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    Mulher-Maravilha: 10 HQs indispensáveis da heroína

    A Mulher-Maravilha, nossa heroína mais amada dos quadrinhos que completou em 2021, 80 anos finalmente tem um guia de leitura do Feededigno para você que deseja começar a acompanhar as histórias de Diana Prince pelos quadrinhos.

    Criada em 1941 pelo psicólogo-escritor William Moulton Marston (pseudônimo de Charles Moulton), por sua esposa e advogada Elizabeth Marston e desenhada por Harry G. Peter, a amazona estreou nos quadrinhos em All Star Comics #8, publicada em dezembro de 1941.

    Em maio de 1942 a personagem, um sucesso imediato, ganhava sua primeira HQ própria e em 1944 se tornava exclusiva da DC Comics.

    A ideia aqui é justamente colocar apenas as histórias mais importantes e clássicas da heroína. Vamos lá?

    Deuses e Mortais (1987)

    Após a saga Crise nas Infinitas Terras ter abalado todas as estruturas do Universo DC, a editora precisava de um nome de peso para trabalhar a sua principal heroína. Após alguns projetos apresentados e rejeitados por alguns autores, como Greg Potter, a lenda George Pérez assume o título da amazona e revoluciona criando a sua origem que para muitos é definitiva.

    Em Deuses e Mortais, uma das melhores HQs da Mulher-Maravilha, Pérez se aprofunda cada vez mais na mitologia grega, e coloca Diana no centro de todo esse panteão. Aqui, muito é explicado sobre a relação desses deuses mitológicos e os humanos, além de como funciona Themyscira e a relação conflituosa com Ares, o Deus da Guerra.

    Desafio dos Deuses (1987)

    Agora que a Mulher-Maravilha está estabelecida nesse novo universo, George Pérez faz seu segundo arco, sendo uma continuação direta de Deuses e Mortais, aqui vemos a amazona começando a enfrentar seus inimigos do mundo dos homens, e uma das primeiras ameaças é a Mulher-Leopardo.

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    Liga da Justiça – Um Por Todos (2000)

    Apesar de se tratar de uma história da Liga da Justiça, esse one-shot escrito, desenhado, arte-finalizado e colorido pelo artista Christopher Moeller tem como foco a participação da Mulher-Maravilha e sua importância dentro da super equipe.

    Na história, Diana fica sabendo de uma profecia a respeito do despertar de um dragão mágico, e que quem derrotá-lo morrerá no processo. Decidida a não perder nenhum de seus amigos, a Mulher-Maravilha os coloca fora de ação um por um, para enfrentar o dragão sozinha.

    Um conto sensacional, que mostra o imenso caráter da personagem e a importância que os amigos têm em sua vida.

    Mulher-Maravilha: Paraíso Perdido (2001)

    A saga se inicia em Gotham, com vilões conhecidos do Batman, como Espantalho, Hera Venenosa e Coringa, agindo de maneira estranha e poderosa; aliados a Maxie Zeus e alguns adoradores, cultivam frutos da discórdia que colocam as pessoas em estado de fúria.

    A trama é densa, apresentando diversas reviravoltas e com participação do Batman, Justiça Jovem, Tróia, Ártemis, a Hipólita e muitos vilões e Deuses. O roteiro de Phil Jimenez cresce rapidamente em uma narrativa permeada de ação, ao mesmo tempo em que percebemos a “guerra fria” entre Diana e sua mãe.

    Mulher-Maravilha: Espírito da Verdade (2002)

    A obra de Paul Dini e Alex Ross é indispensável para a nossa lista de melhores HQs da Mulher-Maravilha. Isso porque a HQ aborda – de forma incrível – o papel de Diana entre os mortais. Ao longo de seus 80 anos, a personagem já foi tratada por diferentes abordagens: dos autores que enaltecem mais seu lado guerreira até aqueles que focam em seu lado diplomata, ponderado e sábio.

    Mulher Maravilha: Hiketeia (2002)

    Aqui temos uma história que ganha destaque ao colocar a Princesa Amazona e o Homem-Morcego em lados opostos. Esqueça o confronto físico, o importante aqui é o debate ideológico que se dá ao redor de uma menina que comete atos de vingança na cidade de Gotham.

    Utilizando-se de um antigo ritual das amazonas, a jovem busca proteção da heroína enquanto é caçada pelo Batman. As visões antagônicas dos dois heróis da DC e o ritmo da história são o que fazem Hiketeia ser inesquecível para o leitor.

    Mulher-Maravilha: Petrificada (2004)

    Essa é uma grande e ótima fase da personagem, na saga Petrificada, Diana acaba tendo que enfrentar a Medusa, que é uma grande oponente que estava matando pessoas petrificando-as, e então ao enfrentá-la, a Mulher-Maravilha acaba cegando a si mesma para decepar a inimiga, e começa uma fase na qual ela fica cega, mas não é por isso que seus dias como guerreira e heroína chega ao fim.

    Mulher-Maravilha: Sacrifício (2005)

    A história se liga a Crise Infinita de Geoff Johns e mostra Maxwell Lord controlando o Superman com seus poderes telepatas.

    A personagem precisa deter seu companheiro de equipe antes que danos irreversíveis sejam feitos. A história é marcante pois mostra um combate brutal que termina com Diana rasgando a garganta de Kal-El e quebrando o pescoço do vilão como último recurso, em uma cena que lembra muito o final do filme O Homem de Aço (2013).

    Fase Brian Azzarello (2011)

    Os Novos 52 foram um recomeço para a DC Comics e seus personagens. A amazona foi revitalizada por Brian Azzarello, que conseguiu dar uma nova roupagem para Diana ao mesmo tempo em que respeitou e honrou a maior parte de sua mitologia.

    Revitalizar a Mulher-Maravilha, uma deusa grega, não é uma tarefa fácil. Para isso, o autor recria toda a origem da amazona e dá uma roupagem diferente à lenda da heroína que passa a ser filha de Zeus e enfrenta deuses completamente repaginados.

    Mulher-Maravilha: As Mentiras (2016)

    Renascimento da DC Comics deixou os leitores se perguntando quais detalhes das origens e das vidas de seus heróis são verdadeiros… e Greg Rucka assume a difícil missão de mostrar aos leitores quem é Diana de Themyscira! Ela é filha de Zeus? Quais são seus poderes? Onde estão as amazonas?

    A trama nos deixa perdidos em grande parte de suas edições e conforme o mistério vai sendo resolvido, vemos a Mulher-Maravilha emergir renovada mais uma vez.


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    Noites Sombrias #89 | Lady killers: Conheça 3 histórias macabras

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    O Noite Sombrias de outubro segue no tema serial killers e desta vez é a hora de falar sobre as lady killers, as mulheres assassinas que rondam o imaginário popular. Para essa lista iremos considerar apenas mulheres que cometeram assassinatos em série e que desenvolveram um modus operandi para seus atos. Então, crimes isolados não são levados em conta, mas quem sabe entrar em uma futura lista.

    Ainda que ganhem menos notoriedade que os serial killers, as lady killers ficaram conhecidas por métodos mais furtivos, porém extremamente brutais e cruéis. Desde uso de veneno, passando por infanticídio até tortura, essas mulheres foram fatais. 

    Nancy Hazle, a Vovó Assassina 

    lady killer

    Nancy Hazle nasceu em 1905, em Alabama, nos Estados Unidos e desde muito jovem sofria com as restrições do pai, que não deixava que ela saísse muito de sua vista e também vetou sua frequência na escola. Logo, Nancy se casou aos 16 anos com Charley Braggs, com o qual teve quatro filhas. Com os abusos do marido, Nancy se tornou alcoólatra, em 1927 suas filhas do meio morreram devido a intoxicação alimentar. 

    Era o começo de uma onda de assassinatos de familiares, nos quais se destacam suas duas filhas, dois netos, quatro maridos, duas sogras e sua irmã, ao total foram 11 vítimas. As suspeitas sobre Nancy recaíram quando uma autópsia do último marido levou uma quantidade enorme de veneno em seu corpo. O modus operandi de Nancy era usar arsênico, um veneno letal, mas que mata aos poucos. 

    No tribunal, Nancy se declarou culpada, a maior justificativa para matar os maridos era devido a seguro de vida e apólices, mas as mortes das crianças nunca foram explicadas. Conhecida como vovó assassina, Nancy tinha um bom humor em frente às câmeras e faleceu de leucemia na prisão, em 1965.

    Elizabeth Báthory, a Condessa Sangrenta 

    Elizabeth Báthory nasceu em 1560, em Byrbathor, na atual Hungria. Sua origem era nobre e aos 15 anos se casou com o príncipe Ferenc Nádasdy. O casal passou a ocupar o Castelo de Cachtice, conduto, Ferenc passava muito tempo fora na guerra, deixando para Elisabeth os cuidados da propriedade da família. 

    Segundo boatos, foi Ferenc que ensinou para Elisabeth as técnicas de torturas que ela viria a utilizar para matar mais de 200 pessoas (alguns estimam mais de 650 vítimas). Sempre que algum empregado fazia algo errado, ela os punia de forma cruel, porém, com a morte do seu marido quando Elisabeth tinha 40 anos, seu modus operandi se aprimorou. A condessa e mais três amigos próximos atraiam jovens camponesas para o castelo com promessas de uma vida melhor, era um pretexto para tortura-las até a morte com mutilações, espancamentos, açoites, queimaduras, e muitas outras formas que foram registradas em documentos na época. 

    Deste modo, Elizabeth ficou conhecida como a Condessa Sangrenta, após boatos de que ela usava os sangues de suas vítimas para banhar na expectativa de rejuvenescer (mas, isso de fato, nunca foi confirmado). Seu reinado de terror terminou após o vilarejo levar uma denúncia à corte de Viena. Após comprovado por seus crimes, o Rei Matias II da Hungria sentenciou a morte. Mas, por ser uma nobre, Elizabeth foi presa em uma parede com passagens apenas para comida e ventilação, onde ficou por quatro anos até morrer de causas desconhecidas em 1614. 

    Amelia Dyer, a Assassina de Bebês

    Amelia Dyer nasceu em 1837, na cidade de Bristol, na Inglaterra Vitoriana. Em sua infância, ela presenciou vários ataques violentos da mãe devido a uma doença mental, Amelia ficou responsável por seus cuidados até sua morte em 1848. Já adulta, em 1960, ela estudou enfermagem e desenvolveu habilidades para ser parteira. Como era uma época bastante sombria na Europa com extrema pobreza, existia uma um negócio de venda e compra de recém nascidos. 

    Amelia rapidamente entrou para o ramo das baby farms, quando as jovens não tinham condições de cuidar de suas crianças entregam a enfermeira com a promessa de que seriam bem tratados e que poderiam reaver os seus filhos quando quisessem. Porém, Amelia os matava de destruição, deixando as crianças sem comer, outras vezes, ela os engrangulava seja durante o parto ou depois. Ao todo estima-se que a enfermeira matou mais de 300 crianças. 

    Após encontrar corpos de bebês no Rio Tamisa, a polícia chegou até a Amelia, que já tinha passagens na polícia por abandono de menores. Em sua residência, a polícia entrou mais provas, como cartas de adoções falsas, muitas roupas de recém nascidos, tecidos, anúncios de jornais sobre seus serviços e o mais assustador, um cheiro de carne podre vindo de seus armários. Amelia foi sentenciada à morte em 1896, aos 56 anos. 

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    CRÍTICA – Nada de Novo no Front (2022, Edward Berger)

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    Nada de Novo no Front (All Quiet on the Western Front) de 2022 é o remake do filme de 1930, dirigido à época por Lewis Milestone. O novo filme conta com a direção do alemão Edward Berger e estreou neste dia 28 de outubro na Netflix.

    Confira nossa análise sem spoilers.

    SINOPSE DE NADA DE NOVO NO FRONT

    Convocado para a linha de frente da Primeira Guerra Mundial, o adolescente Paul (Felix Kammerer) encara a dura realidade da vida nas trincheiras. O premiado Daniel Brühl (Bastardos Inglórios) protagoniza este drama tenso de Edward Berger, vencedor do Grimme.

    ANÁLISE

    Nada de Novo no Front reimagina o filme de 1930 que venceu o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção. O remake conta com roteiro de Ian Stokell, Lesley Paterson e do próprio diretor, Edward Berger.

    Diante da enorme responsabilidade de ser um remake de um filme premiado, o longa se baseia no livro homônimo de Erich Maria Remarque, publicado em 1929 e que também serviu como material base para a produção original da época.

    O trabalho de Edward Berger é a terceira adaptação para o cinema. Nessa nova versão, o longa continua passando uma mensagem poderosa para os tempos atuais, em que ainda vivemos em tensão de uma guerra sendo iminente entre Ucrânia e Rússia.

    No longa, acompanhamos Paul Bäumer com seus amigos se alistando no exército alemão para participar da Primeira Guerra Mundial. No entanto, o grupo de amigos tem uma visão patriótica e ingênua do que é realmente estar em campo de guerra. Conforme vão se deparando com a horrível realidade da guerra, o ponto de vista de cada um vai mudando.

    A narrativa do longa é excelente e choca de maneira agressiva a transposição de estar dentro de uma trincheira repleta de ratos e companheiros mortos. Todo o elenco passa de maneira autêntica o horror de estar naquela situação indigna e desprovida de qualquer humanidade, tanto para seus companheiros, como para seus inimigos.

    Minha única ressalva vai para o ator Daniel Brühl que interpreta o escritor e político alemão Matthias Erzberger. Infelizmente ele tem uma participação mais diplomática, sem tanto de tela, e acaba não podendo se destacar.

    Em relação à parte técnica, o filme tem uma excepcional cenografia com a fotografia fria que deixa a produção com uma magnitude épica em tela, seja em cenas nas trincheiras ou em campo aberto. O que é exibido em tela é de tirar o fôlego, principalmente por serem situações angustiantes e claustrofóbicas.

    Ainda sobre a fotografia, é inevitável fazer comparações ao filme 1917 (2019), de Sam Mendes, ou mesmo com a obra prima Glória Feita de Sangue (1957), de Stanley Kubrick.

    O destaque do longa vai para a poderosa mensagem antiguerra que o seu enredo traz sobre a cruel realidade do que significa estar em guerra. Além disso, Nada de Novo no Front deixa claro como os jovens são manipulados por um falso patriotismo, pois são tratados apenas peões em um tabuleiro de sangue e horror.

    VEREDITO

    Nada de Novo no Front é um filme visceral e brilhante de guerra que mostra de forma única a atmosfera horrível de carnificina nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Garanto que o filme será um dos melhores filmes de guerra de 2022 e tem grandes chances de concorrer ao Oscar 2023.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Nada de Novo no Front:

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    CRÍTICA – Mario + Rabbids Sparks of Hope (2022, Ubisoft)

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    Um dos crossovers mais improváveis e bem sucedidos da história recente chegou ao seu segundo jogo. Fruto de uma parceria entre Nintendo e Ubisoft, Mario + Rabbids Sparks of Hope foi lançado para Nintendo Switch em 20 de outubro de 2022.

    O novo jogo da dobradinha de franquias inova em relação ao primeiro jogo, Mario + Rabbids Kingdom Battle, lançado em 2017 também com exclusividade para o console híbrido da Big N.

    Mario + Rabbids Sparks of Hope está disponível nas versões tradicional e Gold Edition. Essa última oferece o Season Pass (também vendido separadamente), que garante acesso a todos os DLCs que serão lançados futuramente e acrescentarão histórias adicionais com novos personagens, missões e batalhas ao jogo base. Também está incluso o Pacote Prestígio Galáctico, que oferece itens cosméticos.

    Confira nosso review de Mario + Rabbids Sparks of Hope sem spoilers.

    SINOPSE

    Junte-se a Mario, Luigi, Princess Peach, Rabbid Peach, Rabbid Luigi e amigos numa aventura galáctica para derrotar uma entidade malvada e salvar seus companheiros Sparks. Explore os planetas da galáxia enquanto descobre segredos misteriosos e missões imperdíveis!

    • Monte a equipe dos seus sonhos com três heróis de um elenco eclético de nove.
    • Derrote os novos chefes, junto com alguns inimigos conhecidos por toda a galáxia.
    • Resgate pela galáxia os adoráveis Sparks que concedem vários poderes para ajudar você em sua luta.
    • Libere as habilidades de seus heróis, mas planeje bem para saber como derrotar inimigos, formar alianças e aproveitar as coberturas.

    ANÁLISE DE MARIO + RABBIDS SPARKS OF HOPE

    Mario + Rabbids Sparks of Hope é mais do que Mario + Rabbids Kingdom Battle. O jogo que deu origem a essa maravilhosa dobradinha de franquias é muito bom e construiu uma experiência cativante ao fazer uma mistura improvável com maestria.

    Mesmo com as boas credenciais do antecessor, Mario + Rabbids Sparks of Hope ousa e consegue ser mais e melhor.

    Mais livre. Mais estratégico. Mais refinado. Mais bonito visualmente (e olha que esse atributo já era espetacular no Kingdom Battle).

    A ampliação de mecânicas e a liberdade dos combates em um cenário visualmente não baseado em quadrados é o primeiro grande acerto do novo jogo. É claro que o código do jogo se baseia em grids quadrados que delimitam onde e quanto cada personagem irá se movimentar por turno. No entanto, escolher deixar isso apenas no background do jogo, sem apresentar na tela a cada turno faz toda a diferença.

    A exploração foi potencializada em Mario + Rabbids Sparks of Hope. Entretanto, ouso dizer que se os quadrados continuassem pautando os combates, o novo título seguiria majoritariamente como um jogo de estratégia.

    Acontece que Mario + Rabbids Sparks of Hope é a mistura perfeita entre estratégia e sandbox. Tudo flui tão bem que você até esquece que está jogando um game tático baseado em turnos.

    Mario + Rabbids Sparks of Hope é um jogo de estratégia e exploração lançado por Ubisoft e Nintendo em 20 de outubro de 2022. Leia o review
    Créditos: Divulgação / Ubisoft

    Essa mescla é exitosa também porque os ataques básicos e especiais de cada personagem, além das habilidades fornecidas pelos Sparks que recuperamos ao longo da aventura, impedem que a progressão seja rígida. Isso sem falar da flexibilidade para melhorar as habilidades dos próprios heróis.

    A bem da verdade, não existe um time ideal nem um jeito certo ou errado de vencer as batalhas em Mario + Rabbids Sparks of Hope. E isso é ótimo!

    Para zerar o jogo, obviamente é preciso se dedicar aos combates estratégicos por turno. Mas quando a exploração nos planetas antes de entrar nas batalhas consegue ser fluida, com puzzles interessantes e encontros que tornam o progresso das habilidades mais agradável… Bem, aí você tem uma experiência realmente equilibrada que fica difícil dizer o que é melhor: Se jogar os combates ou andar por aí em cada planeta.

    Aliás, essa exploração toda realmente faz sentido. Há batalhas que não chegam a ser side quests, mas proporcionam um pouco mais de experiência, facilitando nos combates a seguir. E existem sim as missões paralelas. Tudo isso recheado de detalhes que contribuem para a história bem humorada que é a essência dos Rabbids.

    Considerando o excelente trabalho gráfico da Ubisoft e o cuidado para misturar as histórias da sua franquia e de Mario e sua turma com coerência e bom humor, uma comparação interessante de se fazer é: O novo título é um encontro entre Mario + Rabbids Kingdom Battle e Super Mario Odyssey (2017).

    Embora seja vendido como um jogo de estratégia, há o forte apelo de sandbox e o convite à exploração que mencionei. E também arrisco dizer que Mario + Rabbids Sparks of Hope é, à sua maneira, um cozy game. Um jogo para relaxar. Se você não jogar na maior dificuldade, certamente irá encontrar uma experiência que te faz pensar e repensar, mas ao mesmo tempo permite relaxar.

    Outro aspecto importante de destacar é que todos os personagens aumentam de nível juntos. Mesmo que você não utilize parte do seu plantel, toda progressão acontece em conjunto.

    Até um certo ponto do jogo pensei que isso seria um problema, pois faltava um atrativo para fazer outras combinações na equipe. No entanto, há fases que exigem que você use personagens específicos, além de novos heróis que são agregados com o avançar da história.

    Ou seja, o jogo é repleto de recursos que o mantém sempre interessante.

    Não posso encerrar o review sem mencionar: Sim, Mario + Rabbids Sparks of Hope está localizado em português do Brasil. O termo localizado é bastante usado pela Nintendo, e nessa parceria com a Ubisoft fica mais evidente ainda que não se trata apenas de tradução. O bom humor dos Rabbids e de outros personagens, como o vendedor Merca-Bô Tudo 1,99, está muito bem traduzido para o contexto e para as gírias do povo brasileiro.

    A localização do conteúdo de Mario + Rabbids Sparks of Hope aproxima o bom humor e a irreverência dos personagens à cultura brasileira
    Captura de tela nossa in-game no modo TV

    É o cenário ideal que todo nintendista espera? Não, não é. Nem todos personagens possuem locução, e quando falam a dublagem é em inglês. Então você lê em português o que eles dizem, mas continua com o contraste de ouvir em inglês.

    Para mim isso não é um problema, especialmente porque as legendas estão com um ótimo apelo visual que usa ícones e cores diferentes, além da localização muito bem feita, mas entendo que a discrepância entre ler e ouvir ainda não é o cenário que vá agradar a comunidade brasileira por completo.

    Para não dizer que o jogo é à prova de problemas, há um único aspecto que estranhei na gameplay. Mais especificamente no planeta Picos Imaculados, uma região de neve. Há combates em que você precisa destruir uma montanha de rochas que assopra. Quando você se movimenta enquanto o vento é soprado, é possível perceber a queda de quadros por segundo (FPS).

    Essa queda de FPS é perceptível também em alguns pontos da exploração no mesmo planeta, mas em menor intensidade. Nenhum dos casos é suficiente para estragar a ótima experiência que o jogo proporciona.

    VEREDITO

    Mario + Rabbids Sparks of Hope potencializa a ousadia e as misturas que já foram bem feitas em seu antecessor. O novo jogo da parceria entre Ubisoft e Nintendo aumenta a liberdade ao explorar os planetas e ao entrar em batalhas de uma forma única, tornando o título uma maravilhosa mescla entre estratégia, exploração e sandbox.

    É sem dúvidas mais um game que se torna essencial para quem tem Nintendo Switch e se credencia como um dos melhores jogos de 2022.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Mario + Rabbids Sparks of Hope:

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    TBT #200 | Cantando na Chuva (1952, Stanley Donen e Gene Kelly)

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    O Feededigno chega a marca de duzentos TBTs e para comemorar os diversos longas que já passaram por aqui, nada melhor do que analisar um filme que fala justamente sobre o cinema. Há 70 anos chegou aos cinemas Cantando na Chuva, um clássico reconhecido mundialmente pela música que leva seu título, mas que é glorioso em sua totalidade. 

    O longa é dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly, por sua vez, Kelly também protagoniza o filme ao lado de Donald O’Connor, Debbie Reynolds e Jean Hagen. No roteiro estão Betty Comden e Adolph Green. Cantando na Chuva ganhou duas estatuetas no Oscar de 1953, Melhor Atriz Coadjuvante, para Jean Hagen, e de Melhor Trilha Sonora. 

    SINOPSE DE CANTANDO NA CHUVA

    Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores.

    ANÁLISE

    Cantando na Chuva é um exemplo de que para ser um grande filme, não necessariamente precisa ter uma ideia brilhante e nem uma visão de diretor. Nos anos 50, o estúdio MGM buscava reviver o sucesso de seu filme Sinfonia em Paris (1951), ganhador de seis Oscar e que trazia Gene Kelly no papel principal. A aposta do produtor Arthur Freed foi pegar algumas músicas que tinham sido esquecidas pelo estúdio para que os roteiristas Betty Comden e Adolph Green criassem um novo musical. Faltava um protagonista e não tinha nome melhor que Kelly, o ator acabará de sair de uma produção rentável e era uma estrela, tanto que ficou a cargo da direção de coreografias e assinou como diretor ao lado de seu amigo Stanley Donen.

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    Logo, o filme que tinha tudo para ser visto como mais um enlatado de estúdio que estava reciclando ideias já conhecidas se tornou um grande clássico ao unir tudo de maravilhoso que existe no cinema. É evidente que Kelly e Donen tiveram algumas liberdades criativas na condução do filme, mas também é inegável que Cantando na Chuva é um filme de estúdio, daqueles que balançam entre arte e mercado, algo que raramente vemos hoje em dia. 

    A história por si só é um show à parte. O longa se passa no final da década de 20, quando o cinema mudo foi substituído pelo cinema falado e muitos atores tiveram que se reinventar. É o caso do versátil e carismático Don Lockwood e da esnobe e mesquinha Lina Lamont, ambos são estrelas do cinema mudo, mas quando precisam soltar a voz nas telas, Don se sai melhor, enquanto Lina é péssima.

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    Para dublar a artista de cinema, a ingênua e doce Kathy Selden (Debbie Reynolds) é contratada, mas logo, ela e Don desenvolvem um belo romance. Ainda há espaço para o melhor amigo de Don, o hilário Cosmo Brown ( Donald O’Connor). Dessa forma, Cantando na Chuva monta um elenco afinadíssimo, onde cada atuação e interação é digno ou de apaixonantes suspiros ou divertidos risos. 

    É certamente um filme para despertar o bom humor e isso fica marcado em seu repertório musical. Seja no humor físico que Donald O’Connor cria na canção “Make ‘em Laugh”, na ilustre coreografia de “Good Morning”, no qual o trio Kelly, Reynolds e O’Connor brincam com cenário de uma casa ou nos irreverentes e espontâneos passos de Kelly no clássico “Singing in the Rain”. Praticamente tudo em Cantando na Chuva é contagiante e transmite uma sensação de maestria. 

    E o motivo disso se revela nos bastidores do filme, O’Connor, por exemplo, fumava três carteiras de cigarro por dia e precisou ser hospitalizado ao fim dos movimentos paspalhões dados em seu número, enquanto Reynolds com então 19 anos na época do filme treinou seu sapateado até seus pés sangrarem, já boatos contam que Kelly estava com uma febre de 39º quando gravou na chuva. Talvez, essas sejam as verdadeiras definições de sacrifício pela arte. 

    Ainda assim, é preciso comentar o quanto é revigorante assistir um filme que fala sobre o cinema de uma forma tão lúcida. De fato existe o ofício e a beleza da coisa, mas se tratando da indústria cinematográfica existe também o lucro. Isso fica evidente quando o filme foca em mostrar como foi difícil sair do cinema muda para entrar no cinema falado, tanto para os estúdios, como para o público. Mas, quanto Cantando da Chuva dá espaço para sua imaginação musical sem medo de ser feliz é certamente os momentos em que o filme mais cresce. 

    VEREDITO

    Cantando na Chuva é um clássico do cinema e se você ainda não viu, faça um favor a si mesmo e contemple essa grande obra prima. Em tempo, vale ressaltar o design de produção do filme que transforma cômodos, estúdios de cinema, ruas e até mesmo o abstrato em incríveis cenários. 

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Assista ao trailer de Cantando na Chuva:

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    CRÍTICA – Nunca (2022, Ken Follett)

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    Nunca é o novo livro do autor britânico Ken Follett, lançado em abril de 2022 pela Editora Arqueiro.

    SINOPSE

    No deserto do Saara, dois agentes de inteligência de elite – um francês e uma americana – arriscam a própria vida enquanto seguem o rastro de um poderoso grupo de extremistas.

    Na China, um alto funcionário do governo tenta resistir aos comunistas da velha guarda, que podem estar empurrando o país – e seu aliado militar próximo, a Coreia do Norte – para um caminho sem volta.

    Do outro lado do mundo, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos faz de tudo para lidar diplomaticamente com ataques estrangeiros, comércio ilegal de armas e campanhas de difamação de um adversário populista.

    Mas, à medida que pequenos atos de violência se sucedem e começam a ganhar escala, o início de uma nova guerra mundial parece uma certeza. E quando as grandes potências se enredam cada vez mais em uma complexa rede de alianças, a pergunta que se impõe é: quem será capaz de deter o inevitável?

    ANÁLISE

    Nunca, é o mais novo romance do autor britânico Ken Follett. O enredo se passa atualmente diante de uma possível Terceira Guerra Mundial com armas nucleares. A obra de Follet é indispensável agora que infelizmente ainda estamos acompanhando a guerra entre Ucrânia e Rússia.

    Toda a trama construída nas 624 páginas é extremamente rica em detalhes, com personagens fascinantes e bem desenvolvidos. Além disso, a obra trata de temas como xenofobia, refugiados, terrorismo, tráfico de pessoas e política externa.

    Com isso, ao longo dos 42 capítulos temos um para cada personagem ter seu desenvolvimento. Ao longo do livro temos quatro protagonistas que desenvolvem todo o enredo central da obra. Inicialmente suas tramas não são conectadas, mas conforme avançamos suas tramas se cruzam.

    Ken Follett apresenta uma escrita simples e instigante; mas o que torna Nunca uma excelente leitura são os questionamentos de uma guerra ser tão iminente em nosso mundo. Inicialmente o enredo começa lento, mas vai ganhando fluidez e uma proporção angustiante. Além da trama ser excelente, o que torna o livro tão bom são os personagens multidimensionais.

    Outro ponto a se destacar é o lado político da obra, que é simplesmente incrível e não se torna uma leitura marcante. Todos os conflitos políticos e diplomáticos proporcionam ótimas reviravoltas.

    Sobre a edição do livro, a Editora Arqueiro apresenta um acabamento simples, mas que apesar de o livro ser gigante, ele é bem leve e tem um papel que é ótimo de ser manuseado. No entanto, essa 1ª edição apresenta alguns erros de português, mas que não vão incomodar a experiência da história.

    VEREDITO

    Nunca é um épico assombrosamente plausível para os dias de hoje. O que me impressiona é como um conflito entre Ucrânia e Rússia pode desencadear uma Terceira Guerra Mundial assim como na obra de Ken Follett.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Autor: Ken Follett

    Editora: Arqueiro

    Páginas: 624

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