Boa Noite Mamãe é um remake do filme homônimo austríaco de 2014 e conta com Naomi Watts (O Impossível) no elenco. A direção é de Matt Sobel.
SINOPSE DE BOA NOITE MAMÃE
A mãe (Naomi Watts) dos irmãos Elias e Lucas (Cameron e Nicholas Crovetti, respectivamente) é uma mulher perturbada por traumas e que está em busca da perfeição. Os meninos começam a ter comportamentos estranhos e desconfiam que ela possui um segredo macabro por baixo dos panos.
ANÁLISE
Boa Noite Mamãe de 2014 é aquele tipo de filme perturbador europeu que traz na estranheza a forma de aterrorizar o espectador. O longa que deu origem ao remake tem atuações cruas o trabalho dos gêmeos Schwartz é fundamental para que ele funcione, chocando e nos deixando com uma pulga atrás da orelha a cada minuto que passa por conta de todo o mistério envolvido.
Já o filme de 2022 infelizmente possui uma aura bastante genérica, pois é bastante formulaico com a estrutura básica de Hollywood nesse tipo de thriller. As atuações dos Crovetti e de Naomi Watts são excelentes e os problemas não passam por eles, e sim, por uma direção que tenta passar a mesma atmosfera, mas que falha na execução.
Explico, para os desavisados, o remake de Boa Noite Mamãe pode funcionar por conta do plot twist principal, mesmo que seja bem telegrafado no longa norte americano. O fato da língua inglesa ser mais simples e causar dualidade na forma de se referir as pessoas ajuda, e muito, na construção do mistério da história.
Contudo, diferentemente do seu antecessor, o clima de estranheza e tensão é bem mais ameno aqui, pois os comportamentos das crianças é muito mais moderado, diferente dos aspectos sociopatas dos Schwartz em 2014. O destaque fica muito mais na figura de Watts que carrega o filme com sua performance cheia de nuances, trazendo uma mulher mesquinha, mas que sofre também. A atriz demonstra os sentimentos de medo, insegurança, raiva e apatia perante seus filhos com verossimilhança notável.
Para quem já conhece a trama, Boa Noite Mamãe pode ser uma decepção, visto que há pouco a acrescentar em relação a experiência anterior. Por mais que haja uma mudança de perspectiva, o final é praticamente o mesmo, com poucas surpresas no caminho. O longa serve muito mais para sanar nossa curiosidade e confirmar nossos temores, contudo, funciona como uma obra de suspense, mesmo que genérica.
VEREDITO
O remake de Boa Noite Mamãe vai funcionar para quem gosta de filmes de terror e suspense e, principalmente, para quem assiste com ineditismo a história desses personagens. Se você viu o longa de 2014, talvez se decepcione se for mais exigente, todavia, não será uma jornada completamente perdida.
Órfã 2: A Origem é uma prequel do filme do longa de 2009 e traz novamente a atriz Isabelle Fuhrman no papel principal. O filme é dirigido por William Brent Bell.
SINOPSE DE ÓRFÃ 2: A ORIGEM
Esther (Isabelle Fuhrman) é uma paciente de alta periculosidade de um manicômio do Leste Europeu e sofre com uma condição rara de ter seu corpo evoluindo de maneira mais desacelerada, ficando com a aparência de uma criança mesmo na fase adulta.
Após fugir de seu cárcere, ela se abriga nos Estados Unidos, usando a identidade de uma jovem que desapareceu, roubando o lugar da filha de um casal. O que ela não sabia é que um segredo sinistro que envolve o filho deles vira um jogo perigoso para Esther, mostrando que ela também pode estar em apuros.
ANÁLISE
A Órfã (2009) foi um filme que chocou o público por conta de sua grande virada no final, pois trouxe uma vilã bastante improvável e uma história que mesmo espetacular demais, funcionava dentro de sua proposta, principalmente por conta do elenco e de Isabelle Fuhrman que mandou muito bem naquela época quando era criança.
Eis que 13 anos depois somos brindados com Órfã 2: A Origem, filme prequel que traz a mesma atriz para o mesmo papel, algo que causou controvérsia e curiosidade, pois não sabíamos como os realizadores iam lidar com a situação bastante peculiar de usar a escalação de Fuhrmann como Esther ainda mais jovem, só que com a atriz bem mais velha do que no filme original.
O estranhamento inicial com uma vibe meio Chaves é notório, uma vez que por mais que se tenham várias técnicas para tentar um rejuvenescimento da personagem, se utilizando de dublês de corpo em alguns momentos e em outros com recursos como CGI e saltos para os demais membros do cast para parecem mais altos, é muito difícil de comprar a ideia, ainda mais quando temos closes no rosto da protagonista que visivelmente não engana ninguém.
Além disso, sem a grande reviravolta de seu antecessor, os roteiristas tiveram que usar de muita imaginação para trazer um fato novo, visto que agora já conhecemos a vilã e para Órfã 2: A Origem não cair na vala comum de filmes slasher seria muito difícil. As decisões estapafúrdias que temos aqui mostram que realmente o longa é mais um caça-níqueis, pois não há nada que justifique a sua execução.
Por mais que tenhamos momentos surpreendentes por conta dos personagens de Julia Stiles e Matthew Finlan, que trazem algo diferente aqui com uma espécie de jogo de gato e rato, o simples fato de tornar Esther uma versão em miniatura de um Michael Myers é ridícula. Por mais que tenhamos violência gráfica, a direção peca e muito deixando vários problemas de continuidade e de edição, se tornando o principal problema do longa.
VEREDITO
Órfã 2: A Origem é uma pataquada que não sabe se é sério ou uma galhofice completa, o que prejudica muito a experiência de quem assiste. Se tivesse ido pelo caminho da comédia, acredito que seria mais interessante, pois sem o super trunfo do primeiro filme, seria difícil fazer algo marcante e infelizmente, é o que acontece aqui, sendo apenas um desperdício de tempo.
Falar da obra-prima Acossado é uma tarefa fascinante. Nenhum filme, com efeito, conseguiu dizer tanto até hoje, dizer coisas reais, cotidianas, numa tentativa desesperada de encontrar no próprio homem as raízes de sua alienação e de sua morte.
Jean-Luc Godard, cineasta francês nascido em 1930, possui, devidamente, um lugar especial e extremamente particular em toda a evolução do material cinematográfico. O diretor é longamente conhecido por suas experimentações, suas subversões da linguagem, sua ousadia e, pelos que não o apreciam, por sua falta de sentido, seu vazio artístico e seu pedantismo. Acima de todos os rótulos, Godard pode ser encaixado em toda a concepção do processo cinematográfico.
SINOPSE
Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) vai para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolveu.
Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no apartamento de Patricia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição.
ANÁLISE
Godard demonstra em Acossado todas suas características que viriam a pontilhar o movimento que se firmou anos depois, a Nouvelle Vague, e também suas influências e paixões, como Alfred Hitchcock e os noirs de Humphrey Bogart. Godard defendia o autor como único responsável por sua obra, aquele que assume os riscos para devolver o poder à câmera e ao público, ao contrário de uma indústria que buscava (e busca) apenas o entretenimento. Acossado é a soma de um pouco de tudo.
A montagem abraça a ideia e, com isso, os cortes inesperados constroem falas mais alongadas, contínuas, quase ininterruptas. Mas, acima disso, denunciam sentimentos: no começo, com o assalto e demais agitações, os cortes são mais frequentes e excluem os momentos de tranquilidade entre uma fala e outra; já durante a longa conversa entre Michel e Patricia, no famoso plano sequência enquanto a mesma vendia jornal na rua, temos a calmaria e a paz que Michel encontrava apenas quando estava com ela. Como o som fora inserido todo na pós produção, em um trabalho impecável de sincronia, pode ser que a trilha sonora tenha servido toda como inspiração para este novo tipo de montagem.
A trama do longa, por mais que seja deveras simples, nos conduz intimamente por uma juventude que não tem ideia do que fazer consigo mesma, ou seja, o roteiro abarca todas as incertezas de uma geração jogada ao vazio dos anos que marcam a passagem de tempo entre o pós-guerra e o marcante maio de 68.
A grande realização do fotógrafo Raoul Coutard na ampliação da possibilidade de trânsito entre exterior e interior é fundamental no sentido de estabelecer um paradigma de câmbio incessante entre essas duas ideias na maneira como os personagens – e o filme – se constituem.
A política de autor em Godard é justamente mais “política” do que “autoral”. Seu primeiro longa mostra uma espécie de anti-autor, alguém que aparenta não ter nada a dizer, num filme onde tudo parece poder entrar, onde se pode dizer tudo e ver tudo.
VEREDITO
Acossado é um organismo mutante: francês, americano, noir, burlesco, trágico, abstrato, erótico, idiota, intelectual, bruto, dialético e lírico. Sua unidade é justamente a possibilidade de diferença permanente que ele abre, e daí que advém sua imortalidade como obra.
Os deuses do metal se regozijam com a chegada do FPS de ritmo Metal: Hellsinger. O novo jogo da desenvolvedora The Outsiders e publicado pela Funcom será lançado neste dia 15 de setembro de 2022 para PlayStation 5, Xbox Series X | S e PC.
Metal: Hellsinger conta com a narração do renomado Troy Baker, o Joel da franquia The Last of Us, e um time de peso na trilha sonora original formado por:
Esse line-up de respeito dá ao jogador o tom, ritmo e ambientação necessárias para adentrar na jornada de Enigmata em busca de sua voz.
Um fato interessante sobre o FPS da The Outsiders foi ter sido apresentada a sua trilha sonora durante a Gamescom 2022 com um show ao vivo com os intérpretes de diversas músicas que estão no jogo.
SINOPSE
Lute contra os domínios mais cruéis do Inferno na pele de Enigmata: parte humana, parte demônio, e obcecada pelo desejo de vingança. Destrua as hordas de demônios e seus líderes, e prepare-se para um confronto épico contra a própria Juíza Vermelha. Cada lenda traz consigo uma melodia – a sua é cheia de metal, vingança e destruição.
Metal: Hellsinger é um FPS de ritmo, ou seja: sua habilidade de atirar no compasso da música fará toda a diferença no seu jogo. Quanto maior sua sintonia com o ritmo, mais intensa ficará a melodia, e mais destruição você causará.
ANÁLISE DE METAL: HELLSINGER
Em aspectos de jogabilidade, Metal: Hellsinger tem a maravilhosa peculiaridade de ajustar o seu ritmo de acordo com a necessidade de cada player através de um sistema de calibragem diferenciado. O recurso nos ensina a respeito dos aspectos rítmicos que o jogo proporciona em áudio e controle, praticamente nos afinando como instrumentos para um grande concerto de metal, realizando as marcações (áudio) e os tempos de entrada do seu instrumento (controle) para o grande show que acontece no inferno.
Outros aspecto importante está relacionado à dificuldade do jogo e à realização dos seus combos sendo imprescindível acertar os disparos dentro do ritmo. A cada acerto, o dano realizado aumenta de forma exponencial, assim como a música ao fundo ganha mais acordes até alcançar o multiplicador máximo, revelando os vocais.
Um desafio divertido é manter-se ao máximo curtindo a música e derrotando os seus inimigos. Estar no ritmo é importante não apenas para o ataque, como também para realizar movimentos defensivos (como a esquiva e a recarga), dando ao jogador um bônus de proficiência ao realizar esses movimentos dentro do ritmo.
Metal: Hellsinger pode ser jogado em três dificuldades diferentes:
Fácil (cordeiro), não tendo a exigência de atirar no ritmo além de oportunidades de ressuscitar durante a fase;
Normal (bode), tendo que realizar os combos no ritmo e apenas 3 chances de retorno a custo de sua pontuação adquirida;
Difícil (besta), que além da alta dificuldade também não se pode retomar caso seja derrotado no trajeto.
Escolher bem um desses níveis é determinante para experiência de jogo, pois além da dificuldade, a ambientação fica mais prejudicada quando jogado em um modo mais fácil.
A narrativa sobre a misteriosa Enigmata, uma hibrida entre humana e demônio, que tem a sua voz roubada pela Juíza Vermelha, a rainha dos demônios, e selada por um longo período. A protagonista retorna em busca de vingança e sua voz, porém durante o seu trajeto para o primeiro reino do inferno encontra Paz (Troy Baker), um crânio que tem a dupla função de ser uma de suas armas disponíveis para os níveis seguintes e narrar o jogo durante a jornada pelos diferentes reinos infernais, enquanto por outro lado se fala de uma profecia sobre uma criatura que se tornaria uma Hellsinger.
A relação da história com a música é muito interessante por diversos aspectos. Entre eles: cada reino ter o seu próprio ritmo; a jornada de uma personagem feminina em busca de sua voz em um mundo infernal também se torna um simbolismo muito importante, quando se reflete a respeito de alguns contextos atuais; e a busca de figuras femininas em ter a sua própria voz, sua própria melodia, trazendo algumas camadas interessantes ao jogo.
Assim, Metal: Hellsinger vai muito além do que ser apenas um FPS.
VEREDITO
Metal: Hellsinger é a perfeita conexão que se poderia fazer entre música e jogabilidade, abraçando a essência do gênero metal com uma trilha sonora frenética, empolgante e uma narrativa que conversa de forma inteligente com seus elementos musicais tão intensos quanto a busca de sua protagonista.
O jogo é uma ótima pedida para fãs de FPS e de metal. Não só os deuses do metal ficarão satisfeitos como os players apreciadores de um bom jogo de tiro em primeira pessoa ao som pesado de bateras e guitarras em um ritmo frenético.
Nossa nota
5,0 / 5,0
Assista ao trailer de Metal: Hellsinger
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A mais nova animação original da Netflix acaba de chegar ao catálogo do serviço de streaming. Cyberpunk: Mercenários (Cyberpunk: Edgerunners) é uma adaptação spin-offdo game Cyberpunk 2077, da CD Projekt Red.
A série foi co-produzida pelo Studio Trigger, o estúdio por trás de Little Witch Academia, Promare e Kill la Kill.
SINOPSE
Para sobreviver em uma realidade distópica na qual a corrupção e os implantes cibernéticos controlam tudo, DavidMartinez, um jovem talentoso e impulsivo decide se tornar um mercenário.
ANÁLISE
Nem V, nem Johnny Silverhand, nem Jack Welles, Cyberpunk: Mercenários apresenta um novo protagonista, um garoto de que vive em Night City um ambiente urbano repleto de guerra tecnológica e modificação corporal. Para sobreviver, David se junta a uma equipe de mercenários – os edgerunners, também conhecidos como cyberpunks.
Embora a série não cruze diretamente com o jogo, podemos dizer que eles se complementam como experiência. Uma das razões pelas quais eu gostei tanto de Cyberpunk: Mercenários, não em termos de histórias ou personagens (embora existam algumas participações especiais originais do game), mas em todos os pequenos detalhes. O estilo da animação, a trilha sonora, a abordagem do mundo virtual, a violência e até a linguagem adulta.
Apesar de poder ver na série locais que você provavelmente pode ter passado com V durante sua gameplay de Cyberpunk 2077, eu realmente senti que a série faz com que você queira se aprofundar no game da CD Projekt Red, apesar dos bugs. Para quem jogou, certamente se divertirá e para os que ainda não jogaram, podem facilmente se sentirem tentados a dar uma chance ao game. Independentemente disso, ambas as produções se combinam muito bem.
E apesar de toda a atitude cyberpunk, o que realmente vemos aqui e faz com que a série funcione é que não é realmente uma série de ação rebelde em seu íntimo, é uma história surpreendentemente melancólica sobre humanidade e conexão, e o que as pessoas estão dispostas a fazer em si mesmos, física e espiritualmente, para sobreviver.
Infelizmente, os antagonistas da série que na maior parte da temporada são mais ideias sistêmicas do que realmente indivíduos – como as lutas de poder das megacorporações de tecnologia cibernética dominantes e a obscura guerra econômica, é prejudicada com introduções de última hora de vilões pouco explorados: os agentes de inteligência da Arasaka Corporation e um personagem do jogo, o lendário soldado principalmente cibernético chamado Adam Smasher.
VEREDITO
Da esquerda para a direita: Dorio, Maine, Lucy, David, Pilar, Rebecca e Kiwi.
Com muito neon, implantes cibernéticos e conteúdo adulto, Cyberpunk: Mercenários é um grande agrado aos fãs de Cyberpunk 2077. Afinal de contas, o estúdio que foi esmagado por seu grande fardo – superar seu antecessor, The Witcher 3 e atender todas as expectativas criadas para o novo game.
Com 10 episódios de 25min, a parceria Netflix, CD Projekt Red e Studio Tigger acerta ao criar uma nova experiência – dessa vez bem feita – com base na experiência antiga e que se complementam harmonicamente; convenhamos, foi uma jogada inteligente.
Nossa nota
5,0 / 5,0
Assista ao trailer legendado:
A primeira temporada de Cyberpunk: Mercenários já está disponível na Netflix.
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Ainda que muitos vejam o cinema nacional apenas como um apanhado de clichês narrativos e comédias pastelão, o cinema nacional sempre se mostrou como muito mais do que isso. Retratando por vezes a dura realidade do povo brasileiro em diferentes, esferas, os filmes nacionais se afastaram há muitos anos do que alguns consideram como “cinema nacional”.
Alguns conceitos tão antigos refletem um desejo quase que estadunidense de ver apenas o cinema do país norte americano como o “verdadeiro cinema”. E entender que outras narrativas como histórias as quais temos mais contato em nosso cotidiano precisam ser contadas, é romper com um retrógrado pensamento de que cinema só pode ser feito fora do Brasil e te priva de brilhantes narrativas dirigidas e escritas por incríveis escritores nacionais.
Tenha em mente, que alguns dos filmes nacionais na lista são tão brutais como a nossa realidade, mas mesmo assim, merecem e precisam ser assistidos.
Bicho de Sete Cabeças (2000, Laís Bodanzky)
Em Bicho de Sete Cabeças, Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas.
Estômago (2007, Marcos Jorge)
Raimundo Nonato (João Miguel) mudou-se para a cidade grande na esperança de ter uma vida melhor. Ele trabalha como faxineiro em um bar e descobre que seu talento é mesmo na cozinha. Raimundo faz do local um sucesso e acaba sendo contratado para trabalhar em um restaurante italiano da região como assistente de cozinheiro. A cozinha italiana é uma grande descoberta para Raimundo, que agora tem uma casa, roupas melhores, relacionamentos sociais e um amor, a prostituta Íria (Fabiula Nascimento).
Gonzaga: De Pai Para Filho (2012, Breno Silveira)
Luiz Gonzaga (Land Vieira e Adelio Lima) decide mudar seu destino e sai de casa jovem para a cidade grande para apagar uma tristeza amorosa. Ao chegar conhece uma mulher por quem se apaixona, a Odaleia (Nanda Costa). Após o nascimento do filho e complicações de saúde da esposa, ele decide voltar para a estrada para garantir os estudos e um futuro melhor para o herdeiro. Ele tem um amigo no Rio de Janeiro e com ele deixa o pequeno e sai pelo Brasil afora. Só não imaginava que essa distância entre eles faria crescer uma complicada relação, potencializada pelas personalidades fortes de ambos.
O Som ao Redor (2013, Kleber Mendonça Filho)
A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, sob liderança de Clodoaldo (Irandhir Santos), outros passam por momentos de extrema tensão. Simultaneamente, casada e mãe de duas crianças, Bia (Maeve Jinkings) tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho.
Uma História de Amor e Fúria (2013, Luiz Bolognesi)
Como uma animação que flerta o tempo todo com visual de HQs, Uma História de Amor e Fúria é ambientada originalmente no Brasil de 1566. O filme segue sua história por 600 anos seguintes da história do país, enquanto o indígena Abeguar, procura por sua amada Janaína. Com uma história ambientada em diversos conflitos armados e icônicos do Brasil, o longa nos leva por uma viagem em nossa própria história e nos leva por um futuro distópico.
Que Horas Ela volta? (2015, Anna Muylaert)
A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para a filha, Jéssica (Camila Márdila). Anos depois, a garota lhe telefona, dizendo que quer ir para a cidade prestar vestibular. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, porém o seu comportamento complica as relações na casa.
Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia.
Boi Neon (2016, Gabriel Mascaro)
Boi Neon se passa nos bastidores das Vaquejadas, onde Iremar (Juliano Cazarré) e um grupo de vaqueiros preparam os bois antes de soltá-los na arena. Levando a vida na estrada, o caminhão que transporta os bois para o evento é também a casa improvisada de Iremar e seus colegas de trabalho: Zé (Carlos Pessoa), Galega (Maeve Jinkings) e sua filha Cacá (Alyne Santana). O cotidiano é intenso e visceral, mas algo inspira novas ambições em Iremar: a recente industrialização e o polo de confecção de roupas na região do semiárido nordestino. Deitado em sua rede na traseira do caminhão, sua cabeça divaga em sonhos de lantejoulas, tecidos requintados e croquis. O vaqueiro esboça novos desejos.
M8: Quando a Morte Socorre a Vida (2020, Jeferson De)
Maurício (Juan Paiva) começa a estudar na renomada Universidade Federal de Medicina. Em sua primeira aula de anatomia, ele conhece M8 (Raphael Logam), o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só pode ser desvendado depois que ele enfrentar suas próprias angústias.
7 Prisioneiros (2021, Alexandre Moratto)
Mateus (Christian Malheiros), um jovem de 18 anos, sai do campo em busca de uma oportunidade de trabalho em um ferro-velho de São Paulo. Uma vez lá, Mateus e alguns outros meninos são vítimas de um sistema de trabalho análogo à escravidão moderna comandada por Luca (Rodrigo Santoro), forçando Mateus a tomar a difícil decisão entre trabalhar para o homem que o escravizou ou arriscar seu futuro e o de sua família se ele não for cúmplice.
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