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    CRÍTICA – Kirby: Return to Dreamland Deluxe (2023, Nintendo)

    Kirby: Return to Dreamland Deluxe, lançado para o Nintendo Switch em 24 de fevereiro de 2023, é o remaster do game lançado para o Wii U em 2011. Ainda que o game não tenha envelhecido nada desde seu lançamento, ele se mostra como uma bela oportunidade de revisitar o lindo game de plataforma 3D. O mais novo game da adorada e fofinha criatura rosa que é uma das caras da Nintendo nos lança por uma desafiadora viagem.

    Somos ambientados à história de Kirby, quando o mago Magolor e sua nave caem em sua realidade. Ao longo do game, precisamos encontrar os itens avariados da Astrovela, a nave de Magolor que caíram em diversos reinos. A diferença do game em relação ao seu lançamento anterior é que Kirby: Return to Dreamland Deluxe é completamente localizado em PT-BR, o que mostra o maior cuidado que a Nintendo vem tendo com os jogadores brasileiros.

    SINOPSE

    A poderosa bolinha rosa retorna ao planeta Pop com o objetivo de ajudar a reconstruir a nave do mago Magolor. Nessa nova aventura de plataforma multiplayer para até 4 jogadores, podemos contar com novas habilidades, como a maqui e a areia.

    Lute e flutue com amigos no mesmo console, em que cada jogador pode controlar um Kirby diferente ou um de seus icônicos amigos, como o Rei Dedede, o Meta Knight e o Waddle Dee de bandana.

    ANÁLISE

    Return to Dreamland Deluxe

    Kirby: Return to Dreamland Deluxe nos apresenta o planeta Pop de maneira única. Fazendo nossos olhos brilhar não apenas pelos desafios contidos no game, mas também pela forma do personagem avançar por entre os muitos reinos. Com cerca de 18 habilidades retornando e 2 inteiramente novas, o título nos apresenta desafios único para cada uma delas. Ao longo de suas pouco mais de 15 horas, o game nos emociona e nos desafia não apenas por meio de suas fases, mas também pelos minigames contidos no Parque Magolândia.

    Com suporte para até 4 jogadores, podemos nos colocar não apenas no controle de Kirby, mas também do Rei Dedede, do Meta Knight e também do Waddle Dee de bandana.

    A franquia Kirby surgiu no passado de maneira despretensiosa e rapidamente fez com que aquela bolinha rosa se tornasse uma das propriedades intelectuais mais rentáveis da Nintendo. O primeiro contato que tive com a franquia foi em Kirby’s Dreamland; o game lançado em 1992 e me levou por uma viagem completamente única e divertida.

    Return to Dreamland Deluxe

    O mais interessante de Return to Dreamland Deluxe são as possibilidades presentes no game. Mas não apenas isso.

    Quando imersos no que o game pode ser de acordo com a nossa maneira de jogar, é possível entendermos algumas das camadas da gameplay, o que nos permite assim, tirar o máximo do que Kirby: Return to Dreamland Deluxe. O game ainda que desafiador nos níveis mais avançados, permite que os jogadores se divirtam e se encantem com tudo que o que Kirby faz. Desde acenar em direção a tela, ou então destruir os inimigos impiedosamente com nossas habilidades.

    Um elemento interessante contido na gameplay, vem do fato de podemos desbloquear um epílogo, que nos coloca no controle de Magolor ao final do modo história. Junto dele, os modos Extra e Arena também são liberados.

    HABILIDADES, GAMEPLAY E VISUAL

    Os poderes de Kirby giram em torno de obter habilidades que podem ser roubadas ou absorvidas quando “engolimos” nossos inimigos. Algumas das minhas habilidades favoritas giram em torno de atacar tanto de perto, quanto de longe. Sendo uma delas a mais nova habilidade implementada no game, a Mecha. Que nos permite tanto planar, quanto atirar à longas distâncias e também lançar minas que explodem em raios de energia.

    A gameplay de Kirby: Return to Dreamland Deluxe é tão ou mais fluída do que os games 2D da franquia. Algo que merece ser louvado, é como a Nintendo consegue criar habilidades únicas para cada uma das 20 habilidades que podemos obter. Funcionando quase que como mecânicas novas, podemos abordar diferentes desafios por meio de diferentes habilidades. O game usa e abusa dos aspectos 3D, seja ocultando elementos pelos níveis, como dificultando nossa obtenção dos núcleos de energia que Kirby precisa capturar a fim de reparar a nave de Magolor.

    Kirby: Return to Dreamland Deluxe nos apresenta como um deleite visual. Nos reapresentando uma história divertida, desafiadora e acima de tudo, fofinha. Quando Kirby captura seus inimigos, somos lançados em uma aventura que parece nos fazer sentir que somos capazes de tudo, apenas controlando aquela fofa bolinha rosa.

    VEREDITO

    Muito distante de desanimar os jogadores da versão de Wii U, Kirby: Return to Dreamland Deluxe se apresenta como um brilhante mergulho ao planeta Pop, nos mostrando diferentes facetas de antigos personagens. Com suporte para até 4 jogadores e a localização em português do Brasil, o game ganha um novo respiro e uma nova vida no Nintendo Switch.

    Ao longo de pouco mais de 15 horas, me vi vidrado pelo quão desafiador e dinâmico o game é, nos forçando por vezes rejogar as fases a fim de garantir que não deixamos nada passar. Esse é outro elemento que me surpreendeu positivamente. O fator de replay do game é absurdo, já que nos permite encarar fases já jogadas com diferentes habilidades, nos permitindo tanto brilhar, quando acessar áreas não disponíveis anteriormente.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Kirby: Return to Dreamland Deluxe foi lançado no dia 24 de fevereiro para Nintendo Switch.

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    Coraline: As maiores diferenças entre a história original e o filme

    No último mês, recebemos o incrível Coraline, uma das obras mais assustadoras de Neil Gaiman. A versão lançada pela Rocco, vem ao Brasil no formato quadrinho e com ilustrações maravilhosas de P. Craig Russel. A parceria vem de mais de 30 anos, com o ilustrador já tendo adaptado diversos livros do autor.

    Coraline ganhou os holofotes quando foi adaptado para animação stop-motion em 2009. E desde então, Gaiman tem tido cada vez mais mais destaque, com suas obras ganhando cada vez mais versões live-action, como foi com Lucifer – uma adaptação livre do personagem criado por Gaiman -, Deuses Americanos, Good Omens e o incrível Sandman.

    A edição lançada no Brasil pela Editora Rocco faz um trabalho brilhante ao colocar na trama elementos factíveis, e uma ilustração bem mais humana e real. Focando quase que inteiramente no horror que é, ver humanos como os conhecemos com olhos de botões.

    Trazemos neste artigo alguns pontos que foram adaptados da obra original de Neil Gaiman, tendo muito ou quase nenhum impacto sobre a trama original.

    A DIFERENÇA GRÁFICA ENTRE O QUADRINHO E A ANIMAÇÃO

    Coraline

    O quadrinho da Editora Rocco traz uma ilustração muito mais pé no chão do que o que foi visto na animação. Com elementos estilizados e visuais espalhafatosos, Coraline de 2009 contou com um estilo gráfico único. A ilustração de Russell é tão real quanto assustadora. E daí, vem o mais pesado aspecto desta história: ver humanos se transformar em criaturas horrendas, com grandes dedos que lembram garras e enormes dentes com sorrisos maléficos. E os olhos de botão são apenas a cereja do bolo.

    WYBIE NÃO EXISTE NO LIVRO

    Coraline

    Caso você tenha assistido a animação antes de ler o quadrinho, não se assuste ao não encontrar um dos mais intrépidos personagens do filme de 2009. Wybie tem um papel importante no filme e serve por vezes como um “guia” de Coraline pelo que ele se refere como a “Casa Rosa”.

    No livro, Coraline é sua própria guia e o fato de ser uma “exploradora”, dá ainda mais destaque à personagem e sua amizade com O Gato, seu fiel confidente e protetor.

    CORALINE MORA ORIGINALMENTE NA INGLATERRA E NÃO NOS ESTADOS UNIDOS

    Não que isso influencie muito a história, mas a mudança de um continente ao outro estão basicamente ligadas aos hábitos de consumo de Coraline e seus pais. O diretor Henry Selick optou por ambientar o filme no Oregon pois havia escalado em grande parte atores americanos para o filme. As únicas personagens que mantiveram sua nacionalidade inglesa, foram as vizinhas de Caroline, a Srta. Spink e a Srta. Forcible.

    A PERSONALIDADE DE CORALINE MUDOU COMPLETAMENTE

    Coraline

    No quadrinho, Coraline é vista como uma jovem paciente, curiosa e resiliente, passando por vezes por apuros para evitar maiores conflitos sem reagir. No filme, ela é colocada como uma personagem reativa e é quase sempre vista como uma garota mal-humorada e difícil de lidar.

    A forma como Gaiman descreve a personagem no livro, a coloca como uma criança inteligente, observadora e quieta. Já a versão do filme a faz se apresentar como uma personagem independente, por vezes mais audaciosa e mais respondona.

    O OUTRO MUNDO É COMPLETAMENTE DIFERENTE

    Ainda que o outro mundo pelo qual Coraline adentra não engane nossa protagonista no livro, a sua contraparte do longa se vê capturada por características únicas daquele lugar. Como um mundo lúdico e “reativo”, o diretor cria no longa sequências super interessantes que prenderiam a atenção de qualquer criança, dando aquele lugar um tom mais alegre e mais animador do que o mundo real, no qual nossa personagem vive.

    A BONECA DE PANO COM OLHOS DE BOTÃO

    Coraline

    Mais um elemento interessante do longa está contido em sua sequência inicial. O filme de Henry Selick nos apresenta a ameaça que Coraline enfrentará desde seus primeiros momentos. Com mãos que lembram agulhas e alfinetes, vemos uma boneca de pano ser construída com partes de outras até ganhar a forma de Coraline.

    O filme estabelece que essa é uma das táticas da outra mãe de atrair crianças para seu mundo. Wybie tem mais um papel no longa além de servir como um guia, ele entrega a boneca que parece ter surgido em sua vida à Coraline. A jovem a partir dali leva a boneca para todos os lados em suas aventuras e explorações.

    A boneca não é um elemento narrativo da história original de Gaiman, tendo sido criada inteiramente pelo diretor para o filme.

    O OUTRO MUNDO

    Coraline

    Quando Coraline fica presa no outro mundo e tenta fugir pela porta da frente da Casa Rosa, ela percebe que uma forte névoa cerca o lugar. Quando o gato conta a ela que é impossível fugir dali, ela não desiste e caminha até os confins daquele lugar. Como uma espécie de reprodução do mundo real, a outra mãe parece ter copiado apenas o que mais lhe interessa para prender a jovem do outro mundo: a casa e o jardim da frente. Quanto mais Coraline adentra a névoa, menos ela vê, pois não há mais nada ali, a não ser a casa e o jardim da frente.

    Enquanto tenta se encaminhar para o ponto mais equidistante em relação à casa, Coraline retorna ao ponto de partida. Mostrando que aquele universo não é infinito, como o nosso.

    A diferença está aí. No filme, a outra mãe cria para Coraline em uma tentativa de fazê-la ficar, um jardim com o formato de seu rosto. Repleto de magia e mistério, o lugar é cenário de um importante conflito que se dará ao final da história.

    A OUTRA MÃE É MAIS ASSUSTADORA NO LIVRO

    Coraline

    Ainda que a outra mãe de Coraline se transforme em uma das criaturas que a protagonista mais tem medo – uma espécie de aranha gigantesca -, o que quadrinho acaba por causar aos seus leitores uma sensação de perigo muito maior. Seja por seu estilo gráfico mais realista, que aliado ao texto de Gaiman nos causam um maior incômodo, vemos a história se desenrolar sem saber a extensão do poder do inimigo que Coraline enfrenta, o que é diferente no filme.

    Algumas linhas de diálogo inclusive servem para nos causar um incômodo singular, estabelecendo o que a outra mãe é capaz de toda e qualquer coisa para obter seu objetivo.

    FINAIS DIFERENTES

    Na versão do filme, Wybie auxilia Coraline a se livrar da mão. O que é anticlimático e coloca a personagem de natureza independente como dependente da ajuda de alguém para salvar sua própria vida e aquela realidade.

    O final do livro é bem mais interessante do que a versão do filme, pois diferente do fato da personagem precisar da ajuda de alguém para vencer o mal que ela enfrenta, ela descobre tudo sozinha. Um dos elementos mais interessantes da história é que Coraline vê sua vida ter alguns dias de tranquilidade antes de retornar à ação. E após alguns dias de descanso, enquanto a outra mãe tentava cruzar para seu mundo, ela monta uma armadilha e prende a mão no fundo do poço.

    O quadrinho da Editora Rocco nos lança pelos mais diversos mistérios, mas causa certos incômodos. Mais incômodos do que a animação de 2009. O quadrinho está disponível para venda.


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    10 grandes diretoras que ajudaram a criar a história da Sétima Arte

    As dificuldades de fazer cinema sendo mulher são inúmeras. Desde chefiar equipes muitas vezes masculinas e em jornadas de trabalho de muitas horas até o desafio de conciliar essa carreira com trabalhos não remunerados. Nas premiações mais importantes do cinema, as mulheres não são maioria, nem mesmo representam a metade dos indicados. Talvez isso só ocorra quando houver uma paridade de gênero na composição dos votantes, na direção dos festivais e quando houver mais diretoras realizando longas-metragens com grande orçamento.

    Em quase um século de Oscar, apenas sete diretoras foram indicadas ao prêmio de Melhor Direção.

    A história do cinema é, como todas, também a história de grandes mulheres, que tiveram de lutar contra tal sistema engessado, a fim de poderem simplesmente criar, realizar seus filmes, oferecer seus pontos de vista peculiares enquanto realizadoras e diretoras. Assim, separamos aqui uma lista de algumas dessas mulheres brilhantes e lutadoras, que ajudaram, com sua arte, talento e força, a forjar a história do cinema, no Brasil e no mundo.

    Confira 10 diretoras que marcaram história no cinema:

    Agnès Varda

    A cineasta belga Agnès Varda influenciou de tal forma não só o cinema como a própria afirmação feminina nas artes, que não é exagero dizer se tratar de um dos maiores nomes do cinema e da arte no mundo hoje. Partindo de uma sensibilidade para a escolha de cenários reais e não-atores em seus trabalhos, e utilizando um experimentalismo estético de rara beleza e força, Varda trata, em sua obra, de questões fundamentais, como o feminino, as questões sociais e de classe, a vida real, as margens da sociedade, com um olhar documental, experimental e criativo sobre o que é ser mulher no mundo.

    Anna Muylaert

    São poucos hoje os nomes que se comparam, em prestígio e reconhecimento no cinema brasileiro, com o de Anna Muylaert. Depois de dirigir Durval Discos e É Proibido Fumar, Anna conquistou sucesso comercial, de crítica e prêmios em todo mundo com a obra-prima Que Horas Ela Volta?, de 2015. Tendo sensivelmente captado o espírito de uma conturbada época de erupção social e política no Brasil – da qual até hoje ainda não parecemos ter saído – , parece significar perfeitamente uma parte fundamental dos conflitos históricos que separam classes no país, e que até hoje dão o tom das relações pessoais, profissionais e sociais por aqui.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | #52filmsbywomen 19 – Que Horas Ela Volta? (2015, Anna Muylaert)

    Jane Campion

    A diretora neozelandesa é responsável pelo majestoso filme O Piano, de 1993, que a colocou numa lista pequena de diretora mulher indicada ao Oscar a tornou a primeira e única (até o momento) a vencer a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes. O longa também rendeu a ela o Oscar de Melhor Roteiro Original. Jane se tornou a terceira mulher, em 94 anos de premiação da Academia, a arrebatar a estatueta. Ela venceu na categoria de Melhor Direção pelo filme Ataques dos Cães.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Ataque dos Cães (2021, Jane Campion)

    Greta Gerwig

    A americana de ascendência alemã Greta Gerwig, hoje também conhecida pela nova adaptação de Adoráveis Mulheres, concorreu ao Oscar em 2018 por Lady Bird: A Hora de Voar, seu primeiro trabalho solo de direção. O filme, estrelado pela atriz Saoirse Ronan, acompanha a vida de Christine McPherson em Sacramento, na Califórnia, e sua adolescência recheada de descobertas, turbulências e crises com os pais, namorado e consigo mesma.

    PUBLICAÇÕES RELACIONADAS:

    CRÍTICA – Adoráveis Mulheres (2020, Greta Gerwig)

    CRÍTICA – Lady Bird: A Hora de Voar (2017, Greta Gerwig)

    Adélia Sampaio

    A cineasta brasileira foi a primeira mulher negra a dirigir um longa no Brasil. Filha de empregada doméstica e de origem pobre, ela quebrou barreiras raciais no país com o longa Amor Maldito, em 1984. A quase inexistente presença de mulheres negras no próprio imaginário social a respeito do cinema brasileiro ilustra o injusto apagamento que a história cometeu contra Adélia Sampaio e tantos outros nomes, mas ao mesmo tempo sublinha a força de seu trabalho, que segue, hoje, carregando dezenas de curtas e longas metragens em sua carreira.

    Sofia Coppola

    Cineasta, roteirista, produtora e atriz ítalo-americana, Sofia Coppola é responsável por dramas marcantes de linguagem sensível e ousada, como Lost in Translation, que em 2010 recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Original. Foram os Encontros e Desencontros de uma estrela de cinema (Bill Murray) e uma mulher (Scarlett Johansson) acompanhando seu marido em Tóquio que renderam à cineasta ítalo-americana uma indicação ao Oscar de Melhor Direção, em 2004.

    Emerald Fennell

    Através da comédia ácida Bela Vingança (2021), a atriz Emerald Fennell faz sua entrada triunfal como diretora de cinema. A trama que manipula comédia, drama e suspense faz um retrato irônico e brutal sobre a violência contra a mulher. Não à toa, o longa fez sucesso no Festival Sundance. O longa também foi indicado a Melhor Filme, Montagem, Atriz e acabou levando a estatueta por Melhor Roteiro Original.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Bela Vingança (2021, Emerald Fennell)

    Chloé Zhao

    Roteirista, produtora e diretora chinesa, Chloé Zhao é responsável pelo aclamado longa Nomadland, garantiu o Oscar de Melhor Direção em 2021. O longa é baseado no livro Nomadland: sobrevivendo nos Estados Unidos no século 21, da jornalista Jessica Bruder, acompanha as viagens de Fern (Frances McDormand), uma mulher na casa dos 60 anos, pelo oeste dos Estados Unidos, e seus encontros com nômades modernos.

    Chloé também está por trás do roteiro, direção e produção do longa Eternos da Marvel Studios, lançado em 2021.

    PUBLICAÇÕES RELACIONADAS:

    CRÍTICA – Nomadland (2020, Chloé Zhao)

    CRÍTICA – Eternos (2021, Chloé Zhao)

    Laís Bodanzky

    Outro grande nome feminino do cinema brasileiro, Laís Bodanzky aborda temas centrados nos relacionamentos e ideias compartilhadas, com narrativas dramáticas focadas em assuntos mundanos e universais e como são experimentados de maneira única por cada pessoa.

    A última produção da cineasta, Como Nossos Pais, levou o prêmio de melhor filme da 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Além de ser o grande vencedor, o longa recebeu outros cinco Kikitos: direção para Laís Bodanzky, atriz para Maria Ribeiro, ator para Paulo Vilhena, atriz coadjuvante para Clarisse Abujamra e montagem para Rodrigo Menecucci.

    Kathryn Bigelow

    O Oscar é hoje um prêmio com muito mais força comercial do que propriamente artística. Isso, porém, não diminui o tamanho do holofote político e crítico que a premiação oferece – e o impacto cultural que um filme pode alcançar através do prêmio. Por isso, a diretora americana Kathryn Bigelow afirma sua importância não somente por ter conquistado o espaço como um nome forte entre a maioria masculina a conquistar o sucesso em Hollywood, como também por ter se tornado a primeira mulher a ganhar, somente em 2009, o prêmio de Melhor Diretora pela Academia de Cinema Americano, com o filme Guerra ao Terror; o longa também levou a estatueta de Melhor Filme.


    São muitos os nomes de diretoras importantes no cinema, como Ava Duvernay, Olivia Wilde, Angelina Jolie, desde diretoras, atrizes, roteiristas, maquiagem, etc, mas fica aqui nossa homenagem a elas que fazem do cinema uma arte ainda mais linda.

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    CRÍTICA – Heat 2 (2022, HarperCollins)

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    Heat 2 é a continuação do filme Heat (1995), escrito por Michael Mann e Meg Gardiner e publicado pela editora Harper Collins em 2022.

    SINOPSE

    Narrado um dia depois do desfecho de Fogo contra fogo – Heat, essa nova história leva os leitores de volta aos eventos do filme e vai além, apresentando novos personagens nos dois lados da lei, novos golpes de alto nível e cenas de ação cinematográficas de tirar o fôlego.

    Das ruas de Los Angeles, passando pela rivalidade de gangues no Paraguai e uma gigantesca operação de um cartel de drogas na fronteira do México, Heat 2 ilumina o funcionamento perigoso de organizações criminosas internacionais e dos agentes que as perseguem enquanto apresenta um retrato sanguinolento daqueles que habitam em ambos os mundos.

    ANÁLISE

    É indiscutível que Heat é um dos filmes mais icônicos da filmografia do diretor Michael Mann e que se encerra de forma magistral o conflito entre Neil McCauley (Robert De Niro) e Vincent Hanna (Al Pacino).

    Com isso em mente, eu jamais imaginei que um dia teríamos uma continuação desse filme em um épico romance de 464 páginas. Confesso que não me agradou quando soube que Michael Mann planeja um livro de seu brilhante filme. No entanto, logo nas primeiras páginas tive uma agradável surpresa com uma continuação que faz jus ao seu enredo original e expande o universo dos personagens.

    Em Heat 2, temos uma narrativa que acontece logo após o final do filme e que se passa entre os anos 1988, 1989 e 2000. Com isso, o enredo é baseado em uma narrativa de passado e presente. O livro é escrito por Michael Mann e Meg Gardiner. E ambos realizam um trabalho excelente e conduzem todo enredo dos personagens de forma coerente e respeitando a sua obra original.

    No entanto, o leitor terá que ter uma suspensão de descrença, visto que temos um assassino que conduz a trama e conecta o passado e presente de Vincent Hanna e Chris Shiherlis. Apesar dessa ressalva, o enredo é simplesmente incrível.

    Além de apresentar esse assassino que desenvolve a trama. O livro desenvolve de maneira fascinante todo o grupo de assaltantes de Neil McCauley e Chris Shiherlis antes dos acontecimentos do filme.

    Apesar de o livro ter essa narrativa de passado e presente, o enredo central é dedicado 100% a Chris Shiherlis (Val Kilmer) que é bem elaborado com sua redenção diante dos acontecimentos do assalto ao National Bank. Além disso, temos passagens de narrativa no Brasil, e que apresenta uma escrita com gírias de nosso país. É bastante interessante a

    preocupação que Michael Mann teve ao escrever essas passagens em outro país em localizar sua cultura, seja em gírias ou mesmo na ambientação.

    Em relação à narrativa, será inevitável durante a leitura e não imaginar os trejeitos dos atores que realizaram no filme. Parece que o livro já foi escrito para já ser adaptado para os cinemas com seus atores originais, mas é uma pena que talvez isso não venha acontecer diante do problema vocal de Val Kilmer.

    De fato, Heat 2 é uma continuação que achava que não havia necessidade, mas diante da excelente qualidade da obra será inevitável não desejar que esse livro um dia seja adaptado pela produção original.

    VEREDITO

    Heat 2 é uma obra fascinante, e que merece ser lida por todos os fãs do filme. Garanto que essa não é uma continuação caça-níquel e sim um projeto que respeita e expande a obra original de maneira brilhante.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Autor: Michael Mann e Meg Gardiner
    Editora: Harper Collins
    Páginas: 464

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    CRÍTICA – Wild Hearts (2023, Electronic Arts) 

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    Wild Hearts é um RPG de ação desenvolvido pela Omega Force e Koei Tecmo; e publicado pela Eletronic Arts sob o selo de EA Originals. O game foi lançado no dia 16 de fevereiro para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC.

    SINOPSE

    Wild Hearts inova o gênero de caça com tecnologias ancestrais que possibilitam o combate contra feras temíveis transformadas pelo feroz poder da natureza. Enfrente essas criaturas por conta própria ou cace com suas amizades no modo cooperativo. Ninguém se lembra por que os Kemono começaram sua fúria na outrora próspera Azuma. Alimentados pelo desespero, eles utilizam o poder da natureza primitiva em suas formas mais destrutivas. Por algum tempo, parecia que ninguém poderia aguentar o seu poder avassalador. Mas uma pessoa que domina a caça chega e traz a esperança, armada com armas mortais e tecnologias antigas chamadas karakuri, que podem mudar o rumo da batalha.

    ANÁLISE

    Wild Hearts

    Sem sombra de dúvidas, Wild Hearts é um sucesso espiritual do aclamado Monster Hunter da Capcom; e de fato o game é uma sombra da franquia concorrente, mas que apesar da clara influência tem sua própria identidade.

    Aqui, temos um jogo com sistema de caça frenético e divertido que deixará os fãs de Monter Hunter World familiarizados. Além disso, temos uma grande variação de criaturas com design incríveis que fazem uma mescla de criaturas reais com criaturas fantásticas.

    Desse modo, o jogo apresenta um vasto arsenal de armas que vão se encaixar conforme o gosto do jogador na hora da caçada. Diferente de MHW as armas aqui apresentam uma melhor fluidez na hora do combate. Por exemplo, em MHW espadas gigantes são um problema, seja no peso ou quando você parte para luta com as criaturas. Em Wild Hearts esse tipo de armamento é bem melhor de ser utilizado e deixa o personagem com equilíbrio ideal no equipamento.

    Esse foi um dos pontos positivos da jogabilidade. No entanto, nem tudo são maravilhas no “Monster Hunter da Omega Force e Koei Tecmo”, o mesmo tem uma queda muito grande de frame rate. Com os bugs que atrapalham muito a diversão. Até o momento que escrevo a crítica ainda não saiu uma patch de correção para o mesmo, mas creio que com essas correções o jogo ficará muito mais fluido e divertido.

    Além disso, é possível coletar diversos recursos no mundo, seja para melhoria do desempenho do seu personagem ou para criar itens de cura e equipamentos.

    Em relação, a parte de aprendizagem o jogo tem uma curva de aprendizagem muito boa e acaba sendo perfeito para quem ainda não tem familiaridade com esse tipo de jogo. Apesar das comparações com sua maior fonte de inspiração. Wild Hearts é um jogo divertido, e que vai exigir muitas horas do jogador para ter um desempenho legal na hora da caçada.

    VEREDITO

    Wild Hearts não chega a inovar em um jogo de caçada, mas que ainda assim tem sua própria caraterística em um jogo frenético e divertido, mas que apesar dos pequenos problemas ainda assim vale ser conferido por novos caçadores.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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    CRÍTICA – Company of Heroes 3 (2023, Relic Entertainment)

    Para a alegria de muitos fãs do trabalho da Relic Entertainment, no dia 23 de fevereiro de 2023 foi lançado o tão aguardado Company of Heroes 3. A sequência da franquia de RTS em parceria com a SEGA já era aguardada há um tempo, tendo seu último título sendo lançado nos idos 2013.

    O ano já começa quente para a grande SEGA que, não só já tinha lançado Sonic Frontiers em novembro de 2022, como também entregou o grandioso Like a Dragon: Ishin! no dia 21 de fevereiro de 2023.-

    Company of Heroes 3 é um game atualmente exclusivo de PC via Steam, com lançamento previsto para Playstation 5 e Xbox Series X e S ainda sem data revelada.

    SINOPSE

    Assuma o comando no calor da batalha em tempo real e, em seguida, comande como um general guiando a campanha geral, onde cada decisão é importante. Subjugue seus oponentes com quatro facções únicas e novos grupos de batalha internacionais. Comande forças terrestres, aéreas e navais e construa linhas de abastecimento para esmagar os avanços inimigos no novo Mapa de Campanha Dinâmica – não há duas jogadas iguais! 

    Jogue no seu próprio ritmo nos modos de campanha e escaramuça antes de mergulhar na ação multijogador empolgante. Descubra as histórias não contadas de um impressionante teatro mediterrâneo com ambientes destrutíveis de última geração, todos movidos pelo Essence Engine proprietário da Relic.

    ANÁLISE DE COMPANY OF HEROES 3

    Quando tratamos de uma franquia tão adorada, é necessário cuidado para separar o carinho pelo título da análise mais técnica e focada em entregar informações válidas aos leitores. Company of Heroes 3 é uma sequência muito aguardada de uma das melhores RTS já produzidas. O game oferece tradução para PT-BR em todos os menus e legendas.

    O game oferece basicamente 2 modos: Campanha (dividida atualmente em duas modalidades) e Escaramuça (que pode ser experimentado tanto para um jogador quanto para multijogador). Ao longo desta análise, buscarei destacar relações entre os títulos anteriores da franquia e alguns detalhes específicos com opiniões pessoais sobre o game recém lançado.

    Company of Heroes 3

    TEMÁTICA

    Um ponto muito alto a se destacar, e que diferencia Company of Heroes 3 de seus antecessores é a precisão histórica e as narrativas construídas dentro de um cenário de Segunda Guerra Mundial. A inclusão de eventos reais e de histórias humanizadas ajudam a criar uma experiência mais envolvente e realista, ao contrário do feito nas edições anteriores do game.

    A proposta de trazer histórias de pessoas do front de batalha para o modo Campanha torna a perspectiva mais humanizada. A escolha de não contar histórias de epopéias bélicas, enaltecendo sim o esforço e o sofrimento de quem viveu a guerra sem as grandes glórias, foi um grande acerto da Relic.

    ARTE

    Graficamente, em comparação aos jogos anteriores, não identifiquei grandes evoluções. É evidente que isso se deve muito mais à alta qualidade dos anteriores do que a um demérito do novo. Company of Heroes 3 apresenta belos cenários e cinemáticas, com sprites (principalmente de veículos) muito detalhados e polidos. Talvez a grande qualidade gráfica seja um dos responsáveis por exigir tanto do PC, o que me gerou algumas longas esperas nas telas de loading.

    Company of Heroes 3

    A trilha sonora do jogo é incrível, dando o peso necessário às batalhas e agregando à narrativa com sua carga emocional. O design de som do jogo é cuidadosamente mixado, garantindo que os sons importantes não sejam perdidos. Apesar de não possuir dublagem em português, ela é muito bem executada e dá força à história dos personagens, permitindo uma melhor imersão.

    MECÂNICAS

    Nesta seção trarei alguns aspectos mais direcionados aos modos para apenas um jogador, destacando o modo Campanha, que é o que mais destoa dos anteriores. Vale ressaltar desde já que o modo multijogador, por compartilhar a maioria das mecânicas dos outros modos, oferece experiência similar, variando apenas em termos de dificuldade e tática.

    O game oferece duas Campanhas: uma sob a perspectiva do Eixo, com tropas nazistas no norte da África (mais semelhante aos títulos prévios), e a outra jogando a favor dos Aliados, com americanos e britânicos na invasão à Itália. Ambas têm seus méritos e divergem não só no lado em que o jogador assume.

    Campanha

    A primeira brilha por trazer não só a perspectiva das tropas do Eixo, mas as histórias dos habitantes da Líbia e o drama de todos os civis que estavam entre as trincheiras por uma escolha que nunca passou por eles. A segunda traz uma nova mecânica e uma modalidade mais estratégica e tática de jogar Company of Heroes.

    Além de termos a experiência usual de comandar os batalhões, direcionando tropas e veículos no campo de batalha, podemos também comandar o direcionamento da guerra, tomando uma visão mais macro. Aqui, o RTS dá lugar à uma estratégia por turnos, trazendo uma gameplay mais próxima de títulos como Iron Hearts e Humankind.

    As curvas de aprendizado e de dificuldade que o modo campanha oferece, em ambas as modalidades, denotam um equilíbrio que desafia ao mesmo tempo que permite entender melhores formas de progredir. Aqui podemos aprender melhor sobre cada tropa, veículo e habilidade oferecida pelo jogo, entendendo com qual melhor nos adaptamos para após nos aventurarmos no modo escaramuça (contra a IA ou no multijogador).

    VEREDITO

    Company of Heroes 3 segue o costume da franquia e entrega um marco na história dos RTS. Seu principal ganho em relação aos predecessores é o seu aspecto mais tático que não prejudica a dinâmica – pelo contrário, à melhora – combinado à otimização do que já era muito bem aplicado.

    Os principais contras do game são a alta exigência de hardware e o preço. A alta qualidade gráfica pode acabar se tornando um empecilho para PCs com configurações não tão avançadas. Ainda que eu não tenha presenciado grandes stutters ou crashes, os peso impactou mais nas telas de loading que acabaram sendo mais demoradas do que o esperado. Além disto, os altos preços, principalmente aqui no Brasil (R$ 299,99), podem acabar afastando muitos players, principalmente não conhecedores da série.

    Ainda assim, a jogabilidade fluída e com uma ótima dinâmica, as variedades táticas e estratégicas permitidas e a excelente narrativa do modo campanha tornam este game uma grata aquisição para este início de 2023, além do alto valor de rejogabilidade proporcionado.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer de Company of Heroes 3:

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