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    Netflix: Veja o que chega em outubro

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    Outubro já está chegando e nada melhor que ficar por dentro dos próximos lançamentos Netflix: Conheça os filmes, séries, documentários e animes que chegarão ao catálogo da gigante do streaming.

    Veja abaixo a lista completa com os lançamentos Netflix de outubro deste ano:

    SÉRIES

    Dia 5 – Contigo, Guerrero – T1

    Meses antes da Copa do Mundo, o astro Paolo Guerrero entra em uma batalha jurídica após receber um resultado positivo para cocaína. Baseada em uma história real.

    Dia 5 – Mandou Bem – T7

    A temporada vai ficar loucamente assustadora! Nicole e Jacques desfilam fantasias temáticas de Halloween em novos episódios que foram inspirados em séries da Netflix.

    Dia 5 – Império da Ostentação – T3

    As intrigas, negócios inacabados e grandes oportunidades aumentam a tensão no grupo de asiáticos milionários de L.A. que ganharam os holofotes na Netflix; mas nada vai impedir que levem uma vida exuberante e fabulosa.

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    Dia 7 – Derry Girls – T3

    A Irlanda do Norte dá um grande passo em direção ao futuro e a vida das garotas segue nesse mesmo rumo. Mas não sem alguns tropeços pelo caminho.

    Dia 7 – O Clube da Meia-Noite – T1

    Em uma casa para jovens terminais, os integrantes de um clube exclusivo fazem um pacto: o primeiro a morrer precisa enviar um sinal para os outros.

    Dia 7 – O Sabotador – T1

    Nesta nova versão do famoso reality, doze participantes enfrentam desafios enquanto tentam identificar quem entre eles está sabotando suas missões.

    Dia 8 – As Três Irmãs – T1

    Três irmãs que cresceram sozinhas e na pobreza se envolvem em uma conspiração com pessoas ricas e poderosas.

    Dia 12 – Cozinha Fácil: Chefs do Dia a Dia – T1

    Cozinheiros amadores colocam suas habilidades e criatividade à prova elaborando pratos rápidos, fáceis, deliciosos e dignos de um grande prêmio em dinheiro.

    Dia 14 – Match Imperfeito – T2

    Em meio a romances turbulentos e prazos implacáveis, Dimple e Rishi encaram o fim do curso de verão e uma pergunta decisiva: será que eles foram feitos um para o outro?

    Dia 14 – Take 1 – T1

    Músicos famosos escolhem uma única música e buscam fazer sua melhor versão ao vivo  tudo em um só take.

    Dia 18 – Somebody Feed Phil – T6

    Da Croácia à Filadélfia, Phil atravessa o mundo com um sorriso no rosto e um enorme apetite pela gastronomia e cultura local. E ele ainda faz uma homenagem a seus pais.

    Dia 18 – Mistérios Sem Solução – Vol. 3

    O remake da aclamada série documental sobre crimes reais está de volta para uma nova temporada.

    Dia 19 – Casamento às Cegas – T3

    Homens e mulheres colocam à prova o poder do amor às cegas neste reality que conquistou milhares de assinantes da Netflix. Com apresentação de Nick e Vanessa Lachey.

    Dia 21 – Bárbaros – T2

    Um ano após a derrota de Varo, um novo general romano se estabelece na Germânia, e Ari enfrenta resistência para tentar reinar sobre todas as tribos.

    Dia 21 – Recomeço – MINISSÉRIE

    Uma americana se apaixona por um siciliano que conheceu na Itália, mas ele acaba morrendo de câncer. Agora, ela encontra refúgio onde menos esperava.

    Dia 25 – O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro – T1

    As histórias macabras desta coleção de terror são selecionadas pelo aclamado diretor Guillermo del Toro, vencedor do Oscar por A Forma da Água.

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    Dia 26 – Inside Man – T1

    Condenado à pena de morte, um americano com talento para resolver mistérios ajuda uma jovem jornalista britânica a encontrar uma amiga desaparecida.

    Dia 28 – Big Mouth – T6

    Esta série de animação para adultos vencedora do Emmy está de volta em uma nova temporada.

    Dia 28 – O Filho Bastardo do Diabo – T1

    Jay Lycurgo (Titãs) e Nadia Parkes (Doctor Who) estrelam esta série arrebatadora que combina violência e fantasia. Baseada nos livros Half Bad de Sally Green.

    Dia 29 – Deadwind – T3

    Depois da reconciliação, Karppi e Nurmi investigam um caso envolvendo um símbolo misterioso, promessas farmacêuticas e uma pessoa muito perturbada.

    FILMES

    Dia 5 – A Vida de Togo

    Ele vigia carros estacionados e vai fazer de tudo para proteger esse ganha-pão. Ainda mais agora que os traficantes querem que ele e seus amigos vendam drogas nas ruas.

    Dia 5 – O Telefone do Sr. Harrigan

    Um garoto e um bilionário têm em comum o gosto pelos livros e pelo primeiro iPhone. Mas, depois da morte do idoso, a misteriosa conexão deles se recusa a terminar.

    Dia 7 – Uma Garota de Muita Sorte

    A vida perfeita de uma escritora começa se despedaçar quando um documentário sobre crimes reais faz com que ela confronte seu angustiante passado no colégio.

    Dia 11 – Esposa de Aluguel

    Para atender o último desejo da mãe e evitar que ela o remova do testamento, um solteirão inveterado contrata uma atriz para se passar por sua noiva.

    Dia 14 – A Maldição de Bridge Hollow

    Mesmo odiando o Halloween, um pai se une à filha para encarar um espírito que está tocando o terror ao dar vida às decorações macabras da cidade.

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    Dia 19 – A Escola do Bem e do Mal

    A amizade entre Sophie e Agatha é colocada à prova quando elas vão parar em uma escola mágica que prepara os heróis e vilões do futuro.

    Dia 21 – Garota do Século 20

    Em 1999, uma jovem faz um favor para a melhor amiga e fica de olho no garoto que ela gosta. Até que chega a hora de viver a própria história de amor.

    Dia 26 – O Enfermeiro da Noite

    Uma enfermeira sobrecarregada faz amizade com um novo colega no trabalho. Até que uma morte inesperada a faz enxergá-lo de outra forma.

    Dia 27 – Depois de Universo

    Nina (Giulia Be) é uma jovem e talentosa pianista que vê seus sonhos se perderem entre sessões de hemodiálise e a espera por um transplante de rim. Mas o romance com o jovem médico Gabriel (Henrique Zaga) a ajuda a superar suas inseguranças e lutar por seu objetivo de tocar nos palcos junto à Orquestra Sinfônica de São Paulo.

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    Dia 28 – Wendell & Wild

    Keegan-Michael Key e Jordan Peele fazem as vozes em inglês dos dois demônios irmãos que protagonizam esta aventura de animação.

    Dia 28 – Nada de Novo no Front

    O premiado Edward Berger dirige este drama tenso baseado no best-seller de Erich Maria Remarque.

    DOCUMENTÁRIOS

    Dia 3 – Brasil 2002 – Os Bastidores do Penta

    O documentário mostra os bastidores da seleção brasileira de futebol durante a conquista do pentacampeonato mundial em 2002, com imagens inéditas e entrevistas com os jogadores.

    Dia 5 – Os 13 Sobreviventes da Caverna

    Neste documentário cativante, os jovens de uma equipe juvenil de futebol contam como conseguiram sobreviver depois de ficarem presos na caverna Tham Luang em 2018.

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    Dia 7 – Conversando com um serial killer: O Canibal de Milwaukee – MINISSÉRIE

    Esta minissérie documental sobre o serial killer Jeffrey Dahmer e os 17 assassinatos que ele cometeu tem produção executiva de Joe Berlinger.

    Dia 7 – O Time da Redenção

    Após o fiasco nos Jogos Olímpicos de 2004, o time de basquete masculino dos EUA busca a redenção na briga pelo ouro nos Jogos de Pequim de 2008.

    Dia 6 – O Terremoto do Everest

    Relatos exclusivos de sobreviventes e filmagens reais enriquecem esta série documental emocionante, que fala sobre o terremoto que abalou o Nepal em 2015.

    Dia 26 – CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn

    De executivo renomado a alvo da mídia internacional, este documentário sobre crimes verdadeiros examina a bizarra história de Carlos Ghosn.

    Dia 28 – Eu Sou Stalker

    Dos produtores de Sou um Assassino, esta série documental sobre crimes reais é contada a partir da perspectiva de stalkers e sobreviventes.

    ANIMES

    Dia 13 – Exception

    Em um futuro distante, a humanidade foi forçada a deixar a Terra. Uma nave com uma equipe de especialistas impressa em 3D é enviada para colonizar um novo planeta.

    Dia 27 – Romantic Killer

    Curtindo a solteirice, Anzu nem pensa em namoro. Até que um serzinho mágico transforma a vida dela em uma verdadeira comédia romântica.


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    CRÍTICA – Passei por Aqui (2022, Babak Anvari)

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    Passei por Aqui é um suspense de tirar o fôlego, nele somos apresentados ao jovem grafiteiro Toby (George MacKay) e seu melhor amigo Agassi (Percelle Ascott), que após e divertirem invadindo e grafitando mansões enquanto seus donos não estão lá. Após Toby ver algo inesperado em uma dessas invasões, sua vida muda para pior.

    O brilhante George MacKay (1917) nos leva por uma viagem agoniante que nos deixa por vezes com o coração na mão e desolados em muitos de seus atos.

    SINOPSE

    Um grafiteiro que picha as casas dos ricos descobre um segredo sombrio em um porão, desencadeando eventos que colocam a vida de seus entes queridos em risco.

    ANÁLISE

    Passei por Aqui

    Ainda que o filme nos apresenta arcos com histórias e personagens duvidosos, o longa se faz presente e instala em nós um incômodo que se restaura a cada um de seus 4 atos. Muito distante de se basear no tradicional molde estadunidense de 3 atos ou 3 arcos, o longa parece se estabelecer e ganhar muito mais quando ele se apropria dos moldes de 4 atos. Em que em algum momento tudo parece não ter esperança, mas existe algo que mudará o rumo da narrativa.

    O cuidado do diretor ao nos mostrar que os personagens de seu longa tem muito mais do que mostram a princípio é primoroso. Sua direção e seu design de produção nos permite entender que grande parte dos cenários no qual o filme é ambientado são personagens por si só.

    As atuações de George MacKay, Percelle Ascot, Kelly Macdonald e Hugh Bonneville que dão vida respectivamente à Toby, Agassi, Lizzie Nealey e Hector Blake nos deixam na beira do assento o tempo todo, mas acima de tudo incrédulos.

    O que o diretor e os atores conseguem fazer em 110 minutos do filme, nos deixa desnorteados mesmo quando o longa chega no final e se uma coisa posso dizer, e garantir é que o longa é muito mais do que aparenta.

    VEREDITO

    Passei por aqui

    Para além da sensação inicial de desconforto e revolta com seus personagens, Passei por aqui funciona como um filme sobre violência e sobre o que reside abaixo da face social de muitos indivíduos. O incômodo que se mantém mesmo após o final nos permite sentir que existe um cuidado muito grande com o roteiro do longa e sua execução.

    O filme é um suspense de tirar o fôlego que te deixará irritado e preocupado ao longo de toda sua duração.

    Nossa nota

    4,8 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

    Passei por Aqui é um longa da Netflix e está disponível na plataforma.

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    A Mulher Rei: Viola Davis revela em entrevista “Enfrentamos muitos desafios no meio do caminho”

    No dia 19 de setembro, fomos convidados pela Sony Pictures a estar presentes na coletiva de imprensa de A Mulher Rei, filme estrelado por Viola Davis e produzido por Julius Tennon – marido de Viola. Os dois vieram pela primeira vez ao Brasil para divulgar o filme.

    A Mulher Rei é um marco para o cinema mundial, e a presença de Viola na sala onde aconteceu a coletiva de imprensa foi imponente. A atriz pareceu encher a sala com sua presença única, sua inteligência e carisma.

    Caso você ainda não tenha assistido, clicando aqui, você pode ler o que achamos do filme. Mas sem delongas, traremos a transcrição das perguntas feitas à Viola por veículos de imprensa.

    Entrevistadora: Quais as suas primeiras impressões sobre o Rio de Janeiro?

    Viola: “Eu me senti abraçada, pela comida, pela cultura, pela bondade. E sempre parece haver uma celebração aqui no Brasil, se é que eu posso dizer isso. Mas o amor de vocês pelo seu país, tem sido de tirar o fôlego.”

    A Mulher Rei

    E: O que você mais tem gostado do Brasil?

    V: “Eu acho que é uma mistura, da comida, com a paisagem… O Cristo Redentor, quando estávamos indo até ele dirigindo e vimos as montanhas, as árvores, o mar, e quando chegamos até lá, ficamos sem reação, eu e o Julius.”

    E: O fato de você ter vindo ao Brasil para a estreia do filme mostra a importância do país, isso se deu por causa da importância cultural e histórica?

    V: “Por causa do tráfico negreiro transatlântico, sabemos de cerca de 12 milhões de pessoas escravizadas vieram em sua maior parte da África Ocidental. E a primeira parada, foi o Brasil. Por causa das plantações, foram enviados para várias partes da Índias Ocidentais e também para a América. Muitos acreditam que nós da cultura preta, estamos separados, que os afro-americanos, os afro-caribenhos, e do Brasil, de alguma forma não nos sentimos conectados como um todo.

    E minha mente esteve aberta em relação a isso desde os meus 20 anos, quando fui até a Gâmbia. Mas nós estabelecemos isso com o filme, a conexão que temos como pessoas de cor, e a contribuição do Brasil para isso é enorme.”

    E: Por quanto tempo você tem trabalhado para produzir o filme? Quais foram os desafios que você enfrentou para fazer esse filme?

    V: “Enfrentamos muitos desafios no meio do caminho, mas é claro que tentamos contornar esses desafios. Quando me perguntam ‘como é fazer um filme de pessoas de cor em Hollywood?’, eu os digo a verdade. É uma coisa difícil, é uma história que precisamos contar, é uma coisa que precisamos fazer. É assim que queremos fazer. E mesmo com todos esses desafios, ultrapassá-los e ter um filme como o nosso como resultado, e eu acho que pessoas de cor, por toda a diáspora vão se sentir tocadas. E mudadas para sempre, nós sentimos que esse filme pode proporcionar a diferença que queremos ver.

    A Mulher Rei

    E: Você disse em uma entrevista, que uma das razões de você fazer A Mulher Rei, foi o fato de não se ver em filmes históricos. Qual a importância desse filme para mulheres negras ao redor do mundo que agora podem se ver nas telas?

    V: “Elas têm uma chance de serem vistas, de uma maneira que nós não temos sido vistas antes. E quando eu digo ‘vista’, eu digo ter espaço como os grandes diretores, grandes atores e atrizes, e não temos presença neles. Eu não estou falando apenas sobre ser vista no cinema, mas sobre ser vista na vida. Na maioria das vezes, o nosso poder e a nossa beleza não são vistas. Nossa complexidade é ignorada, existe um ‘senso comum’ de que somos tão fortes, que não somos nem vulneráveis.

    Existe também um senso de que somos invisíveis até mesmo em relação às nossas contrapartes brancas, nossas contrapartes femininas brancas e eu acho que mais uma vez, no que isso culmina, é o fato de termos tantos problemas que afetam as mulheres pretas. Por não sermos vistas como valiosas. As Agoge, se veem como valiosas, e esperamos que dessa forma, façamos as mulheres pretas verem como são valiosas, pois no final, tudo se resume a isso. E é muito importante para que nós, mulheres pretas, possamos ser um dos filmes com maior arrecadação mundial, que não precise ter uma presença masculina – que não precise nem mesmo ter uma presença branca, são só elas. Elas são as heroínas, elas são o foco do filme. Aquelas mulheres negras lindas, de cabelo cacheado de pele escura, vão ser assistidas por duas horas e seis minutos e você vai conhecer suas vidas. Acho que isso vai ser tudo para nós.”

    E: Viola, como foi o processo para se preparar para um filme de ação?

    V: “Primeiro de tudo, eu não considero esse filme apenas um filme de ação. Na verdade, eu rejeito esse termo quando falamos de A Mulher Rei. O filme é um drama histórico. Eu acho redundante dizer que ele é um filme de ação. Primeiro de tudo, enquanto eu me preparava para dar vida a Nanisca, e uma parte do que ela é, é uma guerreira. E eu precisei fazer isso. Eu precisei fazer esse trabalho, assim como eu precisei treinar, eu precisei fazer um curso de dialeto, eu precisei fazer um treinamento emocional.

    Nós treinávamos 5 horas por dia, de levantamento de peso, corrida, 3 horas e meia de artes marciais. Durante esse tempo, nossas roupas ficavam ensopadas de suor. E por diversas vezes, na metade do treinamento, eu precisava trocar de roupa e continuava. Eu pegava a minha espada de plástico e minha garrafa de água e seguia em frente treinando.

    Eu precisava treinar artes marciais, usei muito o meu cotovelo – Que eu amei! – e corria mais, e então precisava ter uma alimentação muito regrada. Eles queriam que eu ficasse forte, muito musculosa. Pois, Nanisca precisava ser fisicamente forte. Em algumas cenas, queriam que eu usasse uma espada de metal que normalmente só era possível empunhar com duas mãos e eles precisavam que eu a empunhasse com apenas uma mão.”

    E: Para Julius e Viola, muitas histórias como a do filme foram invisibilizadas ao longo da nossa história. Qual a importância de contar uma história como essa em um momento como esse?

    J: “É importante contar essa história, pois muitas histórias como essa não foram contadas. É uma história que tem muita força e as mulheres tem muita força. E tradicionalmente, as mulheres carregam muito peso, e essas histórias foram contadas e contar essa história é importante, pois precisamos ver essas mulheres em papéis fortes e incríveis, que elas vivem no dia-a-dia. Eu ouço muito que as mulheres precisam ser a heroína da família tradicionalmente, pois elas normalmente são as responsáveis por resolver problemas na família. E eu acho que é a hora, e nós fizemos isso, e podemos esperar e torcer para que mais histórias como essa sejam contadas e possamos ver a força dessas mulheres na tela.”

    V: “Infelizmente, o racismo fez um papel de criar um sistema de castas baseada no que você vale, de acordo com seu papel. E as mulheres negras estão no final dessa lista e quando você tem a pele retinta, você é designada a esse lugar no final da lista. E esse é o pior tipo de preconceito que existe no mundo, o colorismo. Nós sempre somos vistas como advogadas, médicas que não tem nomes nos filmes, e a pessoa que chega de última hora e faz um comentário atrevido, ou um comentário bem inteligente. Mulheres que geralmente são obrigadas a serem fortes e muitas mães, que geralmente choram em cima do corpo do filho delas, por terem sido mortos em um tiroteio. E é uma visão muito, muito, muito reduzida do que nós somos de verdade.

    Toda vez que eu vejo uma mulher negra em tela, eu sempre me pergunto ‘Quem é ela?’ e quando eu termino de fazer essa pergunta, ela já saiu de cena, e não pode mais ser vista ou encontrada em lugar nenhum. Eu estou cansada disso, na minha vida, eu sei quem são essas mulheres, e essas são muitas, são complicadas, repletas de beleza, de emoções, são uma bagunça, elas são alegres e as vezes elas não são mães, não são tias, e eu sei os nomes delas, sei quem elas são. Eu quero que as mulheres negras sejam humanizadas da mesma forma que todo mundo. E que todos possam aderir de fato o que chamam de ‘diversidade’, e acabem de vez com o racismo. E que esse seja o primeiro passo para fazer isso. É entender que todos somos parte da raça humana. E que não somos objetos de roteiro, não somos uma metáfora, e é impossível existir um artista negro, se não houver uma narrativa que mostre isso. Essa é a razão.”

    A Mulher Rei foi lançado nessa quinta e está disponível nos cinemas de todo o Brasil.

    Confira o trailer do filme:

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    Noites Sombrias #84 | 5 melhores filmes da franquia Hellraiser

    Hellraiser é uma franquia inspirada no livro Hellbound Heart, do autor Clive Barker e publicado em 1986, sobre as misteriosas e infernais criaturas Cenobitas e seu portal aberto através da Configuração do Lamento cuja a lenda é abrir uma passagem para um reino de prazer sensual inimaginável, mas para o Cenobitas existe o prazer na dor e assim aquele que abre o portal é condenado ao sofrimento eterno.

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    Ao todo foram lançados dez filmes desde o primeiro longa lançado em 1987 e, infelizmente, o tempo não foi muito gentil com boa parte das produções que ao longo dos anos sofreu com problemas envolvendo direitos autorais na luta de Clive para recupera-los e apenas quatro destes filmes foram lançados no cinema, sendo Hellraiser: O Julgamento (2018) o último e um fracasso de crítica.

    Conheça os cinco melhores filmes da franquia, indo do menos pior ao melhor deles.

    Hellraiser IV: Herança Maldita (1996, Kevin Yagher e Joe Chappelle)

    Começamos nossa lista com Hellraiser IV: Herança Maldita (Hellraiser: Bloodline), que foi lançado em 1996 e dirigido por Kevin Yagher e Joe Chappelle, com roteiro de Peter Atkins e trilha sonora de Daniel Litch. O filme teve algumas divergências criativas entre Kevin e o estúdio Miramax que exigiu novas gravações e refilmagens, mudando alguns momentos do longa como a chegada de Pinhead e o terceiro ato do longa.

    Após o corte final, o filme estava tão distante da visão original de Yagher que o diretor optou por não ser creditado com seu nome optando pelo pseudônimo Alan Smithee, usado por diretores que faziam parte do Sindicato dos Diretores (DGA) e que não tinham o controle sobre o resultado final de uma produção.

    Estas novas gravações ficaram por conta de Chappelle, porém arrecadou 9,3 milhões de dólares perante um investimento de 4 milhões. Com isso, o filme foi o ultimo de toda a franquia a ter lançamento no cinema; se tornando uma sequência de lançamentos em home video.

    O elenco conta com Doug Bradley que interpretou Pinhead, o líder sacerdote dos Cenobitas, por 9 filmes da franquia e particularmente falando, um dos responsáveis por dar significado aos longas por sua atuação marcante mesmo com breve tempo de tela que teve em alguns deles.

    Além de Bradley o elenco tem Valentina Vargas, Bruce Ramsay, Kim Myers e Adam Scott que futuramente seria conhecido pela série Parks and Recreation.

    A história se passa no Século XXII quando o cientista Phillip L’Merchant (Bruce Ramsay) sente-se responsável pela ação de seu antepassado que abriu as portas do Inferno com a criação da Configuração do Lamento. É por este motivo que L’Merchant deseja com afinco vencer a difícil batalha contra Pinhead, líder dos seres das trevas.

    Apesar de diversas intervenções que tornaram algumas relações mais ambíguas como os Cenobitas Pinhead e Angelique (Vargas), a proposta de contar a origem da Configuração do Lamento se torna interessante, mas o roteiro se atrapalha em alguns aspectos como a tentativa de contar esta história ao longo de uma linha temporal.

    Hellraiser: Caçador do Inferno (2002, Rick Bota)

    A quarta melhor produção da franquia é o ultimo longa que ainda teve alguma influência de Clive Barker que foi consultor da equipe de produção, principalmente a respeito do terceiro ato do filme.

    Dirigido por Rick Bota e roteirizado por Carl V. Dupré e Tim Day, o filme Hellraiser: Caçador do Inferno (Hellraiser: Hellseeker) conta com o retorno da personagem Kirsty Cotton interpretada por Ashley Laurence nos dois primeiros filmes e o longa flerta com um lado investigativo para a franquia, o que não combinou tão bem comparado as produções anteriores.

    A história trata de Trevor Gooden (Dean Winters), que sobreviveu a um acidente de carro que culmina com o desaparecimento de sua esposa Kirsty (Ashely Laurence), a perda de sua memória e uma série de alucinações com criaturas bizarras o fazendo duvidar da sua sanidade.

    Apesar do tom não combinar com diversos aspectos da franquia, o longa de 2022 é interessante por tentar trabalhar com o conceito do universo demoníaco dos Cenobitas de uma forma diferente, além de contar com o retorno de uma personagem importante do cânone da franquia e um plot twist que apesar de previsível, traz elementos característicos de Hellraiser como a violência graficamente chocante.

    Hellraiser lll: Inferno na Terra (1992, Anthony Hickox)

    Quem abre o pódio dessa lista é Hellraiser lll: Inferno na Terra (Hellraiser III: Hell on Earth) que já sinalizava como o “canto dos cisnes” da franquia nas grandes telas, sendo a penúltima produção a ser distribuída ao cinema.

    A direção do filme ficou por conta de Anthony Hickox, roteiro de Tony Randel conta também com o retorno de Peter Atkins; além de Clive Barker na produção, que foi a segunda maior bilheteria da franquia faturando US$ 12,5 milhões durante a sua exibição.

    A história deste filme segue os acontecimentos diretos do segundo filme e vemos Pinhead aprisionado em uma estatua de mármore que vai parar nas mãos de J.P. Monroe (Kevin Bernhardt), um playboy dono de uma boate; após um acordo, o demônio é libertado e começa a matar pessoas inocentes, planejando destruir o cubo para que nunca mais precise voltar para o Inferno, mas em seu caminho esta a repórter Joey Summerskill (Terry Farrell) que investiga os assassinatos após ver uma das vítimas do “Papa Negro” dos Cenobitas ser esfolada por correntes.

    O que torna Hellraiser 3 o terceiro melhor filme é a crescente na proposta do roteiro que eleva as ambições de Pinhead, agora tentando se livrar da única forma de afasta-lo do mundo humano; que o faz ser o filme mais ambicioso da franquia tanto no aspecto financeiro quanto criativo.

    O filme ainda conta com uma breve participação de Ashley Laurence como Kirsty Coton; a atriz com sua personagem é a segunda a participar mais vezes da franquia, sendo superada apenas por Doug Bradley e seu icônico Pinhead.

    Hellraiser II: Renascido das Trevas (1988, Tony Randel)

    A prata fica exatamente para a sequência do filme original, Hellraiser II: Renascido das Trevas (Hellraiser II: Hellbound) que repete de forma competente o sucesso da primeira produção, que ainda contava com um grande controle por parte de Barker no aspecto criativo, sendo responsável pelo roteiro, mas dividindo a direção com Tony Randel.

    A história segue diretamente os acontecimentos do primeiro filme, quando Kirsty encontra-se atordoada em um hospital psiquiátrico após ser resgatada pela polícia e ninguém acredita em sua história até que um dos médicos, o Dr. Kyle MacRae (William Hope) descobre o retorno dos mortos de Julia Cotton (Clare Higgins) se alimentando de vitimas, assim como seu amante Frank (Sean Chapman), sendo auxiliada pelo Dr. Phillip Channard (Kenneth Cranham).

    O que merecidamente torna este filme a segunda melhor produção da franquia é continuar a narrativa do primeiro filme, mostrando suas consequências, além de conhecermos o passado de Pinhead, anteriormente Eliott Spencer e a sua transformação no sacerdote dos Cenobitas.

    Hellraiser 2 estabelece a estética do horror proposta pelo seu antecessor, uma combinação de uma sessão de BDSM com extrema violência, sangue por toda a parte e a figura assustadora de Pinhead e seus Cenobitas como os seres mais assustadores da cultura pop da época.

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    Hellraiser: Renascido do Inferno (1987, Clive Barker)

    O primeiro lugar fica exatamente para a obra que iniciou toda a franquia. Lançado no Brasil como Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser), o primeiro filme da franquia foi roteirizado e dirigido por Clive Barker, autor do livro que serviu como base para a adaptação cinematográfica.

    O sucesso foi tamanho que a sua bilheteria não foi superada por nenhuma das outras três sequências que foram para as telonas; com um orçamento de US$ 1 milhão o filme arrecadou US$ 14 milhões de bilheteria.

    A premissa do filme segue de forma fiel aos eventos do livro, quando o hedonista Frank Cotton (Sean Chapman) adquire o misterioso cubo chamado Configuração do Lamento, com a promessa de acessar um mundo de infinitos prazeres, mas que é transportado para a dimensão dos Cenobitas, que possuem uma outra perspectiva de prazer.

    Algum tempo depois Larry (Andrew Robinson), o irmão de Frank, se muda com sua esposa Julia (Clare Higgins) para sua casa sem ter o conhecimento do seu retorno, pois havia fugido da dimensão dos Cenobitas mas precisava recuperar sua forma completamente dilacerada pelos seres daquele mundo.

    O filme é uma obra de arte do terror pois consegue prender a atenção a todo o momento, seja pela cenas violentas ou pela tensão da história que ganha contornos cada vez mais sombrios quando se conhece o papel de Julia na narrativa.

    Kirsty Cotton é a outra personagem principal do filme e responsável por dar um fim, pelo menos temporariamente, a todo o caos causado por Frank e sua fuga que custou a não apenas a vida como a pele de seu irmão Larry, servindo para cobrir o seu novo corpo.

    Hellraiser: Renascido do Inferno apesar de não ter tido um enorme sucesso após ser lançado em home video, muitos fãs o considerarem o melhor de todos e sua franquia formada pelos filmes subsequentes sendo canônicos até Hellraiser 4.


    Em outubro chegará ao catálogo do serviço de streaming Hulu, um reboot que promete não apenas homenagear o primeiro longa, mas também dar novos ares para a franquia que merece uma adaptação digna de sua glória passada.

    Assista ao primeiro trailer oficial:

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    Inteligência: Quem é o grupo visto em Mulher-Hulk?

    Apresentada pela primeira vez no Universo Cinematográfico Marvel no episódio mais recente da série Mulher-Hulk: Defensora de Heróis como uma página de internet que reúne informações de super-heróis aparentemente com intuito de disseminar o lado negativo de suas ações, mas que por trás é algo muito maior; nos quadrinhos a Inteligência é um grupo formado por algumas das mentes mais brilhantes do planeta, e alguns dos criminosos mais perigosos também.

    Criado por Jeff Parker e Paul Pelletier, a primeira aparição do grupo de vilões geniais foi na HQ Fall of the Hulks: Alpha #1, publicada em dezembro de 2009.

    ORIGEM

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    A Inteligência foi formada pelo Líder, que recrutou algumas das maiores mentes criminosas da Terra para um propósito: recuperar as informações perdidas da Biblioteca de Alexandria. Primeiro ele conseguiu que o Mago se juntasse, seguido por Cabeça de Ovo, o Pensador Vermelho e o Fantasma Vermelho.

    Juntos, eles criaram um dispositivo que os fez cair um pouco fora do tempo com o mundo real, tornando-os indetectáveis ​​até mesmo para as maiores tecnologias. O dispositivo foi alimentado por suas capacidades mentais combinadas e seu primeiro assalto foi um sucesso, roubando um terço das informações dos Eternos.

    A fim de proteger as informações, eles conseguiram a cooperação do Doutor Destino.

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    Ao longo dos anos, a equipe continuou a planejar seu futuro assalto enquanto, ao mesmo tempo, seu integrantes se esforçavam em missões solo. Eles muitas vezes ajudavam uns aos outros nas fugas da prisão, enquanto mantinham suas alianças em segredo.

    Quando Cabeça de Ovo foi morto, eles precisavam de um substituto para fazer sua máquina funcionar. Então, o Líder escolheu M.O.D.O.K. para integrar o grupo de super vilões.

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    Eles roubaram a próxima informação de Wakanda, um feito notável considerando a tecnologia avançada da nação. Com essa informação, Doutor Destino construiu um feixe de táquions que inadvertidamente chamou a atenção do ser conhecido como Beyonder. Após esses eventos, a equipe fez missões menores para obter mais informações.

    A última missão do grupo foi o roubo da Biblioteca da Atlântida. Ao retornar à Latvéria com a informação recém roubada, eles foram traídos por Victor von Doom. A equipe se desfez depois que o Líder abandonou a batalha, sabendo que eles não venceriam o Doutor Destinos em sua própria terra.

    NOVA FORMAÇÃO

    Uma formação mais recente, composta por M.O.D.O.K. Superior, Mago, Pensador Louco e seu Android Incrível, o Fantasma Vermelho e seus Super-Macacos, e o Camaleão disfarçado de Garra Sônica, desenvolveu uma nova arma com a capacidade de enviar objetos específicos ao espaço, chamado de Canhão Zero.

    A QUEDA DOS HULKS

    A Inteligência se aproximou do General Ross e o convenceram a se tornar sua arma definitiva, o Hulk Vermelho, como parte de um esquema para derrotar o Hulk e conquistar o mundo. Muitos dos aliados do Hulk foram capturados, submetidos a lavagem cerebral e transformados em mutantes gama cósmicos, como Betty Ross, Rick Jones e Amadeus Cho, que foram transformados em Mulher-Hulk Vermelha, Bomba-A e Hulk, respectivamente.

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    Quando os Bruce Banner descobriu que a Inteligência havia capturado sua esposa, Betty; ele, Skaar, Wolverine , Namor e Homem-Aranha partiram em resgate. Entretanto, o super grupo de vilões usaram criou muitos outros Hulks Vermelhos a partir de agentes AIM, preparando o cenário para uma Guerra Mundial Hulk.

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    Membros dos Vingadores, Quarteto Fantástico e X-Men também se infiltraram na nave da Inteligência para conter a ameaça; apesar de sua inteligência e seus níveis de poder, a Inteligência não conseguiu se igualar a mente de Bruce Banner, que foi capaz de usar seu conhecimento com radiação gama para usar para reabsorver a radiação gama em todos os Hulks e transformaram de volta ao normal.

    O Líder e M.O.D.O.K. foram derrotados e o resto dos membros da Inteligência fugiram, mas foram capturados posteriormente.

    RETORNO DE ULTRON

    O grupo mais tarde escapou e conseguiu se apoderar do corpo de um Cavaleiro do Espaço falecido, com a intenção de fazer engenharia reversa de sua tecnologia para seus próprios planos. Durante a batalha subsequente com os Vingadores, culminou com a revelação de que o “cadáver” do Cavaleiro do Espaço era na verdade um Ultron disfarçado, que havia retornado à Terra para conquistar o planeta.


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    Cinema Noir: Entenda o fenômeno da década de 40

    Na literatura existem tantas descrições sobre o Noir quanto críticos e historiadores do cinema escrevendo sobre ele. Alguns argumentam que é um gênero, enquanto outros afirmam que o Cinema Noir é mais o tom ou humor do filme. Outros, ainda, afirmam que um filme noir se trata de um estilo visual. O fato é que o noir não é considerado um gênero, nem um movimento cinematográfico, mas sim um fenômeno que se expandiu a partir de 1940, que conta com padrões estéticos e narrativos próprios.

    A classificação foi cunhada em 1946 pelo crítico francês Nino Frank para se referir a um tipo de longa-metragem de suspense que estava em voga nos anos 1940, com ambientação urbana, temática criminal e anti-heróis.

    O visual costumava ter fortes influências da corrente cinematográfica conhecida como expressionismo alemão e da técnica de claro/escuro do pintor barroco Caravaggio (daí a escolha do termo “noir“, que significa “preto” em francês). Porém, esse termo (e o prestígio dos filmes noir) só se consolidou na década de 1970. Especialistas classificam como noir mais de 300 títulos produzidos entre 1940 e 1958.

    Em tempo: sua pronuncia correta é “noar“.

    CARACTERÍSTICAS DE UM FILME NOIR

    Os ambientes dos filmes noir são ambientes escuros, tomados por sombras. O contraste entre claro e escuro reflete a ambivalência dos seus personagens, que não são bons o suficiente para serem heróis, mas também não se caracterizam como vilões.

    Outra característica era a iluminação de três pontos. Havia uma fonte de luz para estabelecer o escuro (sombras), outra para o claro (contraste com o negro) e outra para criar um gradiente de cinza, regulada para criar a “atmosfera” da cena. Com frequência, os personagens eram banhados por longas sombras lineares, projetadas de barras da prisão, escadas ou venezianas nas janelas.

    Os protagonistas masculinos são ambíguos, como o anti-herói que vive uma vida vazia, não confia em ninguém e é frio, e usa isso como defesa. Há também o clichê do detetive, que é uma figura pouco confiável (nem mesmo os bandidos confiam nele); o policial corrupto, o marido ciumento e o herói. No figurino, a figura masculina era marcada por ternos, gravatas, chapéus, casaco e um cigarro.

    Mas talvez a principal característica do gênero seja a presença da femme fatalle. Ela é aquela mulher misteriosa por quem o protagonista – homem – é seduzido e muitas vezes levado a tomar atitudes que ele normalmente não tomaria.

    O PRIMEIRO E O ÚLTIMO FILME NOIR

    Historiadores consideram O Homem dos Olhos Esbugalhados (1940), como o primeiro filme noir e A Marca da Maldade (1958), como o último filme do período clássico. Desde então, de tempos em tempos surgem filmes que remetem à estética noir ou, de alguma forma, homenageiam o gênero.

    O noir e suas características são frutos de uma época, mas sua referência é visível até hoje, principalmente num subgênero conhecido como neo-noir.

    O NEONOIR

    Na década de 1960, cineastas como Sam Peckinpah, Arthur Penn, Robert Altman criaram filmes inspirados nos filmes noir originais e os melhores exemplos são: O Perigoso Adeus (1973), onde o detetive criado por Altman é apresentado como um idiota azarado que não consegue evitar sua derrota numa batalha moral; mas talvez o mais bem sucedido filme neo-noir tenha sido Chinatown (1974), de Roman Polanski.

    Muitos dos filmes de Joel e Ethan Coen são exemplos de filmes influenciados pelo subgênero noir, especialmente Gosto de Sangue (1984), além da comédia O Grande Lebowski (1998) e O Homem que Não Estava Lá (2001).

    Os irmãos Cohen também acrescentaram diversos elementos de filme noir, tanto na filmagem quanto no roteiro de Fargo (1996). Alguns críticos consideram-no um clássico moderno do gênero. O aclamado Los Angeles: Cidade Proibida (1997), de Curtis Hanson (adaptado do romance de James Ellroy) pode ser o filme que mais se aproxima do filme noir moderno, com suas histórias de policiais corruptos e femmes fatales que parecem ressurgidos dos anos 50.

    5 FILMES QUE DEFINEM O FENÔMENO NOIR

    Depois de conhecer e entender melhor o cinema noir, veja cinco produções icônicas que marcaram a sétima arte quando o assunto é noir.

    Relíquia Macabra (1941, John Huston)

    Um clássico do cinema noir, este filme inspirado no livro de Dashiell Hammet criou parâmetros reproduzidos e referenciados até os dias de hoje, fazendo dele o filme noir mais influente do cinema. Em meio a um tom sombrio e uma história pessimista, Relíquia Macabra se mostra um filme puro em sua simplicidade narrativa e no seu estilo precursor. Sem dúvidas, um clássico.

    SINOPSE: Um detetive particular (Humphrey Bogart) é procurado por uma mulher misteriosa (Mary Astor), que alega estar sendo ameaçada. Mas tanto o seu perseguidor quanto o homem encarregado de protegê-la aparecem mortos e tudo gira em torno de uma estátua de falcão de valor incalculável.

    A Sombra de Uma Dúvida (1943, Alfred Hitchcock)

    Apesar de filmes emblemáticos como Interlúdio (1946), Festim Diabólico (1948), Pacto Sinistro (1951) e Um Corpo que Cai (1958) terem ricos elementos do cinema noir, eles estão ali mais como aspectos da época do que um conceito estilístico. Em A Sombra de Uma Dúvida, Alfred Hitchcock usa sombras espessas para narrar a história de uma menina, encantada quando seu tio favorito vem visitar a família, que gradualmente começa a suspeitar que ele é de fato o assassino da “viúva feliz” procurado pelas autoridades.

    SINOPSE: Charlie Oackley (Joseph Cotten) é um serial killer de viúvas, ele primeiro as seduz e depois as mata. Para fugir do seu último assassinato, ele vai morar com sua irmã Emma (Patricia Collinge), que vive com o marido e a filha Charlie (Teresa Wright), que logo se encanta pelo seu tio e xará. Com a convivência e o passar do tempo, a inocente Charlie acaba por desconfiar de Oackley, que passa a se preocupar em não deixar lacunas no seu disfarce. No entanto, para a menina, ele já é seu tio suspeito, e ela vai ter que conciliar o amor que sente por ele com os seus medos.

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    Pacto de Sangue (1944, Billy Wilder)

    Billy Wilder é um diretor conhecido pela versatilidade com que transitou entre os gêneros do cinema, obtendo sucesso em vários deles ao longo de uma extensa carreira. Não seria exagero afirmar que sua obra se movimenta com as transformações do cinema, sendo possível traçar a evolução dentro da nona arte através de seus filmes.

    SINOPSE: Momom (Gérard Lanvin) é um homem pacato que leva uma vida simples voltada à sua família. Contudo, seu jeito humilde esconde um passado violento. Junto com Serge (Tchéky Karyo), um amigo de infância, ele fez parte de uma gangue que aterrorizou a França nos anos 1970. Quando Serge é sequestrado, ele precisa decidir se se esconde ou corre o risco de ajudá-lo.

    O Terceiro Homem (1949, Carol Reed)

    Não foi só na América que se fez grandes filmes noir. Na Europa também, e este é um dos melhores: uma produção britânica passada em Viena e dirigida pelo inglês Carol Reed, tem Joseph Cotten, famoso por Cidadão Kane (1941).

    SINOPSE: Após a 2ª Guerra Mundial, Holly Martins (Joseph Cotten), um escritor americano de 6ª categoria chega em Viena. Holly estava em crise e sem dinheiro, mas seu velho amigo de escola Harry Lime (Orson Welles) lhe prometera um trabalho. Holly tenta encontrar Harry e então fica sabendo que ele foi atropelado e teve morte instantânea. Intrigado, o escritor decide fazer sua própria investigação sobre o misterioso passado do amigo e descobrir o que de fato aconteceu.

    A Marca da Maldade (1958, Orson Welles)

    Neste emblemático filme do lendário Orson Welles, inspirado no livro Badge of Evil de Whit Masterson, um inspetor mexicano entra em rota de colisão com um policial norte-americano corrupto.

    O cenário é a fronteira entre México e Estados Unidos que serve de simbolismo para a exploração dos dois lados da lei: o policial honesto, legalista e incorruptível em atrito com o oficial que vive segundo suas próprias regras do que é certo e errado.

    Com a classe, a urgência e o suspense do cinema noir Orson Welles apresenta seu último grande filme ao levar para a fronteira uma trama sobre como a ganância e a contravenção motivam um esquema ilícito enorme, repleta de diálogos sobrepostos, enquadramentos perturbadores e ângulos de câmera vertiginosos.

    SINOPSE: Ao investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston), um chefe de polícia mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados Unidos com o México, entra em choque com Hank Quinlan (Orson Welles), um corrupto detetive americano que utiliza qualquer meio para deter o poder.


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