Desde os primeiros os filmes de terror lançados, o gênero contava com um claro aspecto punitivo. Elencando quase sempre os horrores da época por meio de metáforas, ou símbolos quase sempre não tão claros, as personagens femininas quase sempre eram colocadas em um local de perigo. Mas isso mudou quando Sally (O Massacre da Serra Elétrica) e Laurie Strode (Halloween) chegaram aos cinemas.
O horror foi atualizado e chegou os dias de hoje com diferentes subgêneros. Men: Faces do Medo dá um claro exemplo da nossa violenta sociedade que a cada dia mais, exacerba e explora os elementos cujas narrativas violentas colocam as mulheres quase sempre como seu foco, ou alvo.
SINOPSE
Na sequência de uma tragédia pessoal, Harper retira-se sozinha para uma zona rural inglesa, esperando ter encontrado um lugar onde possa recuperar. Mas alguém ou algo dos bosques circundantes parece persegui-la. O que começa como um pavor latente torna-se um pesadelo formado, habitado pelas suas memórias e medos.
ANÁLISE
Um dos elementos do mais novo filme da A24 que mais me deixaram curioso ao longo de seu trailer, foi o fato do ator Robert Kinnear (Penny Dreadful, 007 – Sem Tempo Para Morrer) dar vida à quase todos os personagens masculinos do filme, mas enquanto o longa se desenrola entendemos esse motivo.
Estrelado por Jessie Buckley (Estou Pensando em Acabar com Tudo, A Filha Perdida) o filme nos leva por um trauma feminino, caracterizada pela violência sofrida diariamente – seja física ou psicológica -, a trama desenrola os perigos que as mulheres podem vir a sofrer a qualquer momento.
Muito distante de se caracterizar como uma trama “feminista” como muitos portais têm apontado nas últimas semanas, o longa se caracteriza como um horror distante e quase incompreensível para homens – mesmo que esse horror seja causado exatamente por eles. Acredito que esse seja em seu cerne uma exploração da masculinidade tóxica enquanto explora arquétipos, clichês e os horrores enfrentados pelas mulheres de um modo geral.
O uso de Robert Kinnear na trama é explicado para além de sua estranheza e seu talento, a forma como o ator representa as mais diversas facetas dos indivíduos da pequena Cotson. Exemplifica que os “cidadãos” de bem, ou “homens comuns” significam para as mulheres muito mais do que apenas pessoas normais, com quem podem conviver.
Enquanto “brinca” com cerca de 8 ou 9 personagens, alguns deles completamente sem falas – e quase todos eles vividos por Robert Kinnear -, Alex Garland propõe uma trama sobre a violência sobre o corpo do outro, sem qualquer consequência, violência desmedida e caracterizada pela força de uma trama que apenas o diretor – também roteirista do filme -, consegue fazer seus atores brilharem.
VEREDITO
Com muito horror psicológico, violência gráfica e gore, o filme nos leva por uma trama atual que mostra sua significância em seus confusos atos. Mostrando ainda a propensão masculina à violência em relação ao corpo feminino, Garland nos mostra que invariavelmente, todo homem tem a mesma propensão à violência.
Com arcos que não param de crescer, mesmo perto de seu final, Men: Faces do Medo exacerba sua violência e o que há de mais gráfico na empreitada de Harper de sobreviver diante da violência que insiste em cercá-la o tempo todo, e sem medo de colocar o horror diante de seus olhos, Alex Garland conta uma história que vai além da sutileza do início e passa uma mensagem clara em seu final.
Nossa nota
4,0 / 5,0
Confira o trailer do filme:
Men: Faces do Medo pode ser assistido em cinemas de todo o Brasil.
Hollyblood é uma comédia de terror espanhola, com vampiros, histórias tão antigas quanto o tempo e por vezes, risadas forçadas. O cuidado da direção é quase nulo em relação à sua própria trama, mas ainda que os personagens não se levem a sério em momento algum, o filme funciona como uma sátira à filmes de vampiros nada amedrontadores como Crepúsculo e se deleita nesses detalhes.
Ainda que não tenha sido muito bem recebido pela crítica, o longa se faz engraçado em sua proposta e grande parte de seus motes.
SINOPSE
Desesperado para conquistar uma garota, um adolescente tímido decide se passar por um vampiro. Mas mal sabe ele que um imortal de verdade está à espreita.
ANÁLISE
Estrelado por Óscar Casas (Instinto, Jaguar e Sempre Bruxa), o filme nos leva pelas aventuras da adolescência e se aprofunda nessa fase tão confusa. Com uma lenda de um vampiro que ronda a cidade em que o filme é ambientado, o longa engendra seus diversos personagens e núcleos enquanto os faz se confundir com a história de amor de Javi e Sara.
Quando um jovem recém-chegado a cidade se apaixona por uma garota de sua nova escola, ele fará de tudo para que ela também se apaixone por ele. Até mesmo, se passar por um vampiro.
Com diversos arquétipos de personagens já famosos nos filmes e sagas de vampiros, Hollyblood nos apresenta rapidamente o cotidiano da cidade. Com o filme ambientado quase que inteiramente dentro dos muros da escola, desde um flashback dos anos 80, em que um aluno morre após sofrer bullying e renasce como um vampiro, até os dias de hoje.
O papel do jovem misterioso, é subvertido, e ao invés de o termos como o verdadeiro epicentro de ocorrências paranormais, sua função na trama é contraposta com o esperado, e ele é quem dá início a tudo, inclusive ao retorno de um antigo vampiro.
VEREDITO
O fato do filme se debruçar em tramas já explorada à exaustão, a subversão do arco nos apresentam o que já foi visto antes, mas surpreende em diversos aspectos. Em seu último arco, o filme resolve por apenas dar espaço à todos os personagens apresentados colocando-os lado a lado em uma situação divertida, colocando-os contra uma ameaça maior do que eles mesmo.
Cobra Kai chega no seu quinto ano na Netflix e é uma das séries mais aguardadas pelos fãs da franquia que dá sequência a Karate Kid e que traz novamente Ralph Macchio e William Zabka como protagonistas reprisando os seus papéis como Daniel LaRusso e Johnny Lawrence.
SINOPSE DE COBRA KAI
Depois de perder o torneio para os lutadores do Cobra Kai, o Miyagi-Do deve fechar as portas, o que faz Daniel buscar medidas desesperadas para enfrentar seu novo arquinimigo Terry Silver (Thomas Ian Griffith). Agora com a ajuda do seus ex-adversário de tempos antigos, Chozen (Yuji Okumoto), o nosso herói desperta seu lado sombrio, enquanto Johnny tenta se reconectar com Miguel (Xolo Maridueña) e Robby (Tanner Buchanan).
ANÁLISE
Cobra Kai se iniciou como uma grande piada em How I Met Your Mother como se fosse uma espécie de What If…? mostrando o vilão de Karate Kid, Johnny Lawrence, como o protagonista e Daniel como o principal vilão da história. Por ser uma grande chacota, em seus primeiros anos a série abraçou sua galhofice e breguice, apelando para a nostalgia e todo um vasto background que foram apresentados em vários filmes.
Trazendo personagens que tinham boas ideias, mas pouco desenvolvimento e nos apresentando arcos com outros tantos que foram nos ganhando com carisma, Cobra Kai foi angariando muitos fãs, chegando hoje em sua quinta temporada.
Entretanto, se anteriormente o seriado funcionava por conta de todos os motivos citados acima, parece que o tempo foi passando, as ideias acabando e criatividade foi indo para o ralo, virando uma grande catástrofe narrativa, ao passo que a preguiça tomou conta do roteiro. As obviedades, explicações estapafúrdias, desenvolvimento pífio de personagens e cenas horríveis de luta e atuações constrangedoras tomaram conta da série que parece viver hoje no automático.
Um exemplo disso está nos arcos de Miguel e Falcão (Jacob Bertrand), dois personagens complexos que hoje tem a profundidade de um pires, não por culpa dos atores que se esforçam, mas sim, de um texto tenebroso. O arco do México além de não servir para nada na trama ainda reforça um estereótipo preconceituoso da América Latina por parte dos estadunidenses que ainda acreditam que nossas nações são malandras e servem apenas para roubar os pobres norte americanos, fora o uso do famigerado filtro laranja.
Uma série de decisões controversas vão empurrando a história para o seu ápice que mesmo com um excelente vilão como Terry Silver, consegue ser morno a ponto de entregar pouquíssimas cenas empolgantes ou de bom desenvolvimento. Não sabemos o que aconteceu, todavia, parece que a Netflix agora só apela para a nostalgia, sem um roteiro consistente, com personagens extremamente caricatos, porradas fofas e péssimo uso de bons atores, virando apenas uma sombra do que já foi anteriormente.
Se utilizando de várias muletas de roteiro, Cobra Kai atira para todos os lados, mostrando que tudo se resolve na porrada. A proposta de dominação mundial por meio do caratê é tão absurda quanto um monte de adultos se quebrarem a pau com invasão de domicílio e praticamente nada acontecer. Pior que isso, empresários respeitados em brigas de quinta série, competições de tobogã e antagonistas que são tão maus que possuem bordões bregas, tudo isso e muito mais estão aqui.
VEREDITO
Com muita pobreza em sua execução, a quinta temporada de Cobra Kai se torna disparadamente a pior até agora, uma vez que com todos os problemas ficamos com a sensação de que, de fato, está na hora de finalizarmos a série antes que piore ainda mais. A falta de ideias está evidente e até mesmo o elenco parece desgastado de fazer parte do projeto.
Netflix, chega de Cobra Kai! O show deve ser encerrado antes que seja tarde demais…
Com o primeiro trailer oficial de Lobisomem na Noite: Especial da Marvel (Werewolf By Night) durante a D23, evento anual da Disney, nada melhor que saber mais sobre Jack Russell, uma vítima de uma antiga maldição familiar, que lutou por anos com seu alter-ego bestial. Mas com o tempo conquistou seus demônios interiores e agora ele luta contra as forças das trevas que assolam nosso mundo como um executor da justiça, um vingador das sombras e um lobisomem à noite.
O personagem criado por Gerry Conway e Mike Ploo teve sua primeira aparição na HQ Marvel Spotlight #2 – Werewolf by Night, publicada pela Marvel Comics em fevereiro de 1972.
ORIGEM
Herança divina
A história dos lobisomens começa com o antigo Deus/Demônio Lobo, que se acredita ser um dos Elderspawn, um descendente dos Deuses Anciões. Milhões, possivelmente bilhões, de anos atrás, o Demônio Lobo gerou uma raça de lobisomem que guerreou com outros Elderspawn, como as Mulheres-Pássaro, Harpias, Homens-Morcegos, Demônios, Goblins, Homens-Serpentes, etc. Algumas dessas raças escravizaram os humanos em desenvolvimento, mas por volta de 20.000 a.C., a maioria dos Elderspawns haviam sido massacrados ou levados a reclusão, brevemente reaparecendo para desafiar sociedades como Valusia e Atlantis.
Os Homens-Lobos podiam assumir a forma humana, e os humanos arranhados ou mordidos por eles se tornavam o que conhecemos como lobisomem. Eles podiam sobreviver à maioria dos ferimentos, mas eram vulneráveis à prata e ao fogo. Muitos Lobisomens morreram no Grande Cataclismo de 18.000 a.C., e seu destino final é desconhecido.
O poder da genêtica
Após o Cataclismo, os colonizadores do planeta Arcturus vieram à Terra para investigar o destino da Terra Selvagem, que havia sido criada pelo alienígena Nuwali para os enigmáticos Beyonders. Entre muitas outras atividades, eles criaram a encarnação moderna de lobisomens: combinando ciência avançada de reengenharia genética com magia nascida na terra (aparentemente aproveitando o poder do Demônio Lobo), eles ligaram o espírito e o DNA do lobo capturado em um humanoide. Este híbrido, mais tarde conhecido como Greysire, espalhou este presente para a humanidade através de arranhões e mordidas; e depois por hereditariedade.
A raça resultante era conhecida como Irmãos pelos lobos e lobisomens da humanidade, mas o dom se tornou uma maldição quando o homem caiu em desarmonia com seu eu primitivo.
Os relatos de licantropia (tornar-se um lobisomem) remontam a muitos séculos, mas a primeira manifestação confirmada é a de Grigori Russoff, em 1795. Drácula matou a esposa de Grigori, Louisa, depois que ele se recusou a reconhecer a primazia de Drácula em seu retorno à Transilvânia. Grigori Russoff então emboscou e derrotou Drácula, mas foi transformado em lobisomem por Lydia, uma lobisomem anteriormente presa pelo Conde vampiro.
Grigori teve uma segunda esposa, mas os relatos variam sobre por que a licantropia não passou para seus descendentes. Algum tempo antes de 1930, o descendente de Grigori Russoff, Gregor, obteve pergaminhos do lendário Darkhold, encadernando-os de volta em forma de livro. Ler as origens da licantropia no Darkhold sob a lua cheia desencadeou a maldição adormecida, transformando Gregor em um lobisomem.
Talvez buscando uma cura, Gregor vendeu parte de sua propriedade – incluindo Wundagore Mountain – para Jonathan Drew, que a compartilhou com o parceiro Herbert Wyndham (o futuro Alto Evolucionário). O lobisomem Russoff matou a esposa de Jonathon, Merriem, e Wyndham projetou uma armadura revestida de prata para se proteger, permitindo a captura de Russoff.
Gregor Russoff ficou com o Alto Evolucionário, que manteve o lobisomem contido em segurança por décadas. Russoff eventualmente usou o Darkhold para convocar Chthon para curá-lo, e o Deus Ancião quase rompeu o plano terrestre; mas o feiticeiro Magnus forçou Russoff a banir Chthon, que atacou com uma explosão que matou Gregor. Apesar de relatos contrários, Gregor Russoff que ficou com o Alto Evolucionário parece ter sido o avô (ou bisavô) de Jack Russell.
Décadas depois, um descendente de Gregor Russoff, que também herdou seu nome, casou-se com Laura e Jacob (mais tarde Jack) nasceu logo depois, e Laura estava grávida de Lissa dois anos depois do casamento; no entanto, quando um raio durante a lua cheia atingiu o castelo de Russoff, na Transilvânia, o lobisomem da linhagem Russoff ressurgiu e começou a atacar os aldeões, que rastrearam e mataram Gregor Russoff com balas de prata.
Após a morte de Gregor, Laura encontrou Philip, irmão mais novo de Gregor – que havia se mudado para Los Angeles , anglicizando seu nome para Russell – e eles se casaram depois de um ano; aproximadamente quinze anos depois, o Comitê Criminal soube da maldição de Gregor e chantageou Philip, ameaçando revelar seus segredos. Para proteger o nome de Laura, Philip os pagou, mas teve dúvidas e cancelou o pagamento, fazendo com que o Comitê enviasse Max Grant para matar Laura.
No aniversário de 18 anos de Jack Russell, gravemente ferida em um acidente de carro, Laura mal teve tempo de contar a Jack sobre seu verdadeiro pai e a maldição do lobisomem, fazendo Jack prometer não machucar Philip, antes de morrer. Tendo herdado a licantropia, Jack matou Grant, mas também culpou erroneamente Philip por algum tempo.
PODERES E HABILIDADES
Jack Russell tem o poder da licantropia, a maldição do lobisomem. Como tal, seu poder é afetado, mas não totalmente controlado pela lua. Quanto mais cheia a lua no céu noturno, mais lobo Jack se torna. Em seu estado transformado, ele tem sua força, destreza e agilidade aumentadas. Ele também possui sentidos aguçados e fator de cura. Além de garras e dentes afiados, característicos de um lobisomem.
Sua visão aprimorada se estende às faixas ultravioleta e infravermelha, permitindo que ele examine o estado físico e mental de outros indivíduos. Ele é praticamente impossível de matar, recuperando-se de ferimentos não fatais dez vezes mais rápido que um humano normal.
Jack também pode optar por infectar outras pessoas com licantropia por meio de uma mordida ou arranhão. Por um longo tempo, isso não era uma escolha, todos atacados por Jack tinham dois destinos: morrer ou se sobreviesse, se tornaria um lobisomem. No entanto, após anos de treinamento e controle, Jack agora pode escolher quem se junta a ele como uma criatura das trevas.
Em sua forma humana, Jack tem a força física e aptidões de um humano normal, apesar de já ter conseguido se curar de uma bala em poucos minutos nesta forma.
EQUIPES
Como lobisomem e principalmente depois de conseguir controlar seus poderes, Jack já lutou contra grandes nomes como Capitão América, Homem-Aranha, Cavaleiro da Luae muitos outros heróis; e já atuou em grupos como Filhos da Meia-Noite, Legião dos Monstros e além da A.R.M.O.R. (Alternate Reality Monitoring and Operational Response), que assim como a S.H.I.E.L.D. foi estabelecida para a segurança global e a S.W.O.R.D. para a segurança extraterrestre, a A.R.M.O.R. foi estabelecida como uma força de segurança extradimensional para proteger contra contaminação e conflito de realidades alternativas.
CURIOSIDADES
Depois de lutar contra o Hulk, Jack contatou o espírito de seu pai para curar sua licantropia, mas foi informado de que morreria a menos que aceitasse sua besta. Durante a batalha que se seguiu com o fanático religioso Adaga de Prata e os Comedores de Cérebros, um culto de lobisomens transformados no passado por Jack; ele enfim aceita totalmente seu eu-lobo, concedendo-lhe controle total e o melhor de ambos.
Como lobisomem, Jack Russel foi capaz de derrotar o mutante Dente de Sabre, famoso por sua força e selvageria.
OUTRAS MÍDIAS
GAMES
O personagem está presente em poucos games da Marvel, sendo eles:
Marvel Avengers Academy;
Marvel Super Hero Squad Online;
Marvel vs. Capcom 3.
Em Marvel vs. Capcom 3, o lobisomem é um dos monstros que aparece no final de Jill Valentine.
TV
Já na TV Jack Russel aparece em:
The Super Hero Squad Show;
Ultimate Spider-Man;
Hulk and the Agents of SMASH.
E este ano o personagem terá sua primeira versão live action no Universo Cinematográfico Marvel quando chegar ao catálogo do Disney+ com o lançamento de Lobisomem na Noite: Especial da Marvel. Com data de lançamento para 7 de outubro a série trará Gael Garcia Bernal como Jack Russell.
A deslumbrante Alice Braga Moraes é uma das maiores atrizes brasileiras, de 38 anos, que nasceu em São Paulo em uma família de atores. Tanto a mãe, Ana Braga, quanto sua tia, Sônia Braga, eram atrizes e levavam Alice ainda pequena para os estúdios e sets de filmagem.
Ela apareceu pela primeira vez em um comercial quando criança e mais tarde foi aclamada pela crítica por seu papel no filme Cidade de Deus (2002). A partir daí, a jovem atriz começa “sua dominação mundial” em forma de potência feminina que nos enche de orgulho a cada trabalho.
Dependendo da localização geográfica em que se vive, é possível ter uma imagem completamente diferente de Alice Braga. Nos Estados Unidos, ela é a latina forte e decidida de Eu Sou a Lenda (2007) e Predadores (2010). Na América Latina, ela é a atriz delicada de filmes mais artísticos como Só Deus Sabe (2006). E por aqui, ela é figura essencial na conexão Brasil-Hollywood, ao lado Rodrigo Santoro e também de Wagner Moura, companheiro de elenco em Elysium (2013).
História
Alice foi criada por uma família católica. Além de sua mãe e tia fazerem parte do mundo artístico, seu pai, Ninho Moraes, é jornalista e sua irmã, Rita, é produtora de cinema. Antes de despontar como atriz, Alice Braga chegou a cursar o 1º ano de Comunicação das Artes do Corpo na PUC de São Paulo, e aos 19 anos começou a investir na carreira de atriz.
Início de carreira
Quando ainda jovem, iniciou sua carreira em produções escolares e comerciais antes de buscar papéis na televisão e longa-metragem. Seu primeiro trabalho foi um curta-metragem: Trampolim (1998). Quatro anos depois, Alice foi aclamada por seu papel em Cidade de Deus (2002), onde interpretou a adorável e sedutora Angélica e foi indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação.
Ela estudou por um tempo em uma universidade enquanto gravava o filme Cidade Baixa (2005) e Só Deus Sabe (2006). Com Cidade Baixa ganhou vários prêmios de Melhor Atriz em festivais importantes como Festival do Rio, Festival Internacional de Cinema de Verona e APCA.
Na TV, atuou também em um episódio da série Carandiru, Outras Histórias, da Rede Globo.
Sua estreia no primeiro filme estrangeiro foi ao lado de Brendan Fraser, Mos Def e Caralina Sandino Mereno em 12 Horas até o Amanhecer (2006), que foi lançado no Tribeca Film Festival.
Após contracenar com Will Smith em Eu Sou A Lenda, participou do filme A Via Láctea de Lina Chamie (2007). Desde então, ela se tornou uma das estrelas mais célebres de Hollywood. No ano seguinte, ela teve papéis nos filmes Cinturão Vermelho (2008) e na adaptação cinematográfica do livro de José Saramago: o filme Ensaio Sobre a Cegueira (2008); no longa Julianne Moore e Mark Ruffalo atuam como personagens principais.
Alice Braga se mantém no estrelato e revezando entre filmes de ação e ficção científica, e desta vez ela participou de Repo Men – O Resgate de Órgãos (2010) e Predadores. No ano seguinte, ela atuou ao lado de nada mais nada menos, que Anthony Hopkins no filme de terror O Ritual (2011).
Seus créditos seguintes incluem o filme Na Estrada (2012), a série de TV brasileira As Brasileiras e apareceu no documentário Cidade de Deus – 10 Anos Depois (2012); No ano seguinte ela então estrelou ao lado de Matt Damon em Elysium (2013).
Em 2016, a atriz inicia sua jornada de sucesso na série de TV em A Rainha do Sul, do canal USA Network, como protagonista esbanjando talento e conquistando milhares de fãs. Em 2020, a atriz também se dividiu em três trabalhos: Os Novos Mutantes, a animação Soul, da Disney e a série We Are Who We Are da HBO.
Quebrando tudo, ela estrelou ao lado de Margot Robbie, Idris Elba e John Cena em O Esquadrão Suicida (2021) e seus trabalhos mais recentes foram a quinta e última temporada de A Rainha do Sul (2021) e o filme Eduardo e Mônica (2022).
Alice Braga parece ser incansável com um trabalho após o outro, mostrando o que uma mulher determinada pode ser conquistando um lugar como membro na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Califórnia. Além de uma inspiração para muitas mulheres no que diz respeito à perseverança e persistência para se manter viva na jaula de leões que é Hollywood, Alice também é extremamente doce e que busca estar com sua família e amigos sempre que pode. Em uma entrevista à revista Rolling Stone a atriz fala sobre senso de normalidade e transitar em mundos tão diferentes que é Hollywood, Rio e São Paulo:
“Quando estou trabalhando, foco muito. Eu passei meus últimos dez anos perdendo todos os nascimentos e casamentos das minhas amigas, afilhados e sobrinhos. Mas valeu a pena. Mas acho que a gente tem de se organizar para poder viver as duas coisas bem.”
Veja agora os melhores trabalhos da atriz:
Cidade de Deus (2002)
Sinopse: Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, o jovem acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.
Curiosidade: Além de ser o filme brasileiro mais visto por pessoas no exterior, Cidade de Deus se consagrou no segundo lugar dos filmes de língua não-inglesa mais vistos no mundo.
Cidade Baixa (2005)
Sinopse: Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) se conhecem desde garotos, sendo difícil até mesmo falar em um sem se lembrar do outro. Eles ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo do Dany Boy, um barco a vapor que compraram em parceria. Um dia surge Karinna (Alice Braga), uma garota de programa que deseja arranjar um gringo endinheirado no carnaval de Salvador a quem a dupla dá uma carona.Aos poucos a atração entre eles cresce, criando a possibilidade de que levem uma vida a três.
Sinopse: Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova Iorque. Robert Neville (Will Smith) é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há 3 anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo. Paralelamente ele realiza testes com seu próprio sangue, buscando encontrar um meio de reverter os efeitos do vírus.
Curiosidade: Originalmente seria realizado na década de 90, com Ridley Scott como diretor e Arnold Schwarzenegger como protagonista. Entretanto o orçamento cresceu tanto que ambos deixaram o projeto.
Sinopse: Royce (Adrien Brody), Isabelle (Alice Braga), Edwin (Topher Grace), Cuchillo (Danny Trejo), Stans (Walton Goggins), Nikolai (Oleg Taktarov), Hanzo (Ozawa Changchien) e Mombasa (Mahershalalhashbaz Ali) são jogados de pára-quedas em uma selva desconhecida, sem saberem o motivo. Eles não se conhecem, mas logo percebem que precisam se unir para sobreviver. Em busca de um meio de sair do local, o grupo descobre que está na verdade em outro planeta. Para piorar ainda mais a situação, eles logo percebem que estão sendo caçados por um ser alienígena altamente mortal.
Curiosidade: A presença da brasileira Alice Braga dá continuidade à tradição da franquia de ter uma atriz latina no elenco, como aconteceu em Predador (1987), com Elpidia Carrillo, e também em O Predador 2 (1990), com Maria Conchita Alonso.
Sinopse: Nascida e criada no México, Teresa Mendoza (Alice Braga) aprendeu a se virar sozinha desde pequena, inclusive financeiramente. Esperta, perspicaz e observadora, ela está sempre atrás do melhor para sua vida, baseada em sua própria conduta moral. Então, quando seu namorado traficante é assassinado, ela parte como refugiada para os EUA, mas segue determinada a vencer ao seu modo – ainda que tenha de formar novas alianças, desbancar um criminoso influente e, assim, assumir a chefia de um poderoso cartel de drogas.
Sinopse: Cinco jovens mutantes (Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga) descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado. No entanto, eles são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes (Alice Braga). Enquanto a médica promete controlar as habilidades do grupo, nada é o que parece.
Curiosidade: A maior parte do filme foi filmada em locações no Hospital Estadual de Medfield, em Massachusetts. Este hospital foi o primeiro asilo psiquiátrico do estado. Grande parte do elenco quanto da equipe de filmagens, ficavam desconfortáveis e com medo de filmar lá quando chegava a noite. Segundo Henry Zaga e Alice Braga, havia um “cheiro” no hospital que “entrava na sua alma antes mesmo de você pensar a respeito”.
Sinopse: Em Soul, duas perguntas se destacam: Você já se perguntou de onde vêm sua paixão, seus sonhos e seus interesses? O que é que faz de você… Você? Joe Gardner é um professor de música do ensino médio que sempre sonhou em ser músico de jazz. Mas quando, finalmente, tem a chance de impressionar outros músicos durante um ensaio aberto, sofre um acidente que faz com que sua alma seja separada de seu corpo e transportada para um centro no qual as almas se desenvolvem e ganham paixões antes de serem enviadas para um recém-nascido. Joe deve trabalhar com 22, uma das almas em treinamento, que tem uma visão obscura da vida depois de ficar presa por anos no centro evitando seguir para a Terra.
Curiosidade: O protagonista é inspirado em uma pessoa real. Peter Archer é um professor de música que se aposentou em junho de 2020, após lecionar 34 anos em uma escola em Nova Iorque. Os diretores da animação não só se inspiraram em Peter ao criar Joe Gardner, como tentaram mostrar a classe em que Archer trabalhou.
Sinopse: Em We Are Who We Are, os jovens Fraser (Jack Dylan Grazer) e Caitlin (Jordan Kristine Seamon) vivem com os pais numa base militar americana perto de Veneza, na Itália. O introvertido Fraser acaba de chegar ao local e sente falta dos amigos que deixou em Nova Iorque, sua cidade natal. A destemida Caitlin mora lá há anos e já domina o italiano. Juntos, eles enfrentam os dramas típicos da adolescência, como amizade, primeiros amores, construção de identidade e conflitos familiares.
Sinopse: Liderados por Sanguinário (Idris Elba), Pacificador (John Cena), Coronel Rick Flag (Joel Kinnaman), e pela psicopata favorita de todos, Arlequina (Margot Robbie), o Esquadrão Suicida está disposto a fazer qualquer coisa para escapar da prisão. Armados até os dentes e rastreados pela equipe de Amanda Waller (Viola Davis), eles são jogados (literalmente) na remota ilha Corto Maltese, repleta de militantes adversários e forças de guerrilha. O grupo de super vilões busca destruição, mas basta um movimento errado para que acabem mortos.
Curiosidade: Os cineastas aproveitaram a cena de Pensador com várias luzes piscando para transmitir uma mensagem em Código Morse. A equipe indicou “2-1960”, fevereiro de 1960, data da estreia de Starro nas HQs.
Sinopse: O romance entre uma estudante de medicina e um adolescente ainda no colegial pode dar certo? Adaptado da canção homônima de Renato Russo. Alice Braga e Gabriel Leone, dão vida ao casal que tem que superar as diferenças para viver um grande amor na Brasília dos anos 80.
Curiosidade: O tempo em que se passa o filme é o ano de 1986, ano em que a Legião Urbana lançou o álbum “Dois”, do qual a música “Eduardo e Mônica” faz parte. Portanto, o espectador atento irá perceber diversas referências a esse ano ao longo do filme, como, por exemplo, o pôster de Malu Mader no quarto de Eduardo – uma das atrizes-queridinhas em ascensão no Brasil na época.
Assista também nosso dossiê Feededigno sobre Alice Braga:
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Vizinhos é o mais novo filme da Netflix estrelado por Leandro Hassum, Maurício Manfrini e Júlia Rabello. O filme conta a história Walter (Leandro Hassum), que após um colapso mental, decide morar em um condomínio afastado da cidade, pois por recomendação médica precisa a todo custo evitar barulhos altos.
Para sua surpresa, a vizinhança não é nada silenciosa. E as desventuras de Walter, sua esposa Joana (Júlia Rabello) na vizinhança mais barulhenta de todas pode colocar a saúde de Walter em risco.
SINOPSE
Em Vizinhos, Walter leva uma vida estressante por conta da rotina e trabalho excessivo na loja de instrumentos. À beira de um colapso nervoso, sua esposa, Joana, o leva ao médico, que diagnostica que eles precisam urgentemente se mudar do Rio de Janeiro para ter uma rotina mais tranquila e sem estresse, se não o caso de Walter pode piorar ainda mais.
ANÁLISE
Enquanto explora os absurdos de se viver em comunidade, a falta de respeito e empatia, o filme se aprofunda sem medo em aspectos que causam asco em alguns momentos. Enquanto nos faz rir pelo absurdo presente nas tramas do filme, conseguimos entender que o caminho tomado na direção por Roberto Santucci veio para tornar aspectos incômodos engraçados e tentarmos não ver apenas o lado negativo das coisas. Enquanto se propõe a ser leve, o filme parece ir só ladeira abaixo.
Com 0 de tato, vemos acontecimentos que ficam cada vez piores e enquanto flertam com levar esses acontecimentos até a última consequência, o diretor parece optar por acalmar a trama, a levando para outro caminho.
Com arcos confusos, o filme opta por nos causar um incômodo e não nos permite curtir a trama como algo leve, enquanto nos apresenta o humor do absurdo. A cada curva que a história toma, parece dar força ao vizinho que está errado, Toninho (Maurício Manfrini), o fazendo sempre sair por cima, causando no personagem um revés apenas no arco final.
VEREDITO
Muito diferente de Os Farofeiros (2018), em que damos gargalhadas, Vizinhos não parece nos permitir um minuto de paz sequer, nos fazendo tanto identificar com Walter, como sentir pena do mesmo.
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