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    CRÍTICA – Tribes of Europa (1ª temporada, 2021, Netflix)

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    Tribes of Europa estreia no dia 19 de fevereiro e é a nova série alemã da Netflix. Criada por Philip Koch, e roteirizada por Jana Burbach e Benjamin Seiler – a mesma equipe de produtores do seriado Dark -, a produção de fantasia distópica busca se consagrar como um novo sucesso da gigante do streaming.

    SINOPSE

    Em uma Europa pós-apocalíptica e tomada por guerras entre microestados, três irmãos lutam para sobreviver enquanto uma ameaça ainda maior assombra o continente.

    ANÁLISE

    Em dezembro de 2029 uma catástrofe global colocou a humanidade inteira na escuridão, fazendo a Europa se dividir em tribos. Em 2074, décadas após o desastre, acompanhamos a história da tribo Orígines que vive escondida em uma floresta do continente.

    É nessa tribo que conhecemos os protagonistas da trama: os irmãos Liv (Henriette Confurius), Kiano (Emilio Sakraya) e Elja (David Ali Rashed).

    Tribes of Europa possui ótimo desenvolvimento para cada um dos personagens principais. Com arcos e objetivos específicos, cada irmão passa pelos mais diversos sacrifícios ao longo de suas jornadas, moldando suas personalidades e os tornando mais fortes.

    A trama é coerente em seus desenrolares e, mesmo com alguns acontecimentos previsíveis, não se perde em sua construção. O roteiro de Koch em parceria com Burbach e Seiler funciona muito bem, sem se amparar em saídas fáceis para sustentar suas decisões. Diversas cenas são não só chocantes, como cruéis, estando em sintonia com uma humanidade que passou por uma era das trevas.

    Os conceitos e princípios abordados pelas tribos existentes em Tribes of Europa se assemelham – e muito – a diversos discursos políticos que encontramos nos dias atuais. A ideia de que o mundo só será um lugar “melhor” se estiver alinhado aos desejos de um único indivíduo, ou de uma única bandeira, sem levar em consideração a diversidade de pensamentos e vontades.

    A guerra armamentista e a necessidade de poder são também elementos presentes no seriado, que é muito feliz em diversas colocações. Aliado a isso, temos as ótimas atuações de Henriette e Emilio, que se destacam por possuírem os arcos mais profundos e sombrios. Emilio, na verdade, é uma grata surpresa, trazendo grande complexidade para seu personagem.

    CRÍTICA – Tribes of Europa (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Dentre as atuações dos coadjuvantes podemos destacar Melika Foroutan e Oliver Masucci que interpretam, respectivamente, Varvara e Moses. Além de servirem como guias para Kiano e Elja, os personagens também possuem sua importância na trama.

    Mesmo com apenas 6 episódios – e com média de 40 minutos por capítulo – a primeira temporada de Tribes of Europa termina de forma coesa e empolgante, deixando diversos ganchos para um possível segundo ano.

    Ainda que tenha diversas reviravoltas ao longo da trama, tudo funciona perfeitamente, tornando o seriado mais um ótimo produto original da plataforma.

    VEREDITO

    Tribes of Europa é mais uma ótima produção internacional da Netflix. Com uma excelente equipe de roteiristas e um elenco de primeira, o seriado irá figurar facilmente entre os mais assistidos da plataforma.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Drácula (2019, Pandorga)

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    Drácula é uma obra de terror e ficção realizada pelo lendário escritor Bram Stoker, sendo distribuída no Brasil pela editora Pandorga.

    SINOPSE

    Jonathan Harker é um jovem convidado temporário de Conde Drácula para fazer a burocracia da compra de terras por parte do anfitrião sombrio. Entretanto, Harker se torna prisioneiro de Drácula e agora conta os dias para que sua vida acabe.

    ANÁLISE

    Drácula de Bram Stoker é uma das maiores obras de todos os tempos e aqui ela é retratada com maestria, pois a atmosfera é incrível nesta excelente leitura.

    A começar por seus personagens, o livro consegue nos apresentá-los de forma detalhada, mas não cansativa, uma vez que seus relatos são ricos em informações e características de seus personagens. A trama é densa e cheia de momentos memoráveis, uma vez que traz uma imersão muito forte ao leitor.

    O Conde tem uma presença quase que onipresente, visto que o seu nome causa arrepios na população da Europa e Bram Stoker consegue passar isso muito bem em seu texto. Vemos a todo o momento que Drácula é uma figura poderosa e que tem muita influência por suas ações, pois traz consigo muitos discípulos perigosos. 

    Ao evocar uma lenda tão importante fazendo o leitor ligar os pontos e se envolver tanto quanto seus protagonistas, o escritor acerta em cheio na sua narrativa. Os personagens secundários abrilhantam a obra e o formato documental dá certo realismo aos fatos, visto que apresenta um ar mais sóbrio ao fantástico.

    Por se tratar de uma edição especial, o livro conta com uma estética incrível, pois conta com uma capa dura e um vermelho vibrante. Todo o colecionador que se preze deve comprar a obra literária, uma vez que ela está impecável.

    VEREDITO

    Drácula de Bram Stoker é uma leitura indispensável para os fãs de terror e de uma das figuras mais conhecidas da cultura pop.

    Com uma história assustadora e excelentes personagens, o livro é um deleite para quem gosta de boas tramas.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Autor: Bram Stoker

    Editora: Pandorga

    Páginas: 437

    É fã de vampiros e de Drácula, leia também:

    CRÍTICA – Drácula (2020, Steven Moffat e Mark Gatiss)

    Drácula: Dissecando a criatura mais popular da cultura pop

    TBT #17 | Drácula de Bram Stoker (1992, Francis Ford Coppola)

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    CRÍTICA | Box – O Mundo de Oz (2020, Pandorga)

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    O Mundo de Oz é o segundo box de uma iniciativa da editora Pandorga que irá lançar os quatorze livros publicados pelo escritor L. Frank Baum sobre Dorothy, seus amigos e a terra de Oz.

    No box estão o terceiro e quarto livro lançados por Baum: Ozma de Oz e Dorothy e o Mágico em Oz. Além disso, o box também conta com um livro sobre O Mundo de Oz para colorir com ilustrações originais de John R. Neill, um pôster exclusivo, dois marcadores e uma sacola.

    SINOPSE

    Ozma de Oz

    No terceiro livro da saga de Oz, o leitor mergulhará novamente nesse mágico universo. Dorothy e seu tio Henry saem de férias, no entanto, são pegos por uma forte tempestade e separados. Dorothy percebe que chegou a uma terra mágica quando sua galinha Billina começa a falar. Novas aventuras vão surgir pelo caminho, e Dorothy contará com a ajuda do Espantalho, do Homem de Lata, do Leão Covarde e de novos amigos.

    Dorothy e o Mágico em Oz

    No caminho de volta da Austrália, Dorothy Gale conhece seu primo, Zeb Hugston, em São Francisco. Eles são engolidos por um terremoto, junto com seu cavalo, Jim, e sua gatinha, Eureka, e eventualmente caem na Terra dos Mangaboos. Eles fazem uma jornada subterrânea através do Vale de Voe, são brevemente presos na Terra do Nada e encontram uma caverna cheia de Dragonettes. E acabam chegando à Terra de Oz e reencontrando o Espantalho, o Homem de Lata, a Princesa Ozma e todos os outros amigos queridos.

    ANÁLISE

    Mais de cem anos já se passaram desde que o escritor L. Frank Baum lançou pela primeira vez O Maravilhoso Mundo de Oz. Desde então, o autor publicou ao todo catorze livros sobre o Mundo de Oz e a adorável Dorothy Gale. Ainda que o primeiro livro tenha se tornado um best seller e ganhando tanto adaptações para a Broadway, como para o cinema, foi a saga de Baum que ganhou o coração das crianças.

    Tal aspecto é totalmente visível nas cartas que o autor escrevia no início de cada livro, a garotada parecia adorar as aventuras de Dorothy e seus amigos. Porém, essa comoção com a terra de Oz não foi somente visível no século passado. As palavras de Baum têm o poder de encantar qualquer um, criança ou adulto e principalmente, em qualquer época.

    Dessa forma, a edição criada pela editora Pandorga traz um gostinho de infância atrelado a um esplendor visual. A começar pelas capas dos livros, ambos possuem alto revelo que dão um ar sofisticado e também contém as ilustrações originais de John R. Neill. Além disso, o box possui um pôster único do Espantalho, dois marcadores, cards e uma sacola do Tigre Faminto para carregar os livros.

    A Pandorga inspira carinho e dedicação para com seus leitores, produzindo de forma especular uma experiência visual e sentimental. Logo, ler o Mundo de Oz é como estar ao lado de Dorothy em suas aventuras. E acima de tudo, ler uma obra infantil com um olhar adulto evoca tanto uma observação madura, como também abre portas a um mundo fantasioso.

    Dorothy e seus amigos

    Em Ozma de Oz, Dorothy está de férias com seu tio quando uma tempestade a leva para a Terra de Ev. Felizmente, ela tem em sua companhia a galinha Billina que com suas palavras afiadas guia a menina pela terra desconhecida. Ao longo de sua jornada, Dorothy também encontra TikTok, uma espécie de robô que pensa e se move quando lhe é dado corda.

    Sendo assim, Dorothy parte em aventuras que a leva ao encontro da Princesa Ozma. Atual rainha de Oz, a comitiva de Ozma é composta pelos velhos amigos de Dorothy, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão. O reencontro entre os amigos é emocionante e revela o que há de melhor nos livros de Braum: são acima de tudo histórias sobre companheirismo e amizade.

    Já em Dorothy e o Mágico de Oz, L. Frank Baum traz de volta um dos personagens mais queridos. O Mágico foi o personagem que deu nome ao início da saga e por sua vez sempre foi relembrado pelos apreciadores de Oz. Logo, no quarto livro, ele volta para fazer companhia a Dorothy e seu primo, Zeb.

    O trio juntamente com o cavalo, Jim, e a gatinha, Eureka, percorrem mundos encantados com pessoas boas e más para no fim serem acolhidos mais uma vez pela terra de Oz. Dorothy e o Mágico de Oz tem ainda mais situações inusitadas, desafiadoras e também divertidas. Em sua carta de abertura, Baum até mesmo cita que implementou na história sugestões das crianças que lhe escreviam.

    Consequentemente, o tom infantil pode incomodar alguns, afinal, o Mundo de Oz são histórias para crianças. Contudo, é essencial ter os braços abertos para esses personagens e aproveitar cada momento que passamos imersos nas histórias de Dorothy e seus amigos.

    VEREDITO

    O box O Mundo de Oz é uma incrível coleção da editora Pandorga que traz toda magia desse mundo maravilhoso. É espetacular que uma saga tão antiga ainda tenha tamanha influência entre crianças e adultos. Tanto Ozma de Oz como Dorothy e o Mágico de Oz trazem o melhor das histórias infantis.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

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    CRÍTICA – Com Você (2019, Gabriel Portella e Aline Sartor)

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    O curta-metragem Com Você é uma produção nacional independente, que conta com a direção de Gabriel Portella e Aline Sartor e com a ajuda de mais de 80 colaboradores.

    SINOPSE

    Após um ano da tragédia que separou Noah (Kaio Cereza) do seu melhor amigo Tony (Thiago Rios), este adolescente de 16 anos tenta seguir sua vida adiante em meio a um luto arrastado, o jovem afasta suas melhores amigas, Alice (Lívia Deitos) e Ana (Ellen Zschornack) e permanece em um crescente conflito com sua mãe Isis (Dalyla Pereira), até que conhece Levi (Luís F. Lippert), que sonha em se tornar jogador de futebol profissional.

    PREMIAÇÕES

    Em 2020 o curta-metragem recebeu oito indicações no BIMIFF (Brazil International Monthly Independent Film Festival), incluindo Melhor Média-Metragem Brasileiro, prêmio principal na categoria nacional; vencendo na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, pela performance do ator Luís F. Lippert.

    No mesmo ano, o curta também recebeu duas indicações no Anatolia International Film Festival, na Turquia e uma no SPORTFILM Liberec International FICTS Festival, na República Tcheca.

    ANÁLISE

    Precisamos falar sobre a nossa juventude. Você está preparado?

    O curta-metragem Com Você quer te preparar, e deseja que seja lançado um olhar mais analítico e amoroso sobre os sentimentos dos nossos adolescentes que por muitas vezes, nós adultos ignoramos ou menosprezamos.

    Com simplicidade e aptidão a obra nos traz aquela sensação de nostalgia, ao voltar aqueles tempos em que tínhamos tempo para sentar na varanda com o melhor amigo, das festinhas, de voltar da escola de mãos dadas… No mesmo ritmo que introduz temas importantes, uma pincelada com maestria em sentimentos complexos que não são respeitados pela sociedade.

    Apesar da trilha sonora não estar em harmonia com o restante da produção, mesmo assim, em poucos minutos consegue passar a mensagem.

    O filme manifesta a qualidade dos cineastas brasileiros que com poucos tijolos conseguem construir um castelo.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao teaser trailer:

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    CRÍTICA – Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil (2021, Netflix)

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    Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil é uma série documental dirigida por Joe Berlinger (Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy). A produção original Netflix conta a história da morte de Elisa Lam no famoso Hotel Cecil.

    SINOPSE

    Elisa Lam (Viveca Chow) era uma turista canadense de 21 anos que se hospedou no Cecil Hotel no centro de Los Angeles em 2013. Elisa desaparece sem deixar vestígios. Logo, semanas depois, seu corpo é encontrado na caixa d’água no telhado do hotel. No entanto, imagens das câmeras de segurança flagram o momento em que Elisa aparece sozinha, desesperada e desorientada, dentro do elevador do hotel, como se estivesse sendo perseguida por alguém – ou por algo.

    ANÁLISE

    Qualquer um que se interesse por casos insólitos já se deparou com a história de Elisa Lam ou ouviu falar dos mistérios do Hotel Cecil. Visto que é impossível falar de um sem citar o outro, o documentário de Joe Berlinger faz questão de apresentar uma narrativa minuciosa. Dessa forma, Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil vai do real ao absurdo.

    Isso porque, o documentário em formato de série se propõe a dissecar todos os detalhes, teorias da conspiração e acontecimentos que levaram à morte de Elisa. Para isso, primeiro é preciso conhecer os corredores obscuros do Hotel Cecil. Construído no final de 1924, este grandioso hotel no centro de Los Angeles tinha tudo para ser um lugar luxuoso e admirável.

    Contudo, com a Grande Depressão de 29, o Hotel Cecil caiu em desgraça e seus 700 quartos se tornaram um lugar para violência, assassinato e suicídio. A vizinhança também piorou a reputação do hotel, já que a poucos quilômetros está Skid Row, uma perigosa área que abriga desde sem tetos a consumidores de drogas.

    Logo, o Hotel Cecil já foi palco de inúmeros casos sinistros que ficaram marcados no imaginário popular e referenciados na cultura pop. Mas, nenhum caso foi tão infame ao ponto de criar uma histeria coletiva na internet como o mistério e a morte de Elisa Lam.

    A estudante canadense de 21 anos se hospedou no Cecil em janeiro de 2013 em uma viagem pela costa leste. Elisa parecia estar em uma viagem de autodescobrimento e como todo jovem era muito ativa nas redes sociais. Mais especificamente no Tumblr, do qual fazia seu diário pessoal. Sua página chamada Nouvelle-Nouveau está disponível até hoje com imagens artísticas, pensamentos e até mesmo uma foto do Hotel Cecil capturada por ela mesma.

    Através da internet, Elisa se expressava e criava seu pequeno mundo. Logo após seu desaparecimento em fevereiro de 2013 e tendo um vídeo seu de quatro minutos em um elevador como a única pista, a polícia de Los Angeles achou por bem pedir a ajuda dos internautas.

    O vídeo em questão mostrava Elisa agindo de forma estranha no elevador, parecendo estar nervosa e fugindo de algo. Não demorou muito para que o vídeo se tornasse viral e uma comoção tomasse conta da internet, sendo até hoje um dos mistérios mais estranhos. Porém, após 19 dias de seu desaparecimento, finalmente o caso chega ao fim e Elisa é encontrada morta na caixa d’água do Hotel Cecil.

    Cena do Crime aposta na dramatização 

    Teorias e mais teorias revelam que a internet não é lugar para amadores. Desse modo, Cena do Crime utiliza de entrevistas com funcionários do lugar, policiais da época e youtubers obcecados pelo caso para contar de forma dramática quem era e o que aconteceu com Elisa Lam.

    Tal como um seriado, a direção de Berlinger quer que o espectador sinta cada momento de Cena do Crime. A direção aposta na dramatização para entregar cenas que fazem o público se aproximar de Elisa. Esse recurso já havia sido explorado pelo diretor em Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy (2019). Logo, transforma o documentário em uma produção muito mais fictícia.

    Logo, cada episódio de Cena do Crime termina com um “gancho” para o próximo capítulo. Dessa forma, Joe Berlinger cria por vezes um senso de absurdo quando aposta em teorias da conspiração para explicar o mistério de Elisa Lam. Porém, a narrativa vai desfazendo os nós desse caso e deixando por terra qualquer alusão a assassinato, perseguição ou sobrenatural.

    Ao fim, a série documental de Berlinger revela que Elisa tinha transtornos mentais, como bipolaridade e que sua morte, por mais misteriosa que pareça, foi somente um terrível acidente. Ainda que a história da morte de Elisa no Hotel Cecil tenha deixado para sempre uma marca na internet, resta ao telespectador conspiracionista aceitar os fatos. Elisa era uma jovem com problemas que assim como tantos outros precisava ser ouvida.

    VEREDITO

    Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil é um documentário que mais parece uma série dramática. O diretor Joe Berlinger cria uma imensa ambientação mostrando todos os detalhes e fatos dessa história que marcou a internet.

    Apesar de sua duração de quatro episódios querer “forçar” certos aspectos da história, é uma ótima produção para tentar entender tanto o Hotel Cecil como Elisa Lam.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

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    CRÍTICA – Truth to Power (2021, Garin Hovannisian)

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    O músico e ativista armênio-estadunidense Serj Tankian, vocalista do System of a Down (SOAD), mostra ao mundo toda sua genialidade artística e sua história de ativismo através da música em seu novo documentário Truth to Power.

    Dirigido e roteirizado por Garin Hovannisian (I Am Not Alone), Truth to Power narra a trajetória político-artística de Serj Tankian desde os anos 1990, antes mesmo da criação do System of a Down, até 2019, quando foi um dos expoentes da Revolução de Veludo, mobilização popular pacífica que destituiu o então governo autocrático e corrupto da Armênia.

    SINOPSE

    Milhões lotam estádios em todo o mundo ao som de Serj Tankian, vocalista vencedor do Grammy pelo System of a Down.

    Com entrevistas exclusivas, aventuras e filmagens originais feitas pessoalmente por Serj, Truth to Power permite ao público acessar os bastidores de uma estrela do rock internacional cuja fé na música não só revolucionou o heavy metal, mas também eventos mundiais.

    Ao longo de sua vida, o músico buscou justiça social, aproveitando o poder de suas canções e de ser uma celebridade para promover uma mudança política real. Os governos o odeiam. As pessoas o amam.

    Saiba onde assistir a Truth to Power e mais detalhes do documentário no fim deste artigo.

    ANÁLISE

    Truth to Power inicia com a pergunta que conduz toda a narrativa, e que está presente na divulgação oficial do documentário: A música pode mudar o mundo? Tankian, então, respira fundo e contempla a câmera em silêncio por alguns segundos.

    A produção é rica e funciona para todos os públicos. Entretanto, é importante destacar que sim, esse é um documentário político. Eu digo isso porque em 2020 muitas pessoas se revoltaram ao perceberem que o System of a Down fala sobre política.

    Não tem problema se você gosta apenas das músicas do SOAD e da carreira solo de Serj Tankian, sem apreciar as visões políticas que as pautam. Se esse é o seu caso, talvez você não vá gostar de Truth to Power. Apesar disso, recomendo que assista, pois Serj faz uma analogia interessante sobre esse comportamento.

    O fato é que o documentário possui registros inéditos de músicas, vídeos, poesias e pinturas de diversas etapas da vida de Serj. Desde sua primeira banda, Forever Young, passando por Soil (banda com Serj Tankian e Daron Malakian, guitarrista do SOAD), System of a Down, álbuns solo de Tankian, o musical Prometheus Bound, sinfonias e trilhas sonoras originais para filmes.

    Tudo isso está contemplado e é um verdadeiro presente para os fãs de SOAD e Serj. Para completar, os registros antigos foram remasterizados.

    Truth to Power: a mensagem revolucionária de Serj Tankian, vocalista do System of a Down
    Serj Tankian em videoclipe gravado para sua primeira banda, Forever Young. Frame compartilhado pelo artista durante a produção do documentário, antes do material ser remasterizado. Créditos: @serjtankian

    Além disso, o vocalista relata diversas experiências pessoais em sua jornada. Muitas de alegria e redenção, mas algumas tensas que, conforme destaca, o amadureceram como artista.

    Esses relatos são muito interessantes, pois há situações que poucos fãs no mundo conheciam até então.

    Uma das histórias contadas por Serj comprova que ele é um ser humano muito fiel às causas que defende. Acredito que você vai ouvir o relato dele sobre reuniões com um CEO de uma famosa gravadora e perceber que, em um mundo repleto de celebridades que fingem se importar com diferentes causas, Serj Tankian certamente não faz parte desse grupo de hipocrisia.

    Truth to Power: The revolutionary message of System of a Down's Serj Tankian
    Créditos: Reprodução Truth to Power / Oscilloscope Laboratories

    Com 1h19min de duração, o documentário é objetivo e apresenta muito bem a carreira político-artística de Serj Tankian também para quem não o conhece a fundo.

    Amantes das mais variadas expressões artísticas – em especial do rock’n’roll e de gêneros similares – bem como entusiastas de assuntos políticos também ficarão satisfeitos por conhecer a história de um dos artistas mais polivalentes da atualidade.

    As entrevistas de Truth to Power

    Embora as pessoas entrevistadas sejam incríveis e tenham muito a dizer sobre Serj, a objetividade de Hovannisian também prevaleceu. O uso das entrevistas é pontual para complementar o que Tankian está dizendo, ou a contextualização histórica que é mostrada.

    O ótimo cast de entrevistados inclui:

    • Shavo Odadjian e John Dolmayan (baixista e baterista do SOAD, respectivamente);
    • Tom Morello (Rage Against The Machine e parceiro de Serj no Axis of Justice);
    • Rick Rubin (lendário produtor musical parceiro do SOAD desde o primeiro álbum);
    • David “Beno” Benveniste (CEO da Velvet Hammer e manager da banda).

    Há mais pessoas entrevistadas, mas Daron Malakian não é uma delas.

    Isso me causou estranheza durante a divulgação, pois quem acompanha o System sabe que algumas divergências entre ele e Serj se tornaram públicas por meio de entrevistas de ambos nos últimos anos.

    Mas não se preocupe: Daron aparece à sua maneira, inclusive em um emocionante momento antes do histórico show da banda na Armênia em 2015. Ele apenas não se sentiu confortável para conceder entrevistas, eu acredito.

    VEREDITO

    Afinal, a música pode mudar o mundo?

    O trabalho de Hovannisian é proposital e bem executado. Fato é que a narrativa responde a pergunta. Cabe a Serj apenas dar seu toque de mestre ao respondê-la no começo do último ato, pois seu legado artístico e político não deixa dúvidas.

    Truth to Power é um documentário objetivo e bem contextualizado. O ótimo trabalho de mesclar imagens gravadas pelo próprio artista com registros recuperados de fitas cassete e VHS engrandece a produção, encanta os fãs de Serj Tankian e proporciona uma experiência emocionante e enriquecedora.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    ONDE ASSISTIR A TRUTH TO POWER

    Truth to Power será lançado globalmente por aluguel digital no dia 19 de fevereiro de 2021.

    O primeiro documentário da carreira de Serj Tankian é um lançamento da Oscilloscope Laboratories produzido pela Live Nation em parceria com Serjical Strike Entertainment e Avalanche Entertainment.

    Truth to Power está disponível para aluguel em seu site oficial: www.truthtopowerfilm.com

    Você pode acessar diretamente a página para comprar Truth to Power clicando aqui. A produção estará disponível em inglês com as seguintes opções de legendas: português, alemão, armênio, espanhol, francês, japonês e russo.

    O documentário de Serj Tankian também será exibido no Brasil em parceria com a loja Disconcert Record Shop, em São Paulo.

    Endereço: Rua Vanderlei, 398 – Perdizes, São Paulo
    Contatos: (11) 3871-2544,
    página da Disconcert no Facebook e Instagram @disconcert_records.

    Assista ao trailer:

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