Início Site Página 300

    CRÍTICA – O Beco do Pesadelo (2022, Guillermo del Toro)

    O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley) é o novo filme do diretor oscarizado Guillermo del Toro. O projeto é uma nova adaptação do livro homônimo de William Lindsay Gresham, que já havia ganhado uma versão para as telonas em 1947 pelas mãos do diretor Edmund Goulding, com o nome de O Beco das Almas Perdidas.

    O longa de del Toro possui um elenco estelar que inclui Bradley Cooper, Cate Blanchett, Rooney Mara, Toni Collette, David Strathairn e Willem Dafoe.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Oscar 2022: Onde assistir aos principais filmes da premiação?

    SINOPSE DE O BECO DO PESADELO

    Um jovem ambicioso com talento para manipular pessoas com algumas palavras bem escolhidas junta-se a uma psiquiatra que é ainda mais perigosa do que ele.

    ANÁLISE

    Guillermo del Toro é um diretor que sempre traz um elemento novo, e interessante, em suas produções. Seja pela estética, ou pela narrativa, del Toro está sempre testando novas propostas e entregando projetos diferenciados. Em O Beco do Pesadelo, sua leitura para o livro homônimo de William Lindsay Gresham, o diretor aposta em uma estética noir chique e visualmente impecável.

    O elenco escolhido para a trama é igualmente impecável. Afinal, fazem parte da produção os indicados ao Oscar Willem Dafoe, Toni Collette, Rooney Mara e Bradley Cooper, além da oscarizada Cate Blanchett. Mesmo os papéis secundários possuem participações de luxo, como os atores Ron Perlman, Richard Jenkins, Holt McCallany e Jim Beaver.

    A ambientação de O Beco do Pesadelo é belíssima, e provavelmente encontrará espaço nas categorias técnicas das próximas premiações. Desde as locações no circo até a imersão na cidade grande, é perceptível que o trabalho foi executado com grande esmero, e o torna uma parte essencial do longa.

    A primeira parte do filme se passa completamente imersa na realidade do circo, em uma locação aberta e espaçosa que consegue cativar a atenção do espectador. O diretor de fotografia Dan Laustsen, a designer de produção Tamara Deverell e o figurinista Luis Sequeira fizeram um trabalho exuberante na criação dessa atmosfera e merecem grande reconhecimento pelo seu trabalho.

    CRÍTICA - O Beco do Pesadelo (2022, Guillermo del Toro)

    Entretanto, apesar de O Beco do Pesadelo imprimir uma estética belíssima e ter um trabalho técnico muito bem desenvolvido – inclusive no que tange à direção de del Toro -, é impossível deixar em segundo plano o desenrolar de seu roteiro. Confesso que não conhecia o material base da história antes de assistir ao longa, mas sua condução é por vezes cansativa e com poucos momentos envolventes.

    Apesar dos atores estarem em sintonia e entregarem ótimas atuações, O Beco do Pesadelo possui um ápice fraco e previsível. É possível entender os meandros de seu desenrolar, e os motivos de algumas cenas estarem inseridas em momentos-chave, antes mesmo do fim da projeção, o que acaba tornando o desfecho um pouco decepcionante.

    Ao fechar um círculo perfeito em seus acontecimentos, como se todas as situações convergissem em uma repetição, o clímax de O Beco do Pesadelo parece nunca chegar. Até mesmo o jogo de poder, que acontece nas entrelinhas da produção, não surpreende em nenhum momento. É provável que boa parte desse sentimento venha, também, de sua longa duração. A produção possui duas horas e 30 minutos, uma rodagem extensa e que se torna, por vezes, cansativa.

    CRÍTICA - O Beco do Pesadelo (2022, Guillermo del Toro)

    Mesmo admirando o trabalho de del Toro e reconhecendo que O Beco do Pesadelo possui inúmeros pontos positivos, há de se levar em consideração o quão vazios parecem os personagens retratados, mesmo com todo o tempo de tela que possuem. E essa percepção aumenta quando analisamos as personagens femininas separadamente.

    VEREDITO

    O Beco do Pesadelo é uma experiência visualmente interessante e possui um elenco de primeira. Entretanto, é uma produção que se perde na previsibilidade de sua narrativa.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Assista ao trailer:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTube. Clique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    Guillermo del Toro: Conheça os melhores filmes do diretor

    O diretor Guillermo del Toro sempre se destacou por sua forma única de fazer cinema, assim como sua estética peculiar e sua habilidade de contar histórias intimistas ambientadas em um mundo tão perverso e severo, quando as dificuldades que seus protagonistas enfrentam. Em seu mais novo filme, O Beco do Pesadelo (2022), que estreia dia 27 de janeiro nos cinemas brasileiros, não é diferente. O Beco do Pesadelo é o mais novo filme dirigido pelo notório cineasta mexicano que já ganhou diversos prêmios, além de reconhecimento da crítica por sua direção em produções de sucesso.

    O Beco do Pesadelo, apresenta Stanton Carlisle (Bradley Cooper), um carismático e azarado homem que se afeiçoa pela clarividente Zeena (Toni Collette) e seu marido mentalista Pete (David Strathairn) em um parque itinerante. Stanton ganha seu bilhete dourado para o sucesso, usando o conhecimento recém-adquirido para conquistar a rica elite da sociedade de Nova York da década de 1940. Com a virtuosa Molly (Rooney Mara) fielmente ao seu lado, ele planeja enganar um perigoso magnata (Richard Jenkins), que pode ser seu maior adversário até o momento, com a ajuda da misteriosa psiquiatra (Cate Blanchett).

    Dirigido e roteirizado por Guillermo del Toro, O Beco do Pesadelo é apenas mais um sucesso no extenso currículo do cineasta. Ao todo, Del Toro dirigiu mais de 20 produções, entre filmes, séries e documentários, além de também ter atuado como roteirista e produtor em diversos projetos cinematográficos.

    Cronos (1993)

    Guillermo del Toro

    Em 1536, um alquimista criou o Cronos, objeto que concede vida eterna a quem o detém. Séculos depois, Cronos chega às mãos de um vendedor (Federico Luppi), que dispara o mecanismo e causa uma grande transformação em sua vida. Enquanto funciona imensamente como um suspense de tirar o fôlego, Cronos se mostra como um filme promissor da vindoura e brilhante carreira do diretor Mexicano.

    A Espinha do Diabo (2001)

    Durante a Guerra Civil Espanhola, Carlos (Fernando Tielve) um garoto de 12 anos é abandonado em meio à um orfanato decadente no meio do nada, ele então passa a ser tratado com hostilidade pelas crianças do orfanato e por um cruel funcionário. Com o passar dos dias, Carlos passa a receber a visita de um fantasma de um menino que parece querer vingança e impedir que o mesmo que aconteceu com o menino se repita com Carlos e outras crianças. A Espinha do Diabo é um dos filmes mais brilhantes de Del Toro, não apenas por nos mostrar o tom que os filmes de terror do diretor viriam a tomar, como em A Colina Escarlate.

    Hellboy (2004)

    Perto do fim da Segunda Guerra Mundial, os nazistas se mostram dispostos a lançar mão de magia negra para derrotar seus inimigos. Um ritual para evocar essas forças ocultas é interrompido pelos aliados, que encontram um garoto com aparência de demônio e mão de pedra. Esse jovem passa a ser chamado de Hellboy e é levado pelas forças aliadas. Sessenta anos depois, Hellboy (Ron Perlman) está pronto para lutar e defender o bem.

    O Labirinto do Fauno (2006)

    Guillermo del Toro

    Em 1944, na Espanha, a jovem Ofélia (Ivana Baquero) e sua mãe doente (Ariadna Gil) se mudam para a casa do novo marido de sua mãe, um sádico oficial do exército que está tentando reprimir uma guerrilheira. Enquanto explorava um labirinto antigo, Ofélia encontra o Pan fauno, que diz que a menina é uma lendária princesa perdida e que ela precisa completar três tarefas perigosas a fim de se tornar imortal. O filme foi indicado ao Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro em 2006, além de ter sido nomeado e premiado em diversas categorias de premiações consagradas do cinema, como British Academy Films Awards, Globo de Ouro, Goya, Festival de Cannes, entre outros.

    A Colina Escarlate (2015)

    Edith (Mia Wasikowska) se casa com o sedutor Sir Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) e vai morar em uma remota mansão gótica. Lá, também vive a misteriosa Lady Lucille (Jessica Chastain), irmã de Thomas. A casa é assombrada e Edith decide investigar as aparições fantasmagóricas. À medida que se aproxima da verdade, a jovem percebe que os verdadeiros monstros são feitos de carne e osso.

    A Forma da Água (2017)

    Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria na década de 60, Elisa (Sally Hawkins), uma zeladora afônica em um laboratório experimental secreto do governo, se encanta com uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate, ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer), em uma aventura que pode custar muito mais do que o seu emprego. Além da produção ter ganhado a estatueta de Melhor Filme da Academia, Guillermo del Toro ganhou o Oscar® de Melhor Diretor pela produção e também o Globo de Ouro, Critics’ Choice Awards e BAFTA.

    Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs (2021)

    Dirigido por Guillermo del Toro, o filme Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs é o encerramento da franquia Contos de Arcadia

    Arcadia fica no centro de linhas mágicas e místicas, funcionando como vínculo entre criaturas místicas, como Trolls, alienígenas e magos em diversas batalhas. Agora, os heróis da série juntam em uma épica aventura para lutar contra a Ordem Arcana e assumir o controle da magia que une todos eles.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Caçadores de Trolls: Conheça os heróis da franquia


    Confira o trailer de O Beco do Pesadelo:

    O Beco do Pesadelo estreia dia 27 de janeiro exclusivamente nos cinemas.

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTube. Clique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – A Origem do Mundo (2022, Laurent Lafitte)

    A Origem do Mundo (L’Origine du Monde) é mais um título original do vasto catálogo disponível na Netflix. Dirigido e protagonizado por Laurent Lafitte, a comédia de humor absurdo também traz em seu elenco os atores Karin Viard e Vincent Macaigne.

    Confira abaixo nossa análise sobre a produção.

    SINOPSE

    Um dia, Jean-Louis (Laurent Lafitte) descobre que seu coração parou. Ele não está morto, ele pode andar e falar, mas seu coração não bate mais. Com a ajuda de sua esposa e de um amigo, ele tenta entender a origem deste mistério.

    ANÁLISE

    A Origem do Mundo é uma comédia de humor absurdo que muito lembra as produções dos anos 2000. Com uma trama sem pé nem cabeça, o longa de Laurent Lafitte acompanha a história de Jean-Louis, um homem que tem tudo, mas que vive infeliz.

    Após 17 anos de casado, sua relação com a esposa Valérie (Karin Viard) já não possui a mesma paixão de antigamente, e Jean-Louis parece viver no automático. Do trabalho para a academia, da academia para casa, essa é sua rotina diária há muito tempo.

    Depois de apresentar algumas cenas que contextualizam um pouco sua relação com Valérie, logo somos impactados com a notícia de que o coração de Jean-Louis não bate mais. Mesmo vivendo normal, em seu modo automático, seu coração não possui palpitação.

    CRÍTICA - A Origem do Mundo (2022,  Laurent Lafitte)

    É a partir deste ponto que somos conduzidos por uma trama cheia de absurdos, que envolve desde uma coach espiritual até a relação de Jean-Louis e sua mãe. A produção, que perpassa alguns assuntos interessantes como traumas familiares e relações matrimoniais, busca o caminho do bizarro para validar suas situações.

    Cabe a Karin Viard e Vincent Macaigne (que interpreta Michel), entregarem os momentos mais irreverentes da trama. Valérie possui boas tiradas, ao passo que Michel é o estereótipo do amigo estranho do personagem principal. Sem os dois, provavelmente a comédia seria mais enfadonha do que já é.

    O que pesa em A Origem do Mundo é que sua trama principal não causa efeito, pois as soluções encontradas não fazem sentido nenhum. Mesmo em filmes que buscam um argumento absurdo, há alguma consistência na história. E, aqui, nada parece realmente funcionar. Sendo um filme que pouco se encaixa nos dias atuais, é difícil considerá-lo uma comédia inteligente ou até divertida.

    VEREDITO

    Com um humor infantil, A Origem do Mundo é um filme que faz escolhas ruins e não consegue aproveitar o bom elenco de apoio. Com poucas cenas que se salvam, é um longa que não entrega diversão, nem entretenimento.

    Nossa nota

    1,0 / 5,0

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    Dragão Branco: Conheça Auggie Smith, o pai do Pacificador

    Dragão Branco é o pseudônimo de August “Auggie” Smith, o pai do Pacificador na série da DC Comics em parceria com o HBO Max e produzida por James Gunn (O Esquadrão Suicida). Veja mais informações do vilão neste artigo!

    A HISTÓRIA DE WOLFGANG SCHMIDT

    Para falar mais sobre Auggie Smith, temos que abordar a origem de três nomes importantes dos quadrinhos: Wolfgang Schmidt, William Heller e Daniel Ducannon.

    O personagem que é interpretado por Robert Patrick na série é uma mistura dos três, uma vez que o primeiro é o homem que casou com Elizabeth Lewis, uma escritora de livros infantis, e teve Chris Smith, o nosso anti-herói nas hqs.

    Schmidt era um dos responsáveis por um campo de concentração na Polônia e foi membro da Gestapo e após a Segunda Guerra Mundial, se estabeleceu como grande empresário do ramo da tecnologia. Sua fama e prestígio duraram pouco, visto que seu passado foi exposto. Quando seu filho completou cinco anos, o ex-membro do exército alemão se suicidou, com o pequeno Chris assistindo tudo. Desde então, o jovem começou a ter alucinações, enxergando o pai com as fardas antigas, o atormentando e criando um monstro matador de minorias “em busca da paz”.

    WILLIAM HELLER: O PRIMEIRO DRAGÃO BRANCO

    Wiliam Heller, esse é um dos nomes cruciais do nome Dragão Branco, um super vilão com ideais nazistas que deu muito trabalho para os membros dos Esquadrão Suicida e da Sociedade da Justiça da América.

    Assim como Christopher Smith, William Heller cresceu sendo criado por pessoas que praticavam o racismo e xenofobia, assim como eram de extrema direita. De família rica, Heller sempre viu as pessoas de cima e seu ódio por minorias foi só aumentando após a trágica morte de seus pais preconceituosos em um conflito racial, com eles sendo assassinados por pessoas negras. Revoltado, ele foi morar com o avô que ajudou os nazistas na Segunda Guerra e foi nutrindo esse ódio cada vez mais.

    Após a morte de seu avô, Heller recebeu uma fortuna gigantesca, usando esse dinheiro para criar uma armadura poderosa e criar uma célula neonazista conhecida como Império Ariano. O Dragão Branco matava e prendia minorias, enquanto recrutava criminosos brancos para seu clube.

    Depois de um tempo consolidado como antagonista, o Dragão Branco uniu forças com um grupo supremacista chamado Quarto Reich, com o objetivo de derrotar os descendentes da Sociedade da Justiça. Ele acabou sendo derrotado pelo Gavião Negro.

    Após perder a batalha, Heller foi preso e acabou sendo recrutado por Amanda Waller, servindo à Força Tarefa-X. O vilão não consegui seguir as ordens de Waller e o estopim foi quando ele traiu o Esquadrão Suicida, se juntando ao General Wade Eiling. O primeiro Dragão Branco teve seu fim decretado pela vilã Plastique que explodiu sua cabeça com uma bomba em combate.

    DANIEL DUCANNON: O SEGUNDO DRAGÃO BRANCO TENTA FAZER JUS AO NOME

    dragão branco

    Seguindo a linha sucessória do Dragão Branco, temos Daniel Ducannon, o primeiro meta-humano a trajar as cores branco e vermelho do personagem.

    Diferente de Wiliam Heller, Ducannon possui poderes de pirocinese, ou seja, ele consegue controlar o fogo, além de conseguir voar, o que o deixa ainda mais letal que seu antecessor.

    Daniel era um exímio manipulador, conseguindo se comunicar muito bem na construção da imagem irreal de herói que o povo precisava. Em um acesso de loucura em Chicago, o vilão incendiou diversos bairros pobres com pessoas negras, algo que chamou a atenção da Sociedade da Justiça da América. Mulher Gavião conseguiu desmascará-lo em um combate, derrotando o vilão e acabando de vez com o rastro de trevas deixado por ele.

    AUGGIE SMITH: O NOVO DONO DO MANTO

    Na série do Pacificador, James Gunn pegou um pouco de cada personagem, criando uma espécie de amálgama ambulante. Auggie Smith, ao que tudo indica, será um pouco de cada um dos três nomes citados acima, sendo três vezes mais cruel e sombrio que os demais. Basta esperar os próximos episódios para que isso seja confirmado, entretanto, pelo pouco que vimos, o pai de Chris será uma grande pedra no sapato do Pacificador e para a força tarefa que auxilia o nosso anti-herói.

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – As Fotos Vazadas (2022, Wregas Bhanuteja)

    0

    As Fotos Vazadas, é o novo filme original da Netflix, que tem ganhado tanta notoriedade que chegou na lista de top 10 da plataforma.

    Pode-se dizer com segurança que a Netflix é o streaming atualmente que mais investe em produções que fogem da centralização estadunidense, com isso, As Fotos Vazadas, é uma produção da Indonésia. 

    SINOPSE DE AS FOTOS VAZADAS

    Suryane (Shenina Syawalita Cinnamon) é uma jovem comum de família pobre que precisa estudar e trabalhar muito para garantir sua bolsa de estudos, e ainda precisa ter tempo para ajudar seus pais. 

    Mas, a reitoria da faculdade decide ignorar toda a dedicação e trabalho notório que a protagonista tem, e retirar o investimento por causa de fotos publicadas em redes sociais. Agora ela decide investigar o ocorrido, indo atrás dos responsáveis pelo crime.

    ANÁLISE

    Mesmo sendo um filme de um país do sudeste Asiático, o que para nós como brasileiros seria do outro lado do mundo, temos familiaridades com o que vemos com frequência em nosso país.

    O primeiro é a desigualdade social que não é jogada na cara, como uma bomba, mas sim, abordada aos poucos com o cotidiano dos personagens.

    Com direção e roteiro de  Wregas Bhanuteja, As Fotos Vazadas aborda o quanto a sociedade é formada por pessoas que fazem questão de dizer que tudo é possível se trabalharmos e estudarmos muito e, ao mesmo tempo, esse discurso cai por terra na hora de apontar o dedo para o outro.

    Ou seja, a meritocracia funciona? É para todos? 

    Com poucas pessoas apoiando sua decisão e sem muitos recursos, Sur decide investigar por conta própria que fotos são essas, quem tirou? Foi ela? Quem publicou?

    Através de um longa-metragem com tempo certo para abordar cada “porém” da trama e tão bem definido que não abre espaços para furos no roteiro, somos levados pela busca sem descanso da personagem principal, enquanto duvidamos das narrativas e questionamentos da mesma.

    O trabalho minuciosamente bem feito continua ao fazer quem está assistindo montar o quebra cabeça enquanto o roteiro nos passa várias críticas pontuais.

    VEREDITO

    As Fotos Vazadas já possui várias indicações para o Citra Awards, o que é totalmente justificável, pois se trata de uma excelente produção de suspense que utiliza dos desdobramentos de um tema bastante polêmico.

    Apesar de o filme conter 2 horas e 10 minutos de duração, ele é fácil de ser consumido, pois não dá para sentir o tempo passar em frente a tela, pelo poder que a trama tem de prender o espectador.

    Não tem cenas em excesso, informações faltantes e muito menos furos, cada ponto é extremamente importante e preciso.

    Wregas Bhanuteja, precisa ser reconhecido por esse feito, assim, como aconteceu quando ganhou a premiação de melhor curta no Festival de Cinema de Cannes, sendo a primeira produção da Indonésia.

    Portanto, com toda a certeza a minha nota será máxima.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Confira o trailer de As Fotos Vazadas:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA | Euphoria – S2E2 Out of Touch

    0

    A segunda temporada de Euphoria é transmitida semanalmente na HBO e HBO Max. O segundo episódio, chamado de Out of Touch, é dirigido e escrito pelo criador da série Sam Levinson

    Confira nossa análise sobre o episódio!

    SINOPSE

    Quando o novo semestre começa, Jules (Hunter Schafer) questiona a nova amizade de Rue (Zendaya) e Elliot (Dominic Fike) enquanto Cal procura por respostas (Eric Dane).

    ANÁLISE

    O segundo episódio da nova temporada de Euphoria deixa evidente, de uma vez por todas, que a série deseja explorar novos núcleos de personagens. Não é como se estivéssemos fugindo da base da série, que seria o relacionamento de Jules e Rue, mas Sam Levinson mostra que existe muito mais em Euphoria.

    Por isso, Out of Touch é sobre o que esses personagens dizem que querem versus o que eles realmente querem. Logo, muitos desses desejos estão fora de alcance para alguns. É o caso de Nate (Jacob Elordi), após se recuperar da agressão de Fezco (Angus Cloud), ele imagina como seria sua relação com Cassie (Sydney Sweeney) e como poderia ser o relacionamento ideal. No entanto, o relacionamento conturbado com seu pai empurra Nate para um ciclo de micro agressões. 

    Ainda assim, o envolvimento de Nate e Cassie será algo importante nessa temporada. Cassie é uma personagem extremamente vulnerável que pode ser facilmente manipulada por Nate ou trazer uma certa redenção ao rapaz. 

    Outro personagem explorado no episódio foi Maddy (Alexa Demie), agora sem Nate, a personagem passa a ter novas percepções sobre sua própria vida. Com um  trabalho de babá, Maddy visualiza uma vida que ela sempre quis, mas sua carência emocional ainda é bastante forte para lhe aproximar de Nate. 

    Com uma imagética visual, Levinson traz cenas do que seria o relacionamento perfeito entre Nate e Cassie, ao mesmo tempo que aborda a personalidade de Maddy. Há um teor de fantasia em ambas as partes que, com a narração de Rue, torna tudo ainda mais intenso. 

    Já a relação entre Fezco e Lexi (Maude Apatow) é contida e caminha sem pressa. Na cena em que Cal, o pai de Nate, vai à mercearia de Fezco, a tensão é gigante com cores saturadas contrastando com uma iluminação forte. Novamente, o tema do episódio vem à tona, Lexi não consegue dizer o que deseja a Fezco. Certamente, alguns acontecimentos aproximaram ainda mais esse casal.  

    CRÍTICA | Euphoria – S2E2 Out of Touch

    Um dos melhores momentos do episódio fica por conta de Kat (Barbie Ferreira). Sem entender o porquê não consegue gostar de seu namorado, Kat volta ao seu mundo de fantasia. O interessante aqui é o quanto esse personagem é imagética e consegue trazer um sentimento de irreal a série, sendo também os momentos que mais temos referência a cultura pop (o guerreiro que entra em seu quarto lembra o Khal Drogo de Game of Thrones). 

    Para Kat é fácil fugir de sua realidade, mas também é extremamente dolorido. A cena com as blogueiras dizendo que ela precisa “amar a si própria” critica o discurso maçante de positividade das redes sociais. Ainda que Kat verbalize que odeia a si mesma, a pressão para que ela seja perfeita e não só de corpo, como mentalmente saudável, é gigante. É sem dúvida, a melhor cena do episódio, o diretor constrói um ambiente sufocante e aterrador. 

    Como dito no começo dessa análise, Jules e Rue pouco aparecem nesse episódio. Jules ainda não sabe que Rue voltou com as drogas, já Rue continua a frequentar as reuniões de reabilitação. No próximo episódio, provavelmente veremos mais de Elliot (Dominic Fike) e também como sua presença pode interferir na relação das protagonistas.

    Por último, a dinâmica entre Rue e Ali (Colman Domingo), introduzida no especial de Natal, é um dos momentos mais sinceros e fortes que existem na série. Por isso, é mais uma apelo que a série continue a trazer essa dupla, visto que Ali pode ser fundamental para reabilitação de Rue. 

    VEREDITO

    Out of Tough buscou firmar algumas relações da série e explorar o âmago de alguns personagens. Com uma  tema sobre realidade versus desejo de um boa dimensão do quanto a série pode ser além de suas protagonistas.

     A estética continua impecável, a série trabalha bastante com a teoria das cores, dando a cada personagem e cena uma cor ou luz que transmite o que aquele momento significa. 

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer da segunda temporada

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!