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    Por dentro da Série Round 6: Livro revela bastidores da produção

    Lançada em setembro de 2021, Round 6 emplacou recordes de audiência e se tornou a série mais assistida da história da plataforma de streaming Netflix, vista por nada menos que 142 milhões de assinantes. O estrondoso sucesso é seguido por uma legião de pessoas sedentas por mais informações acerca de todo o universo da série, seus personagens e histórias de bastidores.

    É voltado a esse público o conteúdo de “Por dentro da Série Round 6”, livro da editora Citadel lançado em 22 de dezembro de 2021.

    A perturbadora mescla de jogos infantis, sangue, luta por sobrevivência e crítica social se inspira em Battle Royale e no universo dos mangás. Carregado de detalhes, “Por Dentro da Série Round 6” mostra, por exemplo, quem são os sete personagens principais e como cada um deles votou no jogo.

    Escrito pelo sul-coreano Park Mijoon, o livro é uma espécie de guia não-oficial da série e oferece um olhar muito aprofundado e detalhista, revelando pequenos segredos e curiosidades escondidas, como algumas dicas para os jogos que acontecem em cada episódio ou um olhar mais analítico sobre cada personagem que aparece na série.

    Sobre o autor

    Park Minjoon é roteirista e crítico de televisão. Nasceu em Ssangmun-dong, um bairro de Seul, e estudou cinema na Universidade Nacional de Seul. Desde pequeno jogava bolinha de gude, cabo de guerra e o squid game (que deu nome à série ao redor do mundo, mas aqui no Brasil intitulou-se Round 6).

    Sinopse

    O manual de instruções não oficial para descobrir todos os segredos, antecedentes e curiosidades da série e se aventurar no mundo K, o fantástico universo cultural coreano. Prepare-se para se tornar o jogador número 457. O que você está disposto a fazer para pagar suas dívidas? 456 jogadores com dívidas a pagar envolvem-se em vários jogos para crianças que, no entanto, envolvem peões (mortais). Não pode ser abandonado, quem perde a vida. Uma perturbadora mistura de jogos para crianças, sangue, luta pela sobrevivência e crítica de sistema que tem as suas origens em Battle Royale e no universo mangá. Um sucesso que em muito pouco tempo se estende muito além da própria série de TV, tornando-se um fenômeno social de alcance global.

    Ficha Técnica

    Editora: ‎ Citadel Editora; 1ª edição (13 dezembro 2021)
    Idioma: ‎ Português
    Capa comum: ‎ 176 páginas
    ISBN-10: ‎ 6550471273
    ISBN-13: ‎ 978-6550471279
    Dimensões: ‎ 16 x 1 x 23 cm

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    CRÍTICA – Benedetta (2022, Paul Verhoeven)

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    O filme francês Benedetta do diretor Paul Verhoeven (Robocop) chegou aos cinemas. Com roteiro de David Birke e do próprio diretor, o longa é uma adaptação do livro Atos Impuros da historiadora inglesa Judith C. Brown

    No elenco estão Virginie Efira, Charlotte Rampling e Daphne Patakia.

    SINOPSE

    No século XVII, a jovem Benedetta Carlini (Virginie Efira) é enviada a um convento italiano, crescendo com devoção completa a Deus. Quando a instituição acolhe uma jovem agredida pelo pai, as duas mulheres se aproximam e iniciam um relacionamento proibido. Enquanto isso, Benedetta passa a ter visões, logo alguns enxergam na mulher uma mensageira divina, mas outros a consideram uma farsante perigosa.

    ANÁLISE

    Considerado um dos filmes mais polêmicos do ano, Benedetta traz o teor provocativo e crítico, a marca característica do diretor Paul Verhoeven. Famoso por filmes que discutem tabus da sociedade, Verhoeven faz de Benedetta talvez sua obra mais importante ao debater religião e sexo de uma forma única. 

    O longa, como o livro, se baseia em fatos reais. A freira existiu no início do século XVII em Pescia, uma pequena vila no norte da Itália e teria tido um relacionamento com uma de suas freiras enquanto ela era abadessa do Convento da Mãe de Deus. 

    Logo, Benedetta foi destituída de seu posto e presa quando o Papado descobriu sobre o caso. Ela também relatou ter visões e até recebeu os estigmas. Em 1619, ela afirmou ter sido visitada pelo próprio Jesus, que disse a Benedetta que ela deveria se casar com ele. As pessoas começaram a questionar as declarações de Benedetta, e a investigação que se seguiu revelou o relacionamento proibido.

    O filme de Verhoeven se assemelha em muito aos relatos dos fatos, no entanto, se tratando de uma obra cinematográfica também imagina como foram as visões de Benedetta e tenta dar sentido às suas ações. Dessa maneira, o diretor tem o cuidado de nunca colocar a freira sob um olhar crítico, o que está em jogo é a relação da Igreja para com a sociedade e como esta pode ser hipócrita. 

    Em Benedetta, o corpo feminino é visto como pecaminoso sendo uma construção da visão da Igreja sobre as mulheres. Consequentemente, o filme brinca com esses conceitos, visto que, as visões da protagonista com Jesus são acompanhadas de tensão sexual. Mais do que chocar, o diretor deseja passar uma mensagem, ainda que sem efeito em seu final.

    Isso porque, existe um certo ar de mistério se as visões de Benedetta são reais ou não, mas que aos poucos vai sendo deixado de lado para dar espaço a outras tramas. O impacto que as manifestações de Jesus causam em Benedetta poderia ser maior explorado, mas é nítido que o diretor está mais interessado no impacto que esses acontecimentos causam naquela sociedade.

    Por isso, a personagem tão intensamente vivida por Virginie Efira carrega uma forte convicção de seus atos que surpreende até mesmo a noviça Bartolomea (Daphne Patakia), seu interesse amoroso. O filme até demora para tratar dessa relação vista como pecaminosa, o encontro entre ambas acontece sem pressa por parte do diretor, para depois explodir em cenas íntimas.

    Longe de ser um filme feminista, afinal temos um diretor, Benedetta explora as questões da fé em contato com a atração carnal. Para isso, o extremo físico é abordado de diferentes maneiras em cenas como quando Benedetta obriga Bartolomea a queimar a mão para provar sua devoção ou aquela em que a estátua da Virgem Maria se torna um objeto para penetração. 

    Depois que Benetta dá um novo significado a seu desejo sexual como algo divino, é fácil para a freira se desprender do pecaminoso e afirmar repetidamente que a relação faz parte do “compartilhamento do amor de Cristo”, ainda que mais ninguém ali veja dessa forma. 

    Da metade para o final, quando o filme introduz a Peste e a passagem de um cometa como sinais da ira de Deus, segundo aquela sociedade, o filme começa a perder sua potência. Logo, não é difícil que Benedetta caia em um área de estranhamento, onde não se sabe se o diretor deseja fazer uma sátira da Igreja ou um filme mais sério. Afinal, podem ser ambos ou nenhum. 

    VEREDITO

    Benedetta é um filme intenso que parte de uma história real sobre o primeiro caso lésbico entre freiras reconhecido pela Igreja Católica, onde o diretor conduz veemente a primeira metade do filme propondo verdadeiras discussões sobre fé e desejo sexual. Porém o longa se perde no seu final, querendo fazer realmente um espetáculo, o que parece ser a real intenção do diretor. Ainda que não agrade a todos.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – We Are Football (2021, Winning Streak Games)

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    We Are Football é um simulador de jogos de futebol. O jogo está disponível para download na Steam e é uma realização da Winning Streak Games com distribuição da THQ Nordic.

    ANÁLISE

    Diferentemente de outros simuladores de futebol como Soccer Manager e Football Manager, esse segundo o mais famoso do gênero, We Are Football é um jogo que não conta com o licenciamento das equipes das quais tem disponibilidade, o que pesa muito para baixo em relação aos seus rivais, uma vez que para os amantes do gênero, saber os nomes dos jogadores é fundamental na construção dos elencos.

    Além disso, as partidas carecem de emoção, pois tem apenas melhores momentos narrados por letreiros, algo que diminui muito a experiência do jogador. As telas são intuitivas, mas são tantas opções que ficamos um pouco confusos com a quantidade infinita de opções. São muitas possibilidades de treinamentos, atualizações de estruturas, e outras questões técnicas fundamentais para a evolução do time e a tão chegada glória no levantamento de taças.

    A quantidade de ligas é satisfatória, com destaque para a Liga Inglesa, disponível na íntegra com as principais divisões do campeonato mais difícil do planeta.

    VEREDITO

    We Are Football é um jogo que infelizmente não se destaca dentro das opções disponíveis no mercado. Com um valor de R$ 65,99, o game não é uma opção viável para quem busca um substituto do Football Manager, que não é mais distribuído no Brasil.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Confira o trailer de We Are Football:

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    CRÍTICA – O Assassino de Clovehitch (2018, Duncan Skiles)

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    De surpresa, um filme de 2018 recentemente chegou à Netflix e alcançou o terceiro lugar de obras mais assistidas da plataforma. O Assassino de Clovehitch se distancia dos moldes de filmes convencionais, e em seu primeiro ato não nos prende, mas do segundo ato em diante, desenvolve os mais diferentes arcos de maneira concisa e vai além do que foi prometido inicialmente. Ontem comecei a assistir ao filme com minha namorada, Thalita, a convite dela e enquanto assistíamos, uma discussão profunda sobre os problemas do mesmo não pararam de surgir.

    Ainda que a trama se desenvolva de maneira lenta, o filme se mostra em grande parte como um drama evangélico, O Assassino de Clovehitch nos leva por caminhos que a princípio não parecem saber onde levar, mas entrega um filme contundente e poderoso.

    SINOPSE

    Um adolescente descobre provas que mostram que seu pai, um homem aparentemente calmo e bondoso, é um serial killer. O rapaz começa a investigar o caso e se vê dividido ao tentar entender se o homem que o criou é um assassino cruel.

    ANÁLISE

    O Assassino de Clovehitch

    Em meio à uma comunidade evangélica nos Estados Unidos, vigílias todos os anos em uma mesma data marcam as vidas das vítimas de um serial killer, apelidado Clovehitch Killer, que assolou uma pequena comunidade no Kentucky nos anos 90.

    Por meio de arcos insossos e fracos, o filme desenvolve sua história permeado de preconceitos relacionados à fetiches e aponta diretamente que elementos relacionados aos desejos são comportamentos desviantes, sendo protagonizado e exclusivo da personalidade de um serial killer, ou de um pervertido.

    Vale apontar que no passado, BDSM e alguns outros fetiches eram considerados “Transtornos da preferência sexual”, e em 2018, a OMS parou de considerá-los como uma parafilia. Hoje, apenas atividades sexuais não-consensuais continuam sendo consideradas como uma parafilia. Ou seja, um filme evangélico, evocar qualquer atividade não considerada pelo evangélicos como algo aceitável, e não uma perversão, é no mínimo problemático.

    Dylan McDermott (American Horror Story, Stalker e Hollywood) estrela como um “cidadão de bem, um pai de família” que esconde muito mais do que sua máscara social aparenta mostrar. Atuando como o chefe dos escoteiros Don Burnside, da pequena cidade do Kentucky, o filme nos lança em meio à intrigas relacionadas aos assassinatos que pararam de acontecer 10 anos antes do momento em que o filme é ambientado.

    Enquanto permite desenvolver arcos autocontidos quase que inteiramente baseados nos preconceitos da cultura evangélica, a hipocrisia presente nas ações de um psicopata dissimulado que se aproveita da religião para agir como quer, o filme dá espaço para que muito seja mantido no campo subliminar.

    VEREDITO

    Ao dar sinais confusos quanto ao seu final, a hipocrisia contida nos arcos dos filmes apontam sinais que indicam as mais diferentes coisas. Mas ainda que incoerente, O Assassino de Clovehitch nos faz perceber que muito do desenvolvimento das tramas e o segundo e terceiro atos levam o filme por caminhos interessantes, enquanto nos deixa confusos e ao seu fim, é difícil saber se o filme é um filme bom ou ruim.

    Um dos maiores problemas do filme é relacionar BDSM e travestismo à perversão de um serial killer. Relacionando qualquer preferência sexual, como fetiche aos transtornos e perversão de um psicopata abusivo e dissimulado.

    Nossa nota

    2,5 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    CRÍTICA – Indecente (2022, Monika Mitchell)

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    Indecente é o mais novo longa norte americano original da Netflix e é inspirado na obra de Nora Roberts com o mesmo nome. O longa é dirigido por Monika Mitchell.

    SINOPSE DE INDECENTE

    Grace (Alyssa Milano) é uma renomada escritora de romances policiais, sendo uma especialista em leitura de suspeitos. Kathleen (Emilie Ullerup) é a irmã de Grace e a chama para passar uns dias em sua casa para ajudá-la em uma questão judicial. Entretanto, Kath acaba sendo assassinada e sua vida dupla vem à tona. Grace se junta a Ed (Sam Page) e eles vão desvendar esse crime terrível.

    ANÁLISE

    Indecente

    Indecente tem jeito, cara e parece muito um filme brega com a temática do gênero de suspense policial noventista dos mais baratos possível. Recheado de clichês, o roteiro sofrível de Donald Martin entrega diversas cafonices sem precedentes a todo o momento.

    Começando pela relação de Ed e Grace que começa de uma forma completamente arbitrária e avança de um jeito completamente artificial. Os dois possuem zero química e nunca seriam um casal da vida real.

    Entretanto, os problemas de fato estão nas pistas óbvias de um roteiro fraco e decisões mais que equivocadas das pessoas envolvidas no caso. Em dado momento, a chefe de polícia fica tranquila em colocar civis em perigo para solucionar o casso, assim como muda de ideia com a mesma velocidade que muda de roupa.

    As atuações são horrorosas, visto que o elenco é canastrão em todos os sentidos. Alyssa Milano está totalmente no automático e sua personagem é insuportável, pois é insistente e arrogante, mesmo tendo características de uma boa final girl. Já Ed é pamonha, sem nenhuma expressão facial de um péssimo Sam Page que está ali apenas para ser bonito e inexpressivo.

    Por fim, mas não menos importante, a história e conclusão são tão óbvios que em 40 minutos de Indecente, já sabemos quem é o assassino e sua apresentação beira o ridículo.

    VEREDITO

    Indecente

    O novo longa da Netflix é, Indecente no nome e na execução. De fato, a quantidade de produções mensais é uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo que temos muitas novidades, e várias que dão certo, diga-se de passagem, algumas deixam bastante a desejar, sendo o caso aqui.

    Nossa nota

    1,6/5,0

    Confira o trailer de Indecente:

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    CRÍTICA – Essa Não É Uma Comédia (2022, Gabriel Nuncio)

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    Essa Não É uma Comédia é uma dramédia mexicana original da Netflix dirigida, roteirizada e estrelada por Gabriel Nuncio.

    SINOPSE DE ESSA NÃO É UMA COMÉDIA

    Gabriel Nuncio é um homem de meia idade que busca um novo propósito de vida, pois atualmente é um fracassado em suas escolhas.

    Agora ele recebe uma chance de sua amiga de ser um pai para o filho dela, além de sua namorada querer conectá-lo com o universo.

    ANÁLISE

    Essa Não É Uma Comédia

    Essa Não É Uma Comédia deixa muito claro do que se trata a sua premissa já em seu título, uma vez que a melancolia apresentada aqui é digna de longas como Medianeiras e Todas As Razões Para Esquecer, que se apresentam como comédias, mas que o pano de fundo é a depressão e situações difíceis do cotidiano.

    A atmosfera dura e sem emoções de um dia a dia de um homem quebrado financeiramente e de espírito demonstram toda a problemática do filme. Gabriel é um homem maduro, entretanto, tem medo do compromisso e que não consegue se impor. Ele é levado pelas escolhas dos outros e só faz algo que possa ajudá-lo se vê alguma vantagem nisso, sem nunca fazer nada pelas próprias pernas.

    O filme tem como temática secundária uma crítica bem aberta à indústria da arte num todo. Desde os diretores, atores e público que querem o mais do mesmo, até os donos de bar e acionistas gananciosos que sempre dão um jeito de passar a perna em quem trabalha duro para se sustentar. Essa Não É Uma Comédia é um estudo muito profundo dos seres humanos num geral, mesmo que escorregue em algumas críticas específicas, como, por exemplo, dos jovens místicos que ficam jogados em tela, mesmo que seja algo bastante provocativo.

    VEREDITO

    Com uma trama bastante peculiar, mas que sabe o que quer dizer, mesmo que de uma forma bastante esquisita, Essa Não É Uma Comédia é o típico filme que os cinéfilos cult vão adorar. Com um tom sarcástico, o longa merece ser visto por quem curte a sétima arte.

    Nossa nota

    3,7/5,0

    Confira o trailer de Essa Não É Uma Comédia:

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