Início Site Página 247

    Os piores filmes da Marvel de todos os tempos

    A Marvel é considerada a empresa modelo no que se trata de filmes de super-heróis e, desde 2008, quando Robert Downey Jr deu vida ao excelente Tony Stark, a gigante do entretenimento lidera de braçadas.

    Entretanto, nem tudo são flores na histórico de longas, com muitos filmes péssimos antes de tudo acontecer. Confira a nossa lista de seis piores, lembrando que não há um ranking e que você, querido leitor, pode eleger outros, pois é mais por questão de gosto pessoal.

    NICK FURY: AGENTE DA S.H.I.E.L.D (1998, ROD HARDY)

    Marvel

    Abrindo a lista, temos David Hasselroff como Nick Fury, o líder da S.H.I.E.L.D, que foi eternizado pelo mestre da atuação Samuel L. Jackson.

    Na trama, o nosso protagonista é chamado de volta da aposentadoria para salvar Nova Iorque das mãos da H.Y.D.R.A, que pretende fazer uma ataque terrorista em Manhattan, matando milhões de pessoas.

    O longa foi feito para a televisão e contava com um baixo orçamento. A ideia era fazer um piloto de uma série, entretanto, o material foi considerado tão ruim pelo estúdio que acabou virando um filme, com pontas para uma possível continuação que nunca aconteceu. A atriz Sandra Hess, conhecida como a Sonya Blade de Mortal Kombat: Aniquilação era a vilã Andrea Von Strucker.

    MOTOQUEIRO FANTASMA 2: ESPÍRITO DA VINGANÇA (2012, MARK NEVELDINE, BRIAN TAYLOR)

    Marvel

    Uma lista de piores filmes da Marvel não poderia existir sem o Motoqueiro Fantasma de Nick Cage (O Peso do Talento), nosso eterno ator favorito.

    Um garoto que é considerado o novo anticristo está em perigo no Leste Europeu. O Motoqueiro Fantasma, Johnny Blaze (Nicolas Cage), tem que salvá-lo das mãos dos poderosos vilões.

    Com caras e bocas de Cage, um vilão horroroso, péssimos efeitos especiais e uma loucura completa em uma trama confusa tornam esse filme uma pérola da Marvel no quesito de ruindade. Motoqueiro Fantasma 2: Espírito da Vingança é o tipo de obra que diverte por conta de seu constrangimento.

    CAPITÃO AMÉRICA (1990, ALBERT PYUN)

    Quando falamos em Capitão América, lembramos de cara de Chris Evans ou até mesmo de Anthony Mackie que se tornou o novo Sentinela da Liberdade do MCU.

    Contudo, em 1990, o “magnífico” Albert Pyun deu sua visão de como o herói seria com seu tenebroso Capitão América, um dos maiores desastres da Marvel.

    Steve Rogers (Matt Salinger) é o Capitão América e tem que derrotar o temível Caveira Vermelha (Scott Paulin), que possui o plano maquiavélico de controlar a mente do presidente dos Estados Unidos.

    O longa de 1990 tem cenas ridículas como, por exemplo, Steve Rogers roubando duas pessoas com a desculpa de que iria vomitar. Esse longa vale cada minuto de risadas.

    QUARTETO FANTÁSTICO (1994, OLEY SASSONE)

    O Quarteto Fantástico foi o grupo mais sofrido dentro da Marvel, uma vez que nunca teve uma boa adaptação nos cinemas. A cada tentava, as coisas estavam piorando cada vez mais, até chegarmos ao fatídico filme de 2015.

    Contudo, em 1994, Oley Sassone recebeu uma ingrata missão…

    Um milhão de reais no bolso e apenas um mês para produzir o filme produzido por Roger Corman, a lenda das obras trash. O resultado? Uma bagunça completa com péssimos efeitos práticos e especiais, atuações horrorosas e muitos momentos constrangedores.

    Na trama, Reed Richards (Alex Hyde-White) e Victor Von Doom (Joseph Culp) fizeram experimentos que deram errado, com um acidente grave que afetou Doom.

    Muitos anos depois, Reed recruta um novo time em uma missão científica que acaba conferindo poderes aos tripulantes Richards, Ben Grimm (Michael Bailey Smith), Sue (Rebecca Staab) e Johnny Storm (Jay Underwood), criando o poderoso Quarteto Fantástico.

    Com todos os elementos citados acima, o projeto foi um desastre, se tornando um cult para quem ama porcarias. Veja por sua conta em risco.

    HOWARD, O SUPER-HERÓI (1986, WILLARD HUYCK)

    Marvel

    Até um pato tem os seus limites…

    O ano era 1986 e George Lucas já era uma lenda de Hollywood e tinha o sonho de fazer um filme de super-heróis, e não qualquer um, e sim de Howard, o Pato.

    Eis que depois de um tempo, a Marvel comprou a ideia e tivemos essa pérola dos cinemas, com muitas confusões e momentos embaraçosos.

    Howard é um astro em decadência em seu planeta natal e vive de forma bastante melancólica.

    Entretanto, ele acaba sendo jogado na Terra e agora tem o objetivo de tentar voltar ao seu devido lugar.

    Howard, o Super-Herói é um longa constrangedor em tantos níveis que é impressionante de tão ruim e divertido. Sua galhofice está na produção e em tudo que vemos nas câmeras, desde a escolha de cast, até na execução. O fato de usar pessoas com nanismo de tamanhos diferentes, até mecatronics bizarros, Howard, o Super-Herói é uma bizarrice sem tamanho, contando com a pior cena de sexo de todos os tempos.

    GERAÇÃO X (1996, JACK SHOLDER)

    Por fim, mas não menos importante, temos Geração X, uma das primeiras tentativas de trazer os X-Men no formato live-action.

    Emma Frost (Finola Hughes) e Banshee (Jeremy Ratchford) lideram um grupo de jovens dotados superpoderosos. Um cientista louco começa a perseguir Derme (Agustin Rodriguez), um garoto com poderes elásticos, chamando a atenção do grupo de heróis que pretende ajudá-lo.

    Com péssimas atuações, personagens horrorosos, efeitos terríveis e uma trama risível, Geração X é uma das maiores porcarias da história do gênero de super-heróis. O longa que aparecia direto na Sessão da Tarde foi um dos marcos dos adolescentes dos anos 90, mesmo que de forma bastante negativa.

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    O Peso do Talento: Saiba tudo sobre o filme do Nicolas Cage

    Nicolas Cage estrela como… Nick Cage na comédia de ação O Peso do Talento. Criativamente insatisfeito e enfrentando uma crise financeira, a versão ficcional de Cage deve aceitar a quantia de 1 milhão de dólares para participar do aniversário de um superfã Javi (Pedro Pascal). As coisas tomam um rumo inesperado quando Cage é recrutado por uma agente da CIA (Tiffany Haddish) e forçado a viver de acordo com sua própria lenda, canalizando seus personagens mais icônicos e amados na tela para salvar a si mesmo e seus entes queridos.

    Dos cineastas Tom Gormican e Kevin Etten, O Peso do Talento é uma sincera, autêntica e hilária carta de amor para Nicolas Cage. “Nicolas Cage é incrivelmente talentoso e pode fazer qualquer gênero”, diz o diretor/co-roteirista Tom Gormican.

    “Você o viu em comédias românticas como O Feitiço da Lua. Você o viu em comédias como Um Homem de Família. Você o viu em dramas. Você o viu em filmes de vanguarda como Mandy e Coração Selvagem. Você o viu em grandes franquias, filmes de ação como Con Air, A Outra Face e A Lenda do Tesouro Perdido. Há poucos atores que podem fazer todos os gêneros igualmente bem, que podem mudar da comédia ao drama – às vezes dentro do mesmo projeto – e isso é fascinante para mim”.

    O longa estreia dia 12 de maio nos cinemas de todo o Brasil. Conheça mais sobre a produção e sobre o trabalho desenvolvido pela equipe.

    A Origem da ideia

    “Nick se tornou algo que transcende ser um ator”, diz Gormican. “Ele se tornou uma figura cultural. À medida que a cultura se torna mais estranha, e as escolhas de moda ficam mais exóticas, você pode traçar como uma linha direta de volta ao santo padroeiro da estranheza, Nicolas Cage. Só de ver o rosto dele as pessoas ficam felizes. Isso é muito interessante e me fez querer cavar mais fundo e descobrir quem ele realmente é”.

    As ideias intrigantes e desordenadas de Gormican atraíram Cage. “Eu chamo Tom de ‘O Cérebro’”, diz Nick, “porque o
    filme é realmente sua fantasia, selecionada a partir de percepções na mídia e na internet, bem como pílulas da minha
    vida pessoal que se tornaram públicas. Está misturado com o conhecimento de entrevistas que fiz e coisas que
    sempre me interessou e me atraiu por este caminho. Essencialmente, o filme é uma imaginação baseada na interpretação de Tom de como minha vida pode ser”.

    O roteiro começou como um “ato de boa de fé”, de acordo com o co-roteirista e produtor executivo Kevin Etten. O projeto foi escrito com especificações, com o objeto de estudo não tendo conhecimento dos planos dos cineastas. “Ele não nos conhecia e não tínhamos um portfólio que ele pudesse verificar”, diz Etten.

    Cage estava inicialmente relutante em participar. “Eu não tinha interesse em me interpretar em um filme”, lembra ele. “Mas recebi uma carta muito legal de Tom e li seu roteiro. O primeiro ato realmente me aterrorizou e quando cheguei aos atos dois e três, pensei, Tom está nos levando em uma aventura que é realmente bastante emocionante”.

    A carta, lembra Etten, “descrevia de maneira ponderada por que queríamos fazer o projeto, que seria um verdadeiro trabalho de amor para nós, porque amávamos Nick e queríamos celebrá-lo – e trabalhar com ele”. “Queríamos deixar claro que não estávamos tirando sarro de Nicolas Cage”, acrescenta Gormican. “O filme seria uma homenagem a sua filmografia, abrangendo diversos gêneros diferentes em uma única produção”.

    Foi a paixão de Gormican e Etten pelo trabalho de Cage, compartilhada por milhões em todo o mundo, que os inspirou a desenvolver a ideia. “Há tanta admiração por ele e as pessoas querem que ele faça sucesso”, aponta Gormican. “Pensamos, como será que ele realmente é como pessoa?”

    No filme, “Nick Cage” é uma versão fictícia do astro de Hollywood, imaginada como um ator outrora altamente respeitado
    que caiu em tempos difíceis e anseia por um retorno à glória e prestígio de bilheteria. Mas seu declínio na carreira é apenas um de seus problemas. A megalomania do falso Cage envenenou seus relacionamentos com sua ex-esposa Olivia (Sharon Horgan) e filha Addy (Lily Sheen), embora ele não perceba as coisas dessa forma.

    A versão fictícia de Cage está se sentindo insatisfeita e rejeitada, mas nada disso poderia estar mais longe da realidade de Nicolas Cage. O ator recentemente recebeu algumas de suas melhores críticas (em uma carreira de boas críticas) por seu desempenho no longa Pig. “Esta é a versão inventada por Tom de Nick Cage – uma versão neurótica e altamente ansiosa”, diz ele. “Este filme é uma verdadeira viagem da minha cabeça”.

    LEIA TAMBÉM | CRÍTICA – O Peso do Talento (2022, Tom Gormican)

    A escolha por Pedro Pascal

    Como já se sabe, o grande parceiro de Nicolas Cage neste filme é o ator Pedro Pascal. Conhecido por seus papeis em Narcos, Game of Thrones e The Mandalorian, Pascal é um dos nomes em maior ascensão em Hollywood.

    No longa, ao chegar em Mallorca e ser recebido pessoalmente por Javi (Pedro Pascal), Nick passa por um check-out completo até que descobre que ele e seu anfitrião têm muito em comum, criando uma amizade. “Ambos são cinéfilos, compartilhando o amor por tudo, desde O Gabinete do Dr. Caligari até As Aventuras de Paddington 2”, diz Cage. “Javi tem até uma estátua de cera de Nick.”

    Javi serve como uma espécie de personificação para as obsessões dos cineastas. “Javi incorpora todo o nossos próprio amor de fanboy por Nick”, diz Etten. Acontece que o ator escalado para interpretar Javi também é um grande fã de Nicolas Cage.

    Etten lembra o momento em que tudo se encaixou para Pedro Pascal, Gormican e ele próprio. “Tom e eu almoçamos com
    Pedro, e o que o colocou no topo para nós foi que ele não é apenas um grande ator, mas um verdadeiro admirador do trabalho de Nick. Isso está embutido em quem Pedro é – um verdadeiro fã de cinema e fã de Nick. Então, a sua escalação funcionou em muitos níveis”.

    Pascal concorda. “Muito do motivo pelo qual me tornei ator tem a ver com Nicolas Cage”, diz ele. “O que eu amei
    sobre o roteiro é que é uma história de amizade e aventura em torno de um artista que todos nós aprendemos a amar
    ao longo dos anos. Em última análise, o que une Nick e Javi é o amor por contar histórias. É o elo de conexão entre eles. Javi tem medo de muitas coisas, então ele vive sua vida indiretamente através das performances ousadas de Nick. A visita do ator o inspira a correr riscos em sua própria vida”.

    “Pedro interpretou, de forma memorável, muitos personagens de ação, então conhecê-lo e descobrir que ele era um superfã de Nick Cage, e ansioso para falar sobre o que o trabalho de Nick significou para ele, solidificou para nós o personagem de Javi”, diz Gormican. “Pedro foi capaz de interpretar esse personagem de uma maneira que cruzou a linha entre ser fã e ser
    perigoso e assustador – todas essas personalidades diferentes juntas”, continua Gormican.

    O Santuário de Cage

    Uma pela chave na história é a sala de recordações de Javi, que ele dedicou ao seu amor ilimitado pelo trabalho de Nick. Tendo sido selecionado pela CIA para espionar Javi, Nick começou a suspeitar do homem, então ele está em alerta máximo quando Javi o leva para uma sala secreta… que acaba sendo um luxuoso santuário para Nicolas Cage, abrigando uma
    infinita variedade de adereços, figurinos – e até algumas recriações em tamanho real do ator em seu aclamado
    thriller de ação A Outra Face.

    “Adorei construir aquele set”, acrescenta o desenhista de produção Kevin Kavanaugh. “Me diverti muito escolhendo diferentes elementos dos filmes de Nick que significariam para esse filme e sua incrível carreira. Nós também recriamos alguns adereços, incluindo o coelho queimado de Con Air, as fraldas de Arizona Nunca Mais e a mão de Feitiço da Lua”.

    Mas o que mais está contido no museu de Javi?

    Roteiros de O Senhor das Armas, A Lenda do Tesouro Perdido e Despedida em Las Vegas. Placas de Sonhos Rebeldes, A Outra Face e Arizona Nunca Mais. Aereços preciosos, como as armas de ouro de A Outra Face, o bilhete de loteria de Atraídos pelo Destino, a serra-elétrica de Mandy e a tocha de A Lenda do Tesouro Perdido.

    Em outro momento, Gormican recria Despedida em Las Vegas, o filme que rendeu a Cage seu Oscar. No filme, o personagem de Cage está em seu momento mais depressivo, bebendo uma cerveja em uma piscina. “Nós construímos uma piscina e um tanque, e expliquei a Nick que ele deveria estar no fundo da piscina e tomar uma cerveja”, conta Gormican. “Quando expliquei a mecânica da cena, Nick rapidamente interveio: Tom, Tom, Tom, eu sei. Eu já fiz isso.” Foi onde a realidade e a carreira de Nicolas Cage colidiram e nós dois começamos a rir”.

    Assista ao trailer:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – Reação Nuclear (Minissérie, 2022, Netflix)

    Reação Nuclear é uma minissérie documental da Netflix criada por Kief Davidson que relata o maior acidente nuclear nos Estados Unidos, na Pensilvânia em 1979. A produção é dividida em quatro episódios de 40 minutos cada. 

    SINOPSE

    A série documental acompanha o acidente nuclear na usina de Thee Mile Island, na Pensilvânia. Em 1979, houve um mal funcionamento no equipamento central fez com o que a radiação escapasse e causasse o maior acidente nuclear da história dos EUA. Mas mesmo sendo o acidente mais grave, por sorte, nenhum funcionário da planta morreu ou sofreu ferimentos graves.

    ANÁLISE

    A Netflix já é conhecida por produzir e distribuir ótimas séries documentais sobre os mais variados assuntos. Logo, em Reação Nuclear o caso do maior acidente nuclear dos Estados Unidos é reaberto e apresentado para um público que tem poucas noções do ocorrido. Com uma dramatização muito bem contextualizada e diferentes vozes que dão peso a série, essa é mais uma ótima produção documental da streaming

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Os melhores documentários do primeiro trimestre de 2022

    Mesmo longe de ser uma Chernobyl, no qual as consequências da radiação serão sentidas por muito tempo, o acidente em Three Mile Island na cidade de Meltdown, ainda é um grande caso sobre os problemas que usinas nucleares podem causar. O documentário não tenta ser um alerta sobre a radiação, mas aborda de forma sóbria e sucinta o assunto. 

    Às quatro da manhã do dia 28 de março de 1979, houve um colapso parcial do reator Unidade 2 (TMI-2) resultando na libertação de até 481 PBq de gases radioactivos e menos de 740 GBq do particularmente perigoso iodo-131. O suficiente para alertar os técnicos no local e começar uma série de erros humanos que ameaçou uma comunidade inteira. 

    É evidente que os moradores de Meltdown tinham pouco ou nenhuma noção sobre os perigos que usinas nucleares representam. Nesse sentido, quando a imprensa começou a noticiar o acidente muitas pessoas ficaram apavoradas, além disso, as informações contradizentes entre veículos de comunicação, políticos e a empresa que gerenciava a usina levou a mais desinformação e pânico geral. 

    O documentário de Kief Davidson busca ser direto, a partir de perspectivas de moradores que viveram o ocorrido e relatos de cientistas e funcionários da usina, consegue recriar a tensão do momento. Outros fatores externos, como a Guerra Fria que ainda estava em pauta e o lançamento de um filme sobre um acidente nuclear  –  Síndrome da China (1979) de James Bridges, com Jane Fonda e Michael Douglas  – no mesmo período contribuíram para o clima hostil. 

    Depois de alguns meses do acidente, vários moradores de Meltdown se tornaram ativistas antinucleares e reivindicam o fim das usinas no país. O então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, instaurou uma comissão para investigar o acidente e foi constatado uma série de erros humanos e administrativos na usina de Three Mile Island. Mas, mesmo assim, a indústria nuclear continuou a operar no país. 

    Consequentemente, Reação Nuclear é uma forma de relembrar esse acidente que ficou marcado na história americana e também trazer conforto aos moradores que precisaram sair de suas casas na evacuação. Felizmente não houve mortes ou perda de vegetação e animais, mas o medo de um inimigo desconhecido permanece até hoje. 

    VEREDITO

    A minissérie documental utiliza de diversos recursos para contar sua história, desde de imagens de arquivos, entrevista e simulações a produção busca ser fiel aos acontecimentos. É um ótimo conteúdo para entender o que aconteceu em Three Mile Island e como a população foi impactada.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer original:

    Reação Nuclear já está disponível no catálogo da Netflix.

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – Os Opostos Sempre Se Atraem (2022, Louis Leterrier)

    Omar Sy (Lupin) parece ter encontrado na Netflix uma das parcerias mais interessantes de sua carreira e o novo filme da gigante do streaming é tudo o que já vimos na carreira do ator francês e muito mais. Na continuação do filme de 2012, Os Opostos se Atraem, vemos uma divertida comédia investigativa, e como o ator sabe passear no gênero que definiu sua carreira.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Omar Sy: Conheça o ator e seus melhores trabalhos

    O elenco além de Omar Sy, conta com Louis Leterrier e Sabrina Ouazani.

    SINOPSE

    Reunidos depois de uma década, dois policiais muito diferentes investigam um assassinato em uma cidade dividida que é palco de uma grande conspiração.

    ANÁLISE

    Com uma cena inicial de tirar o fôlego, vemos que Ousmane Diakhaté (Omar Sy) é bem menos pragmático que o investigador Assane Diop da série Lupin, também da Netflix, vivido pelo ator. Em meio à crescente dinâmica de buddy cop presente no filme, vemos a trama nos encaminhar por um lado de uma amizade repentina do passado que se estabeleceu pela comodidade de uma relação, mas que chegou ao fim após a trama do primeiro filme. Pois assim como na vida real, os personagens seguiram caminhos diferentes.

    Se distanciando do que foi estabelecido no primeiro filme, vemos o amadurecimento da dupla de policiais e testemunhamos as evidentes diferenças entre os dois quando analisamos suas vidas fora das câmeras. A relação de Ousmane e François Monge (Laurent Lafitte) se destaca não apenas pelos choques de realidade presentes na trama, mas também na realidade dos personagens. O cuidado que o diretor Louis Leterrier encaminha a trama, assim como o refinamento, transpondo as relações de Monge e Ousmane para uma época diferente – afinal, muito mudou em 10 anos desde o primeiro filme.

    Com uma trama consciente de alguns dos mais relevantes problemas que o mundo enfrenta hoje, Os Opostos Sempre se Atraem se mostra como uma bela diversão +16, e abre as portas para que alguns problemas venham a ser resolvidos em um vindouro terceiro filme.

    VEREDITO

    Ver como o filme aborda a ascensão de regimes totalitários ultranacionalistas com uma ambientação divertida, dão ao mundo e aos espectadores, indícios de que regimes assim podem surgir do dia para a noite. A atuação de Omar Sy e Laurent Lafitte elencam elementos já tradicionais da dinâmica de filmes de buddy cop, mas inova com uma linguagem que precisa ser questionada nos filmes do gênero de hoje em dia. O filme apresenta uma quebra de um padrão que se repete desde que o gênero foi criado, em que o homem negro é sempre colocado como o alívio cômico.

    Mudando completamente a perspectiva de tudo que havia sido mostrado no passado, a Netflix move a história para frente enquanto atualiza tramas datadas do primeiro filme.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – O Homem do Norte (2022, Robert Eggers)

    0

    A saga épica de vingança viking, O Homem do Norte (The Northman), longa dirigido por Robert Eggers é estrelado por Alexander Skarsgård e conta também com grandes nomes de Hollywood.

    O Homem do Norte: Quem é o elenco do filme?

    O visionário cineasta Robert Eggers (O Farol) roteirizou e dirigiu o imersivo épico viking jamais visto no cinema.

    O Homem do Norte estreia no dia 12 de maio.

    SINOPSE

    O jovem príncipe Amleth (Alexander Skarsgård) está prestes a se tornar um homem quando seu pai é brutalmente assassinado por seu tio, que sequestra a mãe do garoto. Fugindo de seu reino insular de barco, a criança jura vingança. Duas décadas depois, Amleth tornou-se um guerreiro viking furioso, um autêntico berserker, invadindo aldeias eslavas impiedosamente.

    Numa delas, uma vidente o faz relembrar seu juramento: vingar seu pai, salvar sua mãe, matar seu tio. A bordo de um navio de escravos rumo à Islândia, Amleth se infiltra na fazenda do tio com a ajuda de Olga (Anya Taylor-Joy), uma escrava eslava, e coloca em ação o plano para honrar seu juramento.

    ANÁLISE

    O Homem do Norte: 5 curiosidades sobre o filme

    Robert Eggers é famoso por filmes densos, como A Bruxa (2015) e O Farol (2019) que fogem do entretenimento comum e em O Homem do Norte, o jovem diretor americano segue com suas características de direção e estética cinematográfica que tão bem o definem.

    O mais novo longa do diretor é indiscutivelmente “o filme” viking; o filme viking definitivo e o mais historicamente preciso e fundamentado de todos os tempos. Eggers produziu através da sétima arte um mergulho profundo em uma cultura há muito perdida, cada take dos 196min do filme é cultura nórdica e represantação da Era Viking da mais pura e refinada qualidade. Robert Eggers cavou até as raízes de Yggdrasil e trouxe para os nossos olhos ritos de combate, ritos funerários, hábitos, costumes, crenças e vastas paisagens da selvagem Islândia representando a Escandinávia do século VIII.

    Os vikings são famosos por serem grandes exploradores marítimos, guerreiros formidáveis e que encontram na morte em batalha a passagem para o Valhalla, mas com suas muitas representações recentes no cinema, TV e nos videogames a mitologia e cultura nórdica antiga foram romantizadas. Então, se você espera ver aqui o que já viu em séries de TV como Vikings, The Last Kingdom ou Vikings: Valhalla, por exemplo, sinto lhe informar, mas essas produções se comparadas com O Homem do Norte, parecem uma piada infantil.

    Tudo na produção é ímpar e digno de nota, mas é impossível mencionar tudo.

    A trilha sonora criada por Robin Carolan e Sebastian Gainsborough é algo que soa dissonante e arcaica, onde faz-se ouvir elementos como o vento, a chuva, a lama, o fogo, para criarem a atmosfera do filme; além dos sons da natureza, os sons dos instrumentos da Era Viking completam uma combinação hipnótica, elevada, sedutora e muitas vezes, estrondosa.

    Também é marcante a fotografia comandada por Jarin Blaschke; com uma paleta majoritariamente cinza, a escolha de cores faz com que a raiva e busca por vingança de Amleth seja algo tão poderoso que transcende seu corpo e preenche toda a tela. Isso dá a obra um peso, uma dor e melancolia que em conjunto com a trilha sonora e a atuação animalesca de Alexander Skarsgård faz com que O Homem do Norte não seja apenas mais um entre tantos filmes de vingança.

    Por falar na atuação de Skarsgård, Amleth é brutal, visceral e um berserker/ulfhednar historicamente preciso. Desde os rituais que precedem o combate com os guerreiros entrando em uma espécie de transe onde libertam seus espíritos animais (normalmente ursos, lobos e até javalis), até o combate propriamente dito de peito nu, machado em punho e seu seax a alcance das mãos, mas que sem a disponibilidade de ambas as armas o viking em seu estado animal ataca até mesmo com unhas e dentes. É assustador e hipnotizante em igual escala.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Ulfhednar: Conheça os guerreiros lobos

    Tão importante quanto os detalhes culturais, o sobrenatural é tão realista quanto o cotidiano neste filme – pois, para eles, era assim. E Odin, Freya, Fenrir, as Valquírias, as Nornas, Valhalla, Hel, Yggdrasil, jotuns são tão importantes como qualquer outro elemento e nenhum tem apresentação. Está tudo lá, caso você conheça ou não.

    Robert Eggers contou com pessoas importantes para essa recriação histórica, incluindo Neil Price, o professor de Arqueologia e autor de “Vikings: A História Definitiva dos Povos do Norte”, precioso relato histórico da Era Viking; Terry Gunnell, professor de Folclore na Universidade da Islândia; e a historiadora Jóhanna Katrín Fridriksðóttir, autora de “Valkyrie: The Women of the Viking World” (Valkiria: As Mulheres do Mundo Viking) e autoridade em sagas e poesias vikings.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | O Homem do Norte: 5 curiosidades sobre o filme

    VEREDITO

    Eu sou um leitor voraz do que se refere à Era Viking e talvez por isso, assistir O Homem do Norte foi uma experiência excepcional tamanha a riqueza de detalhes na recriação de uma cultura que teve um impacto enorme em outras diferentes culturas, mas que nos deixou tão pouco para estudá-la.

    Se você busca apenas entretenimento, O Homem do Norte pode não ser o melhor programa para você e pode até ser cansativo; mas se você busca um mergulho na cultura e mitologia da Era Viking: mergulhe de cabeça!

    O Homem do Norte não é um filme para as massas. Ele é denso, hipnótico e brutal.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    O Homem do Norte estreia no dia 12 de maio.

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – Nossa Bandeira é a Morte (1ª temporada, 2022, HBO Max)

    Nossa Bandeira é a Morte (Our Flag Means Death) é uma série de comédia e aventura da HBO Max criada e roteirizada por David Jenkins. Na produção da série está Taika Waititi, que também dirige alguns episódios e faz parte do elenco junto com Rhys Darby, Ewen Bremner, Joel Fry, Samson Kayo, Vico Ortiz e muitos outros.  

    SINOPSE

    Stede Bonnet (Rhys Darby), conhecido como o “pirata cavalheiro” nasceu em uma rica família inglesa na ilha de Barbados durante a colonização britânica. Depois de herdar a fortuna dos pais, ele decide que quer se aventurar pelo mundo do crime e juntar uma tripulação de piratas para explorar o oceano e roubar quem encontrassem pela frente. Porém, sem nenhuma experiência em navegação, Bonnet percebe que sua tarefa como capitão não será nada fácil, especialmente quando ele fica cara a cara com um dos maiores piratas de todos os tempos: o Barba Negra (Taika Waititi).

    ANÁLISE

    Histórias sobre piratas sanguinolentos e destemidos sempre encheram nossas imaginações, por isso, quando uma série se compromete em subverter o gênero e criar uma sátira sobre pirataria é preciso prestar atenção. É o caso de Nossa Bandeira é a Morte, essa comédia com piratas excêntricos vivendo aventuras em alto mar, carrega um humor escrachado. Mas, também sabe ser dramático quando precisa. 

    Sendo uma figura lembrada na história da pirataria é inusitado que não tenha existido antes uma produção com o Pirata Cavalheiro como protagonista. Stede Bonnet realmente existiu, em 1717, o aristocrata de 28 anos abandonou a esposa e os filhos para se tornar (com nenhuma noção) um pirata. Assim, como é apresentado nos primeiros episódios da série, sua tripulação não o respeitava e não o via como um Capitão. Para uma maior surpresa, o Pirata Cavalheiro realmente encontrou o Barba Negra e os dois navegaram juntos. 

    É uma história e tanto, que através do roteiro de David Jenkins e a produção reverberante de Taika Waititi ganha vida. Em um primeiro momento, assistir Rhys Darby como Stede Bonnet parece uma daquelas piadas idiotas já prontas. Bonnet quer ser um pirata, mas não abre mão de seu closet cheio de roupas, de seus livros e sua lareira. Logo, ele traz sua vida chique a bordo de seu navio Revenge.

    Para mais, ele também paga seus funcionários, lê histórias para eles dormirem e tem uma grande intolerância a violência. É tudo estranho demais para ser verdade e sua própria tribulação parece, por vezes, não acreditar. Mas, Nossa Bandeira é a Morte é especialmente sobre a jornada de Bonnet em um auto conhecimento. Quem ele foi, quem ele gostaria de ser e quem de fato ele é. Por isso é tão fácil se apegar a esse personagem com ares bobo e ingênuo, que deseja encontrar sua felicidade e para isso percorre um caminho surpreendente. Ajuda muito que Rhys Darby seja um excelente ator de comédia, também sabendo trazer dramaticidade a seu personagem na medida certa. 

    Mas, de fato, é a partir do quarto episódio quando o espectador já se acostuma com o jeito paspalhão de Stede Bonnet e com as situações comicamente idiotas que Nossa Bandeira é a Morte cresce em narrativa. A tripulação se junta ao famoso e imperdoável Barba Negra, que está a beira de uma crise em relação a sua profissão. 

    Barba Negra ou Edward “Ed” Teach quer se aposentar da vida de pirata e viver na alta sociedade, enquanto Bonnet deseja se tornar um pirata de verdade. Taika Waititi acrescenta aqui uma atuação imponente ao seu personagem, mas que sabe ser comedida nos momentos de fragilidade e dúvida de Teach. Assim, os dois pretendem aprender um com o outro. Mas, logo uma relação mais íntima começa a surgir e disso nasce um romance fofo e meigo. 

    Nesse sentido, é a relação entre Bonnet e Teach que alavanca a série, a dinâmica entre Darby e Waititi é espantosa e cria os melhores momentos da produção. É evidente também que o humor de Taika Waititi traga para Nossa Bandeira é a Morte um charme a parte, não chega a ser tão nonsense quanto sua produção de comédia What We Do In The Shadows, mas é igualmente divertida. 

    Elenco e produção

    Além dos personagens principais é importante destacar também a tripulação do Revenge. Com um ótimo elenco de comédia, cada personagem consegue se destacar muito bem em suas excentricidades e enredos, embora alguns tenham mais destaques. É o caso de Oluwande (Samson Kayo), um pirata mais centrado e Jim (Vico Ortiz), um tripulante com um grande segredo, que tem seu romance explorado ao longo dos episódios. 

    Também sobra espaço para Lúcio (Nathan Foad), o escrivão de Bonnet, um dos melhores personagens que sem dúvida rouba a cena em muitos momentos, e outras participações incríveis, como Leslie Jones vivendo Spanish Jackie, uma temida pirata com 19 maridos. 

    Já em questões técnicas, a produção apresenta uma figuração impressionante que através das cores e tons busca mostrar como aqueles personagens estão se sentindo no momento. A ambientação foca mais nas cenas no navio ou quando em terra, em florestas e casas para não precisar criar grandes cenários que reflitam o século XVIII. 

    Chama atenção que a série tenha uma diversidade de personagens LGBTQIA+ criando base para debater temas como homofobia e masculinidade tóxica. Além disso, temas como racismo e machismo também aparecem entre as pautas dessa surpreendente série. Ter produções que se dão conta da comunidade LGBTQIA+ em diferentes narrativas, como em uma série de piratas, é importante para criar identificação e de certa forma criam também um “quentinho” no coração. 

    VEREDITO

    Nossa Bandeira é a Morte surpreende por trazer novas roupagens ao gênero de pirata. Com um elenco diverso e extremamente divertido consegue ser emocionante e cômica. Uma série para relaxar e curtir, mas também para ter grandes insights sobre temas importantes.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!