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    Noites Sombrias #30 | Invocação do Mal (2013, James Wan)

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    Invocação do Mal é uma franquia que adoramos revisitar e no Noites Sombrias de hoje vamos fazer a crítica do primeiro filme que iniciou o Invocaverso, dirigido por James Wan.

    SINOPSE

    Ed e Lorraine Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson) são um casal de demonologistas que averiguam casos paranormais. Os dois tem uma missão espinhosa pela frente: salvar a família Perron de um demônio poderoso que quer atormentar as suas pobres vítimas a todo o custo.

    ANÁLISE

    Invocação do Mal

    Invocação do Mal é uma das franquias que fizeram do gênero de terror ser popular novamente, pois trouxe uma história muito boa e diversos personagens carismáticos.

    A começar pelos protagonistas Ed e Lorraine. Farmiga e Wilson dominam seus papéis, além de possuírem uma química incrível. Eles realmente parecem um casal de verdade, pois possuem uma intensidade incrível.

    Wan trabalha de forma muito eficaz os espaços que ele tem em seu cenário, uma vez que usa um plano sequência que mostra a família Perron feliz em sua mudança e o cenário de terror que será utilizado por Bathsheba Sherman, um demônio zombeteiro e cruel. A dicotomia de emoções do início e terceiro ato é uma excelente sacada, pois mostra a euforia e a exaustão de todos depois de muito tempo de destruição do seu ânimo para a jogada final.

    O roteiro é muito bem amarrado, visto que tememos pelos personagens a todo o momento e os sustos são muito bem garantidos pela direção e roteiristas., já que a trilha sonora, ou falta dela, são adicionados de forma bem trabalhada, além dos jump scares precisos de Wan.

    VEREDITO

    Invocação do Mal é um longa que tem uma atmosfera única, uma vez que tem uma equipe técnica que sabe o que faz. Com um roteiro, direção e elenco afiados, a obra se tornou um marco dentro do gênero depois de tanto tempo de marasmo.

    Nossa nota

    4,5/5,0

    Confira o trailer de Invocação do Mal:

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    Tudo o que você precisa saber para assistir a Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Chegou o tão aguardado momento: neste dia 2 de setembro estreou nos cinemas Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, o mais novo filme da Marvel Studios que vem gerando grande expectativa entre os fãs e promete ser um marco na história do Universo Cinematográfico Marvel.

    O novo filme acompanha Shang-Chi (Simu Liu), um jovem ligado à misteriosa organização dos Dez Anéis que embarca em uma jornada de autodescoberta e reconexão com seu complexo passado familiar.

    Antes de correr para o cinema e se sentar na frente da telona, aqui estão oito fatos imperdíveis sobre a história, os personagens, os bastidores do filme e muito mais. Confira!

    O FILME APRESENTA UM NOVO SUPER-HERÓI DA MARVEL

    A nova produção do estúdio revela ao mundo um super-herói nunca antes visto no MCU. Além disso, ele é o primeiro super-herói asiático do estúdio. Tanto para os cineastas, como para o elenco (em sua maior parte de origem asiática), a entrada de Shang-Chi no MCU tem um grande impacto em termos de representatividade desta comunidade no cinema, abrindo um espaço importante para novas gerações.

    No filme, Shang-Chi é um jovem que vive em São Francisco e, devido ao roubo de um presente que sua mãe lhe havia dado quando pequeno, viaja para Macau junto com sua melhor amiga para avisar a sua irmã do perigo que também se aproxima dela.

    Lá, Shang-Chi deve enfrentar o passado que ele pensava ter deixado para trás. Ao ser atraído para a rede da misteriosa organização dos Dez Anéis liderada por seu pai, Shang-Chi percebe que deve deter a ele e aos membros de sua organização.

    E GIRA EM TORNO DE UMA ORGANIZAÇÃO MÍTICA

    Tudo o que você precisa saber para assistir a Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Além de dar vida ao personagem de Shang-Chi, os cineastas do filme também mergulharam nos valiosos arquivos de quadrinhos da Marvel para incorporar à história um elemento pouco explorado: a organização dos Dez Anéis.

    No filme, Shang-Chi tem uma estreita conexão familiar com a organização, mencionada pela primeira vez no MCU em 2008 como parte da trama de Homem de Ferro e retomada cinco anos depois em Homem de Ferro 3 com uma surpreendente reviravolta na história.

    “Quando falamos sobre trazer para a tela a pessoa por trás da organização dos Dez Anéis, dissemos que queríamos fazê-lo quando sentíssemos que poderíamos fazer justiça ao personagem e mostrar sua complexidade”, explica o produtor Kevin Feige.

    “Essa é a diversão do MCU nesta fase. Podemos fazer um filme como Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis e apresentar um novo herói ao mundo, mas o título também conecta com o começo do MCU, que abre a porta para a exploração da organização e quem realmente está por trás dela”.

    A HISTÓRIA É CONECTADA PELAS CULTURAS DO ORIENTE E OCIDENTE

    A intrigante trama do filme engloba o público das ruas de São Francisco dos dias atuais até a pequena e milenar vila de Ta Lo, no coração da Ásia.

    Assim, por meio dos diversos acontecimentos que vão se sucedendo e das revelações que são feitas dos personagens e suas histórias de vida, ocorre um encontro único entre a cultura asiático-americana e as diversas culturas do antigo continente. O longa apresenta personagens que honram suas raízes e, ao mesmo tempo, são atuais e plurais, facilitando na rápida identificação por parte do público.

    O PÚBLICO CONHECERÁ NOVOS TALENTOS

    O novo longa da Marvel fará o mundo inteiro conhecer o ator sino-canadense Simu Liu. Depois de se juntar ao elenco da série canadense Kim’s Convenience, o papel de Shang-Chi marca a estreia de Liu no cinema.

    Por sua vez, o público irá conhecer também a atriz de origem chinesa Meng’er Zhang, que interpreta Xialing. Zhang conta com uma experiência em teatro e teatro musical, em sua cidade natal de Nanjing.

    “Xialing é alguém com quem você não quer mexer, até Shang-Chi sabe que não deve incomodá-la. É uma mulher muito dura e independente, fria por fora, mas tem uma parte calorosa e frágil no fundo. Ela teve uma infância traumática, mas não afundou, ficou mais forte. É como uma flor que sobrevive ao inverno mais frio”, diz Zhang sobre sua personagem.

    LENDAS DO CINEMA ASIÁTICO FAZEM PARTE DO FILME

    Tudo o que você precisa saber para assistir a Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Junto com novos talentos, o filme conta com a participação de atores e atrizes de extensa trajetória que são ícones do cinema asiático.

    O personagem de Xu Wenwu, pai de Shang-Chi, é interpretado pelo lendário ator de Hong Kong Tony Leung, conhecido por sua contínua colaboração artística com o icônico diretor chinês Wong Kar-Wai. Entre outros, Leung participou de filmes como Amor à Flor da Pele, O Grande Mestre e Amores Expressos.

    Trabalhar com o renomado ator foi muito emocionante para Simu Liu. “Estava muito ansioso para conhecer Tony. Não sabia o que esperar, mas quando o conheci, ele tinha um sorriso tão cativante e um carisma tão caloroso que imediatamente me senti completamente à vontade. Ele é o ser humano mais doce, bondoso e gentil, além de ser uma lenda do cinema”, confessa Liu.

    O filme também inclui a atriz malaia Michelle Yeoh, que interpreta Ying Nan, tia de Shang-Chi, e é mundialmente conhecida por sua participação em filmes como 007 – O Amanhã Nunca Morre, O Tigre e o Dragão e Memórias de uma Geisha.

    AS ARTES MARCIAIS ESTÃO NO CENTRO DA CENA

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é uma verdadeira homenagem às artes marciais. O filme conta com várias cenas de lutas, nas quais se combinam diferentes disciplinas e técnicas.

    Para a equipe de criação, a autenticidade destes cenas foi fundamental desde o início. “Foi um pouco complicado porque era necessário ter uma variedade de estilos e técnicas de artes marciais. Fizemos uma busca global por coordenadores de dublês e cenas de ação, coordenadores de lutas e diretores de segunda unidade que haviam feito este tipo de filme antes”, explica o produtor executivo Charles Newirth.

    Assim, a equipe foi acompanhada por coreógrafos especialistas de todo o mundo, bem como cavaleiros e arqueiros da Mongólia e artistas de movimento e mestres de parkour dos Estados Unidos, Austrália e Canadá.

    Por sua vez, Shang-Chi, treinado desde a infância como uma verdadeira “arma humana”, exibe uma variedade de estilos e técnicas em sua luta.

    “Aprendi com os melhores do mundo. Passamos por quase todos os estilos imagináveis, desde o tradicional Kung Fu chinês, elementos de Wushu e Hong Quan, mas também mudamos para o sudeste asiático e exploramos o Muay Thai e Silat, Krav Maga e Jiu-Jitsu, além do boxe e lutas de rua”, diz Simu Liu sobre os treinos para o papel.

    O CINEMA ASIÁTICO TEM UMA FORTE INFLUÊNCIA

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Tanto os produtores, como o diretos e as equipes das diversas áreas criativas, sabiam desde o início que o cinema asiático seria uma grande influência no filme.

    “Tirar inspiração de filmes de artes marciais nos permitiu levar este filme para um lugar diferente e injetar um sabor distinto do que tínhamos visto antes. O filme tem o que o público espera e ama em um filme da Marvel, mas com uma perspectiva completamente única, totalmente orgânica para o personagem e o mundo”, diz o produtor Jonathan Schwartz.

    Sue Chan, a designer de Produção do filme, diz que cresceu assistindo filmes de Kung Fu nos cinemas chineses no bairro Chinatown, em Nova York. Seus pais também levavam para casa fitas VHS, então ela cresceu com Jackie Chan, Bruce Lee e outras estrelas das artes marciais.

    Ao embarcar neste projeto, Chan se inspirou no trabalho do visionário diretor chinês Zhang Yimou e nos filmes do diretor taiwanês Ang Lee, bem como nos épicos de ação de Hong Kong, observando estruturalmente como esses filmes eram rodados.

    “Percebi que, para filmar Kung Fu e outras artes marciais, precisamos de muitas tomadas que começam desde cima, então o chão realmente importa. Além disso, é preciso ter certeza de que o set é construído de maneira que as colunas e paredes possam ser usadas bem como os móveis”, diz Chan.

    O FILME FARÁ HISTÓRIA DENTRO DO MCU

    Devido ao seu impacto em termos de representação asiática, bem como às particularidades da história e a estética singular que percorre, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, sem dúvida, está deixando uma marca muito especial na história do MCU.

    Os fãs não serão somente testemunhas de tudo isso, mas também encontrarão na tela tudo o que amam e valorizam em um filme da Marvel. E quando saírem do cinema, voltarão para casa pensando nesse novo super-herói que os conquistou para sempre.

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis já está disponível nas salas de cinema de todo o Brasil.

    Confira o trailer:

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    CRÍTICA – No Limite do Mundo (2021, Michael Haussman)

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    Distribuído pela Synapse Distribution, chega ao Brasil em 3 de setembro, via plataformas digitais, o drama épico No Limite do Mundo (Edge of the World).

    Estrelado por Jonathan Rhys Meyers (The Tudors), o filme retrata a aventura de Sir James Brooke, história real que já serviu como inspiração para clássicos do cinema, como Apocalypse Now (1979).

    SINOPSE

    No Limite do Mundo é baseado em fatos reais e mostra a jornada do explorador Sir James Brooke até se tornar o Rei de Sarawak. Brooke precisou desafiar a coroa britânica, em 1840, e lutar contra a colonização, escravidão e o ataque de piratas em suas terras, situadas na atual Malásia.

    ANÁLISE DE NO LIMITE DO MUNDO

    No Limite do Mundo chama atenção desde o primeiro minuto por conta da gravação em meio à natureza. O longa do diretor Michael Haussman foi todo filmado na ilha de Bornéu, na Malásia, onde se localiza a região de Sarawak.

    Esse é um grande acerto da produção e, de fato, agrega bastante para outro ponto positivo: a atuação do elenco.

    Não apenas Jonathan Rhys Meyers, que interpreta Sir James Brooke e está em tela em praticamente 100% do filme, como todo o elenco atua bem, mesmo em cenas mais desafiadoras em meio à natureza. Destaco o ator Samo Rafael, intérprete do Príncipe Badruddin, que entrega um personagem consistente e calmo, mesmo em meio às batalhas.

    Apesar das atuações em cenários naturais e desafiadores, o roteiro de Rob Allyn deixa a desejar. A história é pouco atrativa para o público global e o desenrolar dos fatos são monótonos. Em alguns momentos No Limite do Mundo peca também por ser apressado, dificultando que haja qualquer conexão com os personagens.

    O Rei de Sarawaka é conhecido por ter uma mentalidade um tanto pacifista, o que o fez ser bem quisto pelo povo de Bornéu. No entanto, nem mesmo essa diferenciação de Sir James Brooke em comparação com tantos outros reis torna a história cativante.

    Estrelado por Jonathan Rhys Meyers, No Limite do Mundo está disponível para compra e aluguel nas principais plataformas digitais

    Por falar no caráter pacífico do Rei de Sarawaka, o ato final apresenta uma mudança na postura do personagem. Tal acontecimento não tem base nenhuma nas características até então apresentadas, nem no desenrolar das relações entre alguns personagens.

    O resultado da narrativa confusa acaba sendo a entrega de clichês típicos de histórias de exploração.

    VEREDITO

    No Limite do Mundo exibe belos locais de gravação em meio à natureza que, muitas vezes, tornam um tanto desafiadoras as atuações – outro ponto positivo do filme. No entanto, a história é pouco atrativa, por vezes apressada, e com cenas de combate monótonas.

    Em 3 de setembro, No Limite do Mundo estará disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

    Assista ao trailer de No Limite do Mundo:

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    TBT #140 | Lawrence da Arábia (1962, David Lean)

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    Meio século após sua estreia, Lawrence da Arábia é um clássico consagrado e uma obra que muitos consideram insuperável, não só por sua qualidade artística, mas também pelo caráter faraônico de um filme de quase quatro horas cujo custo a preços atuais quebraria muitos estúdios.

    A produção, dirigida por David Lean e protagonizada por Peter O’Toole e Omar Sharif, estreou entre os dias 10 e 21 de dezembro de 1962 em Londres, Nova Iorque e Los Angeles e no Oscar do ano seguinte, conseguiu sete prêmios, entre eles o de Melhor Filme e Melhor Diretor.

    SINOPSE 

    Em 1916, em plena I Guerra Mundial, o jovem tenente do exército britânico estacionado no Cairo pede transferência para a península arábica, onde vem a ser oficial de ligação entre os rebeldes árabes e o exército britânico, aliados contra os turcos, que desejavam anexar ao seu Império Otomano a península arábica. Lawrence, admirador confesso do deserto e do estilo de vida beduíno, oferece-se para ajudar os árabes a se libertarem dos turcos.

    ANÁLISE 

    Lawrence da Arábia

    Lawrence da Arábia se baseou no relato autobiográfico de Lawrence, Os sete pilares da sabedoria, na qual esse arqueólogo, militar e literato nascido em Gales em 1888 descreveu suas andanças no norte da África e no Oriente Médio. Após o início da conflagração em 1914, o autor deixou de trabalhar para a inteligência britânica no Cairo para ser assessor do príncipe Faiçal, filho do xerife de Meca, Hussein ibn Ali, e liderou uma guerra que foi decisiva no desmantelamento do império turco.

    Os acampamentos e os combates foram recriados na imensidade de paisagens naturais, desérticas e poeirentas, localizadas em países como Espanha, Marrocos e Jordânia, uma odisseia provocada pelo tipo de produção e pela limitação de recursos tecnológicos dos anos 60, que na atualidade representaria um disparate. Lean também rodou o filme em 65 milímetros, quase o dobro da largura do formato cinematográfico tradicional de 35 milímetros.

    Assim como o filme foge facilmente dos clichês das grandes produções que abordam a guerra – pois concentra-se mais nos conflitos e transformações psicológicas dos personagens do que em cenas de luta ou batalhas típicas para satisfazer o público adolescente, o personagem de Lawrence afasta-se do estereótipo do herói trivial do cinema, razão pela qual os realizadores do filme optaram por um ator não conhecido. O papel acabou ficando a cargo do inglês Peter O’Toole, em uma atuação que já foi mencionada com a maior da História do cinema pela Premiere Magazine.

    Foi bastante corajosa a escalação de O’Toole para protagonizar uma produção de orçamento tão alto. Ainda mais levando-se em conta de que este era um filme muito arriscado, por estar rigorosamente alheio a toda receita de sucesso garantido: longuíssima duração (quase quatro horas), orçamento elevadíssimo, nenhum ator conhecido, nenhum romance, casal ou história de amor, nenhum personagem feminino. Com raras exceções, praticamente todos os planos externos em locações no deserto da antiga Jordânia, alguns em regiões totalmente desabitadas e sem contato com o homem desde o séc. XVII, onde no filme só são avistados camelos e homens em conflitos. Ainda assim, o que faz desse filme tão especial?

    Lawrence da Arábia

    Steven Spielberg explica nos extras do DVD que, em sua opinião, só pra começar, Lawrence da Arábia tem o melhor roteiro já escrito para o cinema. De fato, é muito brilhante o modo como é desenvolvido o personagem de Lawrence, desde o início do filme. Sutilmente pequenos diálogos e ações vão dando as pistas de sua personalidade atípica e fantasiosa, um homem disposto a todo o momento a transgredir a sua condição humana e transformar-se no mais perto do que se pode imaginar ser um messias. Visualmente, segundo Spielberg, é o maior milagre que já se pôde ver em uma tela da sétima arte.

    VEREDITO

    Lawrence, interpretado por Peter O’Toole possui uma atuação marcante e definidora da carreira dele, é um dos personagens mais fascinantes e complexos da história do cinema. A narrativa do conquistador de tudo e nada é a superação completa de todos os sentidos do cinema naquela época e até mesmo hoje. Nada que foi inserido nesse texto é capaz de transmitir em totalidade a maestria dessa obra-prima. Imenso e grandioso como o deserto.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    Ghost of Tsushima: Como aparar os golpes inimigos

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    O ritmo rápido e intenso de Ghost of Tsushima pode mostrar que a ilha explorada no game pode ser desafiadora até mesmo para os jogadores mais experientes. As forças mongóis farão de tudo para impedir a retomada e o avanço da última linha de defesa da bela ilha japonesa, Jin Sakai.

    Após explorar e progredir por algum tempo, o último membro do clã Sakai desenvolve alguns truques na manga que garantirão seu sucesso na sua empreitada.

    COMO APARAR OS GOLPES

    A habilidade mais importante e mais dificultosa a ser dominada no game, é o aparar de golpes. Para realizar a aparagem é simples, mas ser capaz de fazê-lo em um momento de tensão, será o que diferenciará a vida da morte. Para aparar, os jogadores simplesmente precisam bloquear o golpe inimigo na hora do ataque, pressionando o botão L1, antes do ataque abater sobre você. Apesar isso ser um pouco perigoso, Ghost of Tsushima te dará alguns incentivos para que você possa desenvolver e mergulhar de cabeça nas suas habilidades defensivas.

    BENEFÍCIOS DA APARAGEM

    Tsushima

    CONTRA-GOLPE

    A armadura Samurai é algo necessário para sua progressão em Ghost of Tsushima, mas o fato de você usá-la, não garantirá que você vá ser capaz de impedir todo e qualquer golpe inimigo. Aparar, apesar de ser uma técnica interessante, ela fornece ao portador vários benefícios. Quando você executa uma aparagem, você quebra a pose de ataque do personagem, e isso fará o inimigo travar, quebrando a barra de postura. Isso deixa a guarda inimiga completamente aberta para um golpe devastador. E como Sun Tzu dizia: “O melhor ataque é a defesa.”

    Em meio a um combate decisivo, ou perto de fim de um complicado combate, uma aparagem pode significar sua vitória. As hordas Mongóis podem ser um intenso desafio durante a exploração de Tsushima, mas com a sua progressão na árvore de habilidades, os melhores golpes defensivos de Jin o tornarão um desafio para seus inimigos.

    Uma área inteira da árvore de habilidades de Jin são referentes as mais diversas possibilidades de aparagem.

    ATAQUE IMBLOQUEÁVEIS

    Ao progredir na árvore de habilidades de aparagem, você será capaz de bloquear alguns ataques que normalmente são impossíveis de bloquear, tal como ataques com lanças, ou golpes com espadas pesadas.

    CURA E RESOLUÇÃO

    Com a progressão da árvore de habilidades, realizar a aparagem te garantirá uma quantidade significativa de vida e também te dará uma quantidade significativa de resolução. Quando equipado com os talismãs corretos, os jogadores tem uma quantidade substancial de vida que pode ser valiosas em situações mais complicadas. Jin se torna extremamente poderoso simplesmente aprendendo a realizar a aparagem, tornando essa habilidade imensamente valiosa para seu arsenal.

    Aparar é uma habilidade essencial que vem com diversos benefícios. Se os jogadores têm intenção de liberar a ilha de Tsushima da invasão Mongol, eles precisarão progredir ao máximo essa técnica que é o equilíbrio entre ataque e defesa.

    Confira o trailer do game:

    Ghost of Tsushima está disponível para PlayStation 4 e PlayStation 5.

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    CRÍTICA – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021, Destin Daniel Cretton)

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    Ainda que a Disney tenha tido problemas com seus personagens chineses no passado – como aconteceu com Mulan em 1998 -, a gigante do entretenimento parece ter acertado no que diz respeito à fidelidade em relação a um personagem que pode vir a ser seu maior trunfo para a Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel. Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é uma história de encontros, desencontros, ancestralidade e pertencimento.

    SINOPSE

    Shang-Chi (Simu Liu) é um jovem chinês criado por seu pai em reclusão, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar.

    ANÁLISE

    Com o boom de filmes de artes marciais chineses nos anos 70, o personagem Shang-Chi foi criado. Não apenas para homenagear o gênero, mas também para surfar no hype do que estava em alta na época. É dito que o personagem foi imensamente inspirado em Bruce Lee e sua forma de lutar.

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Shang-Chi nas vésperas de completar 50 anos de sua existência, ganhou uma versão live-action para os cinemas e passa a fazer parte do já enorme UCM.

    Muito do que vemos em Shang-Chi vêm sendo semeado dentro do próprio UCM desde seu primeiro filme oficial, o Homem de Ferro de 2008.

    Desde seus primeiros momentos, o longa nos indicava a trama de que um dos maiores inimigos de Tony Stark (Robert Downey Jr.) apareceria com seus dez anéis e mudaria o curso daquela história, mas Jon Favreau apostou em um roteiro muito mais simples, que deu extremamente certo.

    Se pararmos para pensar nos 13 anos do UCM, e na vasta quantidade de filmes de origem e sagas megalomaníacas, veremos que Shang-Chi foi feito no momento certo e da forma correta.

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis conta a história do jovem Shang-Chi que, após ser treinado durante toda sua infância para se tornar uma arma, decide partir para longe da sua família a fim de ter uma vida normal – ou o mais perto de normal possível. Ao se mudar para São Francisco, ele desenvolve uma forte amizade com Katy (Awkwafina) e leva uma vida tranquila, até que seu passado o alcança novamente.

    Apesar de acharmos que quase todos os filmes de origem da Marvel têm algo em comum em seu cerne, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis se afasta enormemente das produções de origem do estúdio.

    OS DEZ ANÉIS E ARTES MARCIAIS

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    Muito do que vemos no mais novo filme da Marvel, parece ser embebido no puro suco de clássicos chineses de artes marciais. Com referências à O Voo do Dragão (1972), Operação Dragão (1973), Combate Mortal (1978) e muitos outros, Shang-Chi é acima de tudo uma história do UCM, mas dá à trama um tom único, assim como foi feito em Guardiões da Galáxia (2014).

    As coreografias, as sequências de ação e até mesmo a parte fantástica do filme do Mestre do Kung-Fu se destacam imensamente, se o compararmos com outros filmes de origem do mesmo estúdio.

    Ainda que Viúva Negra, Capitão América: Soldado Invernal e até mesmo Pantera Negra tenham surpreendido imensamente nas sequências de ação, Shang-Chi é o que nos mostra mais intimamente as consequências e a vida de quem foi forçado a se tornar uma arma viva – sim, uma arma viva, esqueça aquela série muito mal coreografada do Punho de Ferro da Netflix.

    O esmero da direção de Destin Daniel Cretton nos faz perceber o carinho que ele teve pela produção ao inserir na trama elementos imensamente cuidadosos e íntimos. Trabalhando à todo tempo a ambivalência de Shang-Chi, o diretor e Simu Liu nos mostram que há muito a conhecer sobre o imponente guerreiro marcial, explorando lentamente e cuidadosamente cada aspecto da personalidade do recém-chegado herói do UCM.

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

    A já tradicional humanização do vilão, vivido por Tony Leung Chiu-Wai, colocam o “verdadeiro” Mandarim como um dos vilões mais grandiosos do UCM, datando sua existência ao mais longínquo passado do UCM que já vimos até hoje.

    VEREDITO

    Além da trilha sonora, um admirável protagonismo e personagens secundários tão cativantes quanto importantes para a trama, Shang-Chi se mostra imensamente conciso, enquanto nos leva por uma jornada de descobrimento não apenas do personagem, mas também do espectador.

    Ao nos fazer refletir sobre o passado e a importância da ancestralidade, Shang-Chi nos envereda por uma das viagens mais emocionantes do Universo Cinematográfico Marvel.

    Nossa nota

    4,9 / 5,0

    Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis estreia no dia 3 de setembro nos cinemas de todo o mundo.

    Confira o trailer do filme:

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