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    CRÍTICA – The Flight Attendant (1ª temporada, 2020, HBO Max)

    The Flight Attendant é uma série de oito episódios da HBO Max lançada em novembro de 2020, mas que só chegou às terras brasileiras em julho deste ano junto com o streaming. A série é baseada no livro de mesmo nome escrito por Chris Bohjalian e adaptação fica por conta do roteirista Steve Yockey.

    No elenco estão Kaley Cuoco que também atua como produtora executiva, Michiel Huisman, Zosia Mamet e Rosie Perez (Aves de Rapina). A produção tem nove indicações ao Emmy 2021, entre elas, Melhor Série de Comédia, Melhor Atriz em Série de Comédia para Kaley Cuoco e Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia para Rosie Perez. 

    SINOPSE

    Cassandra “Cassie” Bowden (Kaley Cuoco) é uma comissária de bordo que acorda de ressaca num quarto de hotel em Dubai com um cadáver deitado ao lado dela. Temendo chamar a polícia, ela continua a viver o dia como se nada tivesse acontecido, juntando-se aos colegas de trabalho e embarcando para Nova Iorque. Lá ela é recebida por agentes do FBI e passa a se perguntar se realmente é uma assassina.

    ANÁLISE

    The Flight Attendant é a típica série de mistério barata que reconhece seu potencial, mas nem tanto suas limitações. Retirada praticamente de um livro de aeroporto, onde a trama de ação chama mais atenção do que a construção, a série da HBO Max não é um primor do gênero, porém sabe ser sagaz.

    Isso porque, a série entrega um mistério cheio de reviravoltas que tenta por vezes pegar o espectador desprevenido. Ainda que nem todos os casos e soluções sejam interessantes o suficiente, existe uma curiosidade em querer saber qual será as reações dos personagens a seguir. Isso se dá, em parte, pelo bom elenco.

    Kaley Cuoco, sempre lembrada como a simpática Penny de The Big Bang Theory, entrega uma atuação energética. Cassie não só é uma personagem caótica e por vezes egoísta, como também é capaz de cativar o público ao seu favor. Os problemas com alcoolismo são retratados como o verdadeiro estopim para a falta de senso da personagem. 

    Nesse sentido, fica até fácil entender porque Cassie faz tantas escolhas duvidosas ao longo da trama, se enrolando cada vez mais em uma teia de aranha sem fim. Em um dos seus voos como aeromoça para Bangkok, a personagem flerta como um dos passageiros, Alex (Michiel Huisman). Ao passar a noite com o misterioso homem, ela acorda sem lembranças da noite passada e com o cadáver de Alex ao seu lado.

    The Flight Attendant é uma série lançada em novembro de 2020, mas que só chegou no BR em julho deste ano junto com o serviço HBO Max.

    Até aqui parece um mistério digno de Alfred Hitchcock, mas à medida que Cassie vai tentando decifrar o que de fato aconteceu naquela noite, The Flight Attendant dá algumas voltas para entregar um final broxante. A impressão que permanece é o fato da produção saber que seu texto não era impactante e revelador o suficiente, por isso, é necessário forçar até o máximo seus personagens.

    Logo, a relação entre Cassie e Alex é explorada de uma forma inesperada, o que garante os melhores momentos da série. Nas cenas em que se passa dentro da cabeça de Cassie é possível ver um trabalho de arte e design que não é visto no mundo real. Ainda que toda trama pareça improvável demais, a direção é monótona. 

    Sendo assim, The Flight Attendant reconhece que não é nenhum Hitchcock, mas se diverte ao colocar situações mirabolantes para Cassie resolver. Seu elenco de apoio ganha força com a melhor amiga Ani (Zosia Mamet) e aeromoça Megan (Rosie Perez). 

    São papéis interessantes que deixam os acontecimentos com Cassie um pouco mais suportáveis. Em especial, Megan tem um arco que pouco faz sentido se comparado com a série em si, mas que eleva a personagem e ao mesmo tempo aponta para a 2ª temporada.

    Ainda assim, é preciso destacar que algumas decisões de roteiro tiram um pouco do esplendor da produção que chega ao final pedinte demais. O fato de tirar todo o peso de Miranda, personagem implacável de Michelle Gomez, pode até parecer um quebra de expectativa. Mas torna a série desinteressante nos acréscimos do segundo tempo. 

    VEREDITO

    The Flight Attendant é uma ótima série de mistério da HBO Max, mas peca em não apresentar uma direção mais confiante ou um roteiro mais carismático. Por fim, a série ganha com seus personagens intrínsecos, em destaque, Kaley Cuoco como a protagonista Cassie. 

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Vidrados (2ª temporada, 2021, Netflix)

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    Vidrados (Blown Away) é um reality show canadense de competição, onde dez artistas irão pôr à prova suas habilidades na arte de soprar vidros artesanalmente.

    Aqui, dez artesãos competem através de suas habilidades por um prêmio de 60 mil dólares e uma residência no Corning Museum of Glass, em Nova Iorque.

    O ex-Big Brother USA e YouTuber, Nick Uhas é o apresentador principal, enquanto a artista e professora na California State University, Katherine Gray é a jurada chefe.

    SINOPSE

    Se tem uma profissão que não é muito falada na mídia, é a vidraçaria. Estes profissionais vão competir no programa criando peças únicas e atendendo às exigências dos jurados, ganhando quem for mais criativo e tiver mais técnica.

    ANÁLISE

    Dirigido por Mike Bickertonreality show conta com dez episódios onde a cada episódio os participantes precisam utilizar suas habilidades, técnicas e experiências para apresentarem suas obras e convencerem os jurados de que não merecem ser “soprados” (eliminados) da competição.

    Os competidores são formados por Andi Kovel, Ben Silver, Brad Turner, Cat Burns, Chris Taylor, Elliot Walker, Jason McDonald, Mike Shelbo, Nao Yamamoto e Tegan Hamilton.

    VEREDITO

    Quando falamos de reality show quase sempre pensamos em programas para vigiar participantes confinados em um ambiente ou casais tentando melhorar o relacionamento (ou não), mas por incrível que pareça, realities fazem parte de uma categoria de entretimento com uma variedade enorme e não necessariamente precisam ser uma competição.

    Atualmente tenho curtido muitos realities na gigante do streaming como As Casas Mais Extraordinárias do Mundo, Aluga-se Um Paraíso e principalmente os que abordem algum tipo de arte, como por exemplo o Tattoo Fail e Glow Up.

    Seguindo na vibe dos realities com arte, Vidrados é uma grata surpresa; primeiro por apresentar um ofício milenar e tão pouco conhecido; e segundo por acompanhar o processo de produção de obras de arte tão únicas quanto as apresentadas em cada episódio.

    Se você curte competição com camaradagem e arte, prepare-se para suar com os habilidosos artesãos desta 2ª temporada!

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer oficial:

    As duas temporadas de Vidrados estão disponíveis na Netflix.

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    Mandarim: Conheça o vilão possuidor dos Dez Anéis

    O Mandarim é um personagem da Marvel Comics e foi criado pelo famoso escritor Stan Lee e pelo artista Don Heck; sua primeira aparição foi na HQ Tales of Suspense #50 de fevereiro de 1964.

    ORIGEM

    Mandarim era filho de um rico homem chinês descendente de Gengis Khan, já a sua mãe era uma mulher nobre inglesa e nasceu no interior da China. Seus pais morreram logo assim que ele havia nascido e o mesmo foi criado por uma tia muito amargurada, o que influenciou na sua personalidade.

    Ele tinha uma vida cheia de riquezas e vivia como um aristocrata, até perder suas posses e castelos durante a Revolução Cultural, por causa disso, o mesmo foi expulso de sua própria casa e se tornou uma pessoa vingativa que tinha planos de dominar o mundo.

    Saindo de sua casa, Mandarim acabou encontrando destroços de uma nave alienígena no Vale dos Espíritos que guardava 10 cilindros e cada um continha um objeto muito parecido com anéis.

    PODERES E HABILIDADES

    Desde cedo, Mandarim mostrava certa habilidade física, era um excelente atleta e lutador das mais variadas artes marciais. Através da prática repetida, extrema resistência em muitas partes de seu corpo, especialmente as mãos, que são cobertas de grossos calos.

    Ele pode até mesmo dividir uma viga-magnética de liga reforçada como fez na armadura do Homem de Ferro com golpes repetidos. Tão grande é a habilidade de artes marciais do Mandarim, que ele pode sobreviver até mesmo por anos sem comida e água, aparentemente; mantendo-se puramente através de seu domínio do chi.

    As principais armas pessoais do vilão são os dez anéis que ele usa nos dedos de ambas as mãos. As operações dos anéis não podem ser explicadas pela ciência contemporânea da Terra, mas sabe-se que eles serviram como fontes de energia quase ilimitada para os motores de nave estelar Makluan de Axonn-Karr.

    Ele passou um bom tempo estudando os anéis e aprendeu a usá-los de modo que respondessem a comandos mentais; Mandarim também é capaz de falar várias línguas e possui um intelecto avançado.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Conheça os dez anéis do Mandarim

    EQUIPES

    Em uma tentativa de despertar o poder completo dos 10 anéis, o Mandarim se aliou ao lorde Wong-Chu e decidiu atacar as armas produzidas pelas Indústrias Stark. Isso chamou a atenção do Tony Stark que foi até a China e o capturou.

    Além de enfrentar o Homem de Ferro várias e várias vezes, o Mandarim já combateu o Hulk ao lado do Homem-Areia. Fez parte também dos Mestres do Terror, inimigos dos Vingadores. Chegou até a enfrentar os X-Men.

    CURIOSIDADES

    Utilizando sua mente incrível, Mandarim foi capaz de criar um dragão mecânico chamado Dragão do Paraíso, esse dragão é capaz de voar e está equipado com armas, mísseis, armadilhas e uma armadura que se reconstrói por conta própria. Mais tarde, ele acabou sendo destruído pelo Homem de Ferro.

    O personagem também criou uma estação espacial que disparava raios que faziam uma pessoa odiar outra, como forma de dar início a um conflito global.

    Após ser dado como morto em um confronto com o Homem de Ferro, seu legado é assumido pelo seu filho Temugin.

    OUTRAS MÍDIAS

    Trevor Slattery (Ben Kingsley) e Wenwu (Tony Leung).

    O Mandarim já foi um grande vilão do Homem de Ferro no desenho animado The Marvel Super Heroes e foi dublado por Henry Ramer. Também apareceu na série animada Homem de Ferro nas duas temporadas.

    Mandarim foi mencionado nos filmes do Homem de Ferro 1 e 2, mas só apareceu mesmo no Homem de Ferro 3 (2013) e foi interpretado pelo ator Ben Kingsley, mais tarde foi explicado que aquele era apenas um ator conhecido como Trevor Slattery e não o verdadeiro Mandarim.

    O filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis está chegando e Ben Kingsley estava presente no tapete vermelho de estreia do filme e rumores indicam que ele vai voltar. Nesse filme também foi confirmada a verdadeira versão do vilão conhecido no filme como Wenwu, dessa vez interpretado pelo ator Tony Leung.

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    CRÍTICA – Greak: Memories of Azur (2021, Team17)

    Desenvolvido pela Navegante Entertainment e publicado pela Team17, Greak: Memories of Azur é um novo side-scrolling indie lançado em 17 de agosto de 2021. O game é uma mistura dos gêneros ação, aventura, plataforma e puzzle.

    Inicialmente lançado com uma versão demo gratuita, o jogo completo agora está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Confira nossa análise de Greak: Memories of Azur para o Switch.

    SINOPSE

    Greak: Memories of Azur é um side-scrolling para um jogador com animações desenhadas à mão. Assuma o papel de três irmãos — Greak, Adara e Raydel — e guie-os pelas terras de Azur. Alterne-se no controle dos três e use as habilidades únicas de cada um para fugir da invasão dos Urlags.

    Greak é o nome do protagonista, o caçula entre os três irmãos. Ele é um Courine, que é um povo mágico que, no momento, está sofrendo invasões dos Urlags, uma facção inimiga.

    A guerra entre esses dois povos já dura um bom tempo, forçando os Courines a fugirem de suas próprias terras. O que Greak mais deseja é reencontrar o irmão, Raydel, e a irmã, Adara, e fugir com eles de Azur usando uma Aeronave, que eles precisarão construir peça a peça.

    Durante o jogo, você encontrará cada irmão em ambientações diferentes e os recrutará para avançar com você.

    ANÁLISE DE GREAK: MEMORIES OF AZUR

    Eu havia jogado a versão demo para Nintendo Switch e resenhado minhas primeiras impressões aqui no Feededigno. É curioso notar como a experiência é diferente entre demo e jogo completo não só pela extensão do game, logicamente, mas por ver que a versão de demonstração foi pensada para oferecer uma experiência única.

    Na demo a história é praticamente deixada de lado, o que pode causar um certo estranhamento, para focar muito mais nas mecânicas de jogo. Você inicia tendo acesso a uma série de habilidades que, no começo do jogo completo, você sequer sabe quando vai aprender.

    Essa experiência diferente do jogo completo é suficiente para decidir pela compra de Greak: Memories of Azur, como já havia escrito no texto de primeiras impressões. As escolhas da Navegante Entertainment e da Team17, portanto, foram muito acertadas.

    Mas bem, vamos à análise do jogo completo.

    A simplicidade das mecânicas de Greak: Memories of Azur, e os tutoriais sutilmente inseridos em seus belos cenários são os principais pontos fortes do game. Os personagens desenhados à mão também engrandecem a experiência visual.

    Greak: Memories of Azur é o novo jogo de Ação, Puzzle e Plataforma com traços de desenhos manuais desenvolvido pela Navegante e Team17
    Tutorial ensinando como direcionar o ataque de Adara

    Greak: Memories of Azur não exige muita habilidade para combater os inimigos usando Greak (o personagem inicial), a irmã Adara e o irmão Raydel. No entanto, a dificuldade está nas suas características puzzle, de modo que você precisa fazer sábias escolhas, a fim de abrir portas, desbravar ambientes e ir e vir pela história.

    Para quem espera um jogo com combates difíceis e uma progressão de nível dos personagens, Greak: Memories of Azur pode decepcionar nesses aspectos. Entretanto, acredito que nem mesmo essa expectativa não atingida seja capaz de impedir que os fãs de jogos independentes se divirtam com o game.

    Greak: Memories of Azur tem uma boa história

    A história, que não foi possível conhecer na versão demo, é boa. O vilarejo em que Greak se recupera após uma aventura complicada é o verdadeiro ponto de início do jogo.

    Isso porque a experiência vivida na demo é parcialmente verdade quando se trata do jogo completo, pois a aventura se encerra na metade do que jogamos na demonstração, e então é revelado que os passos iniciais na verdade eram um sonho de Greak.

    O jogo independente Greak: Memories of Azur mistura gêneros e está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC

    A guerra entre os povos passa a fazer sentido, assim como as motivações de Greak e sua família. Também vale destacar a beleza das cutscenes, que são bem objetivas.

    Recursos como cozinhar comidas e produzir elixir em panelas espalhadas pelo mapa, além das missões secundárias, são importantes atrativos que complementam bem a aventura. A variedade de monstros que devemos enfrentar não é grande, mas é satisfatória.

    Toda a família é importante no jogo

    Embora a história se inicie com Greak tentando encontrar a irmã e o irmão, é seguro dizer que todos os personagens são importantes. Isso porque cada um tem suas próprias habilidades, tanto para combater, como para se locomover.

    O jogo independente Greak: Memories of Azur mistura gêneros e está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC

    Adara, por exemplo, flutua e atira magias com as mãos, mas também tem mais resistência para mergulhar. As características únicas da família tornam ainda mais estratégico e desafiador os puzzles a serem vencidos para progredir na jornada.

    VEREDITO

    Greak: Memories of Azur é uma grata surpresa em 2021 e tem grande potencial para ser um dos destaques do ano entre os jogos independentes.

    Felizmente o jogo está disponível para os principais consoles atuais e PC. Isso deverá contribuir não só para sua notoriedade no mundo gamer, como também para estimular que os desenvolvedores tornem o título em uma franquia e criem novas aventuras para o povo Courine no futuro.

    4,5 / 5,0

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    CRÍTICA – Shiva Baby (2020, Emma Seligman)

    Shiva Baby é o primeiro longa-metragem roteirizado e dirigido por Emma Seligman. Adaptado do curta-metragem de mesmo nome (lançado em 2018), Shiva Baby foi desenvolvido durante dois anos e teve seu debut no Festival de Toronto em 2020. Estrelado por Rachel Sennott, o filme está disponível na plataforma de streaming MUBI.

    SINOPSE

    Em Shiva Baby, Danielle (Rachel Sennott) é uma jovem bissexual ainda indecisa sobre sua carreira profissional. Ela se sente pressionada pelos pais a tomar um rumo na vida e encontra maneiras alternativas de ganhar dinheiro. Quando vai a um funeral junto de sua família, ela passa por vários momentos constrangedores ao esbarrar em seu sugar daddy.

    ANÁLISE

    Shiva Baby é uma comédia muito divertida, mas que possui, ao mesmo tempo, tons de terror e drama. Isso porque Danielle passa por tantos momentos de tensão ao longo da trama que, às vezes, parece que ela está inserida em uma produção de Ari Aster. Emma Seligman merece todos os méritos por construir uma trama tão envolvente e instigante, que nos mantêm angustiados com o destino da jovem “babá”.

    O longa mostra a trajetória de Danielle durante um Shivá, que na cultura judaica é o período de sete dias em que a família se mantém de luto devido à morte de um ente querido. Após o enterro, todas as pessoas estão reunidas em uma mesma casa para comer, conversar e orar. É nesse momento que Danielle esbarra em seu sugar daddy, Max, interpretado por Danny Deferrari.

    A partir desse momento acompanhamos os encontros e desencontros de Danielle com o rapaz e com a esposa dele, Kim, vivida por Dianna Agron. Por Danielle ser uma jovem que está terminando a faculdade, sua mãe Debbie (Polly Draper) passa o tempo todo empurrando a filha para Max e Kim, sonhando que eles possam empregá-la. A ironia está explicita.

    CRÍTICA - Shiva Baby (2020, Emma Seligman)

    Além de todo o desconforto da história em si, a direção de Emma Seligman é primordial para promover a sensação de sufocamento que sentimos ao longo dos 77 minutos de produção. Com uma câmera precisa e focada nos rostos dos atores, acompanhamos a movimentação dos personagens dentro dos cômodos da casa, presos em conversas paralelas enquanto a tensão entre Danielle e Max aumenta.

    As interações com os personagens coadjuvantes são a cereja do bolo. Comentários sobre o peso de Danielle, namorados, emprego, faculdade, e outras tantas indagações que estamos acostumados a ouvir em reuniões familiares, tornam toda a situação um caos extremamente divertido.

    Seligman ainda encontra formas inteligentes de acrescentar a trama paralela de Danielle e Maya (Molly Gordon) em meio a esse emaranhado de informações. A forma como a roteirista e diretora insere o contexto da bissexualidade de Danielle é fluida e nenhum pouco gratuita, criando um background expressivo para a personagem, sem cair no queerbaiting que tanto vemos em outras produções.

    Todo o entrosamento do elenco principal é primordial para o bom andamento da história, principalmente por ela se passar inteiramente em uma única locação e com acontecimentos simultâneos. O cast é muito bem selecionado, e todos parecem confortáveis com seus papéis.

    A atuação de Rachel Sennott é ótima e suas interações com Polly Draper possuem um ótimo timing de comédia. É assombroso como famílias escolhem os piores momentos possíveis (um funeral) para debaterem coisas triviais como a separação de uma vizinha ou o futuro dos filhos. Todos os diálogos entre mãe e filha são ótimos, rendendo cenas vergonhosas.

    VEREDITO

    Shiva Baby é um longa divertido, com um ótimo elenco e uma direção excepcional de Emma Seligman. Certamente uma ótima opção a ser assistida na MUBI.

    4,0/5,0

    Assista ao trailer

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    CRÍTICA – Justiça em Família (2021, Brian Mendoza)

    Justiça em Família é o mais novo lançamento da Netflix, que traz Jason Momoa no papel principal para matarmos a saudade dele nas telas da TV, prometendo um filme de ação e drama.

    O elenco conta também com a cantora Isabela Merced, Adria Arjona, Justin Bartha, Lex Scott, dentre outros.

    SINOPSE

    Ray Cooper (Jason Momoa) é um dedicado pai de família que procura justiça contra a companhia farmacêutica responsável por tirar do mercado um medicamento com potencial de salvar vidas pouco antes de sua esposa (Adria Arjona) morrer vítima de um câncer. Quando a busca pela verdade coloca sua filha Rachel (Isabela Merced) em perigo, a missão de Ray se torna uma caçada por vingança para proteger a única família que lhe resta.

    ANÁLISE

    O que os fãs do ator, como eu, esperamos, é sempre ótimas atuações com uma direção e roteiro que aproveitem todas as qualidades proeminentes de Momoa. No entanto, Brian Mendoza não explorou de forma que pudesse ter um rapport com o personagem nos momentos que o drama foi o ponto alto da cena.

    Busca por vingança e/ou justiça é obviamente um tema já visto em outras produções, por isso, Justiça em Família poderia ter sido melhor desenvolvido e seguido por um caminho mais original. O filme tem um terceiro ato inferior do primeiro e segundo, apesar de desamarrar as pontas soltas com um plot twist.

    Diferente das últimas atuações de Jason Momoa, o personagem se mostra sensível apesar de forte [com seus ombros largos e bíceps avantajados (desculpem, vou tentar me conter)], apresentando uma atuação que até então eu não conhecia.

    VEREDITO

    Eu sempre amo assistir Jason Momoa pois tenho uma admiração pelo seu trabalho, seu estilo de vida e seus princípios, porém pelo conjunto da obra acredito que os talentos poderiam ser mais explorados já que um tema tão sensível pedia mais intensidade em cena.

    E de verdade, eu queria muito ter visto uma atuação mais intensa da Isabela Merced mediante a estrutura do arco de sua personagem. Uma pena.

    Falando de entretenimento, Justiça em Família vale a pipoca com refri; então aproveita e chama o mozão para assistir junto!

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    Justiça em Família chegou ontem ao catálogo da Netflix.

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