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    TBT #130 | Os Pássaros (1963, Alfred Hitchcock)

    O TBT desta semana abordará um clássico do cinema. Um filme que muitos apontam como o último grande filme de Alfred Hitchcock, Os Pássaros de 1963.

    O filme foi um respiro na carreira de Alfred Hitchcock, pois se distanciava imensamente de grande parte do que fora apresentado anteriormente em Rebecca – A Mulher Inesquecível (1940), Festim Diabólico (1948) e Um Corpo que Cai (1958). No filme de 1963, o diretor se afasta de questões como a psique humana, em que a força motriz da história eram simplesmente as ações dos protagonistas.

    Os Pássaros é um thriller construído na incerteza do que está diante do espectador, algo frágil e vulnerável como pássaros, que mudam a vida dos habitantes da pequena cidade litorânea de Bodega Bay na Califórnia.

    Ainda que se desenvolva de forma lenta, o medo do inesperado que o filme nos causa vem da imprevisibilidade de elementos da natureza. Fugindo da inefabilidade humana presentes em tramas passadas, que funcionavam como uma espécie de cautionary tale – uma história que alerta o espectador a respeito de um perigo iminente.

    SINOPSE

    Os Pássaros

    Melanie Daniels (Tippi Hedren), uma bela e rica socialite, conhece o advogado Mitch Brenner (Rod Taylor) em um pet shop e fica interessada nele. Após o encontro, ela decide procurá-lo na cidade de Bodega Bay, Califórnia, onde Mitch costuma passar os finais de semana. Entretanto, Melanie só não sabia que iria vivenciar algo assustador: milhares de pássaros se instalaram na localidade e começaram a atacar as pessoas.

    ANÁLISE

    Com mais de 60 produções cinematográficas, Alfred Hitchcock faria de Os Pássaros um de seus filmes mais controversos tanto de crítica, como para seus fãs, que esperavam um horror mais palpável, característico do diretor. Assim como grande parte de seus filmes, Hitchcock nos apresenta uma personagem feminina que vai contra as convenções da época em que os filmes se passam, colocando-as sempre à frente de seu tempo.

    A fixação de Hitchcock com protagonistas loiras é sentida desde o primeiro momento do filme. A história se desenrola de maneira lenta, enquanto coloca a personagem Melanie Daniels o tempo todo como alguém que vai atrás do que quer. Alguém à frente de seu tempo, sem negar os privilégios dela, e a leva além, ao realizar investidas em relação à alguém de seu interesse, Mitch Brenner.

    Daniels, vivida por Tippi Hedren se distancia das outras mocinhas de Hitchcock e não entrega o que atrizes como Janet Leigh, Eva Marie Saint e até mesmo Grace Kelly entregaram em seus respectivos filmes, mas é convincente quando precisa ser.

    Os Pássaros foi a “terceira” adaptação de um livro de Daphne Du Maurier por Hitchcock – “terceira”, pois segundo alguns apontam, o filme Rebecca, A Mulher Inesquecível tem muitas semelhanças com o livro Brasileiro A Sucessora, da autora Carolina Nabuco, escrito em 1934, quatro anos antes do material que Hitchcock diz ter adaptado, lançado por Du Maurier em 1938.

    Du Maurier, em seu livro de contos publicado em 1952 The Apple Tree: A Short Novel and Some Stories contava uma fábula ambientalista, sobre uma população de pássaros que passavam a atacar os humanos após um longo inverno privados de alimentos – que atraiu a atenção de Hitchcock e acabou sendo adaptado livremente, se distanciando enormemente do material fonte.

    Os Pássaros não possui trilha sonora. O compositor Bernard Herrman, antigo parceiro de Hitchcock aparece nos créditos apenas como “consultor de som” e a ideia de não usar qualquer trilha no longa, partiu dele.

    A direção de Hitchcock mostra o peso que um mundo em que os pássaros que são uma ameaça, tornando-os personagens quase que onipresentes em todas as cenas, ou sequências.

    Os Pássaros

    Daniels, vivida por Tippi Hedren se distancia das outras mocinhas de Hitchcock e não entrega o que atrizes como Janet Leigh, Eva Marie Saint e até mesmo Grace Kelly entregaram em seus respectivos filmes, mas é convincente quando precisa ser.

    A criação da atmosfera se dá em grande parte por meio do design de produção, que alheio à habilidade de composição de Hitchcock, fazia tudo que enquadrado pela lente do diretor se tornar algo inovador e inventivo.

    A historiadora Gabriela Larocca apontou no episódio #234 do RdMCast sobre Alfred Hitchcock que o diretor tinha uma forma perversa de punir as personagens que fugiam às convenções da época em que estavam inseridas. Agindo assim com Daniels em Os Pássaros, e dando também à Marion Crane um fim abrupto em Psicose.

    Outro aspecto que deve ser citado nesse TBT, é o quão elaborados são os efeitos especiais do filme. Para ser mais específico, os efeitos práticos do filme que acabaram rendendo à protagonista alguns ferimentos bem reais – a cena final do sótão levou cerca de uma semana para ser filmada e a atriz Tippi Hedren sofreu ataques de pássaros das mais diversas formas – seja por aves presas a seu figurino, como também por aves que eram lançadas em sua direção por de trás das câmeras.

    O cuidado que Hitchcock tinha com suas produções não se espelhavam em nada no zelo que o diretor tinha com seus atores, principalmente as mulheres.

    VEREDITO

    Os Pássaros conta uma história que pode ser encarada tanto por uma ótica tanto subjetiva, quanto literal. E o brilhantismo disso vem da forma como o diretor encaminha a história a levando por lugares inesperados, tornando a construção de mundo da trama tão completa quanto possível. E com a cena final, ficamos esperando por mais da trama, ou qualquer indício do que ela de alguma forma irá continuar, mas esse final nunca virá.

    Nossa nota
    5,0 / 5,0

    Os Pássaros, assim como outros filmes de Alfred Hitchcock estão disponível no TelecinePlay. Caso você não tenha uma assinatura telecine, você pode degustar do serviço por 30 dias sem pagar nada por isso! Basta clicar aqui.

    Confira o trailer do filme:

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    CRÍTICA – A Casa das Flores: O Filme (Manolo Caro, 2021)

    A Casa das Flores é uma série mexicana bastante conhecida, principalmente pelo fato de apontar o conservadorismo e hipocrisia da sociedade. E agora está disponível o filme que recebe o mesmo nome, como um spin-off.

    Essa produção segue a mesma linha que a terceira temporada, onde acompanhamos dois períodos de tempo distintos. A trama traz desdobramentos devido a um mistério do passado dos patriarcas e matriarcas da família.

    SINOPSE

    Os irmãos de La Mora criam um plano para entrar na antiga casa que era da família e recuperar um tesouro antigo.

    ANÁLISE

    A série A Casa das Flores possui uma premissa de focar sua narrativa em pessoas LGBTQIA+ de forma que difira do clichezão de Hollywood.

    Porém, o filme não se aprofundou nos personagens e tão pouco ironizou o conservadorismo, algo que esteve tão presente na trama da série. Aliás, pode se arriscar a dizer que o humor sarcástico é a verdadeira alma de A Casa das Flores, que infelizmente, ficou faltando nesta produção.

    Devido aos desfoques constantes na história, parece que os realizadores só se preocuparam em introduzir os personagens sem realmente ter uma boa finalidade. A quantidade de informação, aliada à uma dosagem excessiva de flashbacks, acaba nos deixando um tanto confusos.

    Infelizmente a obra possui uma sequência de erros, que se estende na atuação e diálogos engessados. O roteiro de Manolo Caro compõe um produto em que os diálogos são totalmente divergentes do contexto das cenas.

    A trilha sonora é outro ponto que dificulta o bom aproveitamento da produção. Por ser muito alta, estar presente na maior parte das cenas e não auxiliar na construção do ambiente, o resultado final não é positivo.

    VEREDITO

    A Casa das Flores: O Filme se assemelha muito a produções com personagens LGBTQIA+ que passam na TV aberta e que, em sua maioria, não foram abordados de forma mais atenciosa.  

    Talvez seja por sobrar pouco tempo após a direção se preocupar em dar rodeios em assuntos que não eram tão importantes ou que todos já haviam entendido.

    Portanto, o filme A Casa das Flores é uma decepção até mesmo para aqueles que, como eu, apreciam algo mais novelesco e sentem tanta falta de algo assim no final de uma segunda-feira cansativa. 

    Nossa nota

    1,5 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    Lady Loki: Conheça a personagem da Marvel

    Abram alas para a personagem que vai mudar tudo na série do Loki! A Lady Loki fez sua aparição no episódio A Variante e causou um grande burburinho na internet.

    Entretanto, engana-se quem acredita que a personagem foi criada para a série: Lady Loki foi apresentada pela primeira vez na HQ Thor Vol.3 #5 em janeiro de 2008, e em sua história é relatado que ela tem ligação direta com o famoso evento chamado Ragnarok, onde Asgard e os Asgardianos foram destruídos.

    ORIGEM

    O Ragnarok dos quadrinhos é um evento cíclico: de tempos em tempos, a cidade é destruída, e um determinado número de deuses morrem, mas renascem a depender da vontade de entidades conhecidas como Aqueles que Sentam nas Sombras, mais poderosas que os próprios deuses.

    Enquanto Thor tentava quebrar esse ciclo, Loki acabou morrendo durante um combate com Heimdall. Ao ser despertado, Thor começa a procurar por uma forma de reviver seus antigos aliados de Asgard, cujas almas foram realocadas em corpos humanos.

    Nessa tentativa, Loki acaba sendo ressuscitado pelo Deus do Trovão, mas dessa vez, com uma forma feminina no corpo destinado a ser da Lady Sif.

    Lady Loki: conheça a personagem da Marvel

    Por um bom tempo os leitores ficaram confusos com esse acontecimento, mas no livro “Loki: Onde Mora a Trapaça”, publicado pela escritora Manckenzie Lee, foi canonizado o fato de que Loki é pansexual e tem o gênero fluído, elemento fundamental para a compreensão do seu personagem.

    Nos quadrinhos, então, Loki e Lady Loki são a mesma pessoa, pois o espírito de Loki encontrou a ressureição em um corpo feminino. A série da Marvel buscou outro caminho para adaptar a história e ainda não sabemos se ela e Loki são, de fato, o mesmo personagem.

    Recentemente, uma foto de divulgação confirmou que Loki é gênero fluído também no MCU, porém a Marvel não parece ter planos de explorar a representatividade do personagem por meio de sua versão feminina. Para entender melhor, leia esse artigo até o fim.

    CARACTERÍSTICAS E APARIÇÕES

    Além de muito estilosa e atraente, a Lady Loki pode variar do heroísmo à vilania, da manipulação ao altruísmo, possuindo os mesmos poderes e personalidades do Loki original.

    Em um dos arcos nos quadrinhos, Lady Loki fez parte de um grupo de vilões. A equipe era formada por Emma Frost, Namor e Doutor Destino. Os dois primeiros são antagonistas dos X-Men e uma possível introdução desses personagens pode preparar para a chegada dos mutantes no MCU.

    A personagem aparece no arco final de Thor e Loki: Double Trouble #3, em que ela espalha o caos apenas por diversão utilizando um tipo de esfera mágica que a versão masculina de Loki roubou do cofre de Odin.

    ADAPTAÇÃO PARA A TV

    Loki - A Variante

    Assim que a Marvel começou a divulgar a série do Loki no Disney+, muitas pessoas identificaram uma figura feminina em um dos teasers. Alguns cogitaram que fosse a Viúva Negra (Natasha Romanoff em Vormir), mas após imagens vazadas da atriz Sophia Di Martino nos sets de filmagem com um tipo de traje bem parecido com o do Loki, os fãs ligaram os pontos e sugeriram que aquela fosse a Lady Loki.

    Outro fato que reforça essa sugestão é que, nos quadrinhos, a Lady Loki é a portadora daquela esfera mágica que citamos. Esse artefato lhe dá o poder de viajar entre as dimensões, o que facilitaria a sua entrada na linha do tempo atual, bem como a aparição de outras variantes do Loki. Rumores afirmam que o ator Richard E. Grant (Star Wars: A Ascensão Skywalker) irá dar vida a uma versão “clássica” do vilão.  

    Entretanto, mesmo com o forte indício de que ela é a personagem que será responsável por realmente iniciar o Multiverso da Marvel, há também a teoria de que ela não é de fato uma versão do Loki…

    MAS AFINAL, QUEM É A PERSONAGEM DA SÉRIE?

    Como tudo na Marvel, ela provavelmente é o Mefisto.

    Brincadeiras à parte, esse tópico do artigo trará uma teoria sobre a personagem feminina que vimos no episódio A Variante. Caso você não queira saber, pare a leitura por aqui.

    Materiais divulgados pela Marvel dão a entender que, de fato, a personagem de Martino não é a Lady Loki. Além desses materiais, indícios do próprio episódio corroboram essa afirmação.

    O primeiro indício está nos poderes da personagem. Como vimos no segundo episódio, ela não utiliza as mesmas técnicas de ilusão e projeções que o Deus da Trapaça costuma aplicar, o que causa uma certa confusão. Além disso, seu poder de controlar mentes parece bem superior ao do nosso vilão favorito.

    Lady Loki: conheça a personagem da Marvel

    Ainda: nos créditos da personagem no episódio ela é chamada pelo nome de “Sylvie”. A nomeação acendeu a teoria de que a variante da série é, na verdade, Sylvie Lushton, a Encantador. Nos quadrinhos, Sylvie ganha seus poderes mágicos de ninguém mais, ninguém menos, do que Loki.

    Será que isso tudo é um grande plano do Loki? Faz sentido, né?

    A série já está disponível no Disney+ com um episódio novo todas as quartas-feiras, pois as quartas são as novas sextas!

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    Mobius: Conheça o investigador da Autoridade de Variação Temporal

    Mobius M. Mobius é um funcionário da Autoridade de Variação Temporal (AVT) que teve sua primeira aparição na HQ Quarteto Fantástico #353, lançada em 1991.

    O personagem foi criado pelo roteirista e quadrinista Walter “Walt” Simonson, autor mais conhecido por uma temporada como artista na revista Thor da Marvel Comics, entre 1983 a 1987. Ele também é o e criador do personagem Bill Raio Beta (Beta Ray Bill).

    Mobius é um dos protagonistas do seriado Loki, original do Disney+, lançado em 9 de junho de 2021 com episódios semanais.

    ORIGEM DE MOBIUS

    No começo da carreira na Autoridade de Variação Temporal, Mobius era conhecido como Moby e possuía um cargo comum. Sua função envolvia realizar atividades que não condiziam com o potencial da sua mente.

    Quando o alto escalão da AVT se deu conta que Mobius tinha um incrível talento para perceber detalhes minuciosos que ninguém mais percebia, os chefes da entidade o promoveram para uma posição de executivo na alta administração da AVT.

    HQ Quarteto Fantástico #353 (1991)

    Em seu novo cargo, o investigador passou a ser chamado de O Honorável Mr. Mobius M. Mobius. Logo o personagem começou a se destacar dentro da agência.

    Em uma de suas primeiras missões, Mobius foi encarregado de punir o Quarteto Fantástico, pois o grupo havia violado algumas regras da AVT.

    PODERES E HABILIDADES

    A grande habilidade de Mobius é sua mente altamente capaz de investigar e solucionar casos, especialmente por perceber detalhes a cada missão que a maioria dos investigadores deixaria passar.

    Moby não possui super poderes, mas por trabalhar na AVT, tem acesso a ampla variedade de armas e dispositivos fornecidos pela agência, recursos que sempre são úteis, especialmente ao investigar crimes e casos complexos.

    EQUIPES

    Reed Richards tinha uma mania compulsiva de tentar lidar com forças além de sua compreensão. Por esse motivo que Mobius interviu em uma de suas missões e foi o responsável por acusar o Quarteto Fantástico por crimes contra a continuidade, uso ilegal do tempo, entre outras acusações.

    Entretanto, ao invés de prendê-los e seguir o protocolo, Mobius ajudou a equipe a escapar. Ciente de que essa “passada de pano” poderia lhe custar emprego, o investigador então colocou a culpa em outros funcionários para evitar que fosse rebaixado a um cargo inferior.

    Quarteto Fantástico Anual #27 (1963)

    Quando sua armação estava prestes a ser descoberta por seus superiores, ele se aliou mais uma vez ao quarteto, como visto no quadrinho Quarteto Fantástico Anual #27, lançado em 1963. A aliança acabou resultando em uma proposta de emprego feita por Kang, o Conquistador, melhor que sua posição atual na AVT.

    Com medo de perder um de seus melhores funcionários para a concorrência, a AVT decidiu promover Mobius e esquecer seus tropeços de percurso. Após ser promovido, Moby aparece como um dos juízes durante o julgamento da She-Hulk que foi capturada pela AVT por ter bagunçado as linhas temporais do Multiverso.

    CURIOSIDADE

    Todos os funcionários da Autoridade de Variação Temporal são clones criados artificialmente. Por se destacar em meio a tantas cópias, Moby acabou promovido para uma posição de executivo na alta administração da AVT.

    OUTRAS MÍDIAS

    Mobius está presente na série Loki, produzida e veiculada pelo Disney+ e estrelada por Tom Hiddleston, que possui episódios novos todas as quartas. No seriado, o personagem é interpretado pelo ator Owen Wilson famoso por seus papéis em Marley & Eu, Uma Noite no Museu e Meia-Noite em Paris.

    Interpretado por Owen Wilson, Mobius é um dos protagonistas do seriado Loki, do Disney+

    A introdução de Mobius no Universo Cinematográfico Marvel (MCU na sigla em inglês) abre portas para que ele volte no filme do Quarteto Fantástico e na série da She-Hulk, ambas produções já confirmadas pela Disney.

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    CRÍTICA – Luca (2021, Enrico Casarosa)

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    Luca é a mais nova animação original da Disney+ e conta com um elenco de vozes formado pelas estrelas infanto-juvenis Jack Dylan Grazer (Shazam!) e Jacob Tremblay (Doutor Sono) como protagonistas.

    SINOPSE

    Luca (Jacob Tremblay) é um menino-peixe que tem uma vida pacata debaixo d’água. Ao ver que a vida na superfície pode ser cheia de novas experiência, o guri parte para uma jornada de aventuras com seu novo amigo Alberto (Jack Dylan Grazer), um outro membro da espécie de Luca, que é destemido e traz uma nova realidade ao protagonista.

    ANÁLISE

    Luca é mais uma parceria da Pixar com a Disney, algo que naturalmente já traz bons frutos, pois há diversos exemplos recentes de animações de sucesso como Soul e Raya e o Último Dragão.

    Entretanto, há aqui uma jornada bem menos grandiosa, uma vez que as alegorias de Luca tem outro sentido: o de explorar novas experiências. De fato, se enxergarmos de um ponto de vista filosófico, o longa tem a ver muito com a homossexualidade, uma vez que há uma transformação do personagem mirim num mundo onde ele é visto como um monstro. Ao “se transformar” em um garoto normal, Luca pode fazer o que quiser, e como quiser, sem julgamentos alheios. 

    Vou além, Luca se trata, e muito, da aceitação de um indivíduo em sua condição, pois há aqui a curiosidade, o medo do julgamento, o medo por parte da família do que o mundo pode oferecer de ruim para quem é diferente, a ida para o “interior” para morar com uma família mais tradicional, são experiências muito similares para quem nasce diferente em um mundo tão cruel. 

    Contudo, por mais que suas alegorias tratem de uma temática delicada, Luca é divertido e também nos remete a nossa infância, uma vez que mostra todas as travessuras de um garoto na melhor fase de nossas vidas.

    VEREDITO

    Luca é uma animação irreverente, divertida e que salta aos olhos pela qualidade de suas formas. 

    Com uma trama leve e que traz questionamentos importantes sobre experiências novas e preconceito, a animação nos faz pensar sobre como podemos ser melhores, sem julgamentos ou preconceitos em um mundo muito mais colorido e belo que muitas vezes não conseguimos enxergar. Veja de coração aberto e com muita atenção nas questões filosóficas apresentadas aqui.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer de Luca:

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    CRÍTICA – Solos (1ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

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    Solos é a mais nova produção antológica de ficção científica da Amazon Prime Video que estreia dia 25 de junho no streaming.

    A produção de sete episódios é uma criação de David Well (Hunter) que também dirigiu três episódios. No elenco estão Morgan Freeman, Anne Hathaway, Helen Mirren, Uzo Aduba, Nicole Beharie, Anthony Mackie, Dan Stevens e Constance Wu.

    SINOPSE DE SOLOS

    Solos é uma série de antologia que explora o significado mais profundo da conexão humana ao acompanhar sete pessoas diferentes.

    Cada episódio traz uma história nova, contada do ponto de vista individual e situada em um futuro incerto – que inclui, por exemplo, robôs de inteligência artificial ou smart houses extravagantes.

    Nesse cenário, os sete personagens embarcam em aventuras emocionantes, descobrindo que, mesmo nos momentos mais isolados e nas mais adversas condições, estão todos interligados.

    ANÁLISE

    Séries antológicas tem a árdua tarefa de prender o espectador em poucos minutos de tela, por isso, é necessário ter um texto imersivo que deixe claro seu início, meio e fim. E é justamente essa sensibilidade com o espectador que falta a Solos. O que prova mais uma vez que um elenco bom não salva um roteiro fraco.

    Nesse sentido, é inevitável a comparação de Solos com Black Mirror (2011). A sensação é que David Well quis trazer algumas situações da produção da streaming vizinha para seu próprio show. O que não teria nenhum problema se Solos realmente acrescentasse alguma coisa de novo à discussão sobre as relações da tecnologia com a humanidade.

    Consequentemente, a série se baseia em monólogos para dar vida aos seus personagens. É sempre bom discutir as diferenças de monólogos para o teatro e para o audiovisual. Para uma plateia é fácil recitar um texto e causar comoção, mas no audiovisual a tarefa se torna extremamente difícil, ao passo que o ator pode soar muito dramático. É o que acontece com Solos, pois cada episódio vem carregado de frases existenciais e derramamentos de lágrimas.

    O QUE DIZ CADA EPISÓDIO

    Anne Hathaway, por exemplo, é uma cientista em busca de uma viagem no tempo com motivações pessoais. Já, Anthony Mackie pretende achar um jeito de cuidar de sua família após a sua morte… Logo, os primeiros episódios de Solos são similares, com os atores conversando sobre angústias, memórias felizes do passado e o tortuoso futuro que os espera.

    É interessante notar que apesar das emotivas atuações de Hathaway e Mackie, o texto não dá espaço para eles crescerem em cena. Parece que o tempo estava tão limitado a 30 minutos de episódio que, quando o espectador finalmente começa a se conectar com a história, é preciso desligar as câmeras.

    Esse mesmo sentimento percorre todos os demais episódios da série. O terceiro, no qual Helen Mirren vive uma mulher na terceira idade que a vida toda se preocupou em não incomodar as pessoas, e por isso se tornou invisível, é uma grande surpresa. Isso porque, sua característica de ficção científica é quase mínima, apesar de construir todo o ambiente.

    CRÍTICA - Solos (1ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

    Ela está viajando pelo espaço infinito apenas com uma IA em companhia que pouco interfere nos seus discursos. Portanto, é dessa forma que Mirren brilha em seu monólogo fazendo uma espécie de auto análise aos 45 segundos do segundo tempo.

    Já o mesmo não acontece com Uzo Aduba no quarto episódio. A construção do capítulo é mal feita e soa até de mal gosto, colocando uma situação de pandemia, onde as pessoas são trancadas dentro de casa. O que não impede Aduba de criar ótimos atos, mas que infelizmente, perdem força à medida que o episódio se torna entediante e previsível (afinal, estamos realmente vivendo uma situação parecida).

    No quinto episódio, o monólogo realmente solo volta com Constance Wu. Uma narrativa mais plausível e cativante mostra que finalmente Solos acertou em suas intenções. Wu se entrega totalmente ao texto, indo do riso descontraído ao choro sufocante. Aqui, novamente, os elementos de ficção científica são mínimos e apesar do plot twist ser previsível muito antes dos minutos finais, é um episódio sincero que não necessita se apoiar em nada além de sua atriz e seu texto.

    Assim como alguns episódios de Black Mirror, o sexto episódio é aquele que busca os elementos do horror para compor sua narrativa. Nicole Beharie é uma mãe à espera de seu filho inseminado com alguma tecnologia e os problemas surgem após o nascimento da criança. O episódio é o mais curto, porém, um dos mais ousados e interessantes justamente por fugir da muleta que a ficção científica pode ser. Não é à toa que não foi escrito ou dirigido por David Well.

    Por fim, o último episódio conta com Morgan Freeman e Dan Stevens em uma praia meio lúdica. É o episódio mais problemático da série, pois tenta emular um falso sentimento de relação com os episódios anteriores. Logo, nem as boas atuações de Freeman e Stevens salvam. O texto é pedinte, maçante e questiona os raros momentos bons que a série proporciona.

    VEREDITO

    Solos é uma série com alguns altos e muitos baixos. Há uma espécie de falta de rumo ao contexto geral da obra, e se tratando de narrativas de ficção científica é mais do mesmo. De resto, é uma produção para ver rostos conhecidos e admiráveis fazendo um trabalho experimental com monólogos.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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