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    REVIEW – Haylou G3 Earbuds (2022, Haylou)

    O Haylou G3 True Wireless Gaming Earbuds é um fone de ouvido gamer lançado pela chinesa Haylou no segundo semestre de 2022. A empresa é conhecida no ramo tecnológico por desenvolver fones de ouvido e smartwatches.

    A Haylou se destaca no mercado por já ter recebido prêmios importantes no ramo audiovisual entre eles o Japan’s VGP Awards 2021, uma das premiações mais importantes do segmento.

    Leia a seguir o review do Haylou G3 Earbuds.

    Transparência: O fone de ouvido Haylou G3 Earbuds foi enviado pela Haylou para fazermos essa análise (veja o unboxing aqui). O link com desconto disponível no fim do texto não é uma parceria paga com o Feededigno, e sim parte da campanha promocional em vigor. Portanto, a promoção pode mudar ou expirar a qualquer momento sem aviso prévio, sendo de total responsabilidade da Haylou.

    CARACTERÍSTICAS

    • Tipo de conexão: Bluetooth 5.2
    • Protocolo de áudio: SBC / AAC
    • Protocolo de suporte: A2DP / AVRCP / HFP / HSP
    • Alcance: 10 metros em ambientes sem obstáculos
    • Latência: 0,045 segundos
    • Cabo de carregamento: USB-C
    • Duração da bateria: 20 horas (com a duração do case de carregamento)
    • Duração da bateria após carregamento: Até 4,5 horas
    • Capacidade da bateria de cada fone: 45mAh
    • Capacidade de carregamento do case: 500mAh
    • Tempo de carregamento de cada fone: Aproximadamente 2 horas
    • Tempo de carregamento do case: Aproximadamente 2 horas
    • Modos de uso: Gaming, Music e Movie
    • À prova d’água: Sim. Padrão IPX4

    Funções do touch:

    • Atender ligação: Toque em qualquer fone
    • Desligar ligação: Toque em qualquer fone
    • Rejeitar ligação: Toque duas vezes em qualquer fone
    • Tocar / pausar: Toque em qualquer fone
    • Avançar faixa: Toque duas vezes no fone direito
    • Voltar faixa: Toque duas vezes no fone esquerdo
    • Ativar/desativar modo gaming: Pressione e segure o fone esquerdo
    • Alternar entre modo music e cinema: Pressione e segure o fone direito quando modo gaming não está ativo

    ANÁLISE DO HAYLOU G3 EARBUDS

    Com um belo design pensado especialmente para a comunidade gamer, o fone de ouvido Haylou G3 Earbuds se destaca principalmente pelo acabamento e pelo conforto.

    O produto vem em uma pequena caixa quadrada resistente de aproximadamente 10cm. Dentro dela está o manual de instruções (apenas em inglês e chinês), o cabo de carregamento USB-C de aproximadamente 15cm, e o estiloso case de carregamento com 6cm de diâmetro com os fones de ouvido. Tudo isso faz com que os fones sejam facilmente transportados de maneira discreta.

    Eu particularmente tenho um problema com earbuds porque sempre fico com a sensação de que eles estão escorregando e vou perdê-los ao fazer qualquer movimento. Felizmente com o Haylou G3 Earbuds isso não acontece.

    Conforto é a palavra-chave aqui, pois a conexão do produto no ouvido é sutil e firme. Você pode se exaltar jogando um FPS ou bater cabeça ouvindo sua música favorita que dificilmente eles irão sair do seu ouvido (ou fazer ambos se você estiver jogando Metal: Hellsinger).

    Além do conforto, é importante destacar a beleza das luzes RGB que indicam o status dos fones ao mesmo tempo em que ornam bem com o ambiente, especialmente se você tem um belo setup gamer com cores vivas.

    O Haylou G3 Earbuds possui três modos de som com variações sutis, mas interessantes entre eles. Os modos gaming e music me parecem bem similares, pois ambos destacam mais os agudos em detrimento aos graves. Por sua vez, o modo movie realça os graves, deixando o som bem mais encorpado, e particularmente é o meu modo favorito tanto para jogar, quanto para ouvir música ou assistir a um filme.

    Em todos os modos a qualidade de som é muito boa. Embora o modelo não seja intra-auricular, ele possui um ótimo bloqueio do som externo.

    Destaco também as funcionalidades por meio do touch. Todas são bem objetivas e fáceis de memorizar, justamente por contar apenas com o essencial, e todas tem uma resposta ágil. Se precisar aumentar ou diminuir o volume, faça isso pelo aparelho ao qual os fones estão conectados. Isso evita que os earbuds configurados via touch tenham funções em excesso e melhoram a experiência de uso.

    O tempo de carregamento e a duração das baterias dos fones e do case estão de acordo com os prazos informados pela fabricante. A distância do alcance também é precisa, e a conexão em geral permanece fluída se o ambiente tiver algum obstáculo, como uma parede, dentro do raio de alcance.

    A latência do Haylou G3 Earbuds é realmente baixa. A transmissão do som é praticamente imediata, o que melhora muito a experiência ao jogar no PC, em consoles ou pelo celular.

    Os pontos negativos do Haylou G3 Earbuds ficam por conta da captação do microfone embutido. Testei em dois celulares (iPhone 7 e iPhone SE) e dois computadores com Windows, e em todos as situações o áudio captado é apenas razoável.

    Dessa forma, para que a experiência gamer seja completa, é preciso contar com um microfone à parte, pois a captação de áudio do Haylou G3 Earbuds poderia ser melhor.

    Outro aspecto que torna o uso um pouco confuso no computador é a diferença entre fone de ouvido e microfone. O Windows reconhece dois aparelhos: o microfone, identificado como Headset (Haylou H3 Hands-Free AG Audio); e os fones de ouvido, exibidos como Haylou G3 Stereo. Escolha a segunda opção, pois é a verdadeira e que toca o áudio em alta qualidade. A alternativa Headset até funciona, mas com qualidade precária.

    VEREDITO

    Com um belo design ergonômico, o Haylou G3 Earbuds é um fone confortável que atende muito bem às expectativas relacionadas à qualidade de áudio e de encaixe ao ouvido. Apesar de ser destinado ao público gamer, o modelo é bastante versátil, o que o torna uma ótima alternativa para ouvir músicas e assistir a filmes com o áudio em alta qualidade.

    Entretanto, quem deseja fazer ligações ou transmissões ao vivo não terá uma experiência completamente positiva, pois a captação de áudio é razoável, exigindo que o fone de ouvido seja usado em conjunto com um microfone à parte para captar o áudio com mais qualidade.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Encontre o Haylou G3 Earbuds com desconto na loja oficial da empresa no AliExpress.

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    CRÍTICA – Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia (2022, Microids)

    No ano 50 antes de Cristo o império romano conquistava a Galia, ou quase toda ela, pois umas pequenas aldeias de valentes gauleses lutam sem descanso contra o seu invasor. Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia é mais um jogo da franquia mundialmente conhecida inspirada nas histórias de Albert Uderzo e René Goscinny, cuja primeira publicação foi em 1959.

    O jogo desenvolvido pela OSome Studio e publicado pela Microids foi lançado em 27 de outubro de 2022 para Nintendo Switch, PlayStation 4 e 5, Xbox Series X | S, PC e Mac OS.

    Nesta aventura, a dupla de heróis vai cruzar o oceano para ajudar os seus primos distantes na Hibernia a resgatar o mascote da tribo, um carneiro de chifres de ouro. Leia o review do jogo para PlayStation 5 após a sinopse.

    SINOPSE

    Uma aldeia povoada por gauleses indomáveis resiste aos invasores.

    Entretanto, na Hibernia (hoje conhecida como Irlanda) Keratine, filha do chefe Irishcoffix, pede ajuda a Asterix e Obelix para vencer a invasão romana e resgatar o querido carneiro dourado do seu pai.

    Para essa missão, você irá controlar os dois heróis para utilizar seus punhos e quaisquer objetos ao redor para abrir caminho enquanto atira romanos ao ar! Para progredir neste jogo de pura aventura e ação, você deve viajar pelos seis mundos novos e utilizar objetos para desbloquear o acesso a caminhos escondidos e, como habitual, esmagar romanos que se atravessem no caminho.

    Seis mundos novos para explorar desde a Gália até à Hibernia (Irlanda) numa história original inspirada de forma respeitadora no universo icónico dos heróis gauleses!

    ANÁLISE DE ASTERIX & OBELIX XXXL: THE RAM FROM HIBERNIA

    Por Tutatis! A luta contra o império romano cruza os oceanos.

    Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia é altamente divertido para players que não conhecem tanto a história, mas ao mesmo tempo consegue ser nostálgico para quem teve contato com os quadrinhos, animações e os filmes lançados ao longo das décadas.

    A jogabilidade é confortável e seus comandos são simples de serem aprendidos, garantindo umas boas horas de diversão, apesar da movimentação da câmera em alguns momentos ser um obstáculo.

    Esta aventura pode ser jogada de forma solo controlando a dupla de heróis, mas também possui um modo cooperativo de até quatro pessoas de forma local. Infelizmente não existe um modo online.

    Apesar de não ter uma grande variação de golpes e ferramentas, a mecânica de combate não é repetitiva ou entediante, sendo desafiador enfrentar grandes grupos de inimigos que alternam ataques de curta e longa distância.

    Em todas as missões você pode pegar quatro capacetes romanos escondidos, garantindo um bônus na pontuação final de cada fase. Outra forma de conquistar melhores pontuações é cumprindo os objetivos estabelecidos nas invasões aos acampamentos romanos, variando entre finalizar a fase em um bom tempo até realizar qualquer tipo de ação específica durante a missão.

    Os puzzles para acessar novas áreas da fase não são muito complexos, mas exigem que o jogador preste atenção aos detalhes e escolha de forma coerente os movimentos dos personagens para realizar a tarefa, não ocupando muito tempo de gameplay, mas sendo minimamente desafiador para a experiência.

    Leia o review de Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia, um beat'em up 3D desenvolvido pela OSome Studio e publicado pela Microids
    Créditos: Divulgação / Microids

    A perspectiva top-down para esse beat’em up 3D é agradável e, em uma era que a maior preocupação se tornou a experiência em diversos ângulos, a aposta em algo mais simples torna a experiência de jogar Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia algo divertido e descompromissado.

    Do ponto de vista, narrativo os protagonistas exibem o mesmo carisma conhecido ao longo de toda a existência de sua obra, além da presença da princesa de Hibernia, Keratine, mostrando que o fruto não cai muito longe da árvore quando se trata da peculiaridade entre ambos os povos.

    VEREDITO

    Com a garantia de boas horas de diversão, uma narrativa empolgante e uma jogabilidade que aposta no simples, porém bem elaborado, Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia é uma aventura agradável para todo o tipo de player que precisa de uma diversão descompromissada e leve durante a sua jogatina.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Asterix & Obelix XXXL: The Ram From Hibernia

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    CRÍTICA – My Policeman (2022, Michael Grandage)

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    My Policeman é um longa que está disponível na Prime Video e conta com o cantor e ator Harry Styles (Eternos) no elenco principal. A direção é de Michael Grandage.

    SINOPSE DE MY POLICEMAN

    Tom é um homem que tem uma vida dupla: é casado com uma professora na Grã-Bretanha, mas também vive um romance com Patrick, um curador curador de arte em um período em que a homossexualidade era ilegal.

    ANÁLISE

    my policeman

    My Policeman conta uma história cativante e que retrata um período muito duro no qual os homossexuais sofreram e muito por amarem quem eles gostariam. A trama nos emociona, pois temos personagens muito verossímeis e é impossível de não sentir nada por conta da direção de Michael Grandage que sabe muito bem tocar as notas certas do público.

    A fotografia de My Policeman é bonita, trazendo um ar de melancolia com seus tons mais esverdeados e focando no bege e azul. A trilha sonora elegante deixa tudo ainda mais clássico, afinal, se trata de um filme de época e talvez esse seja também o “calcanhar de Aquiles” do longa.

    Por mais que seja uma trama envolvente e emocionante, ela é bem batida, uma vez que já temos um monte de filmes que retratam a temática da dificuldade dos relacionamentos homoafetivos. Obviamente que sempre é importante trabalhar a pauta, mas há mais possibilidades para a criação de algo muito mais impactante. Além disso, se por um lado a direção acerta em cenas que trazem uma carga dramática intensa, ele também peca em repetir momentos exaustivamente, além de não conseguir tirar nada de Harry Styles, que faz a versão jovem de Tom.

    Aliás, o ator é a pior coisa de My Policeman, pois lhe falta inspiração em um papel tão complicado. Tom é um homem cheio de dilemas e emoções e o artista não consegue expressá-las, visto que está robótico, quase lendo apenas o texto que lhe foi fornecido. Por ser um policial, ainda há a questão do status e poder, misturados a dor de não conseguir fazer nada, da impossibilidade de passar por cima de uma sociedade homofóbica, mesmo com tanto privilégio nas mãos.

    É muito complicado de vê-lo em tela, ainda mais quando o restante do elenco está muito bem no filme. David Dawson (Patrick jovem) e Emma Corrin (Marion jovem) passam por cima do protagonista com extrema facilidade, criando um abismo de qualidade entre eles. O fato de Styles ser o que tem mais tempo de tela é um desperdício completo do talento dos demais.

    VEREDITO

    Emocionante, mas básico, My Policeman entrega reflexão de uma vida difícil de quem apenas ama pessoas do mesmo sexo. Com escorregões da direção e do protagonista, as falhas prejudicam o longa, contudo, vale a pena assistir para termos mais uma chance de pensar sobre o quão duro é ser diferente.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Confira o trailer:

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    The Handmaid’s Tale: Desvendando a estrutura política de Gilead

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    Em 1985 a obra de ficção O Conto da Aia, da canadense Margaret Atwood, apresentava um universo distópico que mais tarde ganharia o Prêmio Arthur C. Clarke, um dos mais importantes dentre as obras literárias. O romance, adaptado para televisão em 2017 na famosa série The Handmade’s Tale, nos apresenta a República de Gilead: uma sociedade altamente conservadora e embasada em interpretações das escrituras do Antigo Testamento.

    Na adaptação, a República de Gilead (também conhecida como Gilead ou “República Divina”) é uma teocracia patriarcal totalitária que governa a maior parte do território que pertencia aos antigos Estados Unidos, após um golpe de estado que culminou com o assassinato do Presidente, membros do Congresso e Suprema Corte.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | The Handmaid’s Tale: Conheça o elenco da série

    O Feededigno compilou uma série de informações em um dossiê indispensável para quem quiser entender mais sobre a estrutura política de Gilead. Confira abaixo:

    Importante: as informações compiladas neste artigo se referem ao universo apresentado na série de televisão The Handmaid’s Tale até o presente momento e contêm spoilers de alguns episódios!

    1. O período pré-Gilead

    Após uma série de desastres ecológicos, uma crise de fertilidade começou a afetar grande parte da população global. Com o recuo acelerado nas taxas de natalidade os Estados Unidos passaram por um período de “renascimento religioso”, onde as pessoas buscavam justificativas sobrenaturais para o declínio populacional. Durante esse período um culto conhecido como Os Filhos de Jacó começou a ganhar popularidade, com suas práticas e valores tornando-se cada vez mais difundidos na sociedade.

    A violência contra a comunidade LGBT passou a ser cada vez mais justificável por parte da população, e crescia a pressão popular contrária às práticas contraceptivas. Havia cada vez menos resistência pública à repressão da liberdade civil pelo governo.

    Em meio a todos esses problemas, são aprovadas leis privatizando o serviço social e implementando restrições ao controle de natalidade.

    Ruptura do sistema político

    O golpe de estado ocorre quando um suposto ato terrorista assassina o Presidente do Estado Unidos, tal como a maioria dos membros do Congresso e da Suprema Corte. Ao que a série indica, os Filhos de Jacó teriam sido os responsáveis pelo ataque, que culminou na implementação de uma lei marcial e suspensão “temporária” da Constituição. A censura, sob alcunha de “Código de Decência”, logo seria implementada pelo governo vigente (composto agora em sua maioria por membros dos Filhos de Jacó).

    Mulheres estavam proibidas de trabalhar e possuir bens: todas suas posses seriam transferidas para seus maridos ou parentes homens mais próximos. Divorcio e homossexualidade foram considerados proibidos por lei. Protestos e qualquer outros tipos de manifestações públicas contrárias ao novo regime eram violentamente repreendidos por parte de uma nova força paramilitar (posteriormente conhecida como Os Guardiões).

    À medida que as novas políticas entram em vigor, um numero cada vez maior de pessoas passa a tentar sair do país. Famílias são separadas por funcionários do serviço de imigração e os homossexuais são assassinados em público ou enviados para colônias de trabalho escravo. Alguns oficiais do governo americano sobrevivem ao golpe e fogem para o Canadá ou para os estados do Alasca e Havaí (que não aderiram ao novo governo). A nova capital dos Estados Unidos passa a ser a cidade de Anchorage, no Alasca, e a República de Gilead é oficialmente implementada.

    2. Sociedade e sistema de classes

    Em Gilead todo indivíduo tem sua função definida pelo Estado. Embora não exista igualdade de direitos garantida por lei, pessoas de uma mesma classe social estão sujeitas a um conjunto relativamente similar de regras. Um detalhe bastante representativo da série é que quanto maior for a posição de poder de um determinado indivíduo, este terá maior tendência a burlar o conjunto de regras estabelecido para sua classe. Indivíduos de classes consideradas inferiores são coagidos a cumprir o conjunto de regras definidas pelo Estado, sob o risco de pagarem com as próprias vidas caso não o façam.

    Crianças e jovens

    A discriminação legal de gênero vigente implica em direitos diferentes de acesso à educação para meninos e meninas em Gilead. As meninas não são ensinadas a ler ou escrever e abandonam a escola quando atingem idade suficiente para se casar. Filhas de famílias privilegiadas frequentam uma escola específica de preparação para a função de Esposas.

    Classes femininas

    Por se tratar de um sistema de governo primariamente patriarcal, acredita-se que o sexo feminino tenha menor importância para a sociedade. O principal objetivo das mulheres nesta sociedade seria gerar e criar filhos, o que recebe especial destaque devido à crise de fertilidade apresentada pela série. Desta forma, mulheres não podem participar do governo, ser educadas, possuir propriedades ou ter uma carreira.

    • Esposas (Wives) – Ser esposa de um comandante é o mais alto “título” que uma mulher pode ter em Gilead. Elas possuem autoridade limitada para dar ordens às Tias e Guardiões, porém sem nenhum poder real além do pessoal doméstico e a influência de seus maridos;
    • Tias (Aunts) – Encarregadas de supervisionar e doutrinar Aias e Não-Mulheres. Possuem permissão especial para ler e escrever. As Tias podem dar ordens aos Guardiões e denunciar comportamentos considerados indecentes dentro das famílias. Também são responsáveis por certas punições e por supervisionar os trabalhos nas Colônias;
    • Econo-esposas (Econowives) – São esposas de homens da classe proletária. Caso seja fértil, uma Econo-esposa tem o direito de criar seus próprios filhos;
    • Aias (Handmaids) – Mulheres férteis que são forçadas a engravidar e conceber filhos de famílias do alto escalão. Durante o período de gestação as Aias adquirem um status elevado e acesso a certos “privilégios”;
    • Marthas – São serventes das famílias do alto escalão, permanecendo assim durante toda sua vida;
    • Jezebels – Mulheres forçadas pelo Estado à prostituição;
    • Não-mulheres (Unwoman) – São a classe social feminina mais baixa em Gilead. Inclui todas as mulheres consideradas pelo regime como incapazes de integração social. Entre elas estão mulheres solteiras ou divorciadas, ativistas, adúlteras, feministas, Aias incapazes de conceber e homossexuais (também conhecidos como Traidores de Gênero).

    Classes masculinas

    • Comandantes (Commanders of the Faithful) – Este é o cargo mais alto que um homem pode obter na hierarquia de Gilead. São os responsáveis por todas as decisões políticas, sociais e militares do regime;
    • Olhos de Deus (Eyes of God) – Formam um tipo de polícia secreta, ou entidade espiã cujo objetivo é fiscalizar o cumprimento das leis dentro do regime, inclusive dentre os integrantes do alto escalão;
    • Guardiões (Guardians of the Faith) – São a força paramilitar de Gilead, desempenhando funções como soldados, polícia, guarda-costas e motoristas dos Comandantes;
    • Econo-homens (Economen) – Representam os homens da classe trabalhadora padrão em Gilead;
    • Não-homens (Unmen) – Similar às Não-mulheres, constituem a classe social mais baixa que um homem pode ter em Gilead.

    3. Aplicação das leis

    A lei é absoluta tanto em Gilead como nas Colônias. Qualquer quebra de regra ou subversão cometida deve ser imediatamente denunciada os culpados são punidos severamente. Criminosos são frequentemente executados e seus corpos expostos em público como advertência contra atos futuros. As punições geralmente incluem amputação ou mutilação, muitas vezes embasadas em uma interpretação distorcida dos versículos bíblicos.

    Confira abaixo alguns exemplos de atos considerados criminosos em Gilead e suas respectivas punições:

    • Aborto – A punição por ter realizado um aborto é retroativa, ou seja, todos aqueles que em algum momento já tiverem participado de um aborto (incluindo antes do surgimento de Gilead) devem ser executados ou enviados para as Colônias;
    • Leitura e escrita (mulheres) – Com exceção das Tias, todas as mulheres são proibidas de ler e escrever. Toda infração a esta lei é punida com amputações dos dedos ou da mão inteira;
    • Adultério – O adultério também é considerado crime, porém sua punição pode varias de acordo com a classe social e gênero do infrator. A série apresenta duas punições para o crime: uma Esposa é considerada culpada de adultério e enviada para as Colônias, enquanto um Comandante sentenciado pelo mesmo crime tem sua mão esquerda amputada;
    • Homossexualidade – Em Gilead aqueles que são pegos em relações sexuais entre o mesmo sexo são considerados Traidores de Gênero. As punições variam de acordo com a classe, porém comumente resultam em morte;
    • Posse de contraceptivos – A posse de contraceptivos é considerada crime, e os culpados são dilacerados por cães.

    4. O Sistema econômico de Gilead

    Fonte: Reddit. Enviado por u/sputnikist.

    Gilead possui um modelo econômico descarbonizado, cujo objetivo é reduzir significativamente e, eventualmente, eliminar todas as emissões de CO2. Grande parte de sua economia está centrada no trabalho escravo, especificamente suas fontes de alimentos (nas Colônias Agrícolas). As importações estrangeiras limitam-se a peças de veículos, certos bens de consumo e algumas importações militares secretas. Gilead exporta alimentos para a maioria dos países que são amigáveis ao regime ​​e hostis aos Estados Unidos.

    Após a suspensão da Constituição, o Estado nacionalizou todas as propriedades restantes e contas bancárias pertencentes a cidadãos americanos, corporações americanas e grandes multinacionais estrangeiras. Esta última levou a fortes sanções internacionais devido a falta de qualquer forma de compensação ou capacidade de transferir dinheiro de volta para suas próprias nações, além de seus próprios cidadãos nascidos em solo americano.

    Na série, menciona-se repetidas vezes que a economia é relativamente frágil, não apenas devido à falta de reconhecimento internacional, mas também devido à constante guerra civil em seu território. Há pouca informação sobre como a guerra progrediu, exceto que Chicago foi retomada, mas pode-se supor que os recursos de Gilead secaram sem acesso à Califórnia, Costa Oeste e Golfo do México, bem como a ausência de petróleo texano, sob a nova jurisdição da recém-formada República do Texas que ainda estaria lutando contra Gilead.

    5. Valores cívicos

    O alto escalão do governo, intitulado Comitê, é formado por membros de um grupo religioso que acredita que sua interpretação estrita da Bíblia é a verdade absoluta e que para que as pessoas alcancem a salvação e vivam uma vida pura e piedosa, elas devem seguir tais diretrizes. Fazer o contrário é visto como viver em pecado, e os culpados devem se arrepender ou ser condenados à morte para impedi-los de espalhar sua influência maligna para os outros.

    A mídia e as notícias são estritamente estatais, fortemente censuradas e muitas vezes incluem propaganda para promover os ideais e valores de Gilead, enquanto demonizam seus inimigos. Para desencorajar qualquer pessoa, exceto homens e Tias, de ler e escrever, escritos públicos ou nomes de qualquer tipo, incluindo placas de lojas, foram removidos de locais públicos. A informação é transmitida somente por sinais com imagens ou pictogramas.

    Os nomes de lojas, ruas e certos conceitos ou práticas são muitas vezes derivados das escrituras. O próprio nome Gilead é tirado da Bíblia, referindo-se a vários locais e indivíduos diferentes e geralmente traduzido como a “Colina do Testemunho”.

    Enquanto alguns dos líderes e fundadores de Gilead acreditam verdadeiramente no regime, a série sugere que muitos deles são hipócritas que usam o Estado e a imposição de valores cívicos considerados ideais como um meio de ganhar poder para si mesmos.

    The Handmaid’s Tale encontra-se atualmente em sua 5ª temporada, com exibição nas plataformas de streaming Paramount+, Globoplay e DirecTV GO.


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    CRÍTICA – Manifest (4ª temporada, Parte 1, 2022, Netflix)

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    Manifest é uma das séries mais promissoras que caiu em um dos mais clássicos erros de narrativos: lançar seu holofote em temas que tornavam a série interessante e nunca os resolveu, ouso traçar um paralelo com a brilhante Lost, que acabou se perdendo no meio do caminho.

    Com um plot simples de entender, mas com consequências difíceis de prever, Manifest tornou sua trama tão complicada ao ponto dos roteiristas nem saberem como a resolver. Após seu cancelamento por parte da NBC, a Netflix comprou os direitos de produção da série e garantiu mais duas temporadas a fim de finalizar a história e isso não poderia ser melhor ou mais confuso.

    ESTE TEXTO POSSUI SPOILERS DE TODAS AS TEMPORADAS DE MANIFEST

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    Manifest: Saiba tudo sobre a série salva pela Netflix

    CRÍTICA – Manifest (1ª temporada, 2018, NBC)

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    SINOPSE

    Começamos a próxima temporada dois anos de onde paramos na terceira temporada. Então avançamos no tempo. Ben Stone (Josh Dallas) é um personagem interessante e complicado. Ele é muito singular na forma como pensa. Tudo o que ele faz é absolutamente para sua família, e pelo amor de sua família, e para proteger sua família. Mas por causa dessa maneira singular de pensar que ele tem, às vezes pode começar a alienar as pessoas mais próximas a ele.

    ANÁLISE

    Manifest

    Ambientada dois anos após o fim da 3ª temporada, testemunhamos o desenvolvimento da trama que cujo fim levou à morte de Grace Stone (Athena Karkanis) e o retorno de um Cal Stone mais velho vivido por Ty Doran, mas não apenas isso. A urgência da trama se debruça na personagem mais odiosa da quarta temporada. E enquanto mistérios a respeito do voo 828 são revelados, vemos o futuro da série se tornar cada vez mais frustrantes.

    Enquanto lança seus personagens em tramas que não parecem ter qualquer urgência, o roteiro coloca toda a força da história em um arco desinteressante que nos leva e dá voltas enquanto revisita antigos personagens e parece dar a eles “fins dignos”, quando na verdade a série parece apenas estar perdida.

    Não apenas relacionando as minhas impressões aos personagens, a série volta à conceitos anteriormente descartados pelos personagens que veem em certos elementos uma forma de evitar o “Dia da Morte”, e os reaproveita, o que demonstra mais preguiça do roteiro do quarto ano da série.

    Manifest

    A falta de Grace Stone é sentida o tempo todo na trama, mas não apenas ela. Alguns personagens dão voltas de 180º e mudam completamente seu status quo, os estabelecendo como algo inesperado, o que parece ser apenas algo para incitar os fãs a esperarem algo inteiramente novo, mas falhando.

    O desenvolvimento de Ben Stone é algo que deve ser abordado. Enquanto o personagem muda completamente após dois anos da morte de sua esposa, ele parece precisar mudar sua forma de agir a fim de impedir que o “bote salva-vidas” não afunde.

    Enquanto nessa temporada tudo parece mudar, inclusive a forma daquele mundo lidar com os sobreviventes do voo 828, os sobreviventes não parecem ligar para o Dia da Morte e parecem viver um dia após o outro, tentando evitar que suas mortes sejam ocasionadas por eventos adversos.

    VEREDITO

    Ao longo dos 9 episódios da 1ª parte da 4ª temporada, Manifest não surpreende, mas deixa um gosto ruim na boca. Algo que parece ter sido apressado e jogado, apenas para dar fim à uma série tão promissora em seu início. Enquanto novas revelações surgem – como fruto de reaproveitamento de roteiros -, nossos personagens parecem precisar regredir a fim de chegar ao fim de seus arcos. A energia de Michaela Stone (Melissa Roxburgh), Zeke Landon (Matt Long) e Angelina Meyer (Holly Taylor), rendem à série péssimas interações e atuações como da última da personagem citada.

    Dando a essa temporada um tom de encerramento, a 1ª parte da 4ª temporada nos apresenta o tempo todo flashbacks dos eventos que se desenrolam ao longo desses 2 anos desde a 3ª temporada. O que é triste, é o fato da série precisar restaurar nos personagens papéis que os pertenciam lá atrás, ao longo da 1ª temporada, falhando em dar à eles uma história e o desenvolvimento justo que eles mereciam.

    Deixando muito em aberto, a 1ª parte da 4ª temporada deixou mais dúvidas do que respostas, nos proporcionando ganchos para um futuro duvidoso e um encerramento mais ainda para uma série que podia brilhar como uma das mais brilhantes ficções-científicas de nosso tempo.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Confira o trailer da 1ª parte da 4ª temporada de Manifest:

    A 1ª parte da 4ª temporada de Manifest chega à Netflix no dia 4 de novembro.

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    CRÍTICA – Ingresso Para o Paraíso (2022, Ol Parker)

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    Ingresso Para o Paraíso é a mais nova colaboração entre Julia Roberts e George Clooney. Após a colaboração dos dois na franquia Ocean, Confissões de uma Mente Perigosa, Jogo do Dinheiro e alguns outros, Roberts e Clooney nos levam até Bali para contar uma história nem um pouco funcional, enquanto precisam evitar que sua filha Lily (Kaitlyn Dever) “jogue sua vida fora”.

    O filme conta divertidos aspectos da antiga relação de Georgia (Roberts) e David (Clooney) e nos remete às comédias românticas dos anos 90/2000, enquanto funcionam como uma viagem nostálgica, o longa nos permite analisar como a relação entre pais e filhos pode ter algum aspecto de projeção e de espelhamento das expectativas.

    SINOPSE

    Um casal divorciado se junta e viaja para Bali para impedir que sua filha cometa o mesmo erro que eles acham que cometeram há 25 anos.

    ANÁLISE

    Ingresso para o Paraíso

    Ambientado quase que inteiramente em Bali, o filme nos apresenta a beleza da ilha enquanto nos lança em uma viagem ao amor de Lily que após se formar na faculdade, viaja para Indonésia e conhece Gede (Maxime Bouttier), por quem se apaixona e decide se casar 2 meses depois.

    O cuidado do diretor ao nos lançar à trama e apresentar seus personagens duvidosos é quase zero. E nos apresenta como a relação de ex-marido e mulher é disfuncional, exacerbando estranhos aspectos de ambas as personalidades que acabam se tornando ainda pior na presença um do outro.

    Ainda que o roteiro não seja tão brilhante, o mesmo faz o filme se destacar no que se propõe, tirando risadas e causando incômodos em diversos momentos. Isso tudo, pois mesmo diante de enormes adversidades, dois personagens que odeiam um ao outro precisam deixar tudo de lado a fim de garantir que sua filha não tome uma decisão importante do dia para a noite.

    VEREDITO

    O perigo do longa se apresenta na forma de como o trauma geracional é tratado: para um entendimento mais claro, não existe possibilidade de Lily ser a personagem que ela é sem muitos anos de terapia. O que os pais dela claramente não tiveram. Ainda que os incômodos do filme permaneçam ao longo de seus dois primeiros arcos, o terceiro o coroa como uma interessante comédia romântica, mesmo com alguns problemas.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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