
JOGABILIDADE, VISUAL E HISTÓRIA
A jogabilidade de Gal Guardians se compara à outros metroidvanias, tirando alguns elementos. Podendo nos proporcionar duas aproximações diferentes diante dos desafios de cada uma das fases quando utilizamos uma das duas irmãs, seja à distância ou mais de perto. Sendo que algumas áreas só podem ser acessadas com Maya dado seu tamanho. Já Shinobu consegue acertar inimigos à longa distância.
Conforme progredimos no castelo demoníaco, ao derrotarmos os bosses ganhamos novas habilidades que garantirão aos usuários acesso à áreas que precisam ser revisitadas a fim de obter 100% do game.
Algo que me incomodou gira em torno exatamente destas habilidades. As habilidades obtidas não entram em um menu rápido que pode ser trocada a partir de um toque no direcional, mas sim em um menu suspenso que precisa ser aberto para só depois ser selecionada. E tudo isso torna a gameplay muito mais trabalhosa do que prazerosa.
O charme da história vem de alguns elementos gráficos, o que é interessante. Mas o que incomoda e faz o game ser basicamente um chamariz para alguns jogadores, podem ser os visuais de suas personagens “loli”, hipersexualizando personagens com arquétipos e roupas de adolescente em fase escolar, o que é muito preocupante. (Como mostra a imagem acima).
Com uma história super simples, o game não faz questão de se aprofundar muito. O que dá mais espaço para ação. Quando as duas irmãos são surpreendidas pelo que um demônio faz, ao mesclar dois mundos distintos, a escola das irmãs Kamizono se torna um antigo castelo medieval, repleto de ameaças.
O único problema é: quem antes estava na escola é possuído e se torna um demônio amedrontador. E apenas Shinobu e Maya podem fazer tudo voltar a ser como antes.
VEREDITO
Ao adentrar a história, não vemos grandes dificuldades, apenas as de jogabilidade. Outro elemento que merece ser ressaltado o quão incômodo é, são as animações. Sejam elas de transição e também as de ultimate. Os golpes que precisariam ser performados em um momento específico, leva tempo demais a fim de serem realizados, o que garante aos inimigos uma janela de tempo absurda a fim de sair da posição desejada para receber o dano do mesmo.
Outro elemento incômodo, é a animação de mudança de personagens. Quando optamos por trocar de Maya por Shinobu ou o contrário, o game nos faz perder um tempo útil com coisas que deveriam ser básicas, apenas para “torná-lo mais bonito”. Além dos muitos problemas citados acima, quero estressar o quão problemático é, quando o game opta por sexualizar suas personagens quando as insere em arquétipos de jovens adolescentes e além mesmo criança, que é o caso de Maya.
Gal Guardians é curioso, e acaba decepcionando em muito mais aspectos do que nos surpreende positivamente.
Nossa nota
2,5 / 5,0
Confira o trailer do game:
Gal Guardians: Demon Purge está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.
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Quando lemos a frase “baseado em uma história real” ou se existe consciência de um fato verídico em torno de determinada produção, a informação se comunica com o inconsciente e os medos que possam existir. Filmes de terror podem ser assustadores de diversas forma, principalmente quando aquela barreira entre a realidade e a ficção se torna tênue.
Produções que abordam o sobrenatural, serial killers ou criaturas da esfera do oculto sempre que são inspiradas em algum fato real ganham uma atenção maior. Portanto, houveram diversas produções clássicas do gênero baseadas nestes fatos e, nesta edição de Noites Sombrias, iremos indicar três filmes com esta temática.
O Massacre da Serra Elétrica (1974)
O filme dirigido por Tob Hopper é um clássico e considerado o precursor do sub gênero slasher no terror. Lançado em outubro de 1974, o filme era dito que seus fatos eram reais, o que na verdade foi inspirado em um caso real.
A história que inspirou o longa é do assassino em série que aterrorizou os EUA na década de 50: Ed Gein. A característica dos seus crimes horrendos envolviam necrofilia e o uso de pele como adereços; sendo encontrada uma máscara em seus pertences.
Apesar de não usar diretamente a história do serial killer, Hopper se inspirou nos métodos e aspectos mais cruéis de Gein. Assim construindo Leatherface que se tornou um dos personagens mais icônicos do terror e do estilo slasher.
Além do icônico personagem; os métodos aterradores, a prática de canibalismo e a decoração da casa da família Sawyer são referências ao comportamento do assassino Ed Gein.
O Exorcismo de Emily Rose (2005)
Dessa lista, O Exorcismo de Emily Rose talvez seja o mais polêmico, pois aborda uma questão delicada a respeito dos dogmas religiosos e a ciência. O filme dirigido por Scott Derrickson é estrelado por Jennifer Carpernter e narra os fatos a partir do julgamento dos responsáveis pelo exorcismo.
A história real por trás deste filme é sobre Anneliese Michel, que ocorreu na Alemanha, na década 70. Diagnosticada com epilepsia e diversos episódios de convulsão, evoluindo para um quadro depressivo e alucinatório.
Tanto a adolescente quanto sua família passaram a considerar um exorcismo como a única solução para o mal que a acometeu. Foram dez meses de sessões de exorcismo entre 1975 e 76, com o desfecho trágico de seu falecimento por grave desnutrição.
O Estado processou os pais da Anneliese, os padre Arnold Renz e o bispo Ernst Alt por homicídio. Mas o veredito foi uma multa a igreja e a absolvição dos pais com a alegação da promotoria de que o falecimento da jovem foi sofrimento o suficiente.
Verónica (2017)
Da nossa lista, este é o único caso da polícia espanhola sobre um acontecimento desta natureza e se tornou a adaptação Verónica. O filme dirigido por Paco Plaza não é tão diferente de outras produções de origem sobrenatural, mas tem o seu destaque no caso que se baseia.
O filme é estrelado por Sandra Escacena e sua narrativa é entorno de Verónica que tenta contato com seu pai através de um tabuleiro Ouija. Mas tudo começa a dar errado e a garota passa a ser perseguida por uma entidade sobrenatural.
A história real se baseia em um relato da polícia nacional da Espanha a respeito de Estefanía Gutiérrez Lázaro que faleceu após brincar com um tabuleiro Ouija. Os investigadores encontraram a família fora da casa durante a madruga, além de coisas estranhas que ocorreram ao entrarem: como armários se abrirem e líquidos estranhos nos móveis.
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Reckless é a nova HQ da incrível duplaEd Brubakere Sean Phillips que originalmente foi publicada em 2020. No Brasil foi publicado em 2022 pela Editora Mino. A obra possui 144 páginas com capa dura e em papel couchê 115 g.
SINOPSE
Conheça Ethan Reckless. Pelo preço certo, seu problema será o trabalho dele. Nos anos 1960, Ethan era um radical – com cicatrizes para provar. Agora, ele é parte cobrador, parte detetive particular e parte trator desgovernado. Mas quando uma conhecida de seu antigo grupo extremista, agora uma fugitiva, entra em contato para pedir ajuda, Ethan terá que encarar a única coisa da qual ainda tem medo: seu próprio passado.
ANÁLISE
“Reckless” é uma grande homenagem ao cinema dos anos 70 e 80 e à literatura PULP. No enredo acompanhamos o canastrão Ethan Reckless que é um ex-agente do FBI que após o seu passado trágico é obrigado a aposentar a sua farda e passar a viver resolvendo o problema das pessoas por dinheiro da maneira mais radical possível dependendo do trabalho que foi contratado.
Desse modo, o enredo da trama é conduzido de maneira intrigante e instigante. Ethan é contatado por uma antiga amiga para resolver um problema que envolve o assalto ao banco. No qual essa sua amiga não teve sua devida parte recebida por esse bando.
Com isso, o que Ethan não imagina é que esse bando esteja diretamente ligado ao seu passado. Embora a obra tenha sua própria identidade, a ambientação dos anos 80 de Los Angeles traz toda uma vibe tarantinesca ao quadrinho.
O grande destaque da obra, vai para a imensa criatividade que Ed Brubaker e Sean Phillips têm para criar personagens carismáticos e memoráveis. Logo no início da HQ já se percebe que Ethan Reckless é um personagem badass, mas que apesar de ser fodão o mesmo age de maneira inteligente para resolver os seus problemas. Não igual ao John Rambo que já metralha tudo que está vivo.
Outro destaque, vai para a violência brutal que temos nas páginas dessa obra. Ela é simplesmente incrível e não apresentada sem ter um propósito específico ao enredo. Dentro das 144 páginas a HQ irá prender o leitor logo nas primeiras páginas e conduzir o passado e presente dos personagens do enredo de modo ágil e visceral. No entanto, minha única ressalva vai para os erros na ortografia em duas páginas da HQ.
VEREDITO
Reckless é uma obra brutal e repleta de ação do início ao fim que deixará a todos os fãs de thriller dos anos 80 fascinados por esse personagem que parece ter saído diretamente de um filme do Quentin Tarantino.
Nossa nota
4,0 / 5,0
Editora: Mino Autores: Ed Brubaker e Sean Phillips Páginas: 144
Um Estranho no Ninho é o segundo longa americano dirigido pelo diretor tcheco Miloš Forman. O longa adapta o romance homônimo de Ken Kesey. Enquanto somos ambientados à uma clínica psiquiátrica, acompanhamos a história Randall McMurphy, um preso que opta por alegar insanidade a fim de fugir de uma prisão comum.
Estrelado por Jack Nicholson, conhecemos a história e o cotidiano dos pacientes psiquiátricos e como o sistema manicomial funcionava à época em que o filme abordava em sua história. O longa adapta uma história de quando o paciente até então são, que lidera uma rebelião contra o autoritarismo da enfermeira Ratched.
SINOPSE
Randall Patrick McMurphy (Jack Nicholson), um prisioneiro, simula estar insano para não trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais. Lá estimula os internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher), mas não tem idéia do preço que irá pagar por desafiar uma clínica “especializada”.
ANÁLISE
Como um dos filmes mais importantes e de maior destaque de Nicholson, o longa nos adapta ao mundo de maneira rápida. Quando Randall alega ter cometido um crime por insanidade, ele é enviado para uma clínica psiquiátrica e passa por todos os estágios escabrosos de uma época em que séries de tratamentos sem distinção de doenças eram aplicados aos pacientes neurodivergentes.
O longa nos permite entender como o mundo tratava os pacientes à época e como quase sempre eram tratados com indeferença e descaso. Em grande parte do tempo, tratamentos manicomiais estavam diretamente ligados a eletrochoques e banhos gelados. Não havendo qualquer tipo de estudo de fato, a crise manicomial se deu não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil.
Em 1979 no Brasil, foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e em 1987, o movimento antimanicomial, dando continuidade à luta pela nova psiquiatria.
Alguns dos personagens são tão cativantes que ganham luz não apenas por sua luta para sobreviver mesmo quando tudo atua contra eles. Com atores como Danny DeVito, Christopher Lloyd, Vincent Schiavelli e muitos outros, o longa nos causa incômodo por quase todos seus momentos, seja pelo tom punitivo que um lugar que deveria acolher faz o oposto, quanto pela dureza que é ser um indivíduo neuroatípico em um época em que não existe um padrão de tratamento correto para estes indivíduos.
VEREDITO
A brutalidade do filme faz com que sejamos lançado sem pestanejar em um mundo doente, em que pessoas que deveriam estender a mão, punem. O papel de Randall tem início quando ele percebe que sua vida corre perigo ali, talvez mais perigo do que correria em uma prisão comum.
Quando ele percebe esse perigo, precisa agir para garantir não apenas sua sobrevivência como as de seus amigos de confinamento. Enquanto lidera uma revolta contra a forma dos residentes de gerir o hospital e os “tratamentos” que aplicam, o longa nos mostra algumas das mais curiosas facetas de Nicholson. Enquanto permeia toda a trama com uma história tão poderosa quanto sofrida, ela nos causa empatia e não apenas por isso, nos causa incômodo.
Ver como indivíduos com neuroatipicidades são tratados é triste e revoltante.
Nossa nota
4,5 / 5,0
Confira uma cena dublada do filme:
Um Estranho no Ninho está disponível para aluguel no YouTube, Google e pode ser assistido também no AppleTV+.
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