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    CRÍTICA – Eu Nunca… (3ª temporada, 2022, Netflix)

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    A terceira temporada da série adolescente Eu Nunca… chegou na Netflix. A série é uma criação de Mindy Kaling e Lang Fisher. No elenco estão Maitreyi Ramakrishnan, Darren Barnet, Lee Rodríguez, Ramona Young, Jaren Lewison e Poorna Jagannathan.

    SINOPSE

    Após um ano emocionante, o triângulo amoroso de Devi (Maitreyi Ramakrishnan) com Paxton (Darren Barnet) e Ben (Jaren Lewison) continua sem solução aparente na 3ª temporada de Eu Nunca… Por outro lado, Fabiola (Lee Rodríguez) e Eleanor (Ramona Young) vivem intensamente o amor. A popularidade de Devi cresceu o suficiente para agora ela ser odiada na escola. Logo ela descobre que estar em um relacionamento nem sempre é o suficiente para resolver todos os problemas.

    ANÁLISE DE EU NUNCA…

    A Netflix está lotada de séries de comédia adolescente com dramas juvenis, muitas cenas em escolas e pouco papo sério. Então, é especialmente interessante quando uma dessas séries consegue se manter relevante após a primeira temporada. Felizmente, é o caso de Eu Nunca…, a série de Mindy Kaling e Lang Fisher chega em seu terceiro ano repleta de discussões sobre amadurecimentos e relacionamentos. 

    De fato, esses são os principais temas que rondam essa nova temporada. Devi (Maitreyi Ramakrishnan) finalmente está com o garoto dos seus sonhos, Paxton (Darren Barnet). Além disso, sua popularidade aumenta na escola e suas amigas parecem estar em relações boas também. 

    Contudo, Devi percebe que ter um namorado não resolverá todas as suas questões, mais do que isso, ela precisa ainda amadurecer seus sentimentos. Devi é uma boa protagonista, suas inseguranças, desejos e arrependimentos são expostos na tela de modo que ficamos felizes, tristes e aborrecidos com ela e por ela. Como toda garota do ensino médio, Devi está tentando descobrir o que funciona para ela e isso realmente leva tempo. 

    CRÍTICA - Eu Nunca… (3ª temporada, 2022, Netflix)

    Somam-se a Devi suas melhores amigas: Fabiola (Lee Rodríguez), Eleanor (Ramona Young) e Aneesa (Megan Suri). As três também engajam em relacionamentos e precisam lidar com decepções e surpresas amorosas. Até mesmo a família de Devi parece explorar os limites das relações, sua mãe Nalini ( Poorna Jagannathan) percebe que precisa de uma companhia amiga, enquanto sua prima Kamala (Richa Moorjani) precisa manejar a situação entre seu namorado e sua avó. 

    Dessa forma, Eu Nunca… apresenta uma temporada consistente que consegue manter um bom ritmo, visto os diversos personagens. Ainda que alguns sumam durante o meio da temporada, sempre há espaço para um desenvolvimento de história com ótimas sacadas. Muito mais dinâmica que a temporada anterior, a série é intensa e rápida em seus acontecimentos, tal como a vida de uma adolescente. 

    Ainda assim, é preciso ressaltar que Eu Nunca… anda em corda bamba, visto que, por pouco não cai no mais do mesmo com personagens revivendo as mesmas situações das temporadas anteriores. A relação de Devi e Ben (Jaren Lewison), por exemplo, pouco anda para a frente. Porém, Eu Nunca… continua com um ótimo senso de humor com piadas cheias de referências, ideais para a geração Z e milleniuns. O que faz dessa série uma das mais divertidas da Netflix, já que é fácil se envolver nas aventuras românticas e confusas de Devi.

    VEREDITO

    A nova temporada de Eu Nunca… continua cômica e com boas sacadas, em parte, pelo ótimo trabalho de narração de John McEnroe, em outra, pelo roteiro único de Mindy Kaling e Lang Fisher. Além disso, é bom ver mais uma vez Devi e seu maravilhoso grupo de amigos e familiares. 

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer

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    Desastre Total: Woodstock 99 | Tudo sobre o documentário da Netflix

    Woodstock é sinônimo de Paz e Amor; e automaticamente remete à primeira – e icônica – edição do festival de música realizado em 1969, que contou com nomes como Santana, Janis Joplin, Jimi Rendrix, entre outros. Mas, o que poucos lembram é que o Festival Woodstock contou com outras duas edições: em 1994, comemorando 25 anos do festival e em 1999, que destruiu a reputação do “Festival da Paz e do Amor”.

    SINOPSE

    A série documental de três episódios explora como as mudanças culturais criaram experiências muito diferentes entre os festivais de 1969 e 1999. Woodstock ’69 foi centrado em paz, amor e compreensão durante a guerra e os direitos civis e os movimentos de libertação das mulheres – mas 30 anos depois, a reinicialização se transformou em um inferno capitalista e violento.

    O CRIADOR

    Desastre Total: Woodstock 99 | Tudo sobre o documentário da Netflix

    Michael Lang foi um promotor e produtor de shows e co-criador da primeira edição do festival, bem como do Woodstock ’94 e Woodstock ’99. Depois que o evento de 1994 provou ser decepcionante, ele decidiu que era hora de trazer Woodstock para o novo milênio, mesmo que aqueles ao seu redor estivessem hesitantes sobre a ideia. Apesar de seus esforços para torná-lo um ambiente caloroso e acolhedor – como empregar jovens adultos para atuar como uma “patrulha da paz” em vez de contratar guardas armados – o fim de semana de paz e amor de 1999 se transformou em tudo menos isso.

    Lang faleceu em janeiro deste ano, aos 77 anos.

    O PROMOTER

    Promoter e produtor do Woodstock ao lado de Michael Lang, John Scher é o CEO da Metropolitan Entertainment e ajudou a organizar e financiar o Woodstock ’99, que custou US$ 38 milhões. Um figurão na indústria da música, Scher trabalhou com bandas como Rolling Stones, Grateful Dead e The Who.

    Embora outros na série documental discordem, Scher diz que seus colegas acharam que o evento de 1999 foi uma ótima ideia, seria histórico e traria muito lucro.

    A VJ

    Mais conhecida por seu tempo como VJ da MTV no final dos anos 90 e início dos anos 2000, a apresentadora de TV Ananda Lewis estava trabalhando em um evento da MTV em Nassau, Bahamas, quando recebeu a ligação de que deveria viajar de volta a Nova Iorque para cobrir o Woodstock ’99.

    Enquanto estava lá, à medida que a multidão do festival se tornava mais irada, Lewis e outros apresentadores da MTV foram alvos de assédio por vários participantes irritados que se opunham à cultura de venda da MTV.

    DEPOIMENTOS

    Na sexta-feira, primeiro dia do festival, o nome mais aguardado era a banda de nu metal KoRn. Como uma das maiores bandas da época, quando o vocalista Jonathan Davis subiu ao palco, ele pôde sentir o comportamento da multidão se intensificando e ficou chocado com o grande volume de pessoas no recinto do festival.

    No sábado, dia em que o público começou a entrar em uma espécie de momento crítico, o músico, DJ e produtor musical Norman Cook mais conhecido como Fatboy Slim se apresentou. No momento em que Cook se apresentou no hangar da rave no sábado à noite, após o show estridente do Limp Bizkit, a multidão havia caído na devassidão – e estava se tornando cada vez mais perigosa.

    Já no último dia de festival, no domingo, a cantora e compositora Jewel subiu ao palco do Woodstock ’99, depois que grande parte do público já haviam saído devido à exaustão e condições insalubres. Ela se lembra da energia imprevisível e furiosa da multidão restante e foi avisada por sua equipe que sobre as garrafas jogadas em Sheryl Crow.

    Junto com filmagens de James Brown, Bush, Sheryl Crow, The Offspring, KoRn, Limp Bizkit, Rage Against the Machine, Jewel, Wyclef Jean, Willie Nelson, Kid Rock e Red Hot Chili Peppers, Destruição Total: Woodstock 99 apresenta entrevistas com vários outros envolvidos no festival, incluindo participantes, jornalistas, segurança, equipe médica, executivos da indústria da música, produtores de TV, diretores de TV e muito mais.

    OS REBELDES

    Desastre Total: Woodstock 99 | Tudo sobre o documentário da Netflix

    Na sexta-feira, depois de uma apresentação que possivelmente provocou abalos sísmicos capazes de serem medidos na Escala Richter, o KoRn preparou o terreno para o que estava por vir.

    No sábado, Kid Rock com sua rebeldia deixou o público empolgado e ansioso para o que Fred Durst e sua banda, o Limp Bizkit faria: muito vandalismo.

    Com um público insatisfeito e motivado por seus artistas rebeldes favoritos, o domingo foi a vez do Red Hot Chilli Pepers riscar o fósforo que faltava para incendiar o combustível que havia dentro do público; e ao som de Fire o Festival Woodstock ’99 queimou.

    TRAILER

    Assista ao trailer original:

    Destruição Total: Woodstock 99 já está disponível no catálogo da Netflix.

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    CRÍTICA – Gêmeo Maligno (2022, Taneli Mustonen)

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    Gêmeo Maligno é um filme de terror que está disponível nos cinemas brasileiros e conta com Teresa Palmer (Quando as Luzes se Apagam) e tem o cineasta Taneli Mustonen na direção.

    SINOPSE DE GÊMEO MALIGNO

    Rachel (Teresa Palmer), seu marido Anthony (Steven Cree) e seus filhos gêmeos Elliot e Nathan (Tristan Ruggeri) estão em uma viagem de carro até que sofrem um acidente que acaba matando Nathan.

    Convivendo com a dor, a matriarca da família tenta seguir em frente, contudo, o comportamento de Elliot começa a ficar esquisito e agora ela tem que lidar com o trauma e com as atitudes do filho sobrevivente.

    ANÁLISE

    Gêmeo Maligno se vende como mais um filme de questões paranormais, contando com uma aura sobrenatural clichê que usa em uma criança as nossas expectativas de tensão e de nos importar com os personagens.

    Há uma tentativa frustrada de fazer diferente, enfiando um monte de conceitos dentro da trama, com diversas reviravoltas que mais confundem a proposta do filme do que de fato inovando. Em dado momento, não sabemos mais do que se trata o longa, assim como boas ideias são jogadas no lixo e no fim ficamos sem respostas e porquê aquilo foi colocado na história.

    Sobre as atuações, o elenco convence, com uma boa atuação de Teresa Palmer que entrega uma mãe bastante fragilizada emocionalmente, mas que tem muito convicção e força na hora de se impor. Mesmo com um roteiro confuso e fraco, ela consegue fazer uma entrega interessante em suas cenas.

    A direção é competente, mesmo que faça alguns cortes imprecisos e deixe as cenas meio picotadas. Taneli Mustonen usa planos abertos e assim como Ari Aster em Midsommar (2019), faz da luz um símbolo de terror para o espectador, indo contra o usual.

    Aliás, Midsommar é uma base importante para Gêmeo Maligno, pois em vários momentos me lembrei do longa de Aster assistindo o filme. Além dos enquadramentos de câmera, há algumas semelhanças quanto à população da pequena cidade da Finlândia da qual a família faz parte agora. Os comportamentos nada peculiares deles e uma espécie de seita que se forma lembram, e muito, os suecos do filme de 2019.

    VEREDITO

    Gêmeo Maligno é um filme que tenta de tudo, mas não consegue entregar muita coisa ao seu espectador. Se jogasse mais no simples, poderia ser um longa mediano, pois tem alguns pontos positivos em sua direção e elenco. Infelizmente fica abaixo do aceitável.

    Nossa nota

    1,8/5,0

    Confira o trailer de Gêmeo Maligno:

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    CRÍTICA – Sandman (1ª temporada, 2022, Netflix)

    Eu sou o arauto da inspiração, um mar infinito de palavras eu sou a própria poesia…

    Sandman é uma das histórias em quadrinhos mais importantes da história e, desde sua criação, fãs da trajetória de Morpheus e a sua família aguardaram ansiosamente ao longo dos anos por uma adaptação em live action apesar, como falado anteriormente em nossa crítica, muitas pessoas considerarem uma história inadaptável pelas suas nuances, o serviço de streaming Netflix encarou o desafio, lançando a primeira temporada de Sandman contendo 10 episódios e produzida por Allan Heinberg; Neil Gaiman e David S. Goyer.

    SINOPSE DE SANDMAN

    Existe outro mundo que espera por todos nós quando fechamos os olhos e dormimos – um lugar chamado Sonhar, onde Sandman, o Mestre dos Sonhos (Tom Sturridge), dá forma aos nossos medos e fantasias mais profundos. Mas quando Sonho é capturado de forma inesperada e feito prisioneiro por um século, sua ausência desencadeia uma série de incidentes que mudarão para sempre o Sonhar e o mundo desperto. Para restabelecer a ordem, Sonho precisa encarar uma jornada por diferentes mundos e tempos e reparar os erros que cometeu durante sua vasta existência, revisitando velhos amigos e inimigos; e conhecendo novas entidades cósmicas e humanas.

    ANÁLISE

    CRÍTICA - Sandman (1ª temporada, 2022, Netflix)

    A palavra que pode ser repetida a exaustão quando refletimos sobre a primeira temporada de Sandman é fidelidade. A cada cena do primeiro ao décimo episódios que adaptam os volumes Prelúdios e Noturnos e Casa das Bonecas do genial escritor Neil Gaiman podemos ter cenas retiradas diretamente das páginas do quadrinho, sem abrir mão de um roteiro consistente para apenas satisfazer o chamado “fanservice”, que se tornou um vício nas grandes produções do gênero.

    Em aspectos de narrativa, a série não apela para o tom nostálgico que atrai os leitores da obra, buscando intensidade na sua história, sendo assim, mais atrativa para os novos fãs que são bem-vindos a conhecer este universo tão rico, reflexivo e apaixonante. A riqueza em apresentar em live action detalhes que até então se encontravam apenas nas páginas das edições e encadernados é um convite também para este novo público que encontra um Morpheus com suas sutis mudanças para a versão da TV.

    O Sonho, interpretado por Tom Sturridge, traz um novo repertório emocional em relação ao que se conhecia dos quadrinhos, um personagem com mais carga emocional brilhantemente creditada a atuação do seu interprete. Conseguimos sentir a empatia em relação aos consecutivos infortúnios do primeiro arco como a sua captura, a perca de seu corvo e o roubo de suas ferramentas que não são apenas elementos do seu trabalho, mas de sua essência num todo.

    A jornada dos seis primeiros episódios por mundos etéreos como o Sonhar e o Inferno são um espetáculo gráfico aconchegante de se acompanhar, destacando a batalha entre Lúcifer, o Estrela da Manhã, de Gwendoline Christie, e Morpheus em um duelo que remete a própria grandeza destes seres antropomórficos como o lobo, o caçador, a serpente, a ave de rapina, o mundo, a supernova, o universo, a antivida e a esperança, que inclusive os dois últimos conceitos remetem a essência do universo DC mais conhecido do público geral nas figuras de Darkseid e Superman, respectivamente.

    O atrativo quanto ao mundo dos despertos personagens como Johanna Constantine, uma das adaptações para a série, remete a essência do próprio Hellblazer como conhecemos não é apenas um momento empolgante na jornada do Oneiromante na retomada de suas ferramentas mas uma referência ao John Constantine, a origem da adaptação desta nova personagem interpretada por Jenna Coleman e a sua personalidade tão marcante.

    Os personagens de apoio são extremamente competentes a nível de atuação como Caim (Sanjeev Bhaskar), Abel (Asim Chaudhry) e Lucienne de Vivienne Acheampong como o braço direito do monarca do sonhar, as perspicácia nos momentos importantes como a busca pelos pesadelos fugitivos.

    O segundo momento da série adapta o volume Casa das Bonecas, porém antes temos um dos momentos mais emocionantes da série com o episódio “O Som de Suas Asas” que nos apresenta a irmã mais velha de Sandman, a Morte (Kirby Howell-Baptiste), e somos brindados não apenas com o que considero o melhor episódio da série, mas uma das reflexões mais brilhantes sobre a própria existência humana em si com uma atuação maravilhosa da interprete da monarca das Terras Sem Luz.

    Além de Sandman e Morte conhecemos outros dois familiares dos Perpétuos: Desespero e Desejo, que manipula todos os eventos de ambos os arcos utilizando a sua influência sobre o desejo dos personagens envolvidos. Elu se destaca pela fidelidade na adaptação, assim como todos os personagens da série, uma atuação forte e tão marcante quanto a sua contraparte dos quadrinhos e a química com Donna Preston ao interpretar a sua irmã gêmea nos faz esperar ansiosos pelo retorno desta dupla nas temporadas seguintes.

    Os antagonistas também prendem a nossa atenção com o carismático pesadelo Coríntio (Boyd Holdbrook) ou o misterioso e assustador John Dee (David Thewlis), sendo um primeiro com um destaque maior por estar presente em toda a temporada e uma personalidade mais sedutora remetendo a assassinos em série conhecidos como Ted Bundy ou elementos sobrenaturais como Jack, o Estripador, o Coríntio em determinados momentos assume o papel de vilão principal da temporada.

    VEREDITO

    CRÍTICA - Sandman (1ª temporada, 2022, Netflix)

    A série é uma homenagem para os fãs do quadrinho ao mesmo tempo se torna uma convite para que um novo público conheça a história atemporal, contemplativa e emocionante, nos levando das lágrimas aos sorrisos ao longo de todos os seus episódios além da expectativa de uma segunda temporada que acredito ser totalmente possível dado o enorme sucesso e engajamento que este primeiro ano proporcionou.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Leia também:

    Johanna Constantine: Quem é a personagem de Sandman?

    Sandman: Quem é quem na série da Netflix?

    Sandman: Quem são os Perpétuos?

    Confira o trailer de Sandman:

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    TBT #189 | Beleza Americana (1999, Sam Mendes)

    Dirigido por Sam MendesBeleza Americana (American Beauty) é um filme norte-americano de drama, lançado em 1999, que arrebatou os corações do público. Um enorme sucesso entre os críticos, o longa-metragem venceu o Oscar de 2000 em diversas categorias, com destaque para Melhor Filme e Melhor Diretor.

    SINOPSE

    Acompanhando a rotina de um grupo de cidadãos comuns, a trama retrata uma família em processo de ruptura. O casamento de Lester (Kevin Spacey) e Carolyn (Annette Bening) é um mar de frieza e discussões. De repente, ele começa a se fantasiar com Angela (Mena Suvari), uma adolescente que é amiga da sua filha. Daí em diante, o protagonista faz grandes mudanças na sua vida que acabam de um modo trágico.

    ANÁLISE

    O grande mote do filme é a beleza que há na vida, e como nós não a percebemos. As vendas que impedem os personagens de verem a beleza que há no mundo são mantidas em todos os personagens, exceto em Lester e em Jane (Thora Birch) – e o único que entende o mundo é Ricky (Wes Bentley).

    No entanto, a primeira centelha que atinge o protagonista de modo a se propor uma mudança de vida é Angela, a amiga de sua filha. Ela se mostra ao mundo como uma garota sensual, muito segura de si e que sabe como lidar com o assédio masculino. No entanto, Ricky, ao se encantar por Jane, acaba por mostrar que Angela usa Jane como companhia para se sentir melhor sobre sua amiga “sombra”, ordinária.

    Aliás, Beleza Americana não se enquadra sequer nas definições de um melodrama clássico, como os que Hollywood tão bem produziu na metade do século passado. O melodrama tradicional tem certos modelos estruturais que vêm desde sua popularização na literatura. Opõe personagens que representam valores bem definidos, normalmente o vício e a virtude. Alterna momentos de desolação extrema com outros de euforia ampla, muito rapidamente, transformando a linha narrativa num eletrocardiograma constante, renovando também de forma constante a atenção da plateia.

    Por estar continuamente suprimindo o bem, o lado do mal costuma ser mais dinâmico – por isso, para muitos, mais interessante. Gira habitualmente entre dois temas: a reparação de uma injustiça ou a busca pela felicidade amorosa. Nenhum desses aspectos formulaicos conduz a narrativa escrita por Alan Ball.

    A beleza é a chave do filme, e as rosas a metáfora da mesma. Desde a Antiguidade, elas são consideras um símbolo de perfeição. No entanto, a rosa é uma flor traiçoeira, de aparência delicada e frágil pelas suas pétalas, que contrasta com a dureza do seu talo e espinhos. Do mesmo modo, as “famílias perfeitas” norte-americanas só são perfeitas na aparência.

    As pétalas das rosas têm conotações sexuais, por isso não é de se estranhar que estejam ligadas à personagem de Angela. Além disso, essas pétalas caem lentamente, deixando entrever a fugacidade da beleza.

    Ao mesmo tempo, Sam Mendes trata de aproximar o exotismo dessa nossa sociedade à suposta esquisitice de viver verticalmente a vida. Trata-se de um estudo realista sobre a podridão e vazio da falta de sentido na vida. A sua mensagem é densa e dramática decorrente do ódio calado, da agressividade contida e da mediocridade da classe média consumista que busca satisfação e não consegue ser feliz dentro deste paradigma imposto, raso e cruel.

    VEREDITO

    Sátira ao comportamento hipócrita e materialista do estilo de vida consumista da família tradicional norte-americana, o efeito bola de neve na trama que faz com que os personagens percam as rédeas da sua vida é o que chama mais atenção fazendo a gente se questionar várias vezes.

    Beleza Americana é um filme à altura de tudo que conquistou, fazendo críticas sociais e ao estilo de vida que, apesar de carregar o adjetivo “americana”, é muito mais universal do que podemos imaginar.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

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    Predador: Como funciona a hierarquia dos yautjas?

    Os predadores são uma raça alienígena chamada yautja e certamente são um dos monstros mais clássicos do cinema desde os anos 80; e conseguiu se manter relevante até os dias de hoje. Com o recente lançamento de Predador: A Caçada (2022), no serviço de streaming do Star+, nada melhor que conhecer mais sobre a hierarquia dessa espécie guerreira.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – O Predador: A Caçada (2022, Dan Trachtenberg)

    Originários do planeta Yautja Prime, os yautjas vivem em uma sociedade que valoriza a honra e as habilidades de combate de seus membros. Por causa disso, esses alienígenas possuem diversos ritos de passagem que envolvem caçadas para que possam demonstrar o seu valor.

    Conheça a hierarquia dos yautjas:

    NÃO-SANGRADO

    Os Não-Sangrados são yautjas jovens que ainda não possuem muita experiência de combate e não realizou um Ritual de Sangue (caçada) memorável.

    Ao derrotar uma nova criatura em um caçada, os yautjas normalmente guardam um troféu como recordação. Isso pode ser tanto o crânio da caça quanto uma arma utilizada por ela.

    Ser derrotado em um Ritual de Sangue é motivo de grande desonra para um yautja. Caso não morra imediatamente em decorrência do combate, o mais comum é que o Não-Sangrado cometa suicídio, normalmente detonando um explosivo, que elimina totalmente qualquer evidência da presença do yautja no planeta.

    SANGRADO

    Assim que um yautja realiza com sucesso sua primeira caçada contra um oponente digno (preferencialmente um xenomorfo) e coleta um troféu, ele se torna um Sangrado. Essa transição de hierarquia é considerada um rito de passagem para a vida adulta.

    Ao serem elevados a Sangrados, esses predadores ganham acesso a novas armas e equipamentos antes restritos a eles.

    ELITE

    Predadores de Elite são bem mais raros e assumem uma função de liderança em seus grupos. Normalmente, para alcançar tal posição, o yautja deve mostrar ser extremamente habilidoso e tomar o crânio de uma Rainha xenomorfo como troféu.

    Uma característica típica de um Elite é a sua maestria com uma arma específica.

    LÍDER DE CLÃ

    Por seus requisitos altamente perigosos para se conquistar tal posto na hierarquia, o Líder de Clã é uma posição ocupada por poucos yautjas. O único modo para se tornar um Líder é exterminar completamente um ninho de xenomorfos cuja população seja de trezentos ou mais indivíduos, tendo no máximo a ajuda de outros dois yautjas.

    Líderes de Clãs possuem grandes poderes políticos dentro de sua sociedade, bem como possuem exclusividade de escolha sobre as fêmeas yautjas.

    ANCIÃO

    Um Ancião é algo ainda mais raro entre os Predadores, visto que o mais comum é que um yautja morra jovem e em combate. Anciões são indivíduos centenários que sobreviveram a muitas caçadas e, portanto, são muito respeitados e reverenciados dentro da sociedade yautja.

    Os Anciões supervisionam o Ritual de Sangue de longe, em suas naves; monitorando os Não-Sangrados à medida que se tornam Sangrados em suas caçadas (embora às vezes isso também seja feito por Líderes de Clã).

    Curiosidade: Em pelo menos 2 ocasiões, Anciões/Líderes de Clãs deram armas a humanos – que ajudaram ou derrotaram um yautja em combate – como símbolo de respeito.

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