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    DC Liga dos Super Pets: Conheça a Liga da Justiça animal

    Chegou aos cinemas a animação DC Liga dos Super Pets (DC League Of Super-Pets), com direção de Jared Stern, o longa é uma divertida animação onde acompanhamos Krypto e vários outros animais que ganharam superpoderes, tentando salvar o mundo e resgatar a Liga da Justiça da vilã Lulu, uma porquinha-da-índia, que era cobaia do vilão Lex Luthor.

    DC Liga dos Super Pets estreou ontem, 28 de julho, nos cinemas brasileiros.

    SINOPSE

    Em DC Super Pets, quando Superman e o resto da Liga da Justiça são sequestrados por Lex Luthor (Maron Maron), Krypto, o super-cão, forma uma equipe de animais de estimação que receberam superpoderes. Ele deve convencer o bando a dominar seus próprios poderes recém-descobertos e ajudá-lo a resgatar os super-heróis – e assim Krypto cria a Liga dos Super Pets.

    A LIGA DOS SUPER PETS

    Com um time de dublagem original que conta com vozes de Dwayne Johnson, Kevin Hart, Kate McKinnon, Vanessa Bayer, Natasha Lyonne e Diego Luna; a versão nacional conta com as vozes de Marcelo Garcia, Dudu Espinoza, Angélica Borges, Priscilla Alcântara, Ilka Pinheiro e Marco Luque.

    KRYPTO (Dwayne Johnson/Marcelo Garcia)

    DC Liga dos Super Pets: Conheça a Liga da Justiça animal

    O super cão mais famoso de Metropolis, Krypto se orgulha de ser o melhor amigo super poderoso do Superman; ele pode voar, tem visão de raio-X, visão de calor, respiração “congelante” e super audição, assim como seu colega kryptoniano de duas pernas; mas os outros cães do parque de pets não estão na mesma vibe, afinal, Krypto tem toneladas de poderes.

    Quando seu melhor amigo e o resto da Liga da Justiça precisam de sua ajuda, Krypto misteriosamente se vê despojado de suas habilidades sobrenaturais. Para salvar os heróis, Krypto terá que aprender a ser um cão normal, com a ajuda de uma equipe heterogênea de animais de estimação recém-infundidos com poderes próprios.

    Para salvar o mundo, ele terá que sujar o nariz. Literalmente.

    O diretor de DC Liga dos Super Pets, Jared Stern, comenta:

    Então, da perspectiva de Krypto, tudo está indo muito bem na vida junto com o Superman. Eles são irmãos. Eles fazem tudo juntos. Tudo está perfeito… até que Superman conhece Lois Lane e ele se apaixona; e Krypto começa a se preocupar em perder seu melhor amigo agora que ele tem um novo ‘melhor amigo’.”

    Comentando sobre a conexão de melhor amigo do Superman/Superman e além, Dwayne Johnson relata:

    Uma das facetas interessantes e únicas que eu amo na história é esse relacionamento. Mas, em última análise, é realmente sobre a relação entre Krypto e Ace, que é interpretado por Kevin Hart. Há uma ancoragem ali, e há lições que eles ensinam uns aos outros.”

    Johnson também se baseou na conexão da vida real que os atores compartilham, acrescentando:

    E honestamente não é muito diferente do relacionamento que eu realmente tenho com o Kevin. Quero dizer, ele é um dos meus melhores amigos há quase uma década. Então, você pode sentir a autenticidade e a seriedade em nosso relacionamento na tela, com Krypto e Ace, mas também se estende fora da tela.”

    ACE (Kevin Hart/Duda Espinoza)

    DC Liga dos Super Pets: Conheça a Liga da Justiça animal

    O líder do grupo do abrigos, Ace é um cão sarcástico que passou a maior parte de sua vida em um abrigo de animais de Metropolis planejando sua fuga. Forte e aparentemente invulnerável, ele emprega uma atitude de durão que mascara sua real personalidade. Ace pode agir como se fosse um “lobo solitário”, mas ele se juntará aos outros na batalha se isso significar não apenas salvar a Liga da Justiça, mas fazer com que Krypto os leve a pastos mais verdes.

    Kevin Hart, que traz para o papel uma mistura de cinismo e suspeita fomentada pelo passado trágico do personagem, diz:

    Ace está em um abrigo, e isso é um problema para ele. Ace não quer estar aqui, ele quer escapar, ele tem coisas melhores para fazer, lugares melhores para estar. Porém ele construiu um relacionamento com esses outros animais de estimação que estão neste mesmo abrigo; Ace é um mentor e ele diz: ‘Olha, eu volto. Tenho coisas para fazer, não se preocupe, estou fugindo, mas voltarei’.

    Apesar do fato de que o plano inicial de Ace dar errado e isso o frustrar, Hart diz:

    Ace é um rebelde, mas através da história, você descobre que Ace é um cachorro amoroso, com um coração gigante. Ele quer o melhor para aqueles ao seu redor. Ele é um protetor, um cuidador que faria as coisas que ele sente que precisa fazer para proteger os seus. Essa é uma qualidade rara.

    E para interpretar um personagem complexo como Ace, mesmo que apenas pela voz, Hart diz:

    Você realmente precisa se colocar no lugar do personagem que está interpretando. Não é apenas sobre a voz, é sobre a atitude. Há um chip no ombro de Ace porque ninguém conhece seu passado; há uma suposição de que ele é um cachorro que nunca poderá ser amado… Então agora, como defesa, ele apenas tem a atitude de que ninguém nunca mais o possuirá.

    PB (Vanessa Bayer/Priscilla Alcântara)

    DC Liga dos Super Pets: Conheça a Liga da Justiça animal

    Carinhosamente carente, adoravelmente desesperada PB, é uma porca que tem um coração ainda maior do que sua adorável barriguinha, que é superada apenas por sua firme devoção à família do abrigo de animais e seu ídolo super-herói, Mulher-Maravilha!

    A melhor amiga que qualquer desgarrado poderia esperar; quando seu bando é chamado para ajudar Krypto a salvar a Liga da Justiça, PB está sempre pronta para dar tudo de si, especialmente agora que ela pode crescer até o tamanho de um arranha-céu de Metrópolis… ou encolher como um pontinho minúsculo.

    Vanessa Bayer, que empresta sua voz ao precioso animal de estimação do abrigo em busca de amor, afirma:

    PB realmente quer ser adotada, mas ela está descobrindo que todos os pequenos e fofos animais são os que continuam sendo adotados e ela aceita mais espaço do que talvez a maioria dos apartamentos do Metropolis permitiria, então…

    Enquanto ela sonha em ter uma casa própria, PB também nutre a esperança de um dia conhecer seu ídolo. Bayer expõe:

    PB é uma grande fã da Mulher-Maravilha, e realmente a admira e admira o quão forte e poderosa ela é. Então, quando ela começa a ter poderes próprios, ela sente esse tipo de parentesco com a Mulher-Maravilha e pode se olhar de uma maneira parecida com a heroína, o que é realmente emocionante para ela.

    Bayer ficou emocionada em emprestar seu talento cômico ao filme.

    Foi divertido fazer parte de todo o mundo desses super-heróis da DC e do Universo DC, e eu adorei interpretar PB, porque ela realmente usa seu coração como trunfo. Ela é tão otimista, tão cheia de amor e alegria – o que poderia ser melhor?

    Muito parecido com a Mulher-Maravilha, talvez?

    MIRTES (Natasha Lyonne/Ilka Pinheiro)

    Com uma carapaça danificada por décadas de colisões de carro e o vocabulário atrevido de uma senhora que viveu uma longa vida, Mirtes, a lenta e instável tartaruga de abrigo, simplesmente quer relaxar e comer seu peso em folhas verdes. Atormentada por uma visão verdadeiramente horrível, Mirtes deve confiar cegamente em seu bando para apontá-la na direção correta – especialmente quando ela de repente é dotada do incrível poder da super velocidade! O desafio agora é simplesmente ter certeza de que ela está indo no caminho certo.

    Dublando a caranga cuja casca exterior ostenta mais peças de reposição do que um carro antigo, Natasha Lyonne trouxe seu timbre grave de marca registrada para o papel.

    Bem, Mirtes é uma tartaruga que luta com a visão e ao longo de uma longa vida suportou um casco rachado. Com o tempo, Mirtes coletou os detritos de uma vida em sua concha: adesivos, rachaduras e muito mais; pense em como alguém com uma jaqueta jeans com muitos decalques. O estilo de Mirtes é fantástico e ela também tem um coração de ouro e uma vasta experiência.

    A atriz lembra do convite para emprestar sua voz para a personagem:

    Eu estava absolutamente na lua quando Jared me pediu para interpretar uma tartaruga de 150 anos. Eu disse a ele à queima-roupa: ‘Nunca recebi essa oferta antes’, e fiquei encantada. Quero dizer, foi tão engraçado e Mirtes é tão fofo, e sim, eu tinha interpretado principalmente pessoas até aquele momento, então a oportunidade de interpretar uma tartaruga, eu imediatamente comecei a me preparar me movendo incrivelmente devagar.

    Brincadeiras à parte, Lyonne se sentia muito feliz, apreciando as dicotomias de sua personagem quando os superpoderes aparecem… E quando falamos de uma tartaruga, qual é o superpoder que uma tartaruga adoraria mais do que tudo?

    Alta velocidade. E esse tipo de velocidade super dinâmica no nível do Flash é concedida a Mirtes. Então cuidado.

    CHIP (Diego Luna/Marco Luque)

    Chip está contente em passar seus dias dentro dos limites calmos do abrigo de animais de Metropolis, aterrorizado pela vida e grato pela segurança de uma gaiola de aço fria. Mas quando seu amado santuário está subitamente sob ataque, este esquilo assustado de repente ganha o poder de disparar raios de suas patas! Agora, o herói relutante deve superar seus medos – e encontrar a vontade de se fortalecer – para ajudar a salvar a Liga da Justiça.

    O personagem acabou sendo um dos favoritos de Jared Stern.

    Eu amo Chip! Seus globos oculares vão em direções diferentes, o que na verdade é baseado no meu cachorro, que se parece um pouco com o ator Marty Feldman de Young Frankenstein. Ao projetar Chip, todos nós gostamos da ideia de que você nunca poderia dizer para que lado ele estava olhando. Ele também tem medo de sua própria sombra, então acho que ele é o que você mais quer ver se tornar um herói, porque vê-lo finalmente se tornar empoderado é uma coisa emocionante.

    O ator Diego Luna assumiu o papel e contou:

    Gosto do processo de fazer filmes de animação, dar voz aos personagens simplesmente enlouquecendo e me divertindo na frente do microfone. Chip foi muito divertido de interpretar, porque ele é cheio de contradições e não tem filtro: ele é um super-herói, mas ao mesmo tempo tem medo de tudo e tende a pensar que o pior pode acontecer a qualquer momento. Se houver uma chance de algo dar errado, ele tem certeza de que dará. Mesmo depois de obter esses incríveis poderes elétricos, ele tem problemas para controlá-los; mesmo o menor movimento pode causar muitos danos. Sua jornada não é parar de sentir medo, mas aprender a controlar seu medo para alcançar o que ele está lutando.

    Além da diversão, Luna apreciou a mensagem do filme – uma que humanos observadores na vida real poderiam estar aprendendo todos os dias.

    No filme, vemos esses animais se comportando da maneira que deveríamos nos comportar, nos dando as lições que precisamos sobre trabalho em equipe, sobre ajudar os outros, estar lá para seus amigos e ter convicções. Esses Super Pets sabem pelo que estão lutando, o que é certo e o que é errado, e estão comprometidos com isso.

    A VILÃ

    LULU (Kate McKinnon/Angélica Borges)

    Um porquinho-da-índia gênio do mal com contas a acertar, Lulu é uma pequena vilã determinada a sair do abrigo Metrópolis e se vingar do Super-Cão Krypto e seu melhor amigo Superman. Uma vez uma cobaia jovem e impressionável, ela agora está planejando dominar o mundo e moverá montanhas (e muitas outras coisas com seus novos poderes telecinéticos) para se libertar.

    Superpoderada por kryptonita laranja, esta pequena cobaia sem pêlos com uma grande conta a acertar e está determinada a decretar sua trama malévola contra o Superman e o resto da Liga da Justiça, e até inventa uma maneira de manter Krypto à distância. O único obstáculo dos cineastas era como fazer um pequeno roedor parecer ameaçador para toda uma Liga de Super-Heróis, tanto de duas quanto de quatro patas?

    A resposta deles: Kate McKinnon.

    A produtora Patricia Hicks comenta:

    Como você consegue que o público apoie a ideia de Lulu? Foi um grande desafio e Kate está simplesmente deliciosa no papel. Ela apenas trouxe aquela qualidade maravilhosa de vilã para ela, e fala sobre uma profissional que apenas abraçou o personagem e realmente deu vida a ela. Lulu é uma super-vilã única e Kate era a pessoa perfeita para dar voz a ela.

    McKinnon adorou o papel, equiparando Lulu a suas próprias divas favoritas da Era de Ouro dos filmes de Hollywood:

    Ok, então Lulu é meio que uma rainha do drama e aqueles que me conhecem não diriam que eu sou uma rainha do drama, eu sou bem quieta, mas eu amo rainhas do drama. Eu amo Betty Davis e atrizes daquela época, como Joan Crawford, essas senhoras que agiam assim e falavam assim. É um dos meus tipos favoritos de personagens, então pensei, bem, posso trazer meu amor por atrizes de filmes antigos e seus dramas para esse personagem, e parecia ser uma boa combinação.

    A atriz também gostou do contraste entre o corpo diminuto de Lulu e suas ambições exageradas.

    Eles me mostraram desenhos de Lulu e eu fiquei tipo, ‘Oh, meu Deus, o vilão é uma cobaia, quão engraçado é isso?’ Eu poderia ter caído no chão de tanto rir, só achei que era a vilã mais incrível de todos os tempos por causa de seus olhos gigantes, bochechas gigantes, mãozinhas, pezinhos, orelhas grandes… a justaposição de cada elemento é o que torna um personagem engraçado e quando você tem alguém que pensa em si mesmo como um vilão gigante, que na verdade é apenas uma cobaia? Esse é o melhor exemplo de comédia que eu poderia dar. E realmente, não há nada mais fofo na Terra do que um porquinho-da-índia, todos nós sabemos disso. Ela é uma pequena criatura que deseja ser muito maior e mais poderosa do que ela, e eu me identifico com isso. Acho que muitas pessoas podem se identificar com isso.


    DC Liga dos Super Pets estreou ontem, 28 de julho, nos cinemas brasileiros.

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    CRÍTICA | Prisioneiro dos Sonhos – Vol. 2: O Processo (2022, Comix Zone)

    Prisioneiro dos Sonhos – Vol. 2: O Processo recebeu o Prêmio de Melhor Roteiro do Festival de Angoulême em 1993. A edição publicada pela editora Comix Zone conta com acabamento de luxo, com formato grande.

    SINOPSE

    Após seu relógio de parede ficar acidentalmente adiantado, Julius Corentin Acqufacques mergulha em um novo turbilhão de aventuras kafkianas: perdido em seu sonho, ele se torna um viajante em sua própria história.

    ANÁLISE

    Em Prisioneiro dos Sonhos – Vol. 2: O Processo o quadrinho segue com maestria a continuação do Prisioneiro dos Sonhos – Vol. 1: A Origem em uma narrativa surrealista, mas que apesar da temática, segue um fio narrativo bem coerente. Com isso, o leitor será transportado para uma viagem repleta de situações estranhas nessa obra-prima.

    Dito isso, esse segundo volume apresenta uma narrativa extremamente genial. Essa inventividade acaba sendo superior à sua obra antecessora. Esse tipo de construção narrativa já havia sido apresentada ateriormente em O Homem Animal: O Evangelho do Coiote, de Grant Morrison (1988). No entanto, a obra irá elevar o conceito de quebra a quarta parede de uma maneira genial.

    Com relação à arte, o trabalho de Marc Antoine Mathieu continua fabuloso e aqui o mesmo realiza a junção de sua arte com foto colagem que se encaixa perfeitamente ao enredo e nisso acaba não causando estranheza como já vi em outros quadrinhos.

    Em suma, é uma obra fantástica que dá aula de como criar um quadrinho que é um ponto fora da curva de tudo que você possa ter lido esse ano. Ao longo dessas 48 páginas o leitor mergulhará em um roteiro extremamente bem elaborado e que não deixa pontas soltas, pois o autor foi bastante cuidadoso na construção precisa desse enredo.

    Outro detalhe importante é que Prisioneiro dos Sonhos – Vol. 2: O Processo não requer necessidade de leitura de sua obra anterior para entendimento, pois cada volume apresenta histórias fechadas.

    VEREDITO

    Prisioneiro dos Sonhos: O Processo é um vórtice em quadrinho que irá ficar em sua mente alguns dias mesmo após o fim dessa narrativa fascinante e intrigante.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Autor: Marc-Antoine Mathieu

    Páginas: 48

    Editora: Comix Zone

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    CRÍTICA – Paper Girls (1ª temporada, 2022, Prime Video)

    Paper Girls é a nova produção original da Prime Video. Baseada nos quadrinhos homônimos criados por Brian K. Vaughan e desenhados por Cliff Chiang, a série é produzida pela Amazon Studios e a Legendary Television.

    O seriado está disponível no Prime Video e você pode conferir abaixo a nossa crítica.

    SINOPSE DE PAPER GIRLS

    Nas primeiras horas da manhã após o Halloween de 1988, quatro entregadoras de jornal – Erin (Riley Lai Nelet), Mac (Sofia Rosinsky), Tiffany (Camryn Jones) e KJ (Fina Strazza) – estão em sua rota de entrega quando são pegas no fogo cruzado entre viajantes do tempo em guerra, mudando o curso de suas vidas para sempre.

    Transportadas para o futuro, essas garotas devem descobrir uma maneira de voltar para casa no passado, uma jornada que as colocará cara a cara com as versões adultas de si mesmas. Enquanto entendem que seus futuros são muito diferentes do que seus eus de 12 anos imaginavam, elas estão sendo caçadas por uma facção de viajantes do tempo conhecida como Old Watch, que proibiu as viagens no tempo para que possam se perpetuar no poder.

    Para sobreviver, as meninas precisarão superar suas diferenças e aprender a confiar umas nas outras e em si mesmas.

    ANÁLISE

    Os quadrinhos de Paper Girls, publicados no Brasil pela editora Devir, possuem uma trama instigante e muito divertida. Entretanto, é necessário ler, pelo menos, três volumes para entender satisfatoriamente todas as nuances da história, a importância dos gadgets apresentados, a interferência das instituições (que estão no poder) nas viagens no tempo e tantas outras coisas que você só descobre após algum tempo de leitura.

    A primeira temporada de Paper Girls, portanto, possui um desafio e tanto em mãos: explicar em 8 episódios todo o contexto das viagens no tempo, a guerra entre o Old Watch e qualquer pessoa que ouse sair da sua linha temporal, apresentar o background de cada personagem e ainda construir a trama de forma que faça sentido.

    É sabido que nem tudo o que é feito nos quadrinhos funciona quando adaptado para as telas. Da mesma forma que um conteúdo por escrito possui espaço para ousar e trazer detalhes das situações, os seriados e filmes acabam, por vezes, tendo que omitir informações dentro da quantidade de horas disponíveis para a adaptação.

    Portanto, a primeira temporada de Paper Girls utiliza alguns arcos específicos dos quadrinhos, mas toma liberdade para criar seu próprio desenvolvimento dos fatos. Mantendo acontecimentos e conceitos base da história original, Stephany Folsom diminui a quantidade de elementos de sci-fi da trama e aposta mais no relacionamento entre as personagens principais.

    As mudanças, que podem ter a ver com o orçamento da série, são bem significativas, principalmente da metade para o final da temporada. Entretanto, as personagens estão muito bem caracterizadas e extremamente fiéis aos quadrinhos.

    Riley Lai Nelet, Sofia Rosinsky, Camryn Jones e Fina Strazza são, visualmente, muito parecidas com os desenhos de Cliff Chiang, o que é algo muito legal de ver em tela. Apesar da personalidade das personagens sofrerem certas mudanças na versão do Prime Video, com diversos pequenos acontecimentos dos quadrinhos sendo redirecionados para membros diferentes do grupo, a conexão entre elas ainda funciona muito bem, principalmente quando explorado o quão diversa é a cultura de cada uma delas.

    Mesmo pesando em alguns momentos dramáticos, o seriado de Paper Girls é muito efetivo em retratar o relacionamento das meninas, e essa é a melhor parte da produção. Por se tratar de uma narrativa coming-of-age, é muito prazeroso acompanhar o desenvolvimento de todas elas e a forma como se unem em prol de um objetivo em comum.

    Entretanto, mesmo com a ótima caracterização das atrizes principais, falta para Paper Girls um apelo maior com o design de produção e direção de arte. Stranger Things é uma febre não só pelo ótimo elenco infantil e história, mas também pelo trabalho de recriar os anos 1980 nos mínimos detalhes, trazendo também elementos visuais interessantes nas ameaças vindas do Upside Down. É uma produção que realmente enche os olhos e surpreende pela qualidade não só de atuação, como também de produção.

    Talvez em uma segunda temporada, com mais garantia de sucesso, a série possa receber um budget maior e ousar nos elementos visuais. Tales From The Loop, uma ótima série original do Prime Video, tem um apelo visual belíssimo e grande sofisticação em seus episódios. Esse nível técnico é algo que eu gostaria de ver num possível próximo ano de Paper Girls.

    Sobre os personagens secundários, todos parecem necessitar de mais substância. As mudanças feitas nas versões adultas das personagens, além da adição de Larry (Nate Corddry), não fazem jus à história disponível nos quadrinhos e tornam a trama criada por Folsom bem arrastada. Jason Mantzoukas, que faz parte do elenco interpretando o Grande Pai, não complementa em nada o elenco principal, fazendo participações tão esquecíveis que eu quase esqueci dele nessa crítica aqui.

    VEREDITO

    Com um elenco excelente e um bom desenvolvimento de suas personagens principais, Paper Girls se destaca por seus talentos mais do que pelos acontecimentos da trama. Contudo, a primeira temporada traz um bom entretenimento e possui potencial para criar um segundo ano mais divertido e interessante.

    Nossa nota

    3,9/5,0

    Assista ao trailer:

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    Paper Girls: 10 curiosidades sobre a série

    Em desenvolvimento desde 2019, a série Paper Girls estreia em julho de 2022 no catálogo do Prime Video. A série que contará a jornada de Erin (Riley Lai Nelet), KJ (Fina Strazza), Tiffany (Camryn Jones) e Mac (Sofia Rosinsky), quatro garotas que embarcarão numa aventura em pleno anos 80, é baseada no quadrinho de mesmo nome de Brian K. Vaughan e Cliff Chiang, lançado nos Estados Unidos pela Image Comics e no Brasil pela Editora Devir.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Paper Girls – Vol. 1 (2017, Devir)

    Veja abaixo 10 curiosidades sobre a série de TV, Paper Girls:

    A série é uma adaptação dos quadrinhos

    A série Paper Girls não apresenta uma história original, ela é na verdade baseada nos quadrinhos de Brian K. Vaughan e Cliff Chiang, publicados pela Image Comics. Mesclando o melhor da ficção científica e mistério, o quadrinho foi publicado ao longo de 30 edições, entre 2015 e 2019. A sinopse do quadrinho apresenta Erin Tieng, a mais nova moradora de Stony Stream e entregadora de jornais recém-contratada. Enquanto entregava jornais nas primeiras horas da manhã de 1º de novembro de 1988, Erin conhece Mac, KJ e Tiffany, um grupo de amigas que também entregam jornais e convidam Erin para se juntar a elas.

    Elenco

    O elenco da série conta com Riley Lai Nelet, Fina Strazza, Camryn Jones e Sofia Rosinsky como protagonistas; e também com Adina Porter, Nate Corddry, Morgan Carroll, Kellee Stewart, Daniel Rashid, Maren Lord, Marika Engelhardt, Quetta Carpenter, Meg Thalken, Ali Wong, Rebecca Spence, Joshua L. Green, Christopher Shyer, Adam Shalzi, Jodi Kingsley, Michael Mathis, Auani Turner, Khadijah Freeman, Michael David Hammond, Patrick Allen Bolen e John Krejczyk.

    Produção

    Coproduzida pela Amazon Studios, Legendary Television e Plan B Entertainment, Paper Girls conta com Christopher Cantwell, Cliff Chiang, Christopher C. Rogers, Brian K. Vaughan, Brad Pitt e Dede Gardner, como produtores da série.

    Stephany Folsom (Toy Story 4 e Thor: Ragnarok) foi confirmada como principal roteirista. A distribuição de Paper Girls será realizada pelo Prime Video, como um dos seus principais lançamentos de julho de 2022.

    Sinopse

    A rota de entrega de jornais de Erin, Mac, Tiffany e KJ é interrompida no Dia do Inferno, quando viajam no tempo sem saber. A primeira temporada acompanha as meninas na busca de um caminho de volta para 1988. Elas conhecerão membros de duas facções que viajam no tempo em guerra pelo controle do fluxo do tempo; e ficarão de cara com seus próprios futuros e lidarão com o destino de suas vidas.

    As primeiras filmagens

    Anunciada oficialmente em 2019, a produção da série acabou sofrendo um pequeno atraso; as filmagens da primeira temporada de Paper Girls aconteceram em 2021. Inicialmente as primeiras cenas estavam previstas para serem rodadas em março, porém só iniciaram em maio de 2021, em Chicago, Illinois. Após cinco meses de filmagens, a produção foi finalizada em outubro de 2021.

    Sua “semelhança” com Stranger Things

    Se você conhece as histórias em quadrinhos, já tem essa resposta e sabe que não. Mesmo que a ambientação seja no mesmo período e que relativamente ambas as histórias bebam de fontes parecidas, a trama de Paper Girls assume caminhos diferentes e debate com profundidade alguns temas, como por exemplo autoaceitação. A estética oitentista do quadrinho e da série de TV, não podem limitá-la a nova Stranger Things.

    Onde encontrar os quadrinhos?

    No Brasil, Paper Girls foi publicado pela Editora Devir. Compilando as 30 edições lançadas originalmente pela Image Comics nos Estados Unidos, o público brasileiro conta com seis encadernados que compilam toda a jornada de Erin, Mac, Tiffany e KJ. A Editora Devir lançou Paper Girls entre 2017 e 2021.

    Brian K. Vaughan e Cliff Chiang

    Brian K. Vaughan

    Brian K. Vaughan um dos criadores de Paper Girls nos quadrinhos, mais especificamente o roteirista, é conhecido por outros trabalhos, que alcançaram ainda mais sucesso. Brian K. Vaughan é o criador de Y: The Last Man, Fugitivos, Ex Machina, Os Leões de Bagdá e Saga. Também foi um dos roteiristas da série de TV, Lost e Under the Dome. Cliff Chiang se tornou um dos principais desenhistas do mercado de quadrinhos, tendo publicação nas principais editoras americanas, incluindo Marvel e DC.

    Episódios e Direção

    Com a estreia prevista para julho de 2022, a primeira temporada de Paper Girls contará com 8 episódios. Mairzee Almas, Georgi Banks-Davies, Destiny Ekaragha e Karen Gaviola, foram confirmadas na direção dos episódios, que terão em média 50 minutos de duração.

    Quando Paper Girls será lançada no Prime Video?

    Paper Girls chegará ao catálogo do Prime Video no dia 29 de julho de 2022; a série baseada nos quadrinhos de Brian K. Vaughan e Cliff Chiang, publicados pela Image Comics nos Estados Unidos e no Brasil pela Editora Devir, conta com classificação indicativa para maiores de 16 anos.


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    Lista: As melhores séries do segundo trimestre de 2022

    Mais um trimestre com ótimos seriados para assistir nos streamings! Selecionamos o que mais curtimos para você aproveitar as melhores séries do segundo trimestre de 2022 sem medo de cair em roubada.

    As dicas aqui são para você que não quer perder tempo assistindo algo duvidoso. Então, listamos os seriados lançados entre abril e junho de 2022 e que foram avaliados pela nossa equipe com notas entre 4,5 e 5, a nota máxima do site.

    Tá sentindo falta de um bom seriado e não sabe o que assistir? Então leia a lista até o fim e prepare a pipoca! Temos certeza que você vai se interessar por pelo menos uma das melhores séries de 2022 que estão aqui listadas.

    Melhores séries do segundo trimestre de 2022

    Outer Range (1ª temporada – Prime Video)

    Sinopse: A trama gira em torno de Royal Abbott (Josh Brolin), um fazendeiro que luta por sua terra e família, que descobre um mistério insondável à beira do deserto de Wyoming. Uma história emocionante com um mistério sobrenatural, Outer Range examina como lidamos com o desconhecido. 

    Nota: 4,5 / 5,0

    Leia a análise da primeira temporada de Outer Range.

    Policial ou Bandido: O Enigma de Eirik Jensen (1ª temporada – Netflix)

    Sinopse: Um renomado policial norueguês suspeito de traficar drogas deixa os investigadores na maior dúvida: será que ele é um bom policial ou um grande criminoso?

    Nota: 4,8 / 5,0

    Leia a crítica da primeira temporada de Policial ou Bandido: O Enigma de Eirik Jensen.

    Attack on Titan (4ª temporada, Parte 2 – Crunchyroll e Funimation)

    Sinopse: Antigos inimigos se juntam na luta contra Eren Yeager e seu exército de titãs, decidido a destruir o mundo exterior para salvar Paradis. Segredos obscuros sobre as origens dos titãs são revelados e Mikasa precisará fazer uma escolha que definirá o futuro da humanidade.

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia aqui a crítica da segunda parte da 4ª temporada de Attack on Titan.

    Heartstopper (1ª temporada – Netflix)

    Sinopse: Charlie (Joe Locke) é um aluno muito dedicado, mas que tem sofrido bullying na escola de forma constante desde que se assumiu gay. Já Nick (Kit Connor) é super popular e querido por ser um excelente jogador de rugby. Quando os dois começam a sentar próximos todas as manhãs, eles desenvolvem uma amizade intensa e imprevisível, se aproximando mais a cada dia. 

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia a crítica da primeira temporada de Heartstopper.

    Ozark (4ª temporada – Netflix)

    Sinopse: A liberdade parece estar mais próxima, mas o rompimento de laços familiares pode ser a ruína dos Byrdes.

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia a análise da quarta temporada de Ozark.

    Clark (Minissérie – Netflix)

    Sinopse: Esta é a história de Clark Olofsson, o criminoso controverso que inspirou o termo “Síndrome de Estocolmo”. Baseada nas verdades e mentiras contadas por ele.

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia aqui a crítica de Clark.

    Nossa Bandeira é a Morte (1ª temporada – HBO Max)

    Sinopse: Stede Bonnet (Rhys Darby), conhecido como o “pirata cavalheiro” nasceu em uma rica família inglesa na ilha de Barbados durante a colonização britânica. Depois de herdar a fortuna dos pais, ele decide que quer se aventurar pelo mundo do crime e juntar uma tripulação de piratas para explorar o oceano e roubar quem encontrassem pela frente. Porém, sem nenhuma experiência em navegação, Bonnet percebe que sua tarefa como capitão não será nada fácil, especialmente quando ele fica cara a cara com um dos maiores piratas de todos os tempos: o Barba Negra (Taika Waititi).

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia a análise da primeira temporada de Nossa Bandeira é a Morte.

    Love, Death and Robots (3ª temporada – Netflix)

    Sinopse: Mundos sinistros, violência e mistérios aguardam você na terceira temporada desta animação vencedora do Emmy. Com direção de Tim Miller e David Fincher.

    Nota: 5,0 / 5,0

    Veja aqui a crítica da terceira temporada de Love, Death and Robots.

    Hacks (2ª temporada – HBO Max)

    Sinopse: Deborah (Jean Smart) pretende mudar o formato do seu show e está animada com a nova empreitada. Entretanto, um e-mail bombástico de Ava (Hannah Einbinder) pode colocar tudo a perder com informações constrangedoras sobre a vida da maior comediante dos Estados Unidos.

    Nota: 5,0 / 5,0

    Leia a crítica da segunda temporada de Hacks.

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    TBT #187 | Pequena Miss Sunshine (2006, Valerie Faris)

    Levante a mão todo mundo que se lembra de Pequena Miss Sunshine em alguma Sessão da Tarde ou em um domingo de férias! É simplesmente impossível que a maioria das pessoas não conheça esta grande obra da comédia dramática. Mas o mais incrível deste filme é que ele pode ser apreciado tanto como um longa divertido, ideal pra uma tarde chuvosa, quanto se debruçando sobre as sutis camadas que ele constrói.

    Além disso, o roteiro, obra de Michael Arndt, nome também responsável por Wall-E e Toy Story 3, recebeu prêmio de Melhor Roteiro Original no Oscar de 2007 e no BAFTA do mesmo ano. Estes eventos também premiaram Alan Arkin como Melhor Ator Coadjuvante.

    Nesse sentido, Pequena Miss Sunshine tem pontos que marcam muito, e são eles que vou tentar abordar na sequência, buscando não ser muito técnico ou me alongar muito. Desta forma, focaremos então no que, pra mim, mais se destaca nesta obra de 2006.

    SINOPSE

    O sonho da pequena Olive é participar do concurso de Pequena Miss Sunshine. Para isso, ela embarca em uma divertida e comovente viagem com o pai, o tio, o avô, o irmão e a mãe. A família precisa correr contra o tempo para que Olive chegue no horário e possa fazer a apresentação criada pelo seu avô.

    ANÁLISE

    Pequena Miss Sunshine

    Falo por mim quando digo que, muitas vezes, filmes que são rodados na Sessão da Tarde à exaustão não tem uma qualidade tão boa. Contudo, me repreendo em minha afirmação, já que esse rótulo não faz sentido algum. Se o filme é repetido, provavelmente é porque muitos o assistam.

    Pequena Miss Sunshine é excelente em muitos pontos, mas principalmente na sua capacidade de transmitir a sua essência de maneira quase imperceptível. A princípio, o que se destaca no filme é a característica disfuncional de uma família que parece não ter um pingo de afinidade. No entanto, as personalidades de cada um não são apresentadas, mas construídas, ao longo da trama.

    Personagens

    Poderia começar pela protagonista, mas vou me permitir deixá-la para o final; vocês vão entender o motivo. Curiosamente, após a primeira compra do roteiro pelo estúdio Focus Features, estes insistiram para que Arndt centrasse o filme no personagem do pai da família, Richard Hoover, interpretado por Greg Kinnear (Blackbird). Isto não foi levado à versão final, e isto provavelmente tenha sido essencial para o sucesso do longa, não por este ser um personagem desinteressante, mas porque permitiu ao resto do elenco brilhar.

    É nítido que no primeiro ato do filme, busca-se dar luz aos principais problemas de cada membro da família. Um pai coach de sucesso que não atingiu o sucesso, um avô ranzinza e drogado, um adolescente rebelde que odeia todo mundo e um tio que tentou suicídio devido a uma sequência de fracassos. Como tirar uma história bonita a partir desta catástrofe? Comecemos da superfície, e depois nos aprofundaremos.

    Fotografia e música: a arte de Pequena Miss Sunshine

    Mantendo nossa análise ainda no sensorial, facilmente conseguimos perceber os tons alegres e agradáveis com os quais a maioria do filme é pintado. Muitos tons de amarelo, laranja e verde nos ressaltam a simplicidade e alegria de uma criança que não se importa com “problemas de adulto”. O filme nos é transmitido pelos olhos de Olive (Abigail Breslin), a protagonista.

    Aos olhos de um adulto, tudo o que se dá na primeira hora de filme seriam tragédias atrás de tragédias. Primeiramente, uma família em total dissonância, depois a kombi com problemas no motor, pra falar apenas do início. No entanto, apesar de todos os revezes, aos olhos da pequena Olive, é tudo uma grande aventura que culminará na sua apresentação no concurso da Pequena Miss Sunshine.

    E assim, todo o filme nos conduz por uma paleta divertida, com uma kombi amarela quase como protagonista. Do mesmo modo, as melodias das serenatas francesas conduzindo com leveza toda a cena que deveria ter maior densidade, encerram o contraste entre drama e comédia.

    A filosofia intrínseca

    Pequena Miss Sunshine

    Não por acaso, dois pensadores e escritores são mencionados e lembrados no decorrer do filme. Friedrich Nietzsche como um ideal para o personagem de Paul Dano, o jovem Dwayne Hoover; por outro lado, Marcel Proust, o cerne do estudo do tio Frank, interpretado brilhantemente por Steve Carell.

    A princípio, ao nos depararmos com a grande tela de Nietzsche no quarto de Dwayne, somado ao comportamento hostil e introvertido do adolescente, somos levados a entender que o mesmo tomará uma abordagem cética e cartesiana. Em contrapartida, da parte de Frank, com Proust, poderíamos suspeitar que o ponto seja o bucolismo do francês, haja vista a tentativa de suicídio.

    Mas ao fim do filme, percebemos que não é nem uma, nem outra, a abordagem que se destaca, mas sim, a composição de ambas. Não é o niilismo que impera, mas a exploração da literatura como forma de libertação, acesso ao desconhecido e redenção. Neste caso, a literatura é o próprio romance escrito por Arndt, que enaltece a poesia das limitações humanas, mas que culmina na grande reflexão do filme, trazida ironicamente pelo sobrevivente de uma tentativa de suicídio, o tio Frank.

    Proust chegou no final de sua vida, olhou pra trás e percebeu que todos aqueles anos em que ele sofreu… aqueles foram os melhores anos de sua vida, porque o fizeram ser quem ele era. Todos os anos em que ele foi feliz? Sabe, total perda de tempo. Ele não aprendeu nada.

    VEREDITO

    Apesar de, sim, ser um pouco cética e não muito alegre a reflexão trazida, a verdadeira reflexão vem na sequência. Dwayne entende que o significado de tudo aquilo é que todos os percalços que acompanharam a família até lá, fizeram com que todos se unissem e ressignificassem alguns valores que traziam em seus laços.

    Pequena Miss Sunshine é uma aula de filosofia, fotografia, arte… e além de tudo isso, é simples, é engraçado e sutil. Como pelos olhos de uma criança. E é por isto que este longa foi trazido neste TBT. Para ser enaltecido por tudo o que faz, de maneira simples, mas marcante, como se construído sob os cuidados de uma criança.

    Você pode assistir Pequena Miss Sunshine através do Star+.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado de Pequena Miss Sunshine:

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