Início Site Página 339

    CRÍTICA – Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Duna chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de outubro. Baseado no livro homônimo de Frank Herbert, o filme é dirigido por Denis Villeneuve e protagonizado pelo astro em ascensão Timothée Chalamet.

    Confira o que achamos da produção que traz em seu elenco Oscar Isaac, Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Javier Bardem e Rebecca Ferguson.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Oscar 2022: Onde assistir aos principais filmes da premiação?

    SINOPSE DE DUNA

    Paul Atreides (Timothée Chalamet) é um jovem brilhante, dono de um destino além de sua compreensão. Ele deve viajar para o planeta Arrakis, junto de sua família, para garantir o futuro de seu povo.

    ANÁLISE

    Duna não é um livro fácil de ser adaptado. Com um conteúdo denso e riqueza de detalhes impressionante, a obra é considerada uma das maiores ficções de todos os tempos.

    Em 1984, o excelente diretor David Lynch se arriscou a adaptar o livro de Herbert para as telonas, mas (por diversos motivos) a obra não saiu da maneira que ele esperava, sendo considerada um completo fracasso.

    Agora, 37 anos depois, Denis Villeneuve encara o desafio de traduzir esse grande universo para a tela do cinema, com uma experiência visualmente estonteante. Duna é tão fiel ao livro que chega a causar estranheza, pois por vezes a criação de Villeneuve reflete exatamente as cenas idealizadas pelos leitores ao acompanharem as desventuras da família Atreides em Arrakis.

    É fato que esse material não poderia ter caído em melhores mãos. A filmografia de Villeneuve fala por si só: Incêndios, Blade Runner 2049, A Chegada, Sicario: Terra de Ninguém… do blockbuster ao underground, da ação ao suspense. Sua experiência é incontestável.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Denis Villeneuve: 5 filmes para conhecer o diretor de Duna

    O poder de Villeneuve em trazer a melhor atuação do elenco com que trabalha é outro ponto importante, visto que os personagens envolvidos na história principal de Duna são todos igualmente poderosos e complexos.

    Todas essas qualidades se refletem na ótima primeira parte da franquia. Adaptando os primeiros capítulos do livro homônimo, a produção roteirizada por Jon Spaihts, Eric Roth e o próprio Villeneuve condensa muito bem os acontecimentos, preservando a natureza política e os debates ambientais da obra original.

    A leitura de Duna é um pouco arrastada, visto que é necessário estabelecer o rico universo criado por Herbert, ao passo que explica todo o impasse entre o Império, os Harkonnen, Atreides, Bene Gesserit e Fremen. Além de apresentar esses povos e suas tradições, o livro ensina a importância da especiaria, do deserto e dos vermes da areia – sem esquecer da profecia do escolhido.

    CRÍTICA - Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Tal qual a obra, os roteiristas fazem um trabalho excelente em estabelecer o cenário para, então, desenvolver a história de Paul, Lady Jessica (Rebecca Ferguson) e Duque Leto (Oscar Isaac). Rebecca e Timothée são os atores que mais se destacam nessa primeira parte, principalmente quando estão juntos em cena. A química familiar é crível e muito bem trabalhada por Villeneuve. Vale também uma menção honrosa a Oscar Isaac e Jason Momoa, que também estão ótimos em seus papéis.

    Mesmo que haja desconfianças com o rápido crescimento de Timothée em Hollywood, aparecendo em quase todos os filmes da temporada, o ator é competente e muito talentoso. Seu Paul Atreides é gentil, mas ao mesmo tempo reservado, fazendo com que o público crie simpatia por um personagem que, nos livros, é extremamente difícil de se conectar.

    Ficam como núcleo mais apagado da trama os Harkonnen e os Sardaukar. Apesar da ótima caracterização de Stellan Skarsgård, David Dastmalchian e Dave Bautista, e algumas mudanças propostas para os personagens, os Harkonnen não causam nem metade do impacto dos Fremen na narrativa.

    Mesmo sendo extremamente fiel, Duna encontra espaço para fazer suas próprias adaptações em alguns acontecimentos, principalmente em relação às cenas de ação. A proposta torna a narrativa menos arrastada em alguns momentos, mas ainda assim não consegue (ou não tenta) fugir dos diálogos expositivos na maior parte do tempo.

    É nessa tentativa de mudança que um dos plots principais dos primeiros capítulos é enfraquecido, não causando surpresa ao ser revelado em cena. Ao não conectar o público com alguns personagens da forma que deveria, a virada na narrativa não causa espanto e não é efetiva.

    O ritmo vagaroso do filme, que em muito lembra Blade Runner 2049, pode repelir uma parte da audiência que busca por um filme blockbuster com ação e efeitos desenfreados. Entretanto, deve ser bem aceito pelos fãs da obra original, pois busca fazer jus a todo o debate em torno da importância da água, biologia e do futuro da humanidade.

    CRÍTICA - Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Seja como for, as escolhas feitas por Villeneuve foram as mais acertadas possíveis. Mesmo que, em alguns momentos, possa haver uma breve comparação com a fotografia da nova saga de Star Wars Greig Fraser é responsável também por Rogue One – Duna possui seu charme próprio. A trilha sonora de Hans Zimmer, intensificada no IMAX, é outro acréscimo excepcional.

    VEREDITO

    Duna é visualmente estonteante e possui um elenco incrível. Com uma história rica em detalhes, a adaptação da obra de Herbert surpreende pela fidelidade com o material base, sendo mais um ótimo trabalho na filmografia de Villeneuve.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Assista ao trailer:

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Conheça os atores presentes no reboot

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – Halloween Kills (2021, David Gordon Green)

    0

    Halloween Kills é a sequência direta de Halloween, filme de 2018, dirigido por David Gordon Green, que retorna em 2021 juntamente com Jamie Lee Curtis e Judy Greer.

    SINOPSE

    Após enfrentarem Michael Myers, Laure Strode, sua filha Karen (Judy Greer) e sua neta Allysson (Andi Matichak) acreditam que dessa vez acabaram com o mal em pessoa.

    Entretanto, o assassino está mais vivo do que nunca e agora a comunidade se junta para caçá-lo. Será que o caçador virou a presa?

    ANÁLISE

    Halloween

    Halloween foi uma franquia que teve ao longo de sua história uma penca de filmes que foram mudando a trama dos personagens diversas vezes. Em 2018, David Gordon Green jogou tudo que foi feito no lixo e usou apenas ótimo Halloween: A Noite do Terror, de 1978, como base, ignorando os demais. 

    Todavia, eis que chegamos em 2021 e Halloween Kills traz de volta vários conceitos apresentados em outros longas, apresentando uma ambiguidade nas escolhas. 

    A proposta agora é mostrar que o mal de Michael é contagioso, que ele é uma entidade, superando a barreira do físico. O fato da população se basear no ódio e nos desejos de um homem, na persona de Tommy (Anthony Michael Hall) é uma das licenças poéticas da trama, uma vez que a crítica direta a rede de ódio da sociedade atual é bem forte. 

    Contudo, os coadjuvantes não são tão interessantes quanto Laure, que fica escanteada e com o cargo de ser a narradora dos fatos. A protagonista de Halloween fica de fora da festa, um erro bastante crasso da produção. Os personagens escolhidos para contar a história de Halloween Kills não conseguem segurá-la, e a informação de que uma nova obra está em andamento dá mais veemência a isso. Halloween Kills é um longa incompleto.

    Como uma obra de slasher, o filme funciona muito bem, pois tem bastante violência gráfica e o gore é garantido. A cena inicial de Michael enfrentando os bombeiros é bastante divertida e elogiável, além da criatividade da equipe de direção nas mortes. Tem muito sangue jorrando na tela. Por fim, o assassino está mais brutal do que nunca, sendo o principal ponto a ser elogiado aqui.

    VEREDITO

    Halloween Kills é uma farofa sem muito o que dizer, mas que diverte bastante. Por mais que as escolhas de roteiro prejudiquem bastante o longa, para quem gosta do gênero, o filme tem bastante a apresentar. Se quiser ver muito sangue e miolos, a obra é certa para você!

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Confira o trailer de Halloween Kills:

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    CRÍTICA – Humankind (2021, Amplitude Studios)

    0

    Começo esta crítica de Humankind informando que a demora em produzi-la se deveu muito ao fato de eu sempre achar que faltava algo a mais para experimentar no jogo para poder dar meu veredito. Apesar de eu conhecer outros jogos semelhantes, como os jogos das séries Civilization e Total War, nunca tinha me aprofundado o suficiente em um 4X de estratégia baseado em turnos.

    A propósito, caso você não seja familiarizado, 4X é um gênero de jogos que tem seu nome por focar em 4 elementos: eXploração, eXpansão, eXtração e eXtermínio. Jogos deste gênero se diferenciam de jogos de estratégia em tempo real (RTS) justamente por ter um apelo muito mais à gestão do império como um todo.

    Este jogo foi desenvolvido pela AMPLITUDE Studios, em parceria com a SEGA. Teve seu lançamento em 17 de agosto de 2021 para PC, Mac e Google Stadia.

    SINOPSE

    HUMANKIND™ é um jogo histórico de estratégia baseado em turnos no qual você estará reescrevendo inteiramente a narrativa da humanidade – uma convergência de cultura, história e valores que permite a você criar uma civilização tão única como você. Quão longe você conseguir conduzir a humanidade?

    EXPLORAR

    O princípio básico de todo o 4X, especialmente no início do jogo, é a exploração. No sentido mais geográfico do termo. Explorar o território em Humankind é não só uma necessidade como um prazer.

    Os gráficos do jogo foram muito bem pensados e executados, fazendo com que cada novo hexágono descoberto seja uma experiência agradável ao jogador. Falei hexágono porque o mapa do jogo é um grande tabuleiro dividido em campos hexagonais que proporcionam uma melhor organização do jogo em turnos.

    Tanto na qualidade alta quanto na mais baixa de imagens, o jogo entrega ótimos visuais, permitindo tanto uma bela visão geral do território com um zoom out, quanto uma visão específica de distritos, cidades e tropas, com animações específicas e muito bonita com um zoom in.

    A exploração é ainda recompensada de outras formas, já que existem elementos espalhados pelo mapa, chamados Descobertas (ou Curiosidades, a depender da Era). Estes podem trazer benefícios específicos, como alimento ou pontos de ciência. Além deles, existem as Maravilhas da Natureza. Estas são, como o nome já indica, maravilhas naturais distribuídas pelos mapas, as quais concedem bônus quando encontradas pela primeira vez e também quando um posto avançado ou cidade é construído na sua região.

    EXPANDIR

    Humankind

    Como já comentado, o mapa do jogo é dividido em hexágonos. Outra divisão também é por regiões. O jogo vai permitindo que o seu império expanda à medida que você constrói postos avançados em novas regiões (adjacentes ou não à sua). Desta forma, é possível não apenas ter domínio territorial como também exercer influência sobre o que ali se encontra.

    Influência, inclusive, é um dos principais pontos do jogo. Ela como moeda, pode ser um dos principais fatores para se dominar uma nova região ou conquistar uma civilização independente que esteja em declínio. Como medidor, a influência é também o fator que determina o ranking de poder do jogo.

    Com os pontos de influência, é possível construir postos avançados, adquirir novos distritos ou unidades, anexar postos à cidades e até mesmo combinar cidades, barganhar em relações políticas com outros povos (o que pode ser feito com dinheiro também). Enfim, a principal métrica e moeda do jogo é a Influência.

    Além dela, outras métricas fundamentais para o desenvolvimento são ciência, dinheiro e alimento. As formas como estes são empregados e adquiridos são várias. Assim também, forma de gestão política e econômica escolhidas influenciam na geração e gasto destes recursos, bem como na criação e efetivação de unidades e construções.

    Além da política e da possibilidade de barganhar através de ouro, outro fator muito importante no jogo é a religião. Sua religião pode se tornar um fator político forte também, além de, caso muito contrária, gerar inimizades naturais contra outras civilizações.

    EXTRAIR

    Como recém mencionado, Humankind possui três recursos básicos além da influência: alimento, ciência e dinheiro. Nos primeiros turnos de jogo, a principal fonte de obtenção destes recursos é através da exploração do território através das Descobertas. No entanto, a medida que avançamos com nossa cidade principal, percebemos que a construção de distritos como fazenda e indústria podem nos trazer benefícios.

    Desta forma, é importante identificar a melhor região para erguer uma cidade, para que cada tipo de território que a cerque favoreça o cultivo e o desenvolvimento. A complexidade com que cada hexágono pode influenciar no progresso da sua civilização é um dos pontos mais interessantes e que podem fazer a diferença no seu jogo. Mas devido à dificuldade na compreensão, talvez quando o jogador entender, já pode ser tarde demais.

    Além da extração de alimentos, existem também recursos de luxo e especiarias distribuídas pelo mapa que podem te dar uma vantagem tanto comercial quanto de poder. Campos com cavalos podem ser úteis tanto na produção agrícola quanto no desenvolvimento bélico. Especiarias podem ser fundamentais para estabelecer rotas comerciais e, dependendo, uma certa dependência de outras civilizações, caso o jogador seja o único detentor. A forma como cada recurso influencia no jogo em níveis mais macro é incrível.

    EXTERMINAR

    HumankindApesar de tantos outros fatores importantes, o combate – apesar de não ser o principal – tem grande impacto no desenvolvimento do jogo. Caso soframos ataques de civilizações que não estejam em guerra conosco, podemos cobrar uma indenização pelos danos sofridos, ou até mesmo punir com o corte de alguma rota comercial.

    A dominação pode se dar tanto de maneira bélica quanto através de influência e política. A dependência de uma civilização pode também ser sua ruína. As formas de conquistar e dominar em Humankind são várias.

    O combate tem um design interessante. Ele é rodado apenas na região onde houve o encontro de tropas, e pode ter até 3 rodadas dentro de um mesmo turno. Caso o mesmo não finde nestas 3 rodadas, prosseguirá apenas no próximo turno. As animações e a influência do ambiente nos combates também é bastante interessante e agrega muito ao jogo, já que a estratégia pode virar o jogo a favor de uma tropa vulnerável que se posiciona em terreno elevado ou se defende dentro de uma floresta.

    Algumas decisões políticas quando em conflito com outras civilizações me deixaram um pouco frustrado por causa da limitação de possibilidades. Mas isto pode se dever à minha pouca experiência no jogo e ao pouco tempo de jogo também. Em breve comento mais sobre isto.

    VEREDITO

    Pode parecer contraditório eu dizer que pude explorar tão pouco de um jogo, ao mesmo tempo que escrevo um texto já extenso sobre o mesmo. Mas a verdade é que Humankind é sobre isto. Uma experiência vasta e complexa, com muitas possibilidades e que garante novas descobertas até para jogadores mais experimentados.

    Enorme é a relevância também da tradução quase que completa do jogo para o português, tanto nos menus quanto nas legendas. Isto permite que apesar da quantidade de elementos, jogadores brasileiros tenham acesso completo às informações, sem penalidades, podendo aproveitar mais do game.

    De maneira muito rasa, mas não mentirosa, podemos dizer que o jogo se apoia sobre seus 3 principais modos de interação, através dos painéis de Tecnologia, Sociedade e Religião. Mas quando nos permitimos aprofundar em cada um deles, por vezes, sentimos como se houvessem vários jogos diferentes acontecendo paralelamente em Humankind.

    A dificuldade de Humankind não se deve à uma rebuscada Inteligência Artificial, mas especificamente à sua complexidade (e esta é a última vez que usarei este termo no texto. Prometo!). A vasta quantidade de recursos, possibilidades de expansão de sua civilização (podendo escolher qual cultura dominará em seu império a cada nova era) e as formas de interação com o ambiente e demais players são fundamentais para que eu insista neste termo.

    Um dos pontos mais baixos que identifiquei foi, durante uma guerra, quando estava prestes à subjugar o adversário, o jogo me impôs a ideia de estar forçando uma rendição do inimigo, mas por faltar pontos de conflito, não me permitia a anexação da sua capital, nem o domínio de sua civilização. Ou seja, mesmo sem ser de minha vontade, não pude prolongar o conflito para poder assim ter total domínio daquele rival. Foi um dos pontos mais frustrantes, certamente.

    Ainda que existam algumas travas ou que o jogo exija bastante do computador (às vezes se tornam bem chatos, exigindo reiniciar o jogo e podendo perder algum progresso), Humankind brilha. E brilha não só por sua beleza, mas pelo que nos possibilita. A amplitude que a desenvolvedora consegue dar no peso de cada uma das ações em um jogo por turnos é algo que destaca Humankind como um dos jogos mais interessantes que tive a oportunidade de jogar neste ano.

    Nossa nota

    Confira o trailer do game:

    E você, já jogou Humankind? O que achou? Deixa sua nota e comenta sobre suas impressões.

    Curte o nosso trabalho?

    Se sim, sabe que ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    CRÍTICA – A Batalha Esquecida (2020, Matthijs van Heijningen Jr.)

    0

    A Batalha Esquecida (The Forgotten Battle) é ambientado em torno da Batalha do Rio Escalda, onde o piloto dos Aliados, William Sinclair (Jamie Flatters), o soldado nazista Marinus van Staveren (Gijs Blom) e a civil Teuntje Visser terão suas histórias cruzadas.

    Com um elenco não tão conhecido pelo grande público, os rostos mais famosos são os dos atores Tom Felton, o Draco Malfoy da franquia Harry Potter e de Jan Bijvoet, Duque Leon Petrovna em Peaky Blinders.

    O longa do diretor holandês acaba de chegar ao catálogo da Netflix.

    SINOPSE

    Durante a Segunda Guerra Mundial algumas histórias podem se entrelaçarem como a de um piloto britânico, um jovem holandês que luta ao lado dos nazistas e um membro da resistência holandesa. Suas escolhas diferem, mas o objetivo é o mesmo: a liberdade.

    ANÁLISE

    Apesar de adicionar alguns elementos fictícios, o contexto geral da trama é baseado em acontecimentos históricos, como a Batalha do Rio Escalda e a Batalha da Normandia, essa última também conhecida como Dia D.

    Tal evento aconteceu no dia 6 de junho de 1944, e foi de grande importância para as Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial, marcando o início da vitória sobre os nazistas. Chamada pelo codinome Operação Overlord.

    O desembarque dos Aliados nas praias da região da Normandia, na França, é um importante fato histórico, tornando-se base para diversos filmes de guerra ao longo dos anos.

    VEREDITO

    Com poucos rostos conhecidos e sem foco na crueldade durante o período mais terrível de nossa história, A Batalha Esquecida conta com uma boa montagem e fotografia.

    A paleta de tons escuros traduz bem o período sombrio durante a ocupação do Eixo em grande parte da Europa.

    Atualmente a gigante do streaming vem apostando em produções sul-coreanas como Alice in BorderlandRound 6 My Name, mas apesar do longa se parecer com Dunkirk por apresentar pontos de vistas diferentes de uma mesma batalha, o longa de Matthijs van Heijningen Jr. é uma boa opção para os que se interessam por filmes da Segunda Guerra Mundial.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Assista ao trailer dublado:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    A Importância da Milestone e do DC Next Generation

    0

    O DC Fandome trouxe muitas novidades e uma delas foi bem impactante: a retomada forte do selo Milestone e a criação do DC Next Generation, um incentivo a projetos voltados e criados por pessoas não brancas na gigante do entretenimento DC Comics.

    QUAL É A IMPORTÂNCIA DISSO?

    Na Era de Ouro dos quadrinhos, era muito comum termos muitos personagens brancos que marcaram diversas gerações. Após a criação do movimento chamado Blaxploitation, o selo Milestone foi criado para que pessoas negras tivessem mais representatividade, pois eram escassos os heróis para uma população tão massiva e importante para a cultura pop.

    Com o selo Milestone foram criados personagens como ícone, Hardware, Duo, Dharma, e o mais famoso no Brasil, Super-Choque, super-heróis marcantes e que formaram uma nova geração.

    Contudo, o selo Milestone foi colocado em segundo plano, mesmo que personagens não brancos tenham ganhado bastante relevância na DC Comics. Entretanto, parece que as coisas vão mudar na empresa e desde de 2020 já temos uma retomada dos projetos.

    Alguns longas foram confirmados, dentre eles um filme do Super-Choque, produzido por Michael B. Jordan, e mais algumas outras obras. A máquina voltará a girar e teremos um melhor aproveitamento desses personagens, algo que precisamos cada vez mais em um mundo polarizado e que precisa de mais cor.

    Além disso, a criação do Next Generation promete chacoalhar as coisas, pois vai dar oportunidade para muitas pessoas talentosas mostrarem seu trabalho e saciar uma comunidade que precisa de ícones para se orgulhar e representar na cultura pop.

    O QUE ESPERAR DA MILESTONE E DC NEXT GENERATION?

    A representatividade importa e cada vez mais vemos isso em todas as plataformas. Recentemente a revelação de Joe Kent, o novo Superman, ser bissexual causou alvoroço, mas, infelizmente, não é uma novidade.

    Todavia, precisamos de mais exemplos e o DC Next Generation veio para isso. Desta, forma, acredito que mais personagens vão ser apresentados e teremos muito mais diversidade, agradando todos os públicos.

    Dar essa chance para pessoas com novas ideias é um grande acerto da DC, pois traz uma renovação, criando mais opções de entretenimento. Quadrinhos com histórias mais amplas, novas roupagens e personagens inovadores podem dar um boom em vendas e trazer mais opções de crossovers, além de decisões mais ousadas. Quem sabe não podemos ter um novo Injustice ou até mesmo arcos interessantes como Flashpoint, Crise nas Infinitas Terras ou tantos outros? O DC Next Generation e a Milestone são fundamentais nesse processo. 

    O que nos resta agora é celebrar e torcer para que todos abracem essa ideia! Vejo um futuro promissor pela frente.

    Confira nossa live sobre tudo que rolou no DC Fandome:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    CRÍTICA – Semente de Sangue (2021, Gabriel Yared)

    0

    Semente de Sangue é o primeiro romance de Gabriel Yared, além de primeiro romance publicado pela Corvus; é uma história sombria, repleta de folclore e cultura nortista.

    O autor macapaense, nasceu em maio de 2000 é amante do terror e da fantasia, escreve desde os nove anos e aos 18, sob influência de autores como Edgar Allan Poe, Machado de Assis e Rachel de Queiroz, escreveu seu primeiro conto de terror, Olho de Gato. A partir de então, encontrou o gênero de escrita preferido.

    Yared teve contos selecionados para antologias de ficção científica, terror, horror e romance, gêneros nos quais sempre busca expressar sua origem nortista e suas vivências como LGBTQIA+.

    SINOPSE

    Depois da morte do pai, de quem não tem boas lembranças, Carlos e Adriana estão de volta à sua cidade natal para o velório. O que deveria ser a última despedida do passado infeliz em Mazagão Velho, torna-se uma perigosa aproximação de fantasmas há muito esquecidos.

    Enquanto Carlos confronta decisões que impactarão diretamente o futuro da fazenda e das famílias que dependem dela, sente o passado e a culpa o consumirem por um crime que não cometeu. Thiago, seu filho, está determinado a descobrir a origem sombria das tragédias que acompanham a família. E, à medida que se aproxima a tradicional festividade de São Tiago, Madeleine, filha de Adriana, se vê cada vez mais consumida por forças plantadas com uma injustiça de séculos sob aquelas terras.

    As sombras sussurram ao redor dos Guimarães, chamando-os para perto do antigo poço.

    ANÁLISE

    Encantado pela tradição religiosa e história de Mazagão Velho, Gabriel Yared viu potencial para ambientar uma ficção fantástica e sombria com elementos folclóricos da Amazônia, abordando também os reflexos do colonialismo para a formação de uma sociedade que, ainda hoje, é homofóbica e racista. A narrativa surgiu a partir do desejo do autor de se ver representado em histórias de fantasia e terror em sua própria terra e com protagonismo LGBTQIA+.

    Semente de Sangue tem como cenário o distrito de Mazagão Velho, interior do Amapá, e narra a história de uma família descobrindo sombras em seu passado, cujas cicatrizes ainda abertas se originaram do tempo em que havia senhores e escravos.

    A obra é produzida pela Editora Corvus e editado por Alec Silva, autor e editor baiano de ficção e finalista do III Prêmio da Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST), além de contar com as ilustrações de Giann Carlos Monteiro, desenhista, musicista e acadêmico de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

    VEREDITO

    Não é de hoje que autores de horror trazem o gótico (um gênero de origem europeia) para seus próprios territórios e momentos históricos locais.

    O período colonial com sua violência entre colonos europeus e escravos do continente africano é o centro do conflito, a origem do horror e a busca por vingança.

    Aqui, Gabriel Yared não apenas traduz para a realidade colonial, como mergulha no território a qual história se passa. Ficção e história nos mostra o passado e presente através de costumes, comidas típicas, fauna, flora e claro, crendices do território amapaense.

    Para os fãs de ficção histórica e do gênero do horror, Semente de Sangue pode ser uma boa pedida, porém com uma escrita um pouco mais rebuscada, a leitura pode não ser tão fluida para alguns.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Livros de ficção histórica obrigatórios na sua biblioteca

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Editora: Corvus

    Autor: Gabriel Yared

    Páginas: 342

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!