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    CRÍTICA – Olla (2019, Ariane Labed)

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    Olla é o curta-metragem escrito e dirigido pela atriz e diretora greco-francesa por Ariane Labed (O Lagosta), esposa do versátil Yorgos Lanthimos. O curta encontra disponível no serviço de streming MUBI.

    SINOPSE

    Depois de responder a um anúncio em um site de encontros para mulheres do leste da Europa, Olla (Romanna Lobach) deixa a Ucrânia e vai para os subúrbios franceses morar com Pierre (Grégoire Tachnakian), que vive com a mãe idosa (Jenny Bellay). No entanto, o subúrbio não é o que ela esperava, e nada sai como esperado.

    ANÁLISE

    Olla é um drama de 28 minutos que vai te deixar com uma sensação de desconforto e estranheza ao logo de toda sua breve duração, assim como em longa-metragem de diretores como Darren Aronofsky (Mãe!) e Yorgos Lanthimos (A Favorita).

    O curta-metragem é incrivelmente bem dirigido, tem uma fotografia maravilhosa e segue uma narrativa bastante peculiar. Além disso, o curta toca em temas como sexo, solidão e exploração sexual.

    Juntamente com, abordagem diante da situação do homem que vive à margem da marginalidade do subúrbio francês. O curta mostra bem que, não importa em qual país você vive, subúrbio é subúrbio em qualquer local do mundo.

    A estreia de Ariane Labed na direção mostra que a diretora teve grande influência sobre a obra do seu cônjuge seja em sua maneira de filmar ou ao apresentar personagens que possuam um comportamento estranho, desconexo e subversivo com a realidade.

    A mesma trabalha de forma bastante crua a nudez feminina seja em seu estado mais sensual ou diante da fragilidade da terceira idade.

    O destaque do curta vai para bela atuação da atriz Romanna Lobach que apresenta estranheza, frieza e sensualidade. Principalmente com sua dança extremamente desconcertante da música “What Is Love-Haddaway.

    Quanto a atuação Grégoire Tachnakian é repleta de excentricidade e apresenta um personagem com dificuldade de se relacionar com o sexo oposto. Infelizmente, ao contrário de Lobach, a atuação de Tachnakian não tem o mesmo brilho.

    VEREDITO

    Olla é uma ótima estreia de Ariane Labed na direção e mostra que ela irá seguir o mesmo caminho da estranheza e excentricidade de Yorgos Lanthimos.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    O MUBI é uma plataforma de streaming que disponibiliza títulos caracterizados como cult, ou seja, clássicos que, muitas vezes, acumulam diversos prêmios.

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    CRÍTICA – A Subida (2019, Michael Angelo Covino)

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    A Subida, filme dirigido por Michael Angelo Covino, é uma obra da Sony Pictures, distribuída on demand no Brasil nas principais plataformas digitais.

    SINOPSE

    Mike (Michael Angelo Covino) e Kyle (Kyle Marvin) são melhores amigos e passaram anos da vida juntos. Entretanto, Mike acaba dormindo com a noiva de Kyle, abalando a amizade dos dois. Será que as coisas voltarão ao normal depois disso?

    ANÁLISE

    A Subida é um longa que aborda a amizade masculina e, também, os relacionamentos tóxicos, pois lida com as pressões de amar alguém. 

    Apresentando de forma sarcástica e ácida como as pessoas podem nos influenciar, A Subida é um filme imersivo e que nos faz pensar bastante em nossa vida, pois nos identificamos com os protagonistas em vários momentos.

    Mike e Kyle são bem opostos em seus pensamentos e ideais, pois têm valores bem distintos. O primeiro é depressivo e autodepreciativo, uma vez que tem comportamentos tóxicos para com as pessoas ao seu redor. Já o segundo um homem esquisito, mas doce, que tem como característica principal sua ingenuidade.

    De certa forma, os dois se complementam, mesmo que de forma negativa, visto que Mike é manipulador e deixa Kyle em situações embaraçosas. A relação deles é bastante comum se avaliarmos o contexto em que vivemos, pois sempre temos alguém que amamos, mas que suga nossa energia em diversos momentos.

    Sobre as atuações, Michael Angelo Covino e Kyle Marvin consegue passar as nuances de seus personagens por meio dos diálogos estranhos do roteiro e pela fisicalidade, pois conhecem muito bem a proposta do filme. Temos um humor bastante físico no longa e eles entregam muito bem suas cenas. Outro destaque vai para Gayle Rankin, a noiva de Kyle, Marissa, que é uma mulher amarga e mesquinha, mas que ama Kyle e tenta ser o melhor que pode por ele.

    Sobre a direção, Michael Angelo Covino tem delicadeza em sua função e sabe aonde quer chegar. Ao mostrar seus personagens em momentos constrangedores, mas necessários, ele consegue captar o melhor de seus protagonistas, algo muito importante para A Subida.

    VEREDITO

    A Subida é um filme envolvente e que aborda relacionamentos de modo preciso. Ao tratar de forma bastante crível os problemas de gostar das pessoas, o longa tem um toque muito pessoal da direção, conversando diretamente com seus espectadores.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

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    Mefisto: Conheça o demônio da Marvel

    Mefisto (Mephisto, no original) é um demônio das HQs da Marvel Comics que é muitas vezes confundido com a versão bíblica de Satanás. Ele foi criado por Stan Lee, John Buscema e Jerry Robinson, já a sua primeira aparição foi no quadrinho Surfista Prateado #3 – Vol. 1, dezembro de 1968.

    ORIGEM

    Algumas HQs contam que Mefisto surgiu de um conjunto concentrado de energias negativas deixadas no lago do esquecimento, junto de outras entidades maléficas nomeadas de Senhores do Inferno.

    Em outras HQs é relatado que inicialmente o vilão surgiu como “uma mosca”, de uma dimensão compacta onde controlava um submundo flamejante sempre referido com diversos nomes, como Hades e Inferno.

    Como dito anteriormente, Mefisto é sempre confundido com Satanás ou o Diabo cristão, mas para deixar bem explicado, até mesmo o Inferno que ele comanda não é bem o “inferno” oficial, já que, no Universo Marvel, vários demônios concorrem pelo título de Lorde do Inferno – um título rotativo, passado de tempos em tempos, que determina qual demônio deve assumir o posto de “demônio principal”.

    Mefisto é conhecido como o demônio metamorfo, trapaceiro e perigoso. O medo que sentem por ele se dá ao fato de que ele toma as almas das pessoas que se oferecem e sempre tem como desejo, tomar as almas dos heróis.

    AÇÕES

    Para que ele tenha sucesso ao possuir estas almas, estas precisam estar corrompidas, o que torna o seu desejo difícil de alcançar. Muitos foram enganados por Mefisto e seus feitos mais importantes foram:

    • Captura e a apreensão da alma de Cynthia von Doom, mãe de Victor von Doom (Dr. Destino);
    • Criação do Motoqueiro Fantasma, colocando o demônio Zarathos no corpo de Johnny Blaze;
    • Criação do demônio Coração Negro, uma entidade que amaldiçoa muitos heróis na Terra;
    • Além de Johnny Blazer, Mefisto já interagiu e fez pactos com outros personagens, como: ThorDoutor Destino, Doutor Estranho e até o Homem-Aranha;
    • Teve fragmentos de sua alma utilizados para gerar os gêmeos de Wanda MaximoffVisão – que, na teoria, não pode engravidá-la por ser um sintozoide.

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    Conheça Wiccano, o filho da Feiticeira Escarlate

    Conheça Célere, um dos gêmeos de Wanda Maximoff

    Mefisto também lutou contra os X-Men, os Vingadores e o Quarteto Fantástico em uma minissérie de quatro edições, intitulada: Mephisto vs.

    PODERES E HABILIDADES

    Mefisto possui um vasto conhecimento e poderes sobrenaturais, os quais ele usa para traçar seus pactos e contratos macabros, além de conseguir manipular heróis e outros personagens com sua habilidade de persuasão. Entre seus dons, ele possui força, resistência, velocidade e regeneração sobre-humanas, tornando-o um inimigo muito perigoso no combate corpo-a-corpo.

    Ele consegue produzir feitiços, maldições e invocações de diferentes culturas, utilizando dos mais profundos tipos de manipulação mágica, e variadas fontes místicas para atingir seus objetivos.

    Diante de todas essas habilidades, Mefisto tem a sua primária, original e mais utilizada habilidade que seria a metamorfose, podendo se transformar à vontade em qualquer pessoa ou criatura, sempre para ludibriar e iludir seus adversários.

    VEJA TAMBÉM: Tudo sobre WandaVision, série original do Disney+

    Outro dom famoso é a manipulação da realidade, que ele usa para os mesmos fins, sendo capaz de distorcer o universo inteiro à sua vontade e imagem.

    Por último e não menos importante, ele ainda é imortal, podendo voltar à vida sempre que é derrotado.

    Sua principal fraqueza é a incapacidade de brincar livremente com a vida das pessoas e precisa primeiro corrompê-las para que elas aceitem seus pactos e contratos.

    OUTRAS MÍDIAS

    Johnny Blazer (Nicolas Cage) e Mefisto (Peter Fonda).

    Mefisto é um personagem muito conhecido e chega a ser quase impossível que você nunca tenha ouvido falar dele, ele apareceu no filme do Motoqueiro Fantasma (2007), sendo interpretado pelo ator Peter Fonda.

    Fez uma breve participação no desenho animado Homem-Aranha e seus amigos e apareceu na segunda temporada do desenho do Surfista Prateado.

    Nos vídeogames, Mefisto aparece nos jogos:

    • Diablo 2 da Blizzard Entertainment (apesar de seu visual não lembrar o personagem da Marvel);
    • Silver Surfer para o Nintendo;
    • Em Marvel Super Heroes o vilão aparece no cenário de Thanos, bem como no final de Coração Negro;
    • E também aparece no final de Morrigan no game Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds

    Especula-se que Mefisto aparecerá em algum momento na série WandaVision no Disney+, mas nada foi confirmado e só nos resta esperar pelos próximos episódios.

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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES | O Internato – Las Cumbres (1ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

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    O Internato – Las Cumbres, é um reboot da série espanhola O Internato, que foi exibida de 2007 a 2010. O seriado será distribuído pela Amazon Prime Video e estreará no dia 19 de fevereiro de 2021.

    SINOPSE

    Um grupo de jovens vive num internato isolado de todos com regras rígidas. Sofrendo com pressões psicológicas graves, agora eles devem lidar também com acontecimentos paranormais que os assolam no meio de todo o tormento por parte dos funcionários do local.

    ANÁLISE

    O Internato – Las Cumbres é uma mistura de Elite com obras de terror quer envolvem seitas malignas, pois há aqui um grande mistério no ar em meio à questões alheias da juventude.

    Ao passo que temos elementos de terror e suspense, com um jump scare aqui e outro ali, o enfoque está na saúde mental dos personagens, visto que há diversos momentos de tortura psicológica que vem em parte pelos empregados do local que tem uma postura rígida e de punição, e em parte dos próprios alunos que cometem bullying uns com os outros pela suas diferenças. 

    Como produto, O Internato – Las Cumbres em seus primeiros quatro episódios assistidos ainda não mostrou a que veio, uma vez que ainda não sabe o tom que deve adotar e quais narrativas desenvolver. A trama é um emaranhado de fios sem direção que busca chegar em algum lugar, mesmo que ainda não saiba onde.

    Ao tentar desenvolver um grande grupo de personagens, a série se perde e nos faz ficar também perdidos, pois não há um desenrolar. Isto, claro, na primeira metade da temporada, visto que há uma chance de termos uma boa trama até o final da primeira temporada.

    Como destaques do roteiro estão as questões adolescentes como insegurança, puberdade, sexualidade, saúde mental e a própria liberdade, por exemplo. O fato deles estarem encarcerados ajuda muito na empatia que sentimos pelos personagens, além de entendermos também os problemas do elenco adulto que tem privações por conta da religião e outras crenças bastante questionáveis.

    ASPECTOS TÉCNICOS DE O INTERNATO – LAS CUMBRES

    Sobre as questões técnicas, há aqui qualidade em diversos aspectos. O elenco escolhido aparenta ser realmente jovem, algo que não acontece em boa parte dos seriados, por exemplo. As cores lavadas dão um aspecto sombrio para a série, pois deixam um ar de sobriedade. As atuações são boas com destaques para Claudia Riera, Paula Del Rio e Daniela Rubio

    O roteiro é irregular, pois não consegue desenvolver muito bem sua história. Todavia, a direção funciona muito bem, uma vez que consegue dar aspectos de uma obra de qualidade usando os recursos que tem.

    VEREDITO

    o internato

    As primeiras impressões de O Internato – Las Cumbres trazem um misto de satisfação e decepção, pois existem aspectos interessantes em sua composição, mas o roteiro entrega muita confusão na sua estrutura. Se a série conseguir amarrar as pontas soltas da trama e desenvolver melhor alguns personagens, há a possibilidade de termos um bom divertimento nas mãos da Amazon Prime Video. Esperemos…

    Nossa nota

    2,5 / 5,0

    Confira o trailer:

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    CRÍTICA – Marvel 616 (1ª temporada, 2021, Disney+)

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    A série antológica documental Marvel 616 mostrou que a Marvel Studios e a Marvel Comics estão em perfeita sintonia nessa nova fase. A produção faz parte de um projeto criado em 2018 para a Disney que também conta com a série Marvel’s Hero Project.

    O documentário estreou na última sexta-feira (29/01) na Disney+ com a premissa de explorar os impactos culturais, sociais e históricos do universo da Marvel Comics e sua inversão com o mundo. Através de episódios distintos o espectador é apresentado a histórias que influenciaram várias vidas.

    Nesse sentido, Marvel 616 cria um sentimento de nostalgia ao mesmo que entrega algo totalmente novo. Desde o homem aranha japonês, passando pela representação feminina, artistas estrangeiros e chegando aos incríveis cosplays; são episódios que constroem uma narrativa mais interessante e engajada.

    O fato da série trabalhar com diferentes diretores contribui para que cada episódio tenha um efeito único, ainda que alguns sejam mais sucedidos que outros. Dessa forma, cada cineasta expõe sua visão sobre esse universo maravilhoso que felizmente se passa na nossa Terra – 616.

    Confira uma breve análise de cada episódio:

    E1 – O Homem-Aranha Japonês 

    É impressionante, mas muita gente não sabe que o Homem-Aranha estreou uma série japonesa que gerou grande influência no país. O primeiro episódio de Marvel 616 dirigido por David Gelb conta como essa história surpreendente começou.

    No final dos anos 70, o produtor Gene Pelc viajou ao Japão e percebeu que apesar da infinidade de mangas não havia sequer um quadrinho da Marvel.

    Pelc então ligou para Stan Lee e lhe deu a ideia de fazer quadrinhos do Amigão da Vizinhança voltado para o público japonês. O sucesso foi tão grande que rendeu uma série chamada Supaidāman com cinquenta episódios para a televisão.

    Apesar do uniforme e alguns poderes serem iguais ao de Peter Parker, o Homem-Aranha japonês era algo completamente oriental com direito a robôs gigantes e vilões extravagantes.

    Consequentemente, o episódio utiliza um extenso material como vídeos e imagens da série japonesa, além de contar com os principais atores da série.

    A narrativa de forma orgânica cativa qualquer um que ame o teimoso ou adore as produções orientais. Logo, não é difícil entender o impacto cultural e técnico que Supaidāman provocou no mundo.

    2 – Mais Alto, Mais Longe, Mais Rápido

    Ao longo dos oitenta anos da Marvel Comics, muitas mulheres passaram pelas mesas de desenhos. Ainda que nem todas tenham ganhado seus devidos créditos, seus trabalhos foram eternizados em histórias e contribuíram para a representatividade e inclusão do público feminino no ramo.

    O segundo episódio de Marvel 616 dirigido por Gillian Jacobs (Community) é intimista e vai ao cerne de questões polêmicas. Porém, tem um olhar maduro e esperançoso ao apresentar editoras como Kelly Sue DeConnick e Sana Amanat.

    DeConnick criou a Capitã Marvel que conhecemos nos atuais quadrinhos e filmes, já Amanat criou a super-heroína muçulmana chamada Kamala Khan codinome Ms. Marvel.

    Além de apresentar a trajetória dessas fantásticas mulheres que revolucionaram a Marvel, o episódio também conta como na década de 50, as histórias em quadrinho foram “acusadas de colocar em risco a juventude da América”.

    Dessa forma, a narrativa constrói tanto uma visão histórica, como social sobre a força feminina na Marvel.

    3 – Artistas Incríveis

    Com a globalização da Marvel, seus artistas são pessoas de todos os cantos do planeta com vivências diferentes daqueles que originalmente fundaram a Marvel Comics. Logo, mesmo que a maioria das histórias da Marvel tenha Nova Iorque como palco principal, é através da pluralidade que crianças de todo mundo se identificam com seus personagens favoritos.

    O terceiro episódio de Marvel 616 dirigido por Clay Jeter relata a jornada de dois artistas espanhóis que estão por trás de duas grandes HQs de sucesso.

    O artista Javier Garrón nunca desistiu do seu sonho de trabalhar para a Marvel e atualmente, todo estilo visto nas histórias de Miles Morales é obra sua. Já a artista Natacha Bustos é responsável por Garota da Lua e Dinossauro Demônio.

    Ambos os artistas desenham histórias que carregam representatividade e inspiram empoderamento. O episódio aborda também seus processos criativos e quais caminhos esses artistas tomaram em suas vidas. Além disso, é um episódio que desmistifica os Estados Unidos como centro da Marvel.

    4 – Achados e Perdidos

    O quarto episódio é sem dúvida o mais deslocado da série Marvel 616. Na premissa, o comediante Paul Scheer vai atrás de personagens da Marvel que mal tiveram mais de dez edições em quadrinhos e nunca foram vistos ou ouvidos novamente. Contudo, a comédia exacerbada e direção desinteressante de Scheer torna o episódio maçante.

    Ainda assim, é surpreendente ver como alguns heróis simplesmente não dão certo e são esquecidos pela eternidade. Com uma variedade de 50 mil personagens, Paul Scheer escolhe as quatros edições de Força Animal para resgatar do esquecimento.

    Força Animal é um grupo de heróis metade animal e metade robôs que lutam contra crimes ambientais. Logo, Scheer constrói um novo designer para esses personagens a fim de vender como um possível sucesso aos executivos da Marvel.

    5 – O Traje Perfeito

    A arte de fazer cosplay é tanto uma forma de prestar homenagens aos personagens, como fazer parte de um grupo.

    O quinto episódio é dirigido por Andrew Rossi e acompanha cinco cosplayers na Comic Con de Nova Iorque. É um olhar bastante intimista sobre a vida dessas pessoas que visa entender o que os move a fazerem cosplays.

    Nesse sentido, o episódio acompanha suas trajetórias na montagem de uma roupa, desde a concepção do visual até a costura do traje. Logo, ao focar na vida pessoal dos cosplayers, o episódio aborda todo processo cansativo que é fazer essa arte. Porém, a gratificação acontece na convenção de Nova Iorque.

    Fazer cosplay é uma arte que transmite alegria e externaliza sentimentos pessoais. Além disso, o episódio mostra a importância de estar em uma comunidade saudável que aceita seus membros.

    O episódio também fala como a arte pode ajudar com questões sobre gênero e distúrbios psicológicos.

    6 – Tirando da Caixa

    A Marvel sempre esteve presente no mundo dos brinquedos; seus colecionáveis geram milhões de dólares por ano. Logo, é inevitável não falar sobre como a indústria de brinquedos da Marvel se transformou ao longo das gerações.

    O episódio Tirando da Caixa dirigido por Sarah Ramos aborda desde do surgimento dos primeiros brinquedos Marvel até os famosos Funko.

    Nesse sentido, o episódio tem uma narrativa lenta mostrando momentos históricos, como as primeiras propagandas da linha Marvel Legends inicialmente produzida pela Toy Biz. Contudo, em 2007 a empresa fechou e as figuras de ação passaram a ser produzidas pela Hasbro.

    Além disso, as entrevistas com CEOs e funcionários das empresas mostram os pontos positivos e negativos de se estar no ramo dos brinquedos.

    Apesar do episódio ser consistente, o foco na indústria tira o mais interessante de ser visto, justamente os colecionáveis.

    7 – O Método Marvel

    Dan Slott.

    O sétimo episódio de Marvel 616 dirigido por Brian Oakes é um agrado aos fãs mais antigos. O Método Marvel de fazer quadrinhos foi criado por Stan Lee e Jack Kirby nos anos 70 e ainda é usado por alguns veteranos como Dan Slott.

    No processo é apresentado ao desenhista um roteiro curto, no qual o artista tem a liberdade de criar novas cenas. Em seguida, ao retornar ao escritor os personagens ganham suas falas de acordo com o que foi desenhado. O método trabalhoso e estressante é pouco usado atualmente, mas rendeu histórias como A Morte do Homem-Aranha e Homem de Ferro 2020.

    Nesse sentido, o episódio mostra o dia a dia do roteirista e desenhista passando por seus conflitos e agendas apertadas.

    Infelizmente, é um episódio fraco e que deixa a desejar. A falta de criatividade em mostrar como é aplicado O Método Marvel torna o episódio entediante.

    8 – No Holofote

    Para o último episódio de Marvel 616, a gigante dos quadrinhos mostrou que é capaz de transformar até mesmo os jovens.

    No Holofote dirigido por Alison Brie (Community) acompanha duas turmas de uma escola em Brandon, na Flórida. No clube de teatro, a professora Courtney Kyle produz duas peças sobre a antologia Marvel Spotlight.

    A primeira turma irá apresentar Garota Esquilo Vai Para Universidade e apesar de serem jovens mais experientes ainda sofrem com o nervosismo. Já a segunda turma está sentindo a pressão de estar no palco pela primeira vez ao interpretarem a peça Ms. Marvel.

    A direção e narrativa no episódio foca principalmente nos adolescentes mostrando suas vivências, medos e alegrias.

    Logo, sendo o episódio mais longo é fácil se emocionar com os alunos de Brandon. Percebemos um sentimento de descobrimento e pura verdade em cada fala, os jovens se sentem de fato ligados aos personagens da Marvel. Com isso, No Holofote encerra uma série que sem dúvida merece uma segunda temporada.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Assista ao tralier legendado:

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    CRÍTICA – GYO (2021, Devir)

    Agora em fevereiro a editora Devir dá continuidade à sua excelente coleção de mangás do selo Tsuru, que reúne os maiores mangakás do Japão. Com isso em mente, a estreia desse mês veio com pé direito: trata-se de nada mais, nada menos que GYO, do fantástico Junji Ito.

    SINOPSE

    Todashi e Kaori vão passar férias em Okinawa, uma ilha ao sul do Japão. Depois de um mergulho no mar, eles começam a sentir um cheiro estranho.

    O forte cheiro de morte vai aos poucos tomando conta da ilha e antes que o casal possa identificar sua origem eles avistam um peixe em terra firme… um peixe apodrecido com pernas mecânicas. Segure a respiração até que tudo seja revelado.

    ANÁLISE

    Em GYO, Junji Ito segue a mesma fórmula que fez sucesso em Uzumaki, ao pegar algo que é do nosso cotidiano e transformar em uma trama insana repleta de horror e bizarrice.

    Contudo, essa repetição de recurso narrativo não torna a obra cansativa. Pelo contrário, esse método dá liberdade criativa ao talentoso mangaká para surpreender o leitor com algo extremante absurdo.

    A trama de GYO se inicia com algo simples e que parece que terá uma solução rápida ao fim do capítulo. No entanto, o enredo vai criando um escopo de bizarrice que deixa qualquer leitor apreensivo.

    A obra de Junji Ito me causa um enorme desconforto quando ele apresenta algo que é grotesco. O autor tem um traço limpo e sem muitos detalhes dentro do cotidiano “normal” de seus personagens, mas quando é para chocar com suas insanidades ele não mede esforços para realizar algo surreal. Certamente te deixará com repugnância de toda situação.

    Lançada originalmente em 2001, GYO trata de bizarrices e temas que 20 anos depois seguem incrivelmente atuais

    Além disso, a obra em determinado capítulo traça um paralelo com os tempos sombrios que estamos vivendo atualmente. Por mais que GYO tenha sido publicado originalmente em 2001, vai ser inevitável o leitor não relacionar com pandemia.

    O destaque da obra vai para a forma que Ito trabalha o terror, tendo fortes influências em H.P. Lovecraft, deixando o leitor instigado pela contínua leitura, em estado de horror e aflição. O roteiro é bem simples, mas apresenta uma fluidez na leitura que vai te deixar completamente envolvido até a última página do mangá.

    VEREDITO

    Definitivamente, GYO já entrou em minha lista de melhores mangás de terror do ano. Sem dúvidas, a obra irá agradar a todos os fãs do gênero.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    GYO: INFORMAÇÕES E ONDE COMPRAR

    A Devir irá lançar sua edição de GYO em 25 de fevereiro de 2021, que reúne os dois volumes originais em capa mole e sobrecapa.

    Título original: Gyo Ugomeku Bukimi (ギョ うごめく不気味) Volumes 1 e 2
    Editora Original: Shogakukan
    Roteiro e desenhos: Junji Ito
    Tradução: Arnaldo Oka
    Formato: 17 x 24 cm
    Lombada: 2,4 cm
    Estrutura: 408 páginas PB
    Acabamento: Brochura com sobrecapa
    Peso: 610g

    Clique aqui para comprar.

    A edição da Devir faz parte da Coleção Tsuru, que reúne os maiores mangakás do Japão. Entre eles:

    Clique nos links acima para ler nossas resenhas de cada obra.

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