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    CRÍTICA – Minimalismo Já (2021, Matt D’Avella)

    Minimalismo Já (The Minimalists: Less is Now) é mais um documentário da Netflix a respeito do tema minimalismo, dirigido por Matt D’Avella e produzido por Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus. Em 2016, os três já haviam lançado Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes, no mesmo serviço de streaming.

    SINOPSE

    Eles fizeram do minimalismo um movimento. Os amigos Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus mostram como nossas vidas podem ser melhores com menos.

    ANÁLISE

    Mais do que especialistas no assunto, D’Avella, Millburn e Nicodemus vivem o minimalismo no dia a dia. O diretor possui um canal no YouTube em que fala sobre o tema aplicado a diversas áreas da vida, enquanto os produtores – e aqui também estrelas do documentário – mantêm um ecossistema de conteúdo digital chamado The Minimalists (Os Minimalistas).

    Em apenas 53 minutos, Minimalismo Já resume bem o conceito enquanto une as pontas entre as histórias de vida dos protagonistas; as entrevistas com especialistas de diversas áreas; e as conversas com pessoas que também vivem uma vida minimalista.

    De acordo com o Matt D’Avella, o documentário levou quatro anos para ficar pronto. Essa informação me motiva a destacar a curta duração do documentário. Não é que ele seja raso. Ao contrário, Minimalismo Já é tão coeso que funciona tanto para quem não conhece o conceito, como para quem já está familiarizado com esse estilo de vida.

    Você assiste aos 53 minutos sem sentir o tempo passar. Ao final, a produção dá dicas práticas de como iniciar uma vida minimalista e você sente como se tivesse feito um curso de algumas horas sobre minimalismo.

    Liderado por profissionais que vivem o minimalismo no dia a dia, Minimalismo Já é um documentário coeso que funciona para todos os públicos
    Joshua Millburn, Matt D’Avella e Ryan Nicodemus

    O grande diferencial de Minimalismo Já é usar como ponto de partida as vivências de Millburn e Nicodemus para falar de um tema maior, atual, sem ser egocêntrico. Por mais que o título do documentário em inglês traga a marca de ambos – The Minimalists – a produção é sobre como a vida pode ser simples quando se foca no que é essencial.

    Minimalismo Já x Menos é Agora

    Por falar no título, acredito que o nome em português pode ser o único “problema” da produção.

    Minimalismo Já dá o tom de que se trata de um manifesto. De fato, não deixa de ser, mas considerar o documentário apenas como um manifesto seria desvalorizá-lo. Acredito que o tom de manifesto poderá afastar pessoas que ainda não conhecem o conceito, mas poderiam se interessar sobre minimalismo.

    Assim como muitos acreditam erradamente que feminismo é uma “violência oposta ao machismo”, há quem encare o minimalismo como viver com migalhas e ser contra todo e qualquer sistema. E o documentário trata de acabar com esse mito logo cedo.

    Ryan Nicodemus afirma que ser minimalista é viver uma vida simples possuindo o que é essencial e funcional. Apesar de simples, não significa que não seja trabalhoso. Afinal, dá um trabalho danado desapegar emocionalmente de tantos objetos aos quais atribuímos memórias.

    Some essa afirmação ao contexto que estamos vivendo. Uma pandemia de um vírus, muitas vezes silencioso, que obrigou as pessoas a reverem suas prioridades. É por isso que a ideia do título original – Less is Now – é muito boa.

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    Minimalismo: Menos é Agora seria um título um pouco estranho, é verdade. Mas você percebe a ótima associação ao famoso clichê “menos é mais”? Mesmo estranho, acredito que funcionaria bem e valorizaria mais o documentário.

    Afinal, agora é o tempo ideal para repensarmos o que é importante para cada um de nós. O timing do lançamento também foi perfeito: 1º de janeiro de 2021. É justamente o momento em que as pessoas estão com a esperança renovada e prestes a colocar um novo planejamento em prática.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – American Gods (3ª temporada, 2021, Amazon Prime Video)

    American Gods da Amazon Prime Video, é uma adaptação do livro de Neil Gaiman e apesar de não ser adorada por todos os fãs do material base, a influência de Gaiman na terceira temporada pode ser sentida desde seus primeiros momentos.

    Nós do Feededigno, tivemos a oportunidade de assistir os quatro primeiros episódios da temporada, e trazemos abaixo, nossa opinião.

    O cuidado de Neil Gaiman na adaptação do seu adorado e aclamado livro, fazem da terceira temporada de American Gods uma das mais fiéis em relação ao material base. A terceira temporada tem início alguns meses após o fim da segunda, com Shadow (Ricky Whittle) estabelecido como Mike enquanto tenta fugir da guerra dos deuses, após descobrir elementos importantes de seu passado.

    Após a guerra dos antigos e novos deuses enfim o alcançar, Shadow se vê obrigado a fugir novamente, alguns eventos o colocam em trajeto de colisão com o terceiro ato do livro, o período em que Shadow se abriga na pacata cidade gélida de Lakeside.

    Alguns dos arcos mais interessantes da história de Shadow Moon se desenrolam na cidade – pelo menos no material fonte -, estabelecendo de fato o personagem como o homem correto que ele é, que não quer tomar parte em uma guerra muito mais antiga que ele.

    American Gods

    Algumas das surpresas dessa temporada, vem da aparição de deuses que possuem um importante papel no desenrolar da guerra, e Wednesday (Ian McShane) faz questão de ir até eles enquanto necessita de todo apoio possível para derrotar os novos deuses, que parecem ter controle absoluto do mundo atual.

    O papel de Shadow na trama continua mantendo o personagem no limiar da realidade, em que vemos pessoas negras marginalizadas, e isso se reflete no personagem.

    Ricky Whittle mostra a razão de ter sido escolhido o protagonista da série, após ter sido demitido em um claro caso de racismo durante a produção da série The 100, mostra o quão longe é capaz de ir, entregando uma das atuações mais interessantes que você vai ver em uma série de TV em 2021.

    Bilquis (Yetide Badaki) retorna e assim como no livro, tem um interessante arco de reconhecimento e crescimento. Nos entregando um dos mais imponentes arcos de reconhecimento histórico e cultural de uma série de TV.

    A terceira temporada de American Gods nos deixa de boca aberta desde seu primeiro momento, nos maravilhando com elementos que claramente Gaiman tinha intenção de contar nos livros, mas ficaram de fora.

    O retorno de personagens odiosos, mas adorados pelo público, tornam a trama da terceira temporada ainda mais leve e rica.

    American Gods

    A mudança de showrunner na série – a saída de Jesse Alexander e a chegada de Charles H. Eglee – nos faz ver a diferença que uma mente mais aberta à visão do autor da trama; Neil Gaiman que atua como um dos produtores executivos faz da terceira temporada da série uma das mais cativantes e mais bem adaptadas em relação ao material fonte na minha opinião.

    A terceira temporada de American Gods estreia no dia 10 de janeiro de 2021 na Amazon Prime Video.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer:

    LEIA TAMBÉM:

    American Gods: Uma análise sobre a demissão de Orlando Jones, o Mr. Nancy

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    The Crown: Conheça os atores confirmados para a 5ª temporada

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    A 5ª temporada de The Crown da Netflix verá um novo elenco de atores retratando a Rainha Elizabeth, sua família e outros personagens importantes em um dos tempos mais difíceis da história britânica. 

    A série já teve dois elencos separados, um liderado por Claire Foy nas temporadas 1 e 2 e por Olivia Colman nas temporadas 3 e 4. Seguindo a tradição, o showrunner Peter Morgan deve trazer mais um novo grupo de atores para as duas temporadas finais do programa, episódios que irão avançar a linha do tempo de The Crown em direção aos dias modernos.

    Esta passagem de bastão em particular pode ser a mais importante na história da série, considerando a turbulência particularmente intensa que a realeza teve que suportar nos anos 1990.

    A 4ª temporada já havia começado a sacudir as coisas para a rainha e aqueles em sua órbita, tendo introduzido duas figuras monumentais na história britânica: a primeira-ministra Margaret Thatcher (Gillian Anderson) e a princesa Diana (Emma Corrin).

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | The Crown e o impacto da Princesa Diana

    Embora a série tenha encerrado a gestão de Thatcher como Primeira-Ministra no episódio final da temporada – tendo sido substituído por John Major (Marc Ozall) do Partido Conservador -, Diana com certeza continuará como uma personagem influente na próxima temporada do programa.

    Embora Morgan tenha estado bastante quieto sobre os anos exatos que a 5ª temporada irá cobrir, é possível que ele precise mover a narrativa em um ritmo mais lento do que o normal, tomando tempo para cobrir os numerosos escândalos, divórcios e tragédias que marcaram a era.

    No entanto, quais atores irão incorporar as figuras históricas durante este período tumultuado permanece um mistério em grande parte. Como a programação de filmagens da série foi atrasada, The Crown não deve retornar até 2022, dando aos criadores um pouco mais de tempo para montar seu elenco.

    No entanto, Peter Morgan e a Netflix confirmaram algumas escolhas importantes de elenco que com certeza estarão no coração da 5ª temporada de The Crown; são eles:

    Imelda Staunton como Rainha Elizabeth II

    Os fãs da série aplaudiram amplamente a escalação de Imelda Stauton, que substituirá Olivia Colman como a Rainha Elizabeth II.

    A quatro vezes vencedora do Prêmio Olivier, nascido em Londres, tem uma longa história de realizações estelares tanto no palco quanto na tela. Talvez mais conhecida por sua interpretação de Dolores Umbridge na série de filmes Harry Potter, Staunton também é reconhecida por seu trabalho em Much Ado About Nothing de Kenneth Branagh, Nanny McPhee, Malévola e o recente programa Apple+, Trying.

    Ao longo de sua carreira, a atriz demonstrou uma ampla gama, capaz de ser autoritária e bem-humorada em igual medida – qualidades nas quais a Coroa certamente se apoiará.

    Trazer alguém tão experiente como Imelda Stauton a bordo para a próxima história de The Crown certamente provará ser uma jogada inteligente, considerando tudo o que está reservado para Elizabeth.

    Já que a 4ª temporada terminou no dia de Natal de 1990, o próximo lote de episódios provavelmente começará logo depois, talvez em 1992 – um ano que a Rainha chamou de “o ano mais horrível” em discursos.

    Durante aquele único ano, os casamentos de muitos de seus filhos começaram a desmoronar – Anne se divorciando, Andrew se separando e os problemas amplamente divulgados de Charles com Diana levando à sua separação.

    Além disso, 1992 viu um incêndio no Castelo de Windsor, um evento que levou a Família Real a pagar imposto de renda pela primeira vez.

    Em uma nota mais positiva, o novo primeiro-ministro da rainha, John Major, disse ter apoiado a família real, apesar de sua década desastrosa.

    Jonathan Pryce como Príncipe Philip, Duque de Edimburgo

    Jonathan Pryce de Game of Thrones e vai para o Palácio de Buckingham, substituindo Tobias Menzies (outro ex-Game of Thrones) como Príncipe Philip.

    A longa e variada carreira de Pryce o viu em projetos como Dois Papas, a série Piratas do Caribe, A Esposa e uma série de peças de Shakespeare.

    Com vários prêmios Tony e Olivier em seu currículo, Jonathan Pryce é uma adição bem-vinda à nova lista de The Crown, especialmente quando desempenha um papel tão significativo para a série.

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    No entanto, as histórias centradas em Philip nas quais Peter Morgan poderia se concentrar são um pouco difíceis de adivinhar, já que o marido da Rainha começou a desempenhar um papel menos público em meio a todo o drama dos anos 1990.

    A série já mostrou um certo vínculo entre Philip e sua nora Diana, então é possível que a 5ª temporada veja o rompimento desse relacionamento (cartas sugerindo que eles estavam com raiva um do outro foram descobertas nos últimos anos).

    Também durante esta época, a tensão financeira dos Windsors levou ao Palácio de Buckingham a abrir suas portas para passeios públicos. É provável que Philip – que foi apresentado como um dos membros da realeza mais progressistas na série – seja fundamental para esse enredo em particular.

    Lesley Manville como Princesa Margaret, Condessa de Snowdon

    Lesley Manville assumirá o papel da Princesa Margaret, deixada por Helena Bonham Carter após sua temporada de duas temporadas.

    O trabalho de Manville em Trama Fantasma rendeu à atriz inglesa vários elogios, incluindo uma indicação ao Oscar de 2017. Ela também foi vista na série Harlots e em filmes como Malévola, O Rio das Almas Perdidas.

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    A quarta temporada de The Crown viu Margaret chegar a um acordo com seu papel cada vez menor na família real, pois suas responsabilidades e influência continuaram a ser usurpadas por uma geração mais jovem.

    Embora ainda seja uma presença importante na vida da Rainha Elizabeth, a princesa foi marginalizada durante grande parte da década de 1990. No entanto, durante esta década, a Princesa Margaret viu Peter Townsend pela última vez, então é possível que seu ex-amante – tão importante para seu enredo inicial – volte.

    Infelizmente, a saúde de Margaret continuou a piorar durante a década de 90, com dois derrames e sendo confinada a uma cadeira de rodas. No entanto, desde que Manville assinou até o final da série, a morte do personagem em 2002 provavelmente não será coberta até a 6ª temporada.

    Elizabeth Debicki como Diana, Princesa De Gales

    Substituindo Emma Corin, Elizabeth Debicki assumirá o papel de Lady Di, uma figura que alcançou um nível de atenção sem precedentes no início dos anos 90.

    Os fãs ficaram maravilhados com as semelhanças de Debicki com a Princesa de Gales e tem apoiado verbalmente seu elenco. Vista recentemente em Tenet, a atriz australiana tem sido uma das estrelas em ascensão mais rápida de Hollywood e é provável que sua atuação na mais nova linha de sucessão de The Crown só ajude a levá-la a novos projetos.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Tenet (2020, Christopher Nolan)

    Dos membros do elenco da próxima temporada, Elizabeth Debicki pode ser aquele com a tarefa mais difícil pela frente.

    The Crown frequentemente cobre eventos históricos e dignos de notícias em torno da Família Real e, na década de 90, grande parte da imprensa girava em torno da jovem princesa. Com seu relacionamento com Charles se desintegrando (para grande consternação de seus sogros), Diana sentou-se para uma série de entrevistas com Andrew Morton, que publicou Diana: Sua Verdadeira História – em suas próprias palavras, um livro que se tornou uma sensação mundial.

    Um pouco mais de um ano após seu divórcio de Charles, Diana morreu em um terrível acidente de carro enquanto fugia de paparazzis – uma tragédia que a série certamente abordará em algum momento.

    No entanto, como Debicki assinou contrato para a 6ª temporada e é possível que a morte da Princesa Diana não seja abordada na 5ª temporada.

    Embora apenas um punhado de atores tenham sido anunciados para a 5ª temporada de The Crown, é certo que personagens como a Princesa Anne, a Rainha Mãe, Harry, William e o Príncipe Charles serão vistos novamente.

    No que diz respeito aos Primeiros-Ministros, a maior parte – senão toda – da próxima temporada verá John Major no cargo mais alto, mas, dependendo do ano em que a temporada acabar, é possível que vejamos a entrada de Tony Blair.

    Independentemente disso, a julgar por quem foi anunciado até agora, a história da família Windsor continuará sendo contada com outro elenco incrivelmente talentoso.



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    CRÍTICA – O Preço da Perfeição (1ª temporada, 2020, Netflix)

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    O Preço da Perfeição (Tiny Pretty Thing) acompanha os desafios enfrentados por dançarinos da Archer School of Ballet, a única academia de elite de Chicago. Os alunos têm uma variedade de perfis e origens, mas todos compartilham o mesmo talento e paixão pela dança.

    SINOPSE

    A nova série da Netflix é baseada no best-seller de Sona Charaipotra e Dhonielle Clayton que acompanha a vida de adolescentes em uma escola de balé na elite de Chicago.

    A trama começa quando a melhor bailarina da turma, a Cassie (Anna Maiche), cai da cobertura da escola, por pouco a mesma não morre e sim, entra em um coma.

    Logo, Neveah (Kylie Jefferson) é convidada a estudar na instituição com uma bolsa integral. Assim, ela se vê tendo que lidar com os desafios do balé, intrigas, traições e o principal mistério: Cassie caiu ou foi empurradạ̣?

    CRÍTICA

    O balé é uma dança clássica muito linda – e também bastante difícil – originada nas cortes italianas, exigindo dedicação total do bailarino; que tem que enfrentar empecilhos como lesões no corpo, pressão da família, dos professores e dos outros bailarinos e até dificuldades financeiras.

    Esse é um ponto que a série se preocupa em abordar, quando mostra que nenhum personagem é apenas bom ou ruim. Todos são totalmente cobertos de planos gananciosos, cheios de mentiras e tentativas de derrubar o outro.

    Da mesma maneira, houve uma preocupação em exibir boas cenas de dança, por isso, a maior parte dos atores são realmente bailarinos. Contudo, expor os desafios dos jovens dançarinos e também as complexidade das próprias cenas de balé não foram o suficiente para que O Preço da Perfeição recebesse meus aplausos de pé.

    Os problemas começam na edição, quando os acontecimentos mais importantes são corridos enquanto cenas que não se encaixam e poderiam facilmente serem cortadas na edição final são mostradas com ênfase.

    Um dos tipos de cenas que poderiam muito bem ter sido reduzidas, são as eróticas, que são muitas e na maior parte das vezes não têm contexto com a história, sendo inseridas apenas pelo apelo sexual.

    O exagero não ficou apenas no conteúdo das cenas sensuais, já que a série conta com diversas músicas pop – talvez como tentativa de cativar o público jovem -, porém, a trilha sonora não conversa com os acontecimentos e são na maioria mais alta que os diálogos.

    Aliás, muitos dos diálogos não fazem sentido, alguns se que possuem relevância e outros que deveriam ser mais complexos para sabermos mais sobre o personagem, porém, são sucintos e pouco trabalhados. Isso faz com que O Preço da Perfeição deixe um grande ponto de interrogação na cabeça do espectador; prejudicando a profundidade dos personagens e da trama da série.

    Da esquerda para a direita: Kylie Jefferson, Daniela Norman, Brennan Clost, Casimere Jollette e Lauren Holly.

    E vítimas dessas abordagem superficial temos temas importantes como pedofilia, abusos, estereótipos, preconceitos e distúrbios alimentares, por exemplo.

    Esses dramas são mostrados quase no final da primeira temporada e de uma forma muito breve e superficial.

    Infelizmente a atuação é também é falha e grande parte do elenco não entrega um trabalho convincente e impactante, principalmente nas cenas mais tensas e dramáticas.

    VEREDITO

    Nota-se que esta nova obra da Netflix se inspirou nas séries teens mais famosas como Gossip Girl e The Pretty Liars, utilizando das intrigas, mentiras e traições bem como assuntos mais sérios.

    Estas séries são sucessos até hoje mesmo após um fim, pois, souberam trabalhar com o equilíbrio timing, acertando no momento de criar suspense e quando nos fazer chorar. O que não acontece com O Preço da Perfeição, mesmo os episódios possuindo cerca de pouco mais de 50 minutos, tudo foi apresentado muito rápido e não me cativou.

    A série original da Netflix, acabou sendo algo cansativo de assistir e consequentemente não deixa aquele gostinho de “quero mais”.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    https://www.youtube.com/watch?v=2qJCfAW_P3k

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    CRÍTICA | His Dark Materials: S2E7 – Æsahættr

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    O último episódio de His Dark Materials foi ao ar na segunda-feira (29/12) intitulado Æsahættr. O episódio tem direção de Jamie Childs e roteiro de Jack Thorne. A série é uma produção da BBC em conjunto com a HBO.

    SINOPSE

    Lyra (Dafne Keen) e Will (Amir Wilson) partem com Serafina Pekkala (Ruta Gedmintas) para encontrar John Parry (Andrew Scott). Enquanto isso, Sra. Coulter (Ruth Wilson) busca por Lyra em Cittàgazze. Já Jopari e Lee Scoresby (Lin-Manuel Miranda) lutam contra o Magisterium para ganhar tempo. 

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    His Dark Materials: S2E3 – Theft

    His Dark Materials: S2E2 – The Cave

    His Dark Materials: S2E1 – The City of Magpies

    ANÁLISE

    O season finale da segunda temporada de His Dark Materials não é tão grandiosa quanto a primeira, mas impõe um grande senso de urgência e perigo aos nossos personagens. Porém, ainda que o segundo ano da série consiga criar sensações desde perda à guerra, existe uma grande falta de dinamismo em alguns arcos.

    É sempre bom lembrar que His Dark Materials é uma adaptação da trilogia Fronteiras do Universo, o qual lançado na década de 90 teve a proeza de tratar assuntos tabus para crianças. Dessa forma, a história criada por Philip Pullman tem uma direção muito aquém da série da HBO. Ou seja, tudo nos livros está inteiramente descrito e dito, seria de sensatez que a série utilizasse disso da melhor maneira possível.

    Consequentemente, é fato que uma pandemia atrapalhou a produção da segunda temporada. Mas mesmo em circunstâncias normais, sete episódios de adaptação não seriam o suficiente para dar toda a atenção e profundidade que alguns personagens mereciam. Basta lançar um olhar um pouco mais demorado ao arco das bruxas e, de Jopari e Lee.

    CRÍTICA | His Dark Materials: S2E6 – MaliceSerafina e suas bruxas passam a temporada inteira falando sobre a profecia de Lyra e como precisavam achá-la, mas acabam dando voltas e mais voltas até o último episódio. Já Jopari e Lee Scoresby, nos livros as interações entre ambos é com certeza mais emocionante e tocante. Ainda que Lin-Manuel Miranda se esforce em seu papel e seja bem sucedido, Andrew Scott é sempre muito distante e desapegado do seu personagem.

    Até mesmo a relação de Lee com Lyra não tem tempo o suficiente de tela, o que faz o aeronauta ressaltar inúmeras vezes que a garota é como uma filha para ele. Essas confusões não colocam a série em descredibilidade, mas atrapalham a veracidade que a série deseja passar com seus personagens.

    O problema não é a série pensar por conta própria e ir além dos livros, muito pelo contrário, é uma ressalva bem vinda aos fãs que queriam ver esses personagens além das expectativas já criadas. Contudo, existe um certo gosto agridoce ao final do sétimo episódio de His Dark Materials.

    Æsahættr

    Nos pontos principais do episódio, vemos Ruta Skadi (Jade Anouka) ir com os anjos a Lord Asriel (James McAvoy). Logo após ela encontra os avantesmas do penhasco, seres que se juntaram com Asriel na guerra. Esses bichos citam que precisam conseguir a Æsahættr para Lord Asriel derrotar a Autoridade. 

    Logo, Æsahættr é nada mais, nada menos do que a Faca Sútil que está sobre a posse de Will. Sendo assim, quando Ruta volta para falar com Serafina, diz que a batalha que precisam travar é contra a Autoridade, algo muito maior que o Magisterium. Apesar de ser cenas bem mal elaboradas, a série caminha para pôr em xeque um dos assuntos mais discutidos do livro: o fanatismo religioso e o livre arbítrio.

    Nesse sentido, Serafina insiste que deve ficar com Lyra e Will até que completem sua missão. Ao longo deste último episódio, o arco dos dois parece dar somente voltas, sem nunca de fato chegar a um ponto. Isto posto que, Will e Lyra estão mais maduros, mas é um processo bem doloroso para ambos. Enquanto Will precisa assumir um dever que nunca quis, Lyra sente que está mudando.

    Ainda assim, é desconcertante que o roteiro escrito por Jack Thorne precise desesperadamente ressaltar os mesmos pontos. Lyra está mudando por Will, mas isso torna a série repetitiva demais, como se as palavras fossem mais importantes que as ações.

    Já no arco de Jopari e Lee, certamente Miranda e Scott são incríveis, mas falta entusiasmo aos personagens. Nos livros, eles passam por mais aventuras juntos até o final derradeiro, mas na série tudo parece apressado. Ainda assim, a morte de Lee Scoresby e seu daemon Hester é linda e dolorosa, afinal eles sempre estiveram ali um pelo outro e isso foi até o fim. Vale ressaltar que Jopari não tem a morte vista na série, nos livros uma bruxa acaba o matando um pouco antes dele e Will poderem conversar.

    Dessa forma, a série assume riscos a fazer certas mudanças que não são de todo mal, mas que implicam consequências na temporada futura. Por último, mas não menos importante Sra. Coulter cria uma relação com espectros. Mas, seu grande ponto está ao saber o verdadeiro nome de Lyra e no embate com seu daemon.

    Sendo assim, Sra. Coulter obtém a resposta de uma bruxa: Lyra é Eva antes da queda. Logo, em uma espécie de obsessão com amor, ela decide evitar que a profecia de Lyra se concretize. Já, na cena com o macaco dourado, o daemon não gosta da ideia de ir atrás de Lyra, sendo talvez o único momento que o vemos insinuar algo. Porém, Coulter profere as palavras “Ou você está comigo, ou está contra mim“, ou seja, é uma situação de vida ou morte.

    Nos minutos finais do episódio, vemos que Sra. Coulter consegue capturar Lyra, já que Will estava conversando com o pai. Ela embarca com a menina em um barco para um lugar desconhecido. Mas uma vez, as relações de pais e filhos é imposta ao longo da série. Will vê o pai morrer, o deixando sozinho mais uma vez.

    Em outro lugar, Lord Asriel convoca os anjos para lutar ao seu lado contra a Autoridade. Ao fazer um discurso sobre liberdade e o fim do obscurantismo no mundo, ele acaba dizendo as mesmas palavras que Sra. Coulter. É interessante ver como McAvoy cai bem ao papel.

    Por fim, uma cena pós-crédito mostra que teremos grandes acontecimentos na terceira temporada que já está confirmada. Mesmo que o sentimento de euforia do segundo ano de His Dark Materials não se compare com o primeiro, foi um uma ótima experiência ver mais desses personagens.

    VEREDITO

    CRÍTICA | His Dark Materials: S2E1 - The City of MagpiesO sétimo e último episódio de His Dark Materials está longe de ser o melhor da temporada, mas é um ótimo gancho para uma season finale, dando pistas do que está por vir.

    Destaque para a atuação de Ruth Wilson e Amir Wilson que com certeza são as melhores coisas dessa temporada.

    Mais uma vez, é sempre um prazer ver os cenários deslumbrantes e os daemons de His Dark Materials.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

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    TBT #105 | As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl (2005, Robert Rodriguez)

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    As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl está disponível na Netflix, assim como a sequência Pequenos Grandes Heróis que estreou no dia 25 de dezembro. No elenco estão Taylor Lautner, Taylor Dooley e Cayden Boyd.

    SINOPSE

    Max (Cayden Boyd) é um solitário garoto de 10 anos, que se perde em seu próprio mundo de fantasia para escapar das confusões diárias decorrentes do contato com seus pais, dos valentões da escola e das férias de verão nem um pouco divertidas. Porém, quando Max descobre que os super-heróis que existem em sua imaginação podem ser bem mais reais do que ele imaginava, seu mundo se transforma completamente. Max parte em uma viagem interplanetária rumo ao planeta Baba, onde conhece Sharkboy (Taylor Lautner) e Lavagirl (Taylor Dooley).

    ANÁLISE

    No saudoso ano de 2005, As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl foram uma febre entre as crianças. Basta imaginar o quanto era fantástico um mundo onde é possível sonhar e ter todos os seus desejos realizados. Dessa forma, as histórias de Max ganhavam forma no planeta Baba, ainda que todos os adultos e também algumas crianças insistissem em desacreditar Max. 

    Sendo assim, Sharkboy e Lavagirl representam também aquela nostalgia de chegar em casa depois da escola e assisti-lo na Sessão da Tarde. Mas nem só de lembranças vivem esse filme, apesar de ser extremamente datado e com efeitos em 3D horríveis, consegue ser divertido e extremamente piegas. 

    Mas, para aproveitar ao máximo Sharkboy e Lavagirl devemos ter uma mente aberta e aceitar que é um filme infantil estilo Nickelodeon. O roteiro é simples, Max acredita que Sharkboy e Lavagirl existem, mas seus pais o reprimem. Na escola, apenas sua amiga Marissa (Sasha Pieterse) parece acreditar no garoto, já seu colega Minus (Jacob Davich) e seu professor Sr. Eletricidad (George Lopes) atuam como antagonista de Max. 

    Nesse sentido, o ambiente escolar de Max se revela apenas como uma ponte para seus reais problemas. Após seu professor afirmar que Sharkboy e Lavagirl não existem, os dois chegam na escola pedindo a ajuda de Max já que o planeta que ele criou está sendo atacado.

    Ainda que a chegada daquelas duas crianças com poderes estranhos seja extremamente estranha, o filme abraça com carinho uma pegada lúdica. No planeta Baba, Max precisa ajudar os dois amigos a derrotarem Mr. Eletricidad que está impedindo as crianças de sonharem. É interessante perceber o quanto o mundo real de Max se choca com seu mundo criado.

    No planeta Boba todos os seus problemas como o divórcio dos pais e não ser aceito na escola se materializam como personagens. Seus pais são gigantes felizes que bebem leite e comem biscoitos, seu professor é um vilão que vê Max apenas como um garoto irritante e Marisa é uma jovem princesa. Aos 12 anos, toda criança tem seus conflitos, visto que estão passando da infância para a adolescência. Logo, ainda que seja de forma infantil, essas questões são vistas em Max.

    Sharkboy e Lavagirl são personagens que estão em busca de suas identidades e origens, algo também comum nessa idade. Nesse sentido, Sharkboy deseja reencontrar seu pai que se perdeu no oceano e Lavagirl descobrir se de fato é uma pessoa má. Essas buscas dos personagens revelam o quanto eles dependem de Max e que precisam passar por essa jornada para crescerem.

    Consequentemente, Sharkboy, Lavagirl e Max formam um ótimo trio compensando as falhas uns dos outros. É uma ótima forma de ensinar as crianças sobre assuntos básicos como amizade e ir em busca de si mesmo. Além disso, é um filme divertido que assume seus clichês. Ao final, acabamos aprendendo com os protagonistas e entendo sonhar é extremamente importante em todas as idades.

    VEREDITO

    As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl carrega efeitos e um roteiro que talvez não funcione com as crianças de 2020. Mas, trazem a sensação de saudosismo aos jovens adultos que cresceram com esse filme.

    Para assistir a continuação feita pela Netflix, vale a pena revisitar esse clássico infantil.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

    Assista ao trailer:



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