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    CRÍTICA – Mentes Extraordinárias (2021, Alexandre Jollien, Bernard Campan)

    Já ouviu falar de road movies? Conhecidos também como filmes de estrada, é um subgênero cinematográfico que, por sua estrutura episódica e pelo desenvolvimento pessoal de seus personagens, é herdeiro da tradição literária da jornada do herói, uma estrutura de história mais utilizada em mitos, lendas, romances e obras narrativas em geral. É nesse formato que se encontra o filme Mentes Extraordinárias

    Além de estrelar e dirigir a produção, Bernard Campan também assina o roteiro ao lado de Helene Gremillon e Alexandre Jollien.

    SINOPSE

    Louis (Bernard Campan) é diretor de uma empresa funerária. Aos 58 anos, nunca se casou, nem pretende; para ele, o trabalho ocupa a vida inteira. Já Igor (Alexandre Jollien), homem que teve uma paralisia cerebral ao nascer, tem 40 anos e trabalha entregando legumes aos moradores da região, enquanto dedica o resto de suas horas à leitura. Por acaso, estes dois homens embarcam numa viagem, a bordo de um carro funerário, para entregar os restos mortais de uma senhora idosa.

    ANÁLISE

    No elenco, Alexandre Jollien cativa não só por sua atuação e simplicidade de seu personagem, mas torna tudo mais real quando atua vivendo a sua própria realidade. Alexandre é um filósofo suíço que assim como Igor, nasceu com paralisia cerebral. O que casa perfeitamente com o entregador de verduras e considera grandes filósofos seus únicos amigos.

    Já Bernard Campan consegue passar de um homem sem emoções, que se conforma sem muita relutância com os acontecimentos de sua vida, para alguém que exala sentimentos e emoções.

    O encontro nada convencional e a forma com que os dois se aproximam é tão natural como se já fossem amigos há tempos. Até mesmo nos desentendimentos dos protagonistas, a resolução é simples, porque ambos se entendem e não se abalam. Assim como a forma com que o filme segue, tão natural e orgânico quanto os laços entre os protagonistas. Embora seja previsível, Mentes Extraordinárias não cria uma oposição tão forte entre as realidades dos protagonistas. Louis parece ter toda paciência do mundo diante das recorrentes impertinências de Louis.

    E em nenhum momento o agente funerário demonstra qualquer dificuldade específica por lidar com um portador de necessidades especiais. Então, a presença de Igor pode até ser, digamos, emocionalmente pedagógica no fim das contas, mas não no sentido de quebrar uma preconcepção restrita/tacanha. As lições que um ensina para o outro são mais de natureza emocional do que comportamental. E, como cineasta, Bernard Campan não demarca didaticamente cada passo da jornada, fazendo dela uma decorrência natural do famigerado aprendizado.

    VEREDITO

    Mentes extraordinárias é uma comédia dramática agradável do tipo para se ver e rever, além de remeter a outros filmes como por exemplo, Intocáveis (2011). Um ponto forte do roteiro de Bernard Campan e Manuel Poirier é o fato de usar a filosofia no personagem de Alexandre Jollien para enriquecer o texto e tornar Igor sempre interessante para o desenrolar da trama, o que fortalece o elo entre os protagonistas.

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – Quem Matou Sara? (3ª temporada, 2022, Netflix)

    A série latino-americana de sucesso da Netflix, Quem Matou Sara?, volta para sua terceira e última temporada. A produção é do diretor José Ignacio Valenzuela e nesta temporada se junta ao elenco Jean Reno, além dos regulares Manolo Cardona, Carolina Miranda e Ximena Lamadrid

    A série estreia no dia 18 de maio, mas nós já conferimos os primeiros três episódios.

    SINOPSE

    Álex (Manolo Cardona) descobre que o corpo de sua irmã não está onde deveria. Novas pistas o levam até uma entidade chamada Medusa. Quem é Medusa e qual seu envolvimento em toda essa história? Será que Álex vai finalmente descobrir quem está por trás do desaparecimento de Sara (Ximena Lamadrid)?

    ANÁLISE

    É até fácil entender porque Quem Matou Sara? fez um enorme sucesso na Netflix em tão pouco tempo. A produção, que chega ao fim com menos de dois anos de exibição e três razoáveis temporadas, alavancou fãs por ter pouquíssimo intervalo entre suas estreias e conseguir manter o interesse do público no mistério principal. Afinal, o que de fato aconteceu com Sara? 

    Essa é uma resposta que a série planeja responder em sua temporada final, visto que, no final da segunda temporada o público têm a resposta sobre quem cortou as cordas do paraquedas de Sara: a sua melhor amiga Marifer. Esse é o tipo de revelação do assassino que não agrada ao primeiro olhar, mas que logo o público compra a ideia. 

    Nesse sentido, o começo da terceira temporada foca em atar os fios soltos deixados pelos capítulos anteriores e também apresenta um novo personagem para a história. Um médico vivido por Jean Reno parece ser uma peça importante para resolver esse quebra-cabeça.   

    A série se adapta a novas possibilidades, enquanto coloca a família Lazcano e Alex quase do mesmo lado. Algo que funciona bem, dado o histórico conflituoso entre esses dois núcleos. Após perder tudo no incêndio no final da segunda temporada, os Lazcano se separaram, mas como família buscam se ajudar. 

    Ainda assim, incomoda que a cronologia de Quem Matou Sara? seja extremamente confusa, visto que a medida que mais coisas são adicionadas em cada episódio, precisamos revisitar eventos que já assistimos outras várias vezes. É uma quebra de ritmo, sem dúvida, mas que acaba colocando o elenco jovem de volta em cena. 

    É justamente na alternância entre passado e presente que nota-se as características da produção. O presente, sempre mais sombrio, combina com a essência conspiratória e misteriosa da série, enquanto o passado ensolarado apresenta o lado mais ingênuo desses personagens, especialmente Alex. 

    Dessa forma, é evidente que essa série trouxe uma grande visibilidade às produções latino-americanas dentro de plataformas de streamings. Uma mistura de novela mexicana e séries televisivas americanas, Quem Matou Sara? cumpre seu papel, entregando o que se propõe a fazer. Mesmo que no final de três temporadas o texto continue sendo massivo e pedante.

    VEREDITO

    Logo nos primeiros episódios, a terceira temporada de Quem Matou Sara? se mostra dinâmica e segue um bom ritmo. No entanto, o roteiro fraquíssimo torna a série repetitiva, como se fosse preciso relembrar sempre o porquê das ações dos personagens com flashbacks muitas vezes desnecessários e plots twists sem sentido. Apesar disso, é um bom começo de final de série. 

    Assista ao trailer:

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    Stranger Things: Conheça os novos atores da série da Netflix

    A quarta temporada de Stranger Things estreia no dia 27 de maio e traz várias caras novas para o já aclamado casting da série. Alguns nomes são bem conhecidos do público e devem ter um papel bastante importante na trama. Confira agora todos eles:

    AMYBETH MCNULTY

    stranger things

    Uma das atrizes mais comemoradas quando foi anunciada pelos fãs foi Amybeth McNulty, a eterna Annie de Annie With E, série que foi cancelada de forma bastante precoce pela BBC e que deixou muitos órfãos.

    Na trama, Amybeth será Vicki, uma jovem nerd que é cheia de energia e será um interesse amoroso de um dos personagens recorrentes de Stranger Things.

    MASON DYE

    O jovem ator de Teen Wolf vai substituir a figura que já foi de Steve (Joe Keery), se tornando o novo rapaz popular e rico da escola chamado Jason Carver, que namora a garota mais descolada e que é o atleta que todos admiram.

    EDUARDO FRANCO

    Eduardo Franco surgiu muito bem no filme Fora de Série, dirigido por Olivia Wilde e agora tem mais uma oportunidade de ouro para brilhar.

    Ele será Argyle, um entregador de pizza gente boa que deve fazer parte do elenco de jovens adultos, formados por Jonathan (Charlie Heaton) e Nancy (Natalia Dyer), se tornando um grande amigo do irmão mais velho de Will (Noah Schnapp).

    REGINA TING CHEN

    Regina Ting Chen, que fez parte do elenco de Rainha do Sul, será a Sra. Kelly, uma orientadora escolar que é extremamente preocupada com seus alunos. Nesta quarta temporada a coitada terá muito com o que se preocupar com o poderoso Vecna tocando o terror por aí.

    GRACE VAN DIEN

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    A atriz de As Discípulas de Charlie Manson e The Village será Chrissy, uma adolescente popular, líder de torcida e namorada de Jason (Mason Dye) em Hawkins.

    SHERMAN AUGUSTUS

    stranger things

    Sherman Augustus será Sullivan, um tenente coronel sério e competente, que busca limpar Hawkins de todos os seus perigos. O homem vai ter que comer o pão que o diabo amassou em Stranger Things com um trabalho tão ingrato.

    O papel de destaque dele foi em Into the Badlands, como o personagem Nathaniel Moon.

    JAMIE CAMPBELL BOWER

    O jovem Grindewald de Animais Fantásticos 2 dará vida a Peter Baillard, um homem gentil que faz parte do time do hospital psiquiátrico de Hawkins, trabalhando como assistente.

    NIKOLA DJURICKO

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    Nikola Djuricko, que fez Guerra Mundial Z, será Yuri, um mercenário russo que ama manteiga de amendoim, piadas ruins e dinheiro, sendo bastante ganancioso e perigoso.

    JOSEPH QUINN

    O ator de Game of Thrones será o líder do Hellfire Club, clube de D&D, Eddie Munson, sendo mais um dos nerds do grupo de Stranger Things.

    TOM WLASCHIHA

    Outro ator de GoT entrou para o time de Stranger Things, Tom Wlaschiha, o Jaqen H’ghar, será Dmitri, um guarda russo charmoso que deve ter uma história ligada a Hopper.

    JOEL STOFFER

    O Enoch de Agentes da S.H.I.E.L.D. ainda não teve seu papel revelado, mas está confirmado no elenco do quarto ano de Stranger Things.

    ROBERT ENGLUND

    Por fim deixamos a lenda dos terrores B e o icônico Freddy Krueger, na franquia A Hora do Pesadelo, Robert Englund, que dará vida à Victor Creel, um homem que enlouqueceu e acabou internado no hospital psiquiátrico de Hawkins após matar seus familiares.

    A história de Creel lembra muito os acontecimento de Amityville, no caso de um pai de família que matou todos eles, dizendo ouvir vozes. O roteiro da série da Netflix deve beber um pouco dessa fonte, trazendo elementos de ficção científica e terror, amplificando a história.

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    CRÍTICA – Pai Nosso? (2022, Lucie Jourdan)

    Pai Nosso? (Our Father, no idioma original) é o novo documentário original da Netflix produzido em parceria com a Blumhouse, empresa do CEO James Blum, produtor vencedor do Emmy 2015 por The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst.

    O documentário chegou ao streaming em 11 de maio de 2022. Confira nossa análise a seguir.

    SINOPSE DE PAI NOSSO?

    Uma mulher faz um teste de DNA e descobre vários meios-irmãos, revelando um esquema chocante que envolve um famoso especialista em inseminação artificial.

    ANÁLISE

    Assustador. Apavorante. Chocante. Pesado. Revoltante. Qualquer um desses adjetivos é ideal para descrever a história contada em Pai Nosso?

    O novo documentário da Netflix em parceria com a Blumhouse relata a história real de dezenas de vítimas do médico Donald Cline, ginecologista especialista em fertilidade.

    Pai Nosso? possui 1 hora e 37 minutos de duração e é a típica produção que parece que dura muito mais. Não porque enrole a audiência, e sim porque é muito bem ambientada e apresenta a história de forma imersiva e fluida.

    A Blumhouse é uma produtora famosa por suas produções de suspense e terror que recentemente firmou parceria com o Prime Video para uma série de filmes do gênero. Você pode ler as críticas desses e outros títulos clicando aqui. Acontece que em Pai Nosso? o terror é muito mais assustador porque é uma história real que afetou uma pequena comunidade nos Estados Unidos em larga escala.

    Já explicitado no trailer e na sinopse, o fato é: o médico utilizou o próprio esperma para engravidar suas pacientes que sonhavam em ser mães, sem ter o consentimento delas.

    Pai Nosso? conta a história do momento em que a primeira vítima começa a questionar por que ela possui características diferentes de seus pais e decide investigar se ela teria meias-irmãs ou meios-irmãos gerados por materiais genéticos do mesmo doador.

    A partir daí, é uma bola de neve apavorante. Um verdadeiro show de horrores que mostra o quão corrompido é o sistema judiciário de Indiana, local em que o caso ocorreu, e como a ética médica pode facilmente ser violada de modo recorrente.

    O documentário da parceria Netflix e Blumhouse entrevista diversas mães vítimas dessa violência além de filhas e filhos gerados a partir do material genético de Donald Cline. A produção é competente em mesclar os depoimentos, as evidências apresentadas no tribunal e a atuação de algumas das vítimas e de atrizes e atores contratados para reconstituir algumas situações.

    A trilha sonora da produção e a paleta de cores fria em momentos de reconstituição constroem efetivamente um ambiente de tensão, suspense e terror. Isso não significa que seja um documentário desonesto ou sensacionalista.

    Ao contrário, pois a história é totalmente pautada em depoimentos e provas que não deixam dúvidas sobre a acusação. Mas os méritos de Pai Nosso? vão além. O documentário é didático ao explicar como era feito o procedimento de inseminação artificial, o desvio de conduta de Donald Cline e como a ética médica deveria ser aplicada corretamente.

    E não para por aí: Pai Nosso? responde eventuais questionamentos que céticos poderiam fazer para tentar descredenciar a luta das dezenas de filhas e filhos, que totalizam centenas de vítimas quando somadas às mães e a aqueles que achavam que seriam pais biológicos.

    Um ponto crucial da narrativa é evidenciar que os danos causados por Donald Cline não se resumem à esfera emocional das famílias. Há também aspectos genéticos que podem prejudicar não apenas as pessoas geradas, como também toda a comunidade local, por conta da conduta antiprofissional (infelizmente parece que não se pode usar outro termo para descrever a situação) do médico.

    VEREDITO

    Pai Nosso? é mais um documentário original da Netflix muito bem desenvolvido e que merece ser assistido. A narrativa real com momentos de atuação para melhor contextualizar algumas situações conta também com a assinatura de suspense/terror típica da Blumhouse, fazendo dessa uma importante – e chocante – adição ao catálogo da gigante do streaming.

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Pai Nosso?

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    CRÍTICA – De Volta ao Baile (2022, Alex Hardcastle)

    De Volta ao Baile é uma comédia romântica original da Netflix e conta com Rebel Wilson (Jojo Rabbit) no papel principal.

    SINOPSE DE DE VOLTA AO BAILE

    Stephanie (Angourie Rice/Rebel Wilson) é uma jovem que tem o sonho de ser popular e ter uma vida perfeita no futuro com o homem dos seus sonhos.

    Após conseguir realizar algumas metas desse plano, a garota acaba sendo sabotada em uma apresentação das líderes de torcida, se acidentando e entrando em coma por 20 anos. Agora, ela tenta recuperar o tempo perdido, tentando reviver sua noite mágica do baile de formatura.

    ANÁLISE

    De Volta ao baile é uma espécie de De Repente 30 com uma roupagem noventista, uma vez que tem diversos elementos dessa época da qual fizemos parte. O longa usa muitos artifícios estéticos referenciais do momento e acerta demais nesse quesito.

    Quanto às questões técnicas, as atuações não são nada demais, tampouco o texto é inspirado ou até mesmo a própria direção que usam e abusam dos clichês como, por exemplo, a protagonista que busca algo a vida toda e quando está perto de conseguir, entende que sua felicidade estava ao seu lado o tempo inteiro, os amigos que ela nunca valorizou, mas que se decepcionam, entretanto, acabam voltando e tudo mais. O grande diferencial aqui é fazer uma crítica ao passado e ao presente, usando todos os estereótipos como uma arma sarcástica do roteiro.

    Em dado momento, o filme fica bastante cansativo e parece não sair do lugar, só entrando nos trilhos mais próximo do final com algumas mensagens edificantes, porém, nada muito além disso. De Volta ao Baile não é um desastre, contudo, está longe de ser bom também.

    Há duras críticas para a positividade a todo o custo, ao politicamente correto e toda a questão de como somos escravos dos nossos celulares e de uma vida baseada na futilidade dos likes. A disputa de egos e da falta de visão do que realmente importa estão escancarados aqui, além de mostrar como nós, millenials, somos frustrados por conta de uma adolescência dura em que se aceitar era muito difícil, nos tornando muito frágeis, passando isso aos nossos filhos.

    VEREDITO

    Com um roteiro que busca brincar com a positividade tóxica mas que, ao mesmo tempo, se baseiam em todos os clichês de comédias românticas, com um texto que é bem óbvio em diversos momentos, De Volta ao Baile é divertido, só que é extremamente raso e longo demais para uma história tão fechada.

    Se em alguns momentos o longa não adotasse uma postura tão séria e tentasse fugir do que ele é, talvez a experiência fosse melhor, todavia, como ele não faz isso, a obra tem apenas o objetivo de entreter, o que até consegue se você realmente embarcar em uma história absurda de uma mulher de 37 anos que quer viver como se tivesse 17.

    2,5/5,0

    Confira o trailer de De Volta ao Baile:

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    Obi-Wan Kenobi: Tudo sobre a nova série de Star Wars do Disney+

    Agora falta pouco para reencontrarmos um dos personagens mais amados do universo Star Wars. Obi-Wan Kenobi, o grande Jedi apresentado durante a saga clássica e que ganhou arcos significativos nas prequels, será novamente interpretado por Ewan McGregor no universo de Star Wars na Disney.

    Se você ainda não embarcou no trem do hype, prepare-se: há muito com o que se animar para essa série! Confira neste artigo tudo o que você precisa saber sobre Obi-Wan Kenobi, que estreará com 2 episódios no Disney+ no dia 27 de maio.

    Sinopse oficial

    Baseado no famoso personagem de Star Wars, a série acompanha as aventuras de Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), uma década depois dos acontecimentos de A Vingança dos Sith (Episódio III).

    A trama começa com Obi-Wan cuidando de Luke Skywalker à distância no planeta Tatooine enquanto vive exilado. Luke vive com seus tios Owen (Joel Edgerton) e Beru Lars (Bonnie Plesse), dois fazendeiros que se esforçam para dar um vida normal para o futuro Jedi.

    Porém, Obi-Wan sabe do perigo iminente que o menino está exposto com seu pai foragido, esperando o momento para atacar. Rapidamente as forças do mal começam a ressurgir com a volta de Darth Vader (Hayden Christensen) e ele precisa sair em uma perigosa aventura para proteger Luke e o futuro do universo.

    Além de Vader, outros vilões de cantos obscuros da galáxia voltam para colocar os Jedi em perigo, e cabe a Obi-Wan usar todas as suas habilidades para não apenas proteger Luke, mas ensiná-lo o que ele precisa para se tornar um grande herói.

    O retorno de Hayden Christensen

    Obi-Wan Kenobi: Tudo sobre a nova série de Star Wars do Disney+

    Quem viveu os anos 2000 sabe que Hayden Christensen não foi muito bem recebido pelos fãs de Star Wars. Como as prequels focaram na transição de Anakin Skywalker para Darth Vader, todo o hate foi direcionado à atuação do rapaz, que acabou se afastando dos grandes blockbusters e focando em projetos menores.

    Com o sinal verde para a série do Obi-Wan, algo que os fãs esperavam há 17 anos, Christensen também foi chamado para retornar e dar vida a Darth Vader. Em entrevista para a Entertainment Weekly, o ator revelou que esse Vader será extremamente poderoso e que ele se sentiu honrado em poder vestir o traje do personagem.

    Christensen diz que sua familiaridade com o personagem fez o retorno ser emocionante e confortável. “Foi principalmente muita empolgação porque eu passei tempo suficiente com esse personagem e senti que o conhecia, e voltar a ele foi muito natural de várias maneiras”, reflete Christensen. “E eu estava realmente empolgado para entrar e interpretar Darth Vader neste ponto da linha do tempo, porque parecia uma continuação natural da minha jornada com o personagem. E isso foi muito significativo para mim”.

    Apesar da repercussão negativa que as prequels tiveram na época, Christensen afirmou a EW que retornar ao universo de Star Wars é algo empolgante. “Uma das coisas que eu mais amei dos projetos de Star Wars é essa empolgação compartilhada”, diz ele. “Todo mundo está muito animado por estar lá. Você sente essa energia, e isso é uma coisa realmente especial”.

    É verdade que não sabemos ainda como acontecerá a dinâmica entre Vader e Obi-Wan. A série terá como vilão principal o Grande Inquisidor (Rupert Friend), um personagem que reporta a Vader na hierarquia de comando do Império. Depois das Guerras Clônicas e a Ordem 66, os Inquisidores (soldados sensíveis à Força que foram introduzidos nas animações Star Wars Rebels) são a tropa que caça e destrói o restante dos Jedi espalhados pela galáxia.

    Sobre como Vader estará incluído nessa história, Christensen não dá nenhum detalhe. “Eu não sei o que posso compartilhar em termos de coisas dos bastidores, porque eu não acho que eles querem que eu fale muito”, diz ele. “Mas posso dizer que a primeira vez que vi Ewan como Obi-Wan novamente, foi um momento muito especial para mim e que vou lembrar por muito, muito tempo”.

    Kathleen Kennedy, a responsável pela Lucasfilm ao longo dos anos, disse que a escolha de trazer Vader de volta foi um pouco controversa. “O debate sobre se deveríamos fazer isso ou não continuou por algum tempo. Todo mundo dentro de nossa equipe criativa tem opiniões fortes, e todos os nossos fãs têm opiniões fortes. Então quando você percebe que está sob esse nível de escrutínio, certamente um ponto da história como esse será escrutinado em um nível muito alto”.

    Já a diretora Debora Chow, que dirigiu ótimos episódios de The Mandalorian, afirmou que a escolha por trazer Darth Vader de volta se deve à importância do personagem na vida de Obi-Wan. “Honestamente, para mim, o ponto de partida foi que eu realmente queria fazer algo baseado em personagens, porque esse é o benefício da série limitada, é que você tem mais tempo para contar uma história real. E então, para mim, o ponto de partida do personagem é você apenas começar e olhar para quem foi importante para ele durante toda a sua vida. E é bem difícil evitar Anakin/Vader nesse cenário, especialmente saindo de A Vingança dos Sith”.

    “É muito intenso ter um personagem tão icônico no show e depois dirigi-lo e fazer novas cenas com ele. Então eu me lembro do pobre Ewan naquele dia, ele disse: O que eu sou, fígado picado em comparação com isso?” afirmou a diretora.

    Quando se passa a série Obi-Wan Kenobi?

    A nova história criada por Joby Harold (que substituiu, a mando de Kennedy, o roteirista Hossein Amini) e Chow acontece 10 anos depois que Obi-Wan se escondeu em Tatooine – praticamente no meio do caminho entre A Vingança dos Sith e Uma Nova Esperança (Episódio IV). “Obi-Wan está perdido”, diz McGregor. “Ele é um homem quebrado depois do que aconteceu com a ordem Jedi no final do Episódio III, mas também com o que aconteceu com Anakin, que ele o perdeu para o lado negro. Ele sente uma enorme responsabilidade e culpa”.

    A série de seis episódios se concentra nessa jornada que passa pela dor até a esperança. “Quando vimos Obi-Wan pela última vez nas prequels, ele estava muito empolgado”, diz Harold. “Há uma paixão nele. E quando o vemos novamente em Uma Nova Esperança, ele é outra pessoa. Essa era a história que eu queria entender: o que aconteceu com Obi-Wan entre o cara que Ewan trouxe à vida e o cara que Sir Alec Guinness trouxe à vida”, complementa.

    Na época em que Solo: Uma História Star Wars (2018) foi lançado, Obi-Wan era um dos projetos de filme spin-off que já estava em desenvolvimento inicial (bem como havia boatos de um filme para Boba Fett, que também se tornou uma série do Disney+). O roteiro do projeto também era assinado por Harold e partes do argumento foram mantidos para a minissérie, de acordo com Chow. “Herdamos um pouco dele, mas realmente fizemos algumas mudanças significativas e adicionamos alguns elementos diferentes”.

    “O Império está em ascensão”, explica Harold. “Todos os horrores que vêm com o Império estão se manifestando em toda a galáxia, então todo o cenário que existia nas prequels desmoronou. A ordem Jedi está sendo praticamente exterminada, e os Jedi que sobreviveram estão fugindo ou escondidos. Dentro desse mundo fatalista, sem esperança, encontramos possivelmente o mais famoso de todos os nossos Jedi sobreviventes escondidos e lutando para recuperar a fé que define os Jedi”.

    É nesse momento que os Inquisidores entram em cena. “Eles estão tentando erradicar completamente a ordem Jedi”, explica McGregor. Reva, também conhecida como The Third Sister, é interpretada por Moses Ingram de O Gambito da Rainha e será parte dos Inquisidores. Harold promete que Reva irá contribuir para o legado dos vilões de Star Wars de uma maneira realmente interessante.

    “Ela está em uma missão e vai vencer, a todo custo, sempre que tiver oportunidade. Ela é muito foda e com uma roupa foda. Colocar uma capa era um sonho que eu não sabia que tinha. Me senti como se tivesse 10 anos de novo! Foi super legal”, afirma Ingram.

    Como Obi-Wan lida com essas novas ameaças, especialmente quando ele sai do esconderijo para enfrentar o lado sombrio mais uma vez, será a chave da série. “Parte da jornada pela qual ele passa é reconciliar o passado e entender seu lugar nele”, diz Harold. “Essa jornada, os lugares que ele tem que ir emocionalmente e fisicamente, e algumas batalhas que ele tem que lutar, têm muito a ver com enfrentar o passado e entender quem ele era, sua parte em sua própria história e na história dos outros”, explica.

    Quando perguntados em entrevistas sobre outros atores do elenco, como O’Shea Jackson Jr., Kumail Nanjiani, Indira Varma, Rupert Friend e Maya Erskine, a equipe de Obi-Wan evitou dar qualquer detalhe sobre os personagens ou o teor das participações dentro do contexto da história.

    Tatooine e outros planetas

    Além de Tatooine, onde a história é obviamente concentrada devido aos acontecimentos da saga clássica, a equipe afirmou em entrevista que teremos a oportunidade de conhecer outros planetas ao longo dos episódios. Um desses lugares é um novo planeta que Kenobi visitará chamado Daiyu, “que meio que tem uma sensação de Hong Kong”, diz Harold. “Tem uma vida noturna cheia de grafites e é meio ousado”, detalha.

    Tirando o visual que vimos durante os trailers, pouco se sabe sobre o novo planeta e o que se passa lá. Ele parece ter uma grande metrópole, o que pode indicar se tratar de um planeta repleto de perigos e locais para cenas de ação, mas tudo isso é apenas especulação.

    A série possui 6 episódios e irá explorar um arco fechado, sendo considerada uma minissérie. Portanto, apesar de Obi-Wan visitar outras partes da galáxia, muito provavelmente teremos a história concentrada na segurança de Luke Skywalker provida pelo Jedi durante seu exílio no planeta arenoso.

    Entretanto, em uma cena que mostra um duelo entre Darth Vader e Obi-Wan, vemos o fundo repleto de… fogo. Talvez tenhamos uma grande batalha entre mestre e pupilo no planeta Mustafar? Bem, a essa altura do campeonato, tudo é possível!

    LEIA TAMBÉM | The Mandalorian: Tudo sobre Clone Wars e Rebels que você precisa saber

    Concept art do seriado

    O que você precisa assistir antes de Obi-Wan Kenobi?

    Se você pretende assistir ao novo projeto do Disney+, é interessante que você tenha conhecimento dos 6 primeiros filmes:

    • A Ameaça Fantasma (I)
    • Ataque dos Clones (II)
    • A Vingança dos Sith (III)
    • Uma Nova Esperança (IV)
    • O Império Contra-Ataca (V)
    • O Retorno de Jedi (VI)

    Neles você entenderá a história de Anakin e Obi-Wan, a evolução de Anakin para Darth Vader e a história clássica de Obi-Wan, Luke Skywalker e Leia Organa. Rogue One também é um título interessante para entender os horrores do Império (mas não é obrigatório).

    Para além dos filmes, as animações foram o principal canal de desenvolvimento para Obi-Wan e Anakin ao longo dos anos. Foi em The Clone Wars que vimos Anakin treinar Ahsoka, sua padawan que aparece em The Mandalorian e também ganhará um spin-off próprio no Disney+.

    Nas animações, Obi-Wan possui diversos arcos próximos aos dos mandalorianos, bem como um relacionamento mais estreito com Anakin. As séries possuem, também, um melhor aproveitamento de Darth Maul (que apareceu nas prequels e fez uma ponta em Solo: Uma História Star Wars). O personagem estava cotado no roteiro original de Obi-Wan, mas parece ter sido cortado após a reformulação.

    Caso você tenha interesse em entender um pouco mais sobre a personalidade e habilidades dos personagens, essas produções do universo expandido são uma boa opção.

    Assista ao trailer oficial da série:

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